terça-feira, 29 de junho de 2010

Quem precisa de quem?


Uma pesquisa da Rádio Globo - Passos/Empop, realizada recentemente na nossa cidade aponta Renato Andrade disparado na frente para federal e Alexandre Maia seguido pelo Dr. José Orlando (Tuta) para deputado estadual. Sei que alguns vão falar que é muito cedo pra isso. Outros vão dizer que não acreditam em pesquisa e etc. Em parte, todos esses pensamentos fazem algum sentido, mas uma coisa já podemos notar a partir das “famigeradas” consultas: que elas mudam um panorama, isso mudam.
Senão vejamos: O Alexandre Maia, que na última eleição foi candidato a deputado federal pelo mesmo PMDB de agora, tendo o atual prefeito como candidato a deputado estadual por igual partido, ainda assim foi reincidentemente desprezado na época por Hernani e boa parte da cúpula “pmdebista”. Trocado por um candidato de fora (Marcos Lima, se não me engano). Era o resquício do chamado “Maia Nunca Mais”, slogan “criado” quatro anos antes pensando em matar dois coelhos com um tiro só, na época, Alexandre e Nelson. Apesar de não ter sido eleito nas suas duas tentativas à federal, Alexandre Maia teve grande votação nos dois pleitos, chegando a assumir a vaga por algum tempo.
O resultado pífio neste início (já se vão 1 ano e meio) de gestão aponta para uma necessidade evidente da administração municipal em se ter um deputado. Sozinha demonstra que vai ser difícil governar e a sombra de Ataíde já perturba. Some-se isso ao nome já consolidado do Alexandre na região, as atuais pesquisas, mais o apoio do mesmo e sua família (até mesmo financeiro) na eleição municipal e desta forma, o melhor mesmo é engolir o ranço do passado, assim como está fazendo o próprio Alexandre e embarcar na “melhor” canoa.
Acho que o Cássio Soares, o outro candidato com apoio dentro do governo municipal já sentiu isso. Uma parte do PMDB que queria ir com ele já debandou e hoje se vê obrigada a caminhar com Alexandre, mesmo a contra gosto. Na verdade, o PMDB passense pós Neif Jabur não têm demonstrado o mesmo afinco da militância quando o assunto é a eleição para deputado. Mas desta vez isso pode mudar, pois a eleição poderá refletir diretamente naquilo que mais amam, que é o prédio da Praça do Rosário pintado de vermelho e logicamente os dividendos que isso traz para cada um.
Ainda com relação ao Cássio, rapaz de fina estirpe, esse ainda tem apoios de “peso”, parece ser preferido da “Folha”, da “Fesp”, dos Democratas, da aristocracia Passense e, como já disse, de parte (agora menor) do PMDB e sua administração, sendo sua votação em Passos ainda é uma incógnita. É esperar para ver se haverá penetração popular no apoio aparentemente elitista que recebe, pois é o voto do povão que decide. Caso contrário vai parecer um filme que já assisti antes, o que na verdade seria uma pena, pois o artista de agora não tem nada do charlatão da outra fita.
Para deputado federal, a outra boa pedida em se tratando de verbas e obras para a cidade, temos o Renato Andrade à frente das pesquisas. Vereador da base, nome certo no PMDB, mesmo sendo PP. Certo? Errado. Apesar de sempre estar presente com seu voto na Câmara e apoio, não é isso que vemos e ouvimos. Uma legião de pára-quedistas salta sobre ele na base governista municipal e até entre seus pares na Câmara. Podemos até citar alguns deputados federais que têm apoio dentro do governo municipal: Odair Cunha (PT), Aélton Freitas (PR), Saraiva Felipe (PMDB) e etc. Acho que o meu amigo Renato vai sentir o que já foi provado pelo Alexandre na última eleição. Todavia, como na nossa vida tudo é aprendizado, penso que de todos os candidatos é ele o único que só tem a ganhar nesta eleição, qualquer que seja o resultado. Mas isso só o tempo irá dizer.
Mas em relação a essa disputa por apoio deixo a pergunta: Quem precisa de quem mesmo?

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A copa e os nossos vizinhos

Um texto para criar polêmica. É assim que defino este artigo.
A entrevista de um sulafricano antes da partida de estréia da Argentina com a Nigéria me fez refletir sobre esse sentimento estranho que as vezes temos em relação aos nossos vizinhos argentinos. Perguntado para quem iria torcer ele foi rápido, e sem pestanejar respondeu: “Nigéria, pois ela é África aqui hoje” .Também 99% dos brasileiros torceram pela seleção africana. Mas que sentimento é esse que temos em relação aos “hermanos” que nos fazem esquecer os iguais sofrimentos por que passamos?
Quase toda angústia que vivemos aqui, foi, ou é, compartilhada lá também. Deste a exploração da época de colônia, passando pelas famigeradas ditaduras militares e agora por essa democracia “juvenil” que possibilita presidentes “populescos” fazerem de “suas mulheres” presidentas. De uma forma meio parecida, tudo isso ocorre tanto lá quanto aqui.
Não tenho a menor dúvida de que, contra tudo e todos, se por acaso o Brasil não chegar à final, não vou mesmo torcer por uma Inglaterra, Alemanha, Itália, Espanha ou Holanda contra a Argentina. Se a fibra e raça dos argentinos incomodam tanto quando estão a serviço de sua seleção, o mesmo não acontece quando eles defendem nossos times desta mesma forma. Que cruzeirense não guarda no coração a imagem do Sorín dando o sangue pelo seu time. Os corinthianos e seu Carlitos (Tévez). A dupla gre-nal e tantos que por lá passam. Ainda hoje também botafoguenses e tricolores reverenciam Herrera e Conca, respectivamente. Os palmeirenses sentem saudade da raça de Mancuso. Flamenguistas com o goleiro Fillol e o craque Doval, e etc...
Fico com o trecho da música “À Palo Seco” de Belchior: “Tenho vinte e cinco anos (um pouco mais) de sonho e de sangue e de América do Sul. Por força deste destino, um tango argentino me vai bem melhor que um blues”. Espero que os comandados de Dunga não me façam passar por isso de novo, pois em 1986 não me restou alternativa senão vibrar com o gênio Maradona. Que Luis Fabiano, Kaká, Robinho e cia. nos levem até a final e quem sabe ao Hexa. Mas se isto não acontecer, que a taça ainda sim fique na América do Sul.