quinta-feira, 18 de junho de 2009

Faça o bem!!! não importa a quem...

“Quando deres esmola não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita” (Mateus 6:3).
A frase que dá título a esse artigo está em vários “outdoors” da cidade e com certeza dentro do coração dos passenses. Sem medo de ser mal interpretado com o artigo que me ponho a escrever, deixo claro que se trata apenas de uma simples opinião, contudo, como sabem, de um observador atento.
Antes, lembro que Passos é proporcionalmente, com certeza, uma das cidades com mais ações filantrópicas que se tem notícia. São inúmeros projetos esparramados por todos os lados e oriundos dos mais variados seguimentos da nossa sociedade. São inúmeras quermesses beneficentes que acontecem todos os anos com apoio total da população. Temos o trabalho da Sociedade São Vicente de Paulo que é um tanto especial, sendo impossível alguém que tem condições entrar num supermercado e sair sem contribuir, principalmente ao ver aqueles probos senhores dando parte do seu tempo de descanso a tão nobre causa. Dona Bernadete e sua cantina, “Deus proverá” e tantos e tantos projetos que o povo de Passos abraça com amor. Tem também as festas do Roberto Paraná para a Creche Mons. João Pedro que sempre procuro divulga-la com amigos, pois sei que o trabalho deles é muito sério. Várias outras creches, a Samp, o Capp e assim vai, poderia citar aqui mais uma dezena de outros belos trabalhos que os cidadãos de Passos ajudam a desenvolver.
Mas o porquê de falar a esse respeito?
Deixo claro novamente o caráter pessoal deste artigo, sem querer fazer qualquer apologia ou algo do tipo, até porque não teria força e nem interesse nisso. Acontece que, recordando os discursos dos agora mandatários da Assistência Social de nossa cidade, o secretário Auro Maia e o assessor especial Alexandre Dentista, que por sinal anda sumido, quieto, mas que está lá, no cargo que antes abominava a criação, dava-se a impressão que não haveria mais a necessidade de nada disso. Os mesmos, nas suas épocas de estilingue, sempre disseram que havia dinheiro de sobra para as creches, instituições, programas e etc. Para estes, nos seus antigos discursos, o que não havia era seriedade, isso quando não falavam da honestidade dos seus antecessores. Assim, vislumbro agora uma época de grande fartura, e que assim seja. Contudo, até o momento, as notícias que nos chegam são somente de reuniões, audiências e coisas do tipo. Também continua a espera de dinheiro do governo federal e estadual, tudo bem diferente do rompante que tinham nos anos anteriores.
Sabedor que sou da bondade de Deus para com a minha vida, sempre procuro me engajar e às vezes lidero campanhas nas escolas em que trabalho, mas como Mateus nos ensinou, isso não vem ao caso. Estou dizendo isso, pois, pensando bem, melhor mesmo continuarmos todos, cada um a seu modo e condição, ajudando as nossas instituições e aos mais necessitados. Prossigamos então fazendo o bem não importando a quem. Também não nos deixemos levar, nem nos contaminar pela hipocrisia e mentiras de outrora e que visavam tão somente o poder. Mas numa coisa não tem como discordar, que deu certo, isso deu, pra eles.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Déficit Habitacional

Vimos ser amplamente divulgado o projeto político eleitoreiro habitacional, “Minha casa, minha vida”. Trata-se de uma ação oportunista (no sentido amplo da palavra) do governo federal, sem deixar de ser necessária e legítima mesmo assim. Visa, dentre outras coisas, impulsionar a candidatura da companheira Dilma Roussef à presidência. Na carona deste estão milhares de prefeitos municipais de todo o país divulgando as inscrições como se esse fosse um projeto municipal, contudo pode virar um belo tiro no pé. Está certo que o número de pessoas esclarecidas tem aumentado, apesar disso, não custa nada tentar iludir um percentual de gente que não se informa ou tem pouco acesso a informação confiável, e você sabe, 2 % de desinformados ou mal informados que flutuarem de um lado para o outro se torna 4 e isto muda muita coisa. Porém, como diria o Senador Mão Santa do Piauí: “quero ver comprar os Blogs”. Mão Santa soltou essa frase durante um discurso que denunciava a compra da imprensa do seu estado pelo governo local e federal. Desta forma, vamos a uma pequena, contudo, importante análise acerca deste interessante e intrigante assunto: o déficit habitacional de nossa cidade.
Em pouquíssimo tempo de inscrições foi noticiado que já passava de 6 mil o número dos que pleiteiam adquirir a casa própria em Passos pelo programa acima citado. Foi divulgado também que a cidade seria agraciada com 350 casas, o que depois passou para 500, mas que na verdade nem se sabe ao certo ainda quantas serão. Assim, levando-se em consideração as inscrições, certo mesmo é que não deve chegar nem a 10% da necessidade atual do município. Muita gente tem se perguntado sobre este número, mais de seis mil inscrições. De onde vem tamanho déficit habitacional? Seguramente esse vem de uma pobre política habitacional que foi desenvolvida no nosso município ao longo dos últimos anos.
Se levarmos em conta que os que agora tentam pegar carona neste projeto federal estão como prefeito ou vice, ou ainda como prefeito e vice, em 18 dos últimos 30 anos, podemos sem medo afirmar que vem, em boa parte, do “trabalho” deles mesmos. Em 3/5 dos derradeiros trinta anos da existência de nossa cidade, onde com certeza esse déficit se acentuou, muito pouco foi feito no sentido de priorizar a construção de moradias às pessoas mais carentes. A condução política que dão nas eleições para deputados também colabora para isso, pois a falta de representação política na assembléia legislativa e no congresso faz com que deixemos de ser agraciados com vários outros bons projetos. O mais estranho em tudo isso é que agora tentam tirar proveito daquilo que eles mesmos ajudaram a criar. A responsabilidade por tão grande déficit habitacional deve ser repartida na proporção de tempo que se teve à frente do poder executivo municipal equacionado pelo que foi feito no período. E o que foi feito é pouco e bem proporcional entre todos.
Tentar colher alguma vantagem disso é no mínimo uma piada. Seria como alguém que contribui para um incêndio e depois se vangloria porque emprestou o balde para ajudar a apagar.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Boi de Piranha

“O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”.
Martin Luther King
Não vou torcer contra minha cidade só porque fulano ou cicrano está na prefeitura. Isso, além de burrice, seria de uma pequenez medonha. Já provei meu espírito bairrista, dentre outras, até mesmo votando em candidato a deputado daqui mesmo sabendo que não era lá essas coisas. Mas daí a ficar calado diante de estratégias pra lá de conhecidas, fruto da esperteza de uma aliança, que a nível nacional já demonstrou que é capaz de qualquer coisa pela perpetuação no poder, a gente deixa para a parte da imprensa que está (ou estava) sendo muito bem paga para isso. Vejam só, aquela história da exoneração de alguns cargos como supostos casos de nepotismo foi uma piada. Uma que eles não se enquadram em nenhum dispositivo legal como nepotismo. Na realidade foi uma maneira de ajeitar alguns “companheiros” que ficaram de fora e deram o grito, já que tinha gente com dois cargos na mesma família. Ora, não sendo um indicado pelo outro e tão pouco com subordinação entre eles, aonde se encaixa o termo nepotismo. Mesmo assim, aquele jornal não publicar e nem se interessar pelos nomes demonstra claramente sua parcialidade, pois no passado publicava até nomes que não faziam parte de processo algum, somente para desgastar seus desafetos. Quando investigava e não encontrava nenhuma irregularidade, chegou até mesmo inventar.
Sobre o caso da nora do prefeito realmente eu não sei responder, deixando isso para quem de direito, haja vista que este já se encontra em adiantada discussão. Pensando bem, como não gosto de deixar de dar minha opinião, vejo o caso até como bem simples de analisar. A questão é simples. Ela está lá por quê? Se a resposta for porque é nora do prefeito: Nepotismo. Caso contrário, ou seja, se ficar provado sua condição para ocupar o cargo, lembrando aqui que Passos é referência em enfermagem no estado, aí tudo bem. O engraçado neste episódio é o fato dela não poder atar nem desatar o relacionamento. Em parte isso lembra um pouco a história das filhas dos generais que não podiam casar para não perder as pensões.
Voltando aos casos anteriores, a estratégia usada aqui, que serve também para massagear egos no Ministério Público (MP), tem até nome: “boi de piranha”. Funciona da seguinte maneira: sangra-se um ou mais animais, dependendo do tamanho da boiada que se quer atravessar em segurança, atira-se o bicho no rio para as piranhas se distraírem, enquanto isso, os bois gordos atravessam em segurança um pouco acima. Aqui a crueldade foi maior ainda, pois os “sacrificados” (nem tanto assim) não tiveram nem o direito de berrar, pois o arranjo familiar não permite. Alguns até ameaçaram, mas depois pensaram bem e acharam melhor esperar dois anos. Mas quando esses passarem, como se trata só de uma arrumação mesmo, já que quase nenhum tem função alguma, aí é só trocar um pelo outro e pronto. Nem precisa ser nenhuma “Mãe Dina” para adivinhar.
Outra tristeza é ver o que o dinheiro pode fazer com algumas pessoas. Na minha época de adolescente, meados dos anos oitenta, época das “Diretas já”, os intelectuais, professores, estudantes e escritores em geral, eram pessoas que lutavam contra abusos e desmandos, hoje infelizmente vemos muitos destes fazendo o caminho inverso. Como diria Silvio Santos: “Tudo pelo dinheiro”. E o MP, que contava com o apoio da imprensa em certas investigações, agora vai ter que se virar sozinho. Só que desta vez o páreo é muito mais difícil pra eles, pois no outro time não tem nenhum amador.