quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Independência ou mortes

Depois de mais de uma década trabalhando no setor de trânsito, uma dezena de artigos publicados sobre o assunto, mais de seiscentas horas de cursos, encontros e fóruns, uma pós-graduação na área junto aos maiores especialistas de Minas, trabalhar ainda como consultor em praticamente toda a nossa região, tenho autoridade para afirmar que é chegada a hora do Departamento de Transporte e Trânsito de Passos – TRANSPASS ter mais autonomia para realizar as mudanças que se fazem necessárias e que a política não nos permitiu fazer de todo.
Passos conta hoje com uma frota de mais de quarenta mil veículos, o que gera muitos impostos e trabalho, tanto diretos, quanto indiretos. Porém, vivemos ainda sob a batuta da ingerência política e também de alguns que visam somente seus interesses particulares. Não cabem mais decisões neste setor que não sejam estritamente técnicas. Não é possível que ainda tenhamos que conviver com alguns que aproveitam da política de cidade ainda provinciana e, por terem um comércio em determinado local ou sua “mansãozinha” em tal rua, se acharem no direito de ditar as ações que envolvem segurança e a vida das pessoas. Não é aceitável que uma cidade de mais de cem mil habitantes possa ter questões como: mão de rua, colocação de semáforos, implantação de quebra-molas, proibições de estacionamento, itinerário de transporte público e etc., determinados por palpiteiros de plantão, oportunistas ou aventureiros.
Mas porque estou falando isso agora e desta forma? Vejamos: Por se tratar de um departamento e sendo conduzido por um diretor, hierarquicamente o órgão de trânsito municipal fica sujeito a todo tipo de ingerência dentro da própria estrutura da administração municipal. É um secretário que diz que fulano, morador ou comerciante de determinada rua não quer uma mudança, de vez em quando é um vereador que “mina” outra e assim por diante. Lutei arduamente contra isso e assim colecionei alguns desafetos, mas todos sabem que nem sempre venci (leia-se Rua da Praia, Barão de Passos, João Pinheiro, os famigerados “quebra-molas”, semáforo do Tula...). Entendemos que se fosse uma secretaria essas coisas diminuiriam muito, principalmente pelo fato do secretário estar em pé de igualdade com seus pares e também ser ele o ordenador de despesas, podendo assim determinar onde empregar os recursos diretamente com o prefeito, coisa que não acontece com o diretor.
Vocês podem estar pensando nos custos que isso iria gerar aos cofres públicos, mas garanto que com relação a isso a coisa já está muito bem encaminhada. O departamento tem praticamente todo seu investimento pago com verba oriunda de um convênio com o Estado. De um departamento inserido dentro de outro há dez anos atrás, hoje o Departamento de Transporte e Trânsito de Passos - TRANSPASS já se encontra em outro patamar. Saímos de uma meia-sala no prédio da Prefeitura para, depois de mudar de local por duas vezes, chegarmos a uma boa casa na região central, onde pela primeira vez na história todos os setores do departamento estão juntos. De uma Kombi velha herdada do transporte de professores da zona rural passamos a contar com uma camionete S10 equipada e uma saveiro (um pouco usada é verdade), além de uma moto zero km. Temos ainda computadores e vários outros equipamentos que não possuíamos antigamente.
Com relação ao serviço, esse foi nosso maior salto. Temos nossa modesta (em números de pessoas) equipe toda treinada e já há algum tempo não necessitamos que ninguém venha a Passos para nos auxiliar, muito pelo contrário, somos nós que muitas vezes damos assistência às cidades vizinhas. O restante que se faz necessário para se tornar uma secretaria pode vir de uma simples vontade política. No lugar de três Assessores Especiais – ASPONEs - diga-se de passagem, uma herança maldita do governo Ataíde e que foi tão criticada pelos que vão assumir agora (assim sendo, por que não acabar?) e diante dos moldes que já se encontra o Departamento de Transporte e Trânsito de Passos – TRANSPASS poderíamos ter um secretário, mais dois operários e cinco agentes de fiscalização, número insuficiente é verdade, mas bom para um começo. Portanto, somente no lugar de três ASPONEs fechamos um quadro de pessoal capaz de gerir uma secretaria importantíssima para a cidade e a segurança dos nossos munícipes. Caso contrário, que venha mesmo o SAMU e a dinheirama que este custa, pois os acidentes, principalmente de motos, não param de crescer e o trânsito vai ficando cada vez mais complicado.

sábado, 22 de novembro de 2008

Façam suas apostas: comentários

Sempre é bom receber retorno a respeito dos artigos que a gente escreve, contudo, quase nunca isso ocorre no blog, muitos preferem à “boca miúda”. Então, a grande maioria acaba fazendo isso por telefone ou através de e-mails e até mesmo pessoalmente. O meu último artigo postado (Façam suas apostas) tem sido meu campeão no quesito comentários hilários. Assim, não resisti e vou compartilhar com vocês alguns que chegaram até mim. Porém, a coisa vai ser do tipo “conto o milagre, mas não falo o santo”.
A primeira é muito engraçada, quase inacreditável. Um peemedebista de carteirinha me revelou que o artigo pode até vir a acertar sobre a possível recondução de um ex-secretário para a pasta onde já “atuou”. Contudo, se isso vir a acontecer seria da seguinte forma, segundo o mesmo: a tal secretaria será bastante esvaziada, vão tirar da “sua responsabilidade” a manutenção das estradas rurais que teria um outro encarregado, podendo ainda sair também a parte de praças e jardins, que poderia vir a ser absorvida por uma nova secretaria, a de meio ambiente. Ora, aí eu não me contive, indaguei se não era melhor ele ficar como encarregado da feira livre. Para minha surpresa a resposta foi pior ainda: “lá tamém (sic) ele não é muito bem quisto”. Valha-me Deus...
Outro comentário a respeito do artigo veio de um amigo que faz parte da equipe de transição. Depois de agradecer pela lembrança e dizer que não está na disputa onde seu nome apareceu, ele me disse que tem muito “dinossauro” na lista apresentada e numa possível administração Hernani isso não iria acontecer. Ou seja, traduzindo para o bom e claro português, esse pessoal da antiga, a velha guarda do manda-brasa, estão fora. Essa ala é boa mesmo somente na hora de pedir voto e aparecer na TV ao lado dos candidatos, dão um ar sério à coisa, depois é “um boa noite”. Quem conhece sabe que isso não é nenhuma surpresa.
Uma amiga me confidenciou que tem uma ala do PMDB que está dormindo a base de remédio. Fala-se que o motivo é simples, caso realmente aconteça algo que impossibilite o Dr. Hernani de assumir ou ainda, mesmo depois, como já aconteceu em vários lugares, a coisa caísse na mão do vice, eles não teriam nenhuma garantia de seus cargos, ou seja, mesmo depois da posse ainda pode azedar para eles. Sabe-se que o Cóssimo não bate com alguns muito “próximos” do Hernani.
Forte também o boato na cidade que a história da última eleição poderia se repetir, dois vereadores por uma secretaria inteira, de porteira fechada. Resta saber como vai ser isso. Esta é esperar para ver, não tem muito como antecipar. E o PT nessa, “os fiéis da balança” que não tem um vereador sequer, diga-se de passagem, pelo segundo mandato consecutivo, o que iriam pensar disso?
Agora vou fazer a mesma pergunta que me fizeram e achei muito legal. Confesso que não sabia a resposta. Você sabe a diferença entre o que significa um adesivo político no carro antes e depois da eleição?... Pense um pouco... Antes da eleição é propaganda para o candidato, depois, é para o dono do carro. Sutil, muito boa... Para finalizar esse mesmo artista me soltou uma outra pérola. Disse que tem gente que já está sentindo os primeiros efeitos da eleição, não está sendo mais visto sozinho nos bares da cidade como antes, agora já tem sempre companhia, mesa cheia (alguns são da turma que ainda está com adesivo). As más línguas tão dizendo que logo já está até namorando de novo, fato que acontece quatro anos sim, quatro não... Muita maldade... Isso não passa de coincidência.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Façam suas apostas

Uma das coisas que mais movimentam o cenário político da cidade, porém, nos bastidores, é a formação do ministério municipal, ou melhor, o primeiro escalão, que engloba as principais pastas do executivo, as de maior projeção e expressão. Nesta época a especulação fica a solta. Alguns laçam seu próprio nome pra ver se cola e decolam, outros se fazem de difícil e alguns até mesmo se declaram importantes para o resultado da eleição, isso no sentido de lembrar o futuro mandante do cargo de prefeito de que ele está ali, prontinho para assumir uma vaga.
A bolsa de apostas aponta diversos nomes para cada pasta. O ministério da árvore (precisando de um novo nome) e outros “órgãos” encarregados do disse me disse, colocam vários possíveis pretendentes, tanto no PMDB, na base de apoio, como colaboradores e até mesmo financiadores de campanha. Comecemos então o interessante exercício da especulação. Para a Controladoria temos uma acirrada disputa que envolve Telmo Aristides, Marcos Baldini e Daniel Amaral, que aparecem em pé de igualdade, segundo as fontes que nos chegam. Já na Procuradoria, os doutores Paulo Felipe, Jucilane Zaparolli e Carlos Henrique são os nomes, com ampla vantagem para o primeiro, que já vem atuando na defesa do prefeito eleito no caso das contas rejeitas. Na Secretaria de Administração o nome mais cotado é o do ex-secretário Nilton Fernandes, mas temos ainda o Gilmar (ex-Hernani e ex-Ataíde), além do Maurício “Pele Fina”, sempre muito próximo. O gabinete ainda é uma verdadeira incógnita, pergunta-se se o prefeito eleito teria a coragem de nomear o mesmo do último mandato, seu filho Erick. Além desse, outros ex-Chefes de Gabinete aparecem na lista, Athos Esper e Márcio Nogueira (concunhado, para quem não se lembra, ex-Tarimba Country Club).
Nas secretarias propriamente ditas, comecemos pela importantíssima Educação. Com nomes como os de Dona Orlanda e Cristina Pinheiro nos dois primeiros mandatos, a responsabilidade é grande. Surge então uma grande disputa com pelo menos quatro nomes: Hélvio Maia (ex-diretor do Ataíde), Zineti, Rosa Beraldo e Auro Maia. E a luta continua... companheiros. No Planejamento dois pesos pesados, o Dr. Jairo Roberto pode aparecer, o que soaria como um pedido público de desculpa, ante a forma como foi colocado para fora anos atrás, mas tem-se falado também numa possível volta de Roque Piantino (ex-Nelson Maia).
Talvez a disputa mais sensacional com lances que remonta a história esteja na Secretaria de Agricultura e Pecuária, onde os primos Alexandre Maia e João Carlos Caixeta (também ex-Ataíde) dividem espaço com o um outro ex, Temo Santiago, que veladamente é tido dentro do partido como uma das decepções do último mandato, compensando isso com muita proximidade aos eleitos. Para Alexandre essa seria a derradeira chance, depois de não emplacar nada na esfera federal e também na estadual, ser renegado na municipal seria mais complicado de explicar que a frustrada aventura pela “Nilza”. Diante de um possível não aproveitamento do Caixeta na Agricultura, o nome de sua mulher, Carla Caixeta (assim como o marido também ex-diretora do Ataíde) poderia aparecer na Secretaria de Assistência Social, mas lá ela estaria disputando a vaga com ninguém menos que Alexandre Dentista e Gilberto Ribeiro.
A sempre badalada Secretaria da Saúde talvez seja a mais complicada equação a ser resolvida, os doutores Nilo Parreira Jr., Luiz Carlos Lima Reis e Fabian Lemos (genro do Nilmário Miranda) aparecem num empate técnico, sendo essa escolha de suma importância para o futuro governo, pois depois da ação do Ministério Público que representou uns 90%, a saúde com mais ou menos 5% foi o que mais influenciou na eleição. A Sictur (indústria, comércio e turismo) é muito pouco falada, mas não devia ser assim. Dessa forma, o nome de Renatinho Ourives aparece como forma de apaziguar uma bem possível não escolha do seu irmão na Secretaria de Saúde, deixando para trás o de Netinho do Leodor, mas fala-se também que pode pintar uma surpresa nesta pasta. No “Obras” têm-se os nomes de Toninho Pastor e Osório, ex-diretor e ex-secretário respectivamente, mas uma indicação do arquiteto César Tadeu Elias ou outro qualquer do Núcleo dos Arquitetos não está de todo descartada. Comenta-se que seria uma forma de ganhar espaço na mídia... Seria inteligente e oportuno... No “autônomo” SAAE, os colegas de trabalho Paulinho, Ângela, Rosa e Abelardo podem herdar o cargo de diretor, segundo informações vindas da Praça da Matriz. Barbada mesmo só na Secretaria de Fazenda, é Domicílio ou quem ele indicar.
Outros dois lugares, que apesar de não terem status de secretaria, que apresentam uma boa disputa são: o Departamento de Esporte, que têm o Samir, o Cláudio (Bolão) e o bem votado Nardão; e a Assessoria de Imprensa onde aparecem Ezinho Joeli, Marcos Lopes, José Carlos Kallas e Durval como “pretendentes”. No importante Departamento de Compras dizem por aí que não tem disputa, afinal, time que “ganha” não se mexe. Para encerrar vejo que uma constatação é muito simples, surpresas serão muito bem vindas. E aos que não forem convidados dois são os caminhos a serem seguidos. O primeiro é o de aceitar um possível desvio de função ou ficar nos escalões inferiores, o que para quem está chegando é aceitável, mas para quem já foi secretário é meio esquisito. Podem também fazer uso da estratégia ensinada por Tancredo Neves, digam que foram convidados e que não aceitaram. Expediente que já vem sendo usado por alguns.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Verdadeiras Milícias

Vendo uma matéria sobre o modo de atuação das milícias cariocas algumas coisas me chamaram atenção. O autor da reportagem narra a forma cruel como eles impõem suas vontades. Outrora tidos como justiceiros, no sentido de quem faz justiça, sabe-se agora que estão muito longe disso, sendo na verdade criminosos que vivem da exploração das pessoas, mesmo dos de bem. Assim o fazem sempre através de extorsão mediante chantagem, ameaças e etc., sendo que agora nem mesmo este expediente se torna necessário, pois, comerciantes e moradores dos locais dominados pelas milícias, vendo o que acontece com aqueles que ousam desafiar as mesmas, de bom grado já dão sua “contribuição”, firmando ali uma espécie de acordo, no qual também tentam levar vantagens com a retaguarda dada pelas milícias. Mas podemos notar um “modus operandi” similar a este aqui mesmo em nossa cidade.
A imprensa, ou melhor, a parte suja dela, vem agindo desta mesma forma. Fica muito evidente o que é feito com aqueles que ousam não pagar a “diária”. Fácil por demais notar a tentativa de aniquilamento destes, pois essa teimosia deles pode se tornar perigoso para o negócio. Por outro lado, aqueles que se “enquadram” são ovacionados até mesmo por seus atos de covardia e submissão. Façamos o exercício do pensar, quantas vezes você já leu elogios a políticos e pessoas que estão à frente de instituições (fundações, cooperativas, associações e etc.) que na mesma proporção fazem anúncios no órgão de imprensa que vocês estão pensando agora? Coincidência?
Por outro lado, aqueles que resolveram erguer sua voz e enfrentar estes, vêm sendo perseguidos com todo ardor. Simples demais para qualquer um perceber isso, apenas um olhar mais atento e vê-se a forma como os desafetos, que na verdade nada mais são que aqueles que não aceitaram pagar a milícia, são tratados nas obscenas páginas do “seu negócio”.
Nos últimos dias, pode-se também com muita facilidade notar o desespero que assola o mesmo, pois com um grande negócio fechado com pagamento futuro, ocorrendo uma probabilidade de não concretização, em vez de reportagens jornalísticas, estampam-se nas suas folhas uma verdadeira campanha em prol do “deixe isso debaixo do tapete” (varrido já tava). Como pode, afinal de contas, não éramos nós (ou eles, sei lá) os defensores da transparência, baluartes da ética. Mas com a possibilidade do “cheque pré-datado” virar “cheque sem-fundos”, o falso discurso mudou rapidinho, caiu a máscara... Pois afinal, se isso ocorre, receber como? De quem? Aí a uva poderia secar não é mesmo, pois há anos a parreira é regada desta forma.

Carta aberta ao Sr. Roque Piantino ou J. Gaglianico Jr

Caro Roque, a intimidade de chamá-lo assim vem do fato de já termos trabalhado junto na prefeitura municipal e ter tido até mesmo a honra de receber do senhor um elogio há alguns anos atrás num artigo seu. Agora sou eu que gostaria muito que lesse dois artigos que escrevi, um na época da saída de meu pai do PMDB, que foi publicado na Folha da Manhã (Direito de resposta ao Presidente do PMDB de Passos) e outro que saiu agora no www.passosnews.com (Eleições Municipais – Executivo – Parte 2 – Patrocinadores). Para facilitar estou lhe enviando os dois.
O primeiro é sobre toda a motivação da saída de meu pai do partido no qual ficou mais de 40 anos, esse nunca foi respondido pelo então presidente do PMDB ou por qualquer outro membro do partido, pois a verdade era irrefutável. Na eleição onde o senhor diz que o PMDB ajudou meu pai, tivemos até que brigar por seu direito de discursar num comício no bairro São Francisco, porque criaram, de forma pensada, uma regra de apenas dois ou três discursos por candidato durante a campanha, o que favorecia aqueles que fazem suas campanhas com outros focos, principalmente o do dinheiro farto. Favorece também aqueles que não falam tão bem em público, como o candidato do presidente da época e o do atual (não é uma crítica, é somente uma fácil constatação). O senhor sabe muito bem que a eleição para vereador se disputa é dentro do partido. Nunca fomos favorecidos dentro do PMDB, nossa campanha era entre amigos e familiares. Ninguém se elege em Passos sem os votos dos demais vereadores da sua coligação, mas meu pai não ficou na vaga da sobra, foi o mais votado da sua. Naquela que seria sua única derrota em eleições como candidato, sendo o primeiro suplente depois de 8 vitórias, sequer foi lembrado num primeiro momento para fazer parte da administração, sendo somente dois anos depois chamado as pressas para apagar um foco de incêndio que perigava se alastrar e atingir a sala do lado, a do próprio prefeito (acho que não preciso entrar em detalhes). Esse papo furado de preferido do partido nunca nos enganou ou iludiu, a verdade nós sabemos bem e a prova está aí. Lá meu amigo, você vale enquanto está dando retorno para eles, depois é outra história, que alguns já vão começar a sentir daqui a pouco.
O outro artigo a que me refiro (Eleições Municipais – Executivo – parte 2 – Patrocinadores), diz respeito à dinheirama dessa campanha. Conhecendo o senhor, sei que não está tão inteirado dessas coisas e nunca se “compaquituaria” com isso. Neste caso também existe um silêncio, ninguém veio a público se pronunciar. Já que se lembrou do Maradona e a hora de parar, reverenciando Pelé. Digo que a vida é muito maior que a “carreira”, seja ela qual for. Por exemplo, essa semana a internet falou muito dos dois. Pelé sendo acusado pela ex-mulher de infidelidade, por seu desprezo com a filha que teve fora do casamento, a família e etc. Já Maradona acaba de ser convidado para ser o novo técnico da seleção da Argentina, fato narrado pela imprensa do mundo todo como “a volta por cima do ídolo”. A vida é cheia de altos e baixos, a gente nunca pode dizer que alguém ou algo chegou ao fim, não é mesmo.
Quanto a meu pai, ele vai ser lembrado por ter disputado 10 eleições, vencido nove, ter participado de forma decisiva da eleição do sucessor, deixando sua vaga do PSDB para o seu escolhido. Pois é, o corajoso Waldemar não se escondeu como outros e apoiou um jovem candidato, e não é que o rapaz foi eleito. Palavras do mesmo: “graças ao Waldemar” (digo que não só, o Dentinho é um grande ser humano, um rapaz de família, um homem temente a Deus). Waldemar vai ser lembrado também como esposo fiel, pai exemplar, avô, tio, sogro, amigo e etc. A vida é muito maior que a política, porém nessa, será reverenciado como o mais fiel companheiro e também um ferrenho adversário, independente do lado, não é mesmo. Não será a opinião da “Folha”, do Parreira ou de qualquer dos seus discípulos que vão determinar o que é história, ou o que fica para a história.
Mas engraçado Roque, ninguém fala do parecer do Dr. Paulo Márcio da Silva sobre as contas rejeitadas, dos que votaram a favor na época, do porque fizeram isso. Ninguém faz uma reportagem sobre o fato. Parece que não se que tocar nesse assunto, querem somente que enterrem o caso, isso é no mínimo estranho para gente tão “transparente”.
Sei que escreveu conhecendo somente um lado da história, espero que meu artigo, que torno a falar, foi publicado na Folha da Manhã na época e ninguém teve peito de desmentir, lhe mostre um pouco dos bastidores do PMDB passense, um partido, como todos os demais, fisiológico tão somente. Com relação ao título do seu artigo, um tanto chulo: “Obrando no prato que comeu”. Posso lhe garantir que tudo o que comemos, pelo menos na minha família tem sido assim, é fruto do nosso trabalho. Também lhe digo, posto que nunca nos mais 40 anos do meu pai no PMDB o senhor esteve lá, que ele e mesmo nós, seus familiares, trabalhamos muito por aquele partido também, que hoje está nas mãos de gente que nunca trabalhou na vida.
Abraço e fique com Deus. Com respeito, Waldemar Júnior.

De volta para o passado

Na década de 70 e começo dos anos 80 existiam dois dispositivos de Trânsito que eram amplamente difundidos e usados de forma indiscriminada, sem nenhum critério técnico, estamos falando de quebra-molas e semáforos. Davam as cidades um pseudo ar de grandeza, mas sabem como é, prefeitos do interior adoram estas coisas. Mas será que essa moda voltou? Mesmo existindo hoje em dia uma série de dispositivos de controle de velocidade, na Philadelphia (Estados Unidos) existe até quebra molas virtual, por aqui estamos vendo a volta, depois de mais de uma década sem a construção de nenhum, dos quebra-molas. Tivemos também a implantação de semáforo obsoleto (leia-se esquina do Tula).
Isso me fez lembrar de uma piada sobre um Prefeito que ganhou certa quantidade de asfalto do governador, porém este, não queria que o mesmo contasse aos demais alcaides, então pediu: não “esparrama”. O prefeito do interior cumpriu a risca, fez uns quebra-molas com o asfalto. Realmente não esparramou, mas deveria, aqui em Passos também. Talvez na Avenida Arouca, na Perimetral...
Confirmando que o Código Brasileiro de Trânsito recomenda a implantação de redutores de velocidade somente em última instância, ainda sim apenas desses dois modelos: Tipo 1, com comprimento de 1,5m e altura de até 0,08cm e, tipo 2, com 3,7m de comprimento e 0,10cm de altura. Ambos devem ter largura igual à pista, mantendo-se as condições de drenagem superficial. Nas vias em que trafegam ônibus e veículos pesados, as ondulações não podem ultrapassar a altura de 8 centímetros.
As críticas à implantação de redutores na cidade são feitas com base na interpretação do Código Brasileiro de Trânsito (CBT). A questão é simples, o código só permite a implantação desde que haja estudos de engenharia de tráfego e acompanhamento posterior. Quem argumenta em defesa dos quebra-molas, equipamento de segurança de trânsito mais barato, o considera imprescindível para a legítima defesa dos pedestres, com o discurso de que o carro não é o mais importante, dizendo ser uma valorização da vida dos transeuntes. Ora, pois, mais fácil do que fiscalizar e educar é mesmo... e joguemos o CTB e suas resoluções no lixo.

domingo, 19 de outubro de 2008

Eleições Municipais – Executivo – Parte 2 - Patrocinadores

A campanha eleitoral deste ano, como sempre, trouxe algumas novidades que podem ser facilmente notadas. Porém, um elemento novo nesta, pode vir a ser, confirmando-se as evidências, o que de mais nefasto já aconteceu na política passense, com conseqüências que não se pode mensurar. Falo de novas fórmulas de captação de recursos para campanha.
Aquela velha prática de conseguir recursos junto a empresas (1) que mais tarde acabam prestando algum “servicinho” para o município foi maquiavelicamente ampliada. Além da maneira já citada, tudo indica que na campanha deste ano tivemos acordos prévios que incluem desde infra-estrutura bancada pelo município que privilegiará futuros empreendimentos particulares (2) até a “venda” de cargos na administração (3). Sei que isto não é nem um pouco original e tão pouco fácil de ser provado, pois as prestações de conta que os partidos apresentam à Justiça Eleitoral camuflam tudo, um verdadeiro “faz de conta”. Mas nada, nada se iguala ao dinheiro sujo (4) oriundo do que há de mais perverso. “Gente” que não se compadece nem com as lágrimas de mães e pais, nem com o desespero e ruína de famílias inteiras. Isto posto a financiar jornais, outdoors, panfletos e outros, pela primeira vez por aqui, pelo menos que se tem notícia.
Para captação deste recurso, senhores de respeito até então, entregaram as legendas nas mãos de verdadeiros “laranjas”. Estes partidos passaram a ser comandados por gente sem nenhuma expressão política, conhecidos pela falta de caráter e um invejável currículo quando o assunto são desvios de conduta e falta de ética, mas que até então eram afeitos apenas a pequenos golpes, e reconhecidos também pela aversão ao trabalho, pois já com certa idade ainda são sustentados por seus parentes. Essa carreira sem nenhum brilho, com algumas conhecidas “bolas nas costas”, talvez fizessem destes o tipo perfeito para este “trabalho”. Diante desses fatos, o que vimos foi uma farra total, o dinheiro sujo que sobrou no caixa deu até para estender a disputa e tirá-la do chamado campo político, um desvio de foco provavelmente como estratégia. Alguma vez já se viu sobrar tanto dinheiro em uma campanha política na nossa cidade? Estranho... não?
Poderíamos até esperar algo deste tipo vindo destas pessoas, mas, e dos demais, os verdadeiros mandatários destes partidos. Falo dos “probos senhores” que de dentro dos partidos assistem a tudo isso calados. Será que não se perguntam de onde vem o dinheiro, em troca de que e qual será o preço a se pagar? Já foi dito que diante da gana pelo poder “as amizades ficam relativas, a moral fica relativa, as convicções ficam relativas, tudo fica relativo”.
Num primeiro momento iremos todos pagar a conta de forma igual, ou melhor, proporcional, digo isso em relação às três primeiras fontes de recursos citadas e captadas para campanha. Mas em relação à última (4), muito mais próximo que se possa imaginar, pagará cada um dos envolvidos de acordo com a sua participação ou omissão nesta história. E não pensem esses “senhores” que estarão isentos de culpa simplesmente pelo fato de lavarem suas mãos como fez Pilatos.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Eleições Municipais – Executivo – Parte 1 - Resultado

Poderia começar esse artigo com a conhecida frase: “Eu já sabia”, ou ainda, de forma meio arrogante, dizer que errei por 11 votos. Os que são próximos a mim podem facilmente confirmar isso. A vitória do Dr. José Hernani Silveira da coligação encabeçada pelo MPDB sobre Ataíde foi sendo construída há algum tempo, somente aqueles movidos pela paixão, que cega, não viram. Depois de duas derrotas consecutivas, uma para prefeito, para próprio Ataíde e outra para deputado, derrotado em Passos pelo Dr. Jose Orlando (Tuta), Hernani contou desta vez, além do seu carisma e da já conhecida militância, com uma valiosa e decisiva ajuda para ser reconduzido ao cargo máximo da cidade. A derrota do atual prefeito Ataíde Vilela (PSDB) começou a ser escrita na chamada “operação caminhada”, realizada pelo Ministério Público (MP) Estadual.
Para continuar minha análise devo aqui abrir um espaço para pesquisa. Em “Direito e Política: o Ministério Público e a defesa dos direitos coletivos”, de Rogério Bastos Arantes, colhemos alguns números interessantes. Na avaliação de desempenho de órgãos e poderes, o MP estadual obteve 69% entre ótimo e muito bom. Somente para fazermos uma comparação, o Governo do Estado obteve na mesma análise 15% e a Assembléia somente 4%. Quando a pesquisa fala sobre a contribuição dos agentes para o alargamento e consolidação dos direito difusos, coletivos e individuais, aí o MP tem 89% de alto e muito alto, sendo que o executivo não passa de míseros 7%. Quando a pesquisa é feita de modo inverso, apenas 9% responsabilizam o “Parquet” pelo mau funcionamento da justiça. Em síntese, a avaliação do MP junto à opinião pública bate até a do Lula.
Voltando a questão da eleição propriamente dita, longe querer eu desmerecer a vitória do candidato peemedebista, pois até existia uma outra opção de oposição e foi Hernani o escolhido pelo eleitor. Mas na verdade o que vimos foi um julgamento político do atual prefeito diante das acusações que vem sofrendo do MP. Não vou também adentrar muito na condução das coisas pelo MP depois de todo embrolho que se sucedeu com a “operação caminhada”. Constitucionalmente legítimas as ações do MP, foram bastante motivadas pela reação como o prefeito e seus assessores se comportaram. Maus meninos, respondões... Só um pequeno senão se me permitem, podiam ter deixado para depois aquela última ação que apareceu, já que era um caso de 1999, meio esquisito vir à tona dois dias antes da eleição. Mas pra que correr risco, afinal de contas, como os números mostraram no final, até então, se pensarmos numa eventual pesquisa que se poderia ter em mãos, 49 a 45 estaria apontando para um empate técnico.
Não cabe também ao Ataíde reclamar do modo como agiu parte da imprensa passense, principalmente na reta final da eleição. Já devia estar preparado para o pagou-levou de sempre, que em época de eleição todo mundo sabe que ali vira um leilão. Ficaram até chateados com a concorrência da Festa da Penha, lembram do “Igreja caça-níqueis” (dou-lhe uma, dou-lhe duas e dou-lhe três). Mas, afinal de contas, quem já bebeu nessa fonte quatro anos atrás, não tem muito que reclamar.
O atual “arrebenta prefeito” funcionava assim, o sempre competente MP agia dentro da legalidade e os jornais sofismavam a vontade, enfim, vivemos nós numa democracia e como nos brindou um demagogo ministro, essa é irmã siamesa da imprensa.
A história de Davi e Golias engana muita gente desavisada por aí. O desafiando gigantes, somente com o aval e apoio do Senhor, caso contrário é suicídio. Ataíde, diga-se de passagem, muito mal assessorado nesta área, esqueceu que o julgamento político se difere em muito do julgamento do direito. Somente para mostrar apenas um ponto, no último o tempo é aliado, ao contrário do ocorre no primeiro.
Resta ainda um alerta, o grande número de votos brancos, nulos e abstenções, que chegou a quase 22%, são mais de 15 mil desiludidos. Antes que eu esqueça, já que não o fiz antes das eleições neste espaço e para que não haja nenhum mal entendido, meu voto foi em Ataíde. Fiquei pela máxima de que todos são inocentes até que se prove o contrário. Se provado as denúncias contra o prefeito, serei o primeiro a vir a público declarar minha indignação, caso contrário, vou me sentir lesado por um estelionato político. Ah, não se enganem em relação ao MP, pois lá, “pau que dá em Chico, dá em Francisco também”.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Por trás da notícia

Por trás de uma notícia existem várias intenções. Uma mesma história pode ser narrada de inúmeras maneiras diferentes. Vejamos como seria noticiada a conhecida história de chapeuzinho vermelho em diversos meios de comunicação que conhecemos:
“JORNAL NACIONAL (William Bonner): 'Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo na noite de ontem... '. (Fátima Bernardes): '... mas a atuação de um caçador evitou uma tragédia'. PROGRAMA DA HEBE (Hebe): ‘... que gracinha, gente. Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo? '. CIDADE ALERTA (Datena): '... onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? Cadê as autoridades?! A menina ia para a casa da avozinha a pé! Não tem transporte público! Não tem transporte público! E foi devorada viva... Um lobo, um lobo safado. Põe na tela!!! Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo não... ' REVISTA CLÁUDIA' - Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho'. REVISTA NOVA' - Dez maneiras de levar um lobo à loucura na cama’. FOLHA DE S. PAULO - Legenda da foto: 'Chapeuzinho, à direita, aperta a mão de seu salvador'. Na matéria, box com um zoólogo explicando os hábitos alimentares dos lobos e um imenso infográfico mostrando como Chapeuzinho foi devorada e depois salva pelo lenhador. O ESTADO DE S. PAULO - 'Lobo que devorou Chapeuzinho seria filiado ao PT'. O GLOBO - 'Petrobrás apóia ONG do lenhador ligado ao PT que matou um lobo para salvar menor carente'. ZERO HORA (Porto Alegre) 'Avó de Chapeuzinho nasceu no RS'. AQUI - Lobo pedófilo: sangue e tragédia na casa da vovó'. REVISTA CARAS (Foto da menina na banheira de hidromassagem) Chapeuzinho fala a CARAS: 'Até ser devorada, eu não dava valor para muitas coisas da vida. Hoje sou outra pessoa. '. PLAYBOY (Ensaio fotográfico no mês seguinte) 'Veja o que só o lobo viu'. REVISTA ISTO É - Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente'. G MAGAZINE (Ensaio fotográfico) 'Lenhador mostra o machado'. SUPER INTERESSANTE - 'Lobo mau: mito ou verdade?'. DISCOVERY CHANNEL -'Vamos determinar se é possível uma pessoa ser engolida viva e sobreviver'. REVISTA VEJA - Exclusivo: Lula sabia das intenções do lobo.”(autor desconhecido)....
Mas, e por aqui, como seria passada essa notícia em Passos?
TV INDEPENDÊNCIA – Com certo atraso e sem querer se comprometer muito traz: Você no foco entrevistas atores da peça “Chapeuzinho Vermelho” encenada no Teatro Rotary. Pausa para: propaganda da FESP... informativo da FESP... noticiário sobre vestibular de inverno FESP...
FOLHA DA MANHÃ - “MP investiga suposta ligação de Ataíde com Lobo Mau”.
Na página 02, durante uma semana todos os adversários e inimigos do prefeito emitiriam suas “opiniões” sobre o caso. Nas “Cartas do leitor”, assinadas geralmente por D.H.S, G.B.P, L.P.Q., cartas parabenizando a matéria e a iniciativa do MP e do jornal. Já na página 03, nos chegam os detalhes sobre o caso. Título: FONTES GARANTEM TER VISTO PREFEITO COM O LOBO. Geralmente essas fontes são fidedignas: um ex-assessor demitido que resolve contar tudo que “sabia”, mas que nunca disse enquanto esteve lá recebendo seu salário para aparecer de vez em quando. Outra vez é um indignado cidadão, coincidentemente ex-motorista do candidato da oposição. Mas pode ainda ser o dono de uma empresa que prestava serviço ao município no mandato anterior (do candidato da oposição). Ou ainda um advogado com passagens históricas: a venda de uma ação popular para um ex-prefeito (coincidentemente o candidato da oposição, que também era o patrão motorista anteriormente citado). A outra do referido Doutor é aquele contrato suspeitíssimo que fez com um vereador de oposição para trabalhar na câmara dividindo seu salário com outro que realmente ia ao local. Mas isso tudo tem muito valor, afinal de contas, são pessoas de uma idoneidade moral incontestável. Como diria Raul Seixas: “eu não preciso ler jornal, mentir sozinho eu sou capaz”. Desculpem-me por pensar e volto a repetir: "desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual”.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Ficha Suja

Não sei se este seria o melhor título para este artigo, pensei anteriormente em HIPOCRISIA, mas deixa assim mesmo, isso pouco importa. Pensei muito em não escrever nada referente ao pleito municipal que se aproxima, mas quem me conhece sabe que isso é quase impossível. Olhando para a lista de candidatos a vereador, notei a ausência de algumas figurinhas conhecidas e que sempre estão aí disputando uma vaga à nossa Câmara Municipal. Na lista estão minha amiga Marli, o Olímpio do São Francisco, o Renatinho Ourives (um dos mais votados do último pleito), meu pai Waldemar Ribeiro (dez eleições, nove vitórias), o Alexandre Dentista (campeão de votos em 2004) e o petista Auro Maia.
Pensando nas últimas três eleições, todos esses seriam nomes fortes a uma vaga na egrégia casa da edilidade passense. Quase todos têm uma explicação ao menos plausível para estarem de fora da disputa deste ano. Alguns tentaram emplacar vôos mais altos, porém, com asas ainda curtas não decolaram (leia-se Renatinho Ourives e Alexandre Dentista, esse claramente renegado junto ao PMDB para vice). Minha amiga Marli, apesar de não ter ouvido isso dela, creio que ainda não se refez do duro golpe que sofreu do seu ex, o PT. O Olimpão cansou de quase, logo agora que sem o Waldemar e o Alexandre Dentista vereadores do seu bairro, entendo que suas chances aumentariam, mas... O Waldemar já havia anunciado no último pleito que não mais seria candidato, qualquer que fosse o resultado, apesar de ser político, cumpriu mesmo.
Parágrafo especial para o Auro Maia. O ex-vereador escreveu num dos seus artigos que o povo está sentindo falta do PT na Câmara. Na última vez que lá estiveram foi com dois vereadores, ou seja, se elegerem dois agora, isso será realmente comprovado. Se fizerem um só, quer dizer que nem tanto assim, não daria para falar em saudade. Se não elegerem nenhum será como se a cidade dissesse que não fazem falta alguma. Mas voltando ao Auro propriamente dito, quis eu saber o porquê do jovem político, que pelo jornal local anda até mesmo fazendo palestras sobre ética na política, não ser candidato, posto que, como já disse, poderia até ter chance. Para minha surpresa, haja vista que isto não saiu em lugar nenhum (óbvio), o rapaz teve seus direitos políticos cassados. Aliciamento de menores ou algo parecido.Olha a moral, que fichinha “limpa”, heim... Fica ainda uma pergunta: Pode assim mesmo exercer o cargo de assessor parlamentar? (que nada mais é que um financiamento público de partido político). Mas esse pode. Pobres hipócritas, mas um dia isso vai mudar, no dia que os passenses tiverem mais e honestas fontes de informação. Aos que assistiram a sua palestra fica um alerta, façam o que ele fala, mas não façam o que ele faz.

terça-feira, 20 de maio de 2008

A Inquisição Passense

Uma das mais importantes garantias constitucionais, a "presunção de inocência" tem origem no Direito Romano e forte influência do Cristianismo. Através dela qualquer acusado passa a ser sujeito de direitos dentro da relação processual. Está assim na Constituição da República Federativa do Brasil, mais precisamente no art. 5º, inciso LVII: "Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória". Os doutos da lei sabem disso muito bem, porém, calados estão e emudecidos ficam quando não é eles ou nenhum dos seus clientes que tem esse direito agredido. Observe-se que a C.F. não diz expressamente "presunção de inocência", contudo não deixa dúvida alguma dessa. Também a Declaração Universal dos Direitos do Homem, diz no seu artigo XI declara: "Todo homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa”.
Esqueci de falar que isso não está valendo muito aqui pra Passos. Por aqui, a acusação se equivalente à culpa. Seriam “estes” (os que assim agem) “reencarnações na ardeia” do famoso Tomás de Torquemada, um símbolo de crueldade e intolerância, um dos mais famosos inquisidores. Ou estaríamos nós a presenciar algumas vinganças pessoais. Nem me rogo ao jornal da cidade, pois esse caminha para a mediocridade tamanha as loucuras e devaneios. Ao noticiar processos que estão apenas na inicial, sem pé e nem cabeça, que todos sabem não ter nenhum embasamento legal ou real, fruto apenas do oportunismo político de alguns espertalhões, esse pode até enganar alguns menos esclarecidos, mas para aqueles que pensam, fica a certeza de se tratar de uma imprensa marrom e que abriu mesmo mão da qualidade editorial em troca das benesses que podem alcançar com esse tipo de atitude. Se fossemos agir assim com relação ao mesmo, leia-se “Folha de Manhã”, poderíamos afirmar então que essa é culpada por mais de uma centena de crimes, pois esses são os números de processos que figuram contra o infame pasquim.
É importante todos entenderem a filosofia da teoria da presunção da inocência, assim, fecho com as sábias palavras de Rui Barbosa: "Não sigais os que argumentam com o grave das acusações, para se armarem de suspeita e execração contra os acusados. Como se, pelo contrário, quanto mais odiosa a acusação não houvesse o juiz de se precaver mais contra os acusadores, e menos perder de vista a presunção de inocência, comum a todos os réus, enquanto não liquidada a prova e reconhecido o delito”.

O prefeito e a luta de boxe

Passei os últimos meses a entender e analisar friamente os reflexos da operação que o Ministério Público realizou junto a Prefeitura Municipal de Passos, já adianto que continuo sem entender o nome desta, pois conforme disse num artigo escrito na época, todos fazem menção a algum fato correlato ao caso e, passado esse tempo todo, nada de aparecer o porquê de “caminhada”, contudo prossigamos, sem trocadilho. Diante de tudo que já foi dito a respeito e também da prisão de 14 prefeitos, sendo 12 de Minas, inclusive de cidades bem maiores que a nossa, como por exemplo, Juiz de Fora e Divinópolis, fiquei intrigado porque aqui nada disso ocorreu. Assim, não cabe mais pensar que isso se deve a força do prefeito de Passos, diante dos fatos que vem ocorrendo no país, isso é ridículo. Com certeza os motivos foram outros.
Aproveitando o assunto fiz uma breve pesquisa também sobre cassação de políticos e pasmem, olha só o resultado: de 2000 até 2006, 623 mandatos de políticos foram cassados. Houve um crescimento exponencial de punições pela lei, já que, de 2000 a 2002, 150 mandatos foram cassados, mas entre 2004 e 2006, este número superou 450 cassações. De lá pra cá não consegui apurar, mas deve ter sido mais um tanto. Das 623 cassações registradas desde 2000, quatro são de governadores e vice-governadores, oito deputados federais, 13 deputados estaduais, 508 prefeitos e vice-prefeitos, e 84 vereadores. É muita gente mesmo. Somente de curiosidade, o ranking dos partidos é liderado pelo DEM - Democratas, (20,4%). Em seguida estão o PMDB (19,5%) e PSDB (17,1%). No total, 21 partidos fazem parte do ranking. Triste saber que o estado campeão é o nosso, Minas Gerais, com 11,39% do total de casos.
Voltando aqui para Passos, penso que talvez esse não fosse o intuito, ou será que faltaram provas, verdadeiramente não sei. Talvez o estrago que se procurasse era o eleitoral e esse realmente foi feito. O prefeito que até então detinha o controle das ações passou a ter que se defender daí a comparação que faço no título deste artigo. Você sabe quando um pugilista vem dominando a luta e que ganharia tranqüilo por pontos, até que recebe um golpe e cai. Forte que é, esse ainda se levanta, vai para o “córner”, se recompõe e volta para a luta, porém agora já não ganha mais por pontos, sabe que terá que derrubar o adversário. Também tem ciência que não pode partir pra cima naquele momento, pois pode levar outro “golpe” (estou falando na linguagem do boxe) e aí não dá mais para voltar. Difícil essa situação, não me perguntem como será esse final, pois isto também não sei. Contudo, não gostaria que essa luta terminasse por pontos, pois assim o resultado poderá não ter sido o mais justo.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Mais um

Depois de uma longa agonia parece que o futebol “profissional” de nossa cidade chegou ao fundo do poço. Várias vezes tentaram reviver o famoso esporte bretão por aqui, mas iguais foram essas tentativas sem sucesso. O futebol, paixão de nove entre dez brasileiros já não era, para a grande maioria dos passenses, uma realidade, muito menos uma necessidade, ou pelo menos algo que valesse um sacrifício maior, como por exemplo, deixar de assistir seu time na TV, ou mesmo acordar num domingo pela manhã para ir ao estádio.

Afinal de contas, estamos mesmo nos acostumando a ser chamados da “cidade do já teve”, desta forma, é somente “mais um”. Ironia é lembrar que esse é o grito que ecoava no “Starling Soares” quando o verdão marcava um gol, bons tempos aqueles, cinco mil pessoas ou mais no estádio. Então, o que levaram agora foi somente a expectativa de alguns? (diga-se de passagem, bem poucos, a média de público não chegou a quinhentos). Não é bem assim, o nome da cidade foi mais uma vez arranhado. Já tão desgastado por operações e perguntas sem respostas, coisas feitas sempre sob um estranho processo, onde o meio parece ser o fim, corre nos noticiários de todo o Estado sob duras críticas o WO (placar dado quando uma equipe não comparece para o jogo).

O futebol profissional já dava claras demonstrações de inviabilidade financeira na nossa cidade, sendo quase sempre usado somente como trampolim político. Mas esse foi só “mais um”, outrora foi o carnaval, festival.... Mas Passos não é isso, isso é o que alguns querem que pensemos que somos. Recorro a um trecho do poema “Tabacaria” de Álvaro de Campos (um dos heterônimos de Fernando Pessoa): “Fiz de mim o que não soube... E o que podia fazer de mim não o fiz. O dominó que vesti era errado. Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. Quando quis tirar a máscara... Estava pegada à cara”. Não podemos deixar isso acontecer, temos que resgatar o orgulho de sermos passenses, retomar um caminho de grandeza para novos e melhores 150 anos.

Ainda sob influência poética, temos que a cidade é um lugar singular, diferenciado pelo sentimento de orgulho daqueles que nela vivem. O que faz a sua cidade única são as particularidades (no interior, o time de futebol da cidade é uma delas) e o seu povo. Uma cidade não é só os prédios, casas e terras que a constituem, mas principalmente o amor de sua gente, por isso, é bem mais que um aglomerado de pessoas. Uma característica marcante nas cidades é que todos, nativos ou não, de diferentes credos, cores e idéias, convivendo num mesmo espaço, cada um a seu modo, mas quando chamados em conjunto, ou seja, quando o nome da cidade estiver em jogo, respondam sempre sim, prontos a defendê-la.

Levanta-te Passos e caminha, pois teu nome não lhe permite ficar parada. Sob o raio dos versos de “Pessoa”, tenho comigo, sem nenhuma dúvida, que o Rio Grande é mais belo dos rios, porque “é o rio que corre pela minha aldeia”.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Sonhar, mas com o pé no chão

Esses dias eu ouvi falar novamente em se construir um Anel Viário na cidade de Passos. Fez-me lembrar da campanha eleitoral passada onde o assunto esteve na moda. Eu mesmo embarquei neste sonho, era algo como o samba da mocidade: “... não custa nada sonhar... viajar nos braços do infinito, onde tudo é mais bonito, nesse mundo de ilusão”.
“O Anel Viário será a união das rodovias, com avenidas já projetadas, algumas a serem criadas e outras existentes. Essa ligação melhorará o tráfego pela cidade, facilitando a entrada e saída da cidade, assim como o acesso a bairros distantes um dos outros. Outro ganho fundamental será o trânsito de veículos pesados que passará a usar o Anel Viário, melhorando a fluidez, muitas vezes evitando que esses passem pelo centro e conseqüentemente preservando o asfalto das vias que hoje são utilizadas por esses veículos... o projeto irá prever a continuidade de algumas vias que servirão de alimentadoras deste...” (eu mesmo falando como Diretor de Trânsito há quatro anos atrás). Junto tinha até um mapa com o traçado do “anel viário”. Então, faço aqui um mea culpa, pois hoje tenho maturidade para enxergar isto como simplista demais, mas até vale como um lançamento de programa.
Recentemente, o vereador Renato Andrade apresentou requerimento dirigido ao prefeito Ataíde Vilela solicitando a realização de estudos para a construção do Anel Viário de Passos. Legítimo papel de um vereador, pois realmente a construção de um anel viário diminuirá o fluxo de caminhões e carretas pelas ruas do centro da cidade, evitando o desgaste do pavimento e desafogando o trânsito nas principais vias, além disso, diminui os riscos de acidentes e a poluição sonora. Mas esse tem mesmo que ser fruto de um amplo estudo, com capacitados e experientes projetistas da área. Poderia ser convidado o Hildan Godói do DER para coordenar, como passense de coração com certeza toparia, pois um projeto dessa envergadura, que com certeza deverá ser analisado por autoridades do assunto, não pode ser feito de qualquer forma e nem através de concurso.
Enquanto isso não acontece, quem sabe vamos abrindo algumas vias que hoje estão interrompidas ou inacabadas, como por exemplo: continuação da Av. José Caetano de Andrade (ligando pelo menos até a Av. Sabiá); Av. da Estação (com Rua Goiás); Av. Perimetral (toda); Rua Santa Casa (até no alto da Penha); Av. Montese (até a Av. JK); Av. Francisco A. Maia (até no Jd. Polivalente); Rua Amapá (ligando à Bernardino Vieira); entre outras. Isto, e um bom “tapa buracos”, daqueles que se trata a área afetada, pois como é feito hoje eles sempre voltam, igual gripe mal curada. Isto já ajudaria bastante, pois um projeto sério de um Anel Viário na nossa cidade, obrigatoriamente necessitará de parcerias do governo estadual ou federal, caso contrário, “é só sonhar, só sonhar, e é tão frágil, quanto o ramo ao vento, ao léu”.

domingo, 23 de março de 2008

“Sempre ou Nunca”

A palavra sindicato tem raízes no latim e no grego. No latim “sindicus” denominava o “procurador escolhido para defender os direitos de uma corporação”. No grego “syn-dicos” designava aquele que defende a justiça. Contudo, tanto em um quanto no outro vemos que sindicato está sempre associado à noção de defesa com justiça de uma determinada coletividade. Devendo ser ainda este uma associação estável e permanente de trabalhadores que se unem a partir da constatação de problemas e necessidades comuns.
Nos mais de duzentos anos de história, o sindicalismo foi impactado por diferentes concepções ideológicas, e ao longo dos anos, o movimento sindical ganhou um peso social, sendo uma força decisiva nos contextos nacionais. Pela própria caracterização de movimento, esse não é estático, transformando-se sempre; porém, nos tempos atuais, vem sofrendo muito com o novo e cruel sistema político econômico.
Como a lei brasileira não dá o significado exato de sindicato, sendo que eu não me satisfiz com o que encontrei, pois uma espécie do gênero associação é algo muito superficial, fui atrás de melhores definições, tentando entender qual a verdadeira função de um sindicato. Não sei se presunçosamente, mas me julgo um tanto esclarecido para fazer parte de um há tanto tempo, no caso o “Sempre”, Sindicato dos Funcionários da Prefeitura, e ainda não conseguir entender o seu verdadeiro papel.
Analisando o que vi até agora o nosso “Sempre” não se enquadra em nada nestas definições, portanto vamos nos aprofundar um pouco mais. Para Orlando Gomes esse pode ser sintético ou analítico. Sinteticamente, “é uma associação livre de empregados ou de empregadores ou de trabalhadores autônomos para defesa dos interesses profissionais respectivos. Enunciando, apenas, a situação profissional dos indivíduos e o fim de defesa de seus interesses”. De forma analítica esse pode ser entendido como “um o agrupamento estável de várias pessoas de uma profissão, que convencionam colocar, por meio de uma organização interna, suas atividades e parte de seus recursos em comum, para assegurar a defesa e a representação da respectiva profissão, com vistas a melhorar suas condições de vida e trabalho”.
Continua ainda muito difícil enquadrar o “Sempre” nestas definições, pois na sua história recente teve apenas dois momentos distintos, contudo, nenhum eles muito nobre. Ora foi o “Sempre” um sindicato pelego (onde o líder sindical é de “confiança” do governo e está lá a dizer amém), ora um sindicato partidário (usado politicamente e conduzido para e pela política partidária). É muito triste um movimento desta amplitude e importância, que poderia trazer enormes contribuições para a sua classe, tendo, como vimos nas definições clássicas um enorme e importante papel a desempenhar, se submeter a estes fins e, em ambos os casos, deixando os filiados, sua razão de existir, como meros coadjuvantes nesta história.Pior ainda é saber que a sua diretoria, marionetes em habilidosas mãos, que nada tem a ver com os filiados, não conseguem enxergar o tratamento que é dado aos sindicados depois que esses, usando dos mesmos, conseguem chegar ao poder.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Ano de eleição é assim mesmo

Ano de eleição é assim mesmo, mas não devia. Volto um pouco no tempo, mais precisamente ao mês de setembro de 2006, quando entreguei à administração municipal um relatório intitulado “Relevantes modificações visando o futuro do trânsito em Passos”. Fruto da preocupação com uma cidade que chegava aos 35 mil veículos, hoje estamos às portas de 40 mil, neste relatório eu enumerava uma série de medidas que entendo necessárias para enfrentarmos os problemas do trânsito, os já existentes e os que certamente estão por vir.

A título de registro, cabe aqui colocar algumas das medidas que julgava e ainda julgo importante e que consta do relatório: Abertura de vias interrompidas ou seccionadas: Amapá/Bernardino Vieira, Rua Santa Casa, Av. Sabiá, Av. José Caetano de Andrade, Perimetral...; Ampliação dos binários (uma indo e outra voltando): Goiás/Pará, Barão de Passos/Amapá e Bernardino Vieira, Santa Casa/Jose Merchioratto...; Alguns novos trechos de mão única; Remodelação da Av. Arouca com canteiro central e etc.; Aumento de Passeios: Trav. Mons. João Pedro e Joaquim Getúlio; Travessias elevadas de pedestres (em vários pontos de grande fluxo de pedestres); melhorias e modernização dos semáforos; sinalização indicativa (turística); dentre outras sugestões contidas num documento de dez folhas.

No começo deste ano escrevi aqui mesmo: “Esse primeiro semestre de 2008 tem tudo para ser muito especial para a Transpass. A operacionalização de tudo que foi sonhado em termos de estruturação, as mudanças que foram exaustivamente pensadas e criteriosamente discutidas, estão sendo realizadas. Nesta última expressão usada, isso significa a hora da ação, momento do sonho se transformar em realidade, de materializá-lo.” Trecho resgatado do artigo denominado “Há 10 anos”. Neste eu também lembrava: “Neste período vi muita coisa mudar no trânsito de nossa cidade. A principal delas diz respeito ao número de veículos, que dobrou neste período”.

Longo mas necessário esse prefácio para que melhor se entenda este artigo. Depois de tudo isso e muitas outras coisas ocorridas neste intervalo de um ano e meio, não é que somos surpreendidos com um sinal dos velhos tempos. Sem mesmo que se desse os três meses necessários para uma verdadeira avaliação da mudança, a mão forte do poder guiada por um “expressivo” abaixo assinado de 200 pessoas (0,2 % da população), determina a volta ao passado com o retorno da mão dupla na Rua Barão de Passos. Esse fato, atrelado ainda à ordem de paralisar as demais mudanças já iniciadas, nos trouxe de volta a realidade.

Junto com a “Barão” deve voltar também a Rua Dr. Bernardino Vieira (trecho da delegacia), pois realmente não faz nenhum sentido, já que se tratava de um binário. Coincidência ou não essa é a via onde a mudança foi criticada publicamente pelo Delegado Regional de Polícia. Abrindo um parêntese nesta questão, nunca gostei das escolhas feitas pela delegacia sobre o local onde se realiza os exames para carteira de motorista. Primeiro levaram para perto da Santa Casa, que por si só já tem um trânsito enorme, agora voltam para perto da Delegacia, na região central, com ruas totalmente inadequadas. Porém, durante o tempo em que fui Diretor de Trânsito, por uma questão de ética, nunca me pronunciei publicamente sobre isso, por se tratar de decisão que cabe única e exclusivamente a Delegacia, que muito provavelmente devem ter suas razões técnicas para tal escolha.

Não sou inocente em acreditar que já estamos maduros o suficiente para acreditar que entre uma decisão técnica e um pedido político a primeira se sobressairia. Mas na verdade confesso que fui pego de surpresa com a decisão de voltar “boa parte” da Rua Barão de Passos para mão dupla, ainda mais pelo fato de que nesta mesma via está sendo construído o novo e grandioso Pronto Socorro. Acesso facilitado a este será necessário ou será que não?

Sem uma explicação lógica para isso, principalmente pela ordem de paralisação das demais mudanças programadas, resta confortar a equipe da Transpass para que assimile o golpe e pronto, “bola pra frente” ou “para trás”, como querem. A única explicação plausível veio de uma amiga que mora do outro lado do Rio Grande, que me disse assim: “para quem vem do Glória a mudança da Barão de Passos era difícil”. Até entendo, mas quanto a isso eu garanto que com as placas de sinalização indicativa que já estão sendo confeccionadas, isso seria facilmente resolvido.


Um ex-secretário da Prefeitura de Passos certa vez disse que o local é um cemitério de sonhos. Eu já penso que deixar de sonhar é deixar de viver. Continuo sonhando com decisões técnicas em setores técnicos, e faço minhas as palavras de Diego Marchi: "Muitos dizem que sou apenas mais um a tentar. Eu digo que sou menos um a desistir”. Assim, digo que as minhas idéias e projetos para o trânsito de Passos, que contemplam sim mudanças, necessárias e às vezes polêmicas, estão aí para quem quiser continuar de onde parou, ou mesmo melhora-las, pois na verdade já nem minhas são, é de direito do município, pois sou empregado deste, com muito orgulho. O futuro está aí para dizer quem está com a razão, e neste caso nem vai demorar tanto.

sexta-feira, 7 de março de 2008

PT e PSDB, dois lados de uma mesma moeda

Sem filiação partidária já há alguns anos, fruto do desalento que posso explicar fazendo numa pequena analogia. Seria como uma pessoa que dedica boa parte de sua vida a uma causa que julgava ser nobre, justamente pelas pessoas que dele participavam, aí descobre que não é bem assim, que aquilo na verdade era um grupo como qualquer outro, que não difere em nada dos demais, assim sendo, não havia nenhum sentido na causa também. Desta forma, e me confessando eleitor do Lula nas últimas quatro eleições, em 89 fui Brizola, tendo votado no Petista no segundo turno contra o famigerado Collor, me sinto hoje um tanto desiludido com o cenário político. Mesmo assim resolvi fazer uma leitura sobre os dois mais importantes partidos políticos do país na atualidade. Deixando sempre claro se tratar de uma opinião minha, fundamentada em fatos, mas, por favor, novamente peço que continuem com a sua.

Assim como em outra época não tão distante, onde tivemos a polarização entre PMDB e PDS (que antes foi Arena e depois originou ao PFL, que por ser somente uma frente, palavra dos mesmos, diz-se temporário e por isso agora virou DEM), temos hoje no comando da política nacional os “antagônicos” (será?) PT e PSDB. Os dois “grandões” de outrora PMDB e DEM, de tão parecidos acabaram por ter o mesmo destino, ser coadjuvante no cenário político nacional, com rompantes de grandeza é óbvio.

Voltando ao presente, este responde por PSDB e PT, e vemos mais semelhanças que propriamente diferenças entre os rivais. Em essência eles seriam a mesma coisa, mas um é tido como centro-esquerda e ligado às questões do trabalho, o outro de centro-direita, íntimo das forças empresariais”, diferenciação moldada, achada num canto qualquer, mas nem isso parece ser verdade hoje. Pois apesar da teoria, na prática o que vemos e sentimos são governos semelhantes, neoliberais na essência, ambos, tanto o anterior do tucano FHC, quanto este de Luís Inácio. Aqui não fica nenhum juízo de valor, pois tenho comigo que apesar de entender que poderia ser bem melhor, de maneira geral, muita coisa (leia-se economia) caminha na direção correta, depois de muitos anos na contramão.

Como nem tudo são flores quando o assunto é política, a crítica em torno dessa semelhança é maior em relação ao Partido dos Trabalhadores e por incrível que poderia parecer a algum tempo atrás, por questões éticas. Os sucessores dos Tucanos, “sustentáculos da ética e da decência”, desses esperávamos um grande avanço no que tange a esses assuntos. Como já citei, na política econômica, essa já era bem aceita no governo FHC, prova disso é que quase nada mudou mesmo, a esperança dizia respeito era a questões morais e éticas. E aí meu amigo, a gente descobre que o PT é “mensaleiro”, exatamente igual nós imaginávamos que existia no governo tucano, que fazem caixa 2, negociatas, carregam dinheiro na cueca e etc. Também são a favor de impostos abusivos, coisa até então defendida somente pela cruel direita, por isso chamada pelo PT de inimiga da classe trabalhadora. Vimos que os Petistas adoram uma mordomia, um Cartão Corporativo, que poderia ter até o nome mudado para Cartão “Companheiro”. Defendem-se dizendo que não foram eles que inventaram nada disso, mas a questão está exatamente aí, dos “mocinhos” esperávamos a mudança.

Na verdade, “quem sabe o príncipe virou um chato, Que vive dando no meu...”, talvez estejamos precisando mesmo é de “um pouco de malandragem”, mas essa aí da música da Cássia Eller, ou seja, deixar de acreditar em príncipes encantados, pois “bobeira é não viver a realidade”. O Presidente e seu partido criam cargos para acomodar "seu povo", até aqui em Passos isso acontece. Bem debaixo das barbas do nosso combativo MP, tem gente sem função, sem local de trabalho, um lugar de onde despacha ou coisa ao menos parecida, tudo no único intuito de financiamento público do partido (nePTismo). E como é comum aos seus pares, fazendo discurso de baluarte da ética.



quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Eu não fiquei calado

“Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PIG, Partido da Imprensa Golpista”.

Paulo Henrique Amorim, no seu “Conversa Afiada”.

Diminuindo a área de abrangência desse comentário, trazendo tão somente para a nossa usurpada Passos, que há tantos anos convive com algo parecido, chamo meu caro leitor a uma nova reflexão. A existência de um canal de “influência” que tem na histórica Lei de Gérson” o seu lema, nos deixa na obrigação de falar e escrever a respeito. Para quem não se lembra dessa “lei”, ela ficou conhecida nos anos setenta, e fala de pessoas que "gostam de levar vantagem em tudo", no sentido negativo de se aproveitar de todas as situações em benefício próprio, sem se importar com a ética. Retrato mais que fiel da “grande” imprensa passense. Para melhor ilustração sobre a “Lei de Gerson”, a expressão se originou de uma propaganda de cigarros (se não me engano era Vila Rica), que tinha como protagonista o “meia armador” da Copa de 70, onde dizia que uma determinada marca de cigarro era vantajosa por ser melhor e mais barata que as outras, e arrematava no final: “pra quem gosta de levar vantagem em tudo, certo”.

Vejamos isso ante os fatos. O oportunismo dessa parte da imprensa passense é mesmo cruel, os seus interesses particulares estão sempre acima dos anseios e das necessidades da própria cidade. Fácil perceber que esta é financiada pelo capital vindo do “diamante negro” de uma cidade vizinha, que vive hoje seu apogeu político regional, criado por uma rede de manipulação de informações, paga é óbvio. Mais que financiadores, parece mesmo tratar de uma sociedade, onde o mar de minas foi escolhido como paraíso, verdadeiro porto seguro. O dinheiro surrupiado de funcionários, desviados de impostos ou fruto da “benevolência” de bancos estatais, tudo sobre a proteção do “santo” estado democrático, pois a imprensa é a “irmã siamesa da democracia". Peço desculpa ao Ministro no seu demagogo discurso, irmã siamesa da democracia deveria ser a justiça social, a verdade e a liberdade responsável. A imprensa deve ser sim um braço destas, livre e honesta. Livre até mesmo do dinheiro de “sociedades secretas”, como todo mundo sabe que existe por aí e por aqui.

Numa cidade que ainda guarda um “coronelismo” enrustido, esses ainda contam com o medo que alguns têm em serem perseguidos, e também com o silêncio de “autoridades” que preferem não se indisporem com os donos da agenda, num silêncio que chega a doer, pois bem sabemos que adoram um barulho. Isso não é de hoje, tem história esse tipo de comportamento, mas pode vir a ser um tiro no próprio pé, como bem escreveu o Pastor Martin Niemoller:

“Quando os nazistas vieram caçar os comunistas, eu fiquei calado; eu não era comunista. Quando prenderam os social-democratas, permaneci em silêncio; eu não era social-democrata. Quando vieram em busca dos sindicalistas eu não disse nada; eu não era sindicalista. Quando vieram buscar os judeus, não pronunciei palavra; eu não era judeu. Quando vieram à minha procura, não restava ninguém para dizer nada”.

Então, levantemos nossa voz, sob pena de amanhã fazermos parte de uma sociedade acuada e muda. Mas tenho fé que ainda veremos chegar o dia em que a população de Passos, mais esclarecida e bem informada, posto que os acessos à informação se multiplicam, diminuindo cada vez mais a influência nefasta desses, irá perceber o estrago que fazem a nossa cidade, principalmente no arquitetado processo de aniquilar a auto-estima do nosso povo. Nossos cidadãos irão ver também que não é coincidência os anos em que ficamos sem representação política serem os mesmos do monopólio dessa imprensa, sempre com o seu “modus operandi” a tolher toda e qualquer verdadeira nova liderança que aparecesse, tentando ainda inventar alguma, contudo, sem sucesso, graças a Deus.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Sob nova direção

Você já deve ter passado por algum estabelecimento comercial ou de prestação de serviços e se deparado com uma faixa ou cartaz com os dizeres: “sob nova direção”. Já foi até o nome de um programa humorístico da “Globo” que oscilava entre bons episódios e outros nem tanto. A citação que dá nome a esse artigo é comumente usada quando um novo proprietário quer passar a mensagem de que as coisas têm um novo sentido, sob um outro comando, podendo ainda as mudanças ter afetado a forma de atendimento ou jeito como o trabalho é realizado, isto logicamente numa alusão de que foi para melhor.

Neste fim de semana fui a dois conhecidos estabelecimentos de nossa cidade, um deles “sob nova direção” e o outro com seu antigo dono, um decano da noite passense. No primeiro o que eu encontrei na verdade foi um retrocesso no que tange a qualidade e recepção. No outro, as mesmas caras no atendimento, o mesmo nome, porém, pude notar muitas mudanças, sempre inovando e buscando uma qualidade próxima do que se encontra nas capitais.

Os dois estabelecimentos a que me refiro neste artigo têm potencial turístico e são conhecidos muito além da nossa cidade. Assim sendo, não é admissível, por exemplo, que não seja aceito cartão de crédito num local desses. Outra questão preocupante diz respeito ao atendimento, e de novo, naquele “sob nova direção”, entre o que estava no cardápio e o que foi realmente entregue existia uma diferença tão grande que cheguei a pensar que tinham errado o pedido.

Fiquei calado, como sempre faço quando essas coisas me acontecem, porém, isso me motivou a escrever este artigo. Tudo por uma questão muito simples, pois o discurso sobre a potencialidade turística de nossa cidade e região, que vemos quase que diariamente na “nossa” imprensa, corre o risco de não decolar por questões como esta, o atendimento. Tenho comigo que ainda estamos engatinhando quanto a esse assunto. Talvez esse seja um dos maiores problemas que temos na nossa cidade e a retórica do “sob nova direção” não garante melhoria alguma. O que realmente precisamos é da conscientização de todos quanto a esta questão. O acolhimento ao turista, melhor expor, ao cliente de uma forma geral, necessita ser revisto. Cursos e treinamentos constantes dos funcionários são necessários, e porque não dizer também, dos dirigentes dos estabelecimentos.

Mudanças de posturas são necessárias, reafirmo que o processo exige o aprimoramento da mão de obra se quisermos passar de um lugar com potencial turístico para uma região realmente turística, caso contrário, veremos cada vez mais as conhecidas faixas e cartazes com os dizeres de “sob nova direção”, como se isso afiançasse algum tipo de melhora.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

A educação com um algo a mais

Têm-se perguntado já há algum tempo, se seria a formação pessoal do estudante uma responsabilidade de professores e também das escolas. Não pretendo levar aqui a um debate que envolva, por exemplo, a questão salarial, apesar de saber que os baixos salários significam sim uma desvalorização do profissional da área, gerando muitas vezes a desqualificação, o desânimo, com uma conseqüente falta de preparo, primordial quando se fala em educação e mais ainda quando o assunto é formar cidadãos. Quero me ater somente no que tange as expectativas a respeito do que deve e pode ser transmitido aos estudantes.

“É necessário que o conteúdo escolar seja pensado a partir da prática social concreta, de alunos e professores, em uma visão crítica e articulada, que permita, por um lado, vê-lo como possível de ser mudado e, por outro, uma vez apreendido, sejam possíveis mudanças na própria prática social”. Nilda Alves

Próximo disso, também Aristóteles, in Ética a Nicômaco, revela a virtude como um hábito e, assim, não só pode, mas deve ser ensinada, sendo essa uma das tarefas mais importantes da educação do homem. Não é pequena a diferença que ocorre quanto à formação dos hábitos desde a infância; ao contrário, isso pode e deve vir a ser decisivo para toda a vida.

Vivendo a prática docente há alguns anos, já me atrevo até em discordar daqueles que dizem não a história de tia/tio. Quero sim estar mais próximo do meu aluno, pois na sala de aula e até mesmo fora dela me sinto um pouco parte da família, sobremaneira dos mais novos e daqueles que sentimos uma necessidade especial desse apoio. “Cuidemos do broto, para que a vida nos dê flor”.

Complexo, mas o educar visando à virtude da pessoa, a busca do bem, pode até ser um sonho, com certeza algo que não se realiza sozinho, mas deve ser a busca cotidiana de quem escolheu estar à frente de uma sala de aula, ou seja, realizar um ensino que mire à formação integral do indivíduo. A melhora da educação depende muito do como se ensina, as informações são passadas por diversos canais, sendo a escola, o professor, somente um deles, então, se agirmos como meros retransmissores de conhecimento, nosso papel se torna ínfimo diante da grandeza que pode vir a ser. Assim, devemos assumir sim um papel de educadores, formadores não de opinião, mas fomentadores de pensamento e incentivadores das boas condutas.

Escola, professor, família, governo, enfim, todos devem assumir suas responsabilidades diante do papel que cabe a cada um nesta história. Sendo o educador, o detentor de um “grande poder” que pode construir ou não, sendo sem dúvida uma referência ao aluno, cabe a este o dever de implementar as primeiras mudanças, gerando um contágio benéfico. Ouçamos Paulo, que em Romanos nos diz: “se o seu dom é servir, sirva; se é ensinar, ensine... se é exercer liderança, que a exerça com zelo...”.

PS: artigo republicado nesta data, no retorno do ano letivo, como lembrança da importância do professor e em homenagem àqueles que, sabendo disso, fazem a diferença, ajudando a criar “um mundo novo a cada dia”.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Há 10 anos

Poucos dias atrás, o Código de Trânsito Brasileiro completou 10 anos de vigência. Essa uma década de CTB “coincide” também com os dez anos que estou trabalhando junto ao Departamento de Transporte e Trânsito de Passos (Transpass). Neste período vi muita coisa mudar no trânsito de nossa cidade. A principal delas diz respeito ao número de veículos, que dobrou neste período. Neste mesmo tempo a sinalização da nossa cidade mais que quadruplicou. Somente como relato, a horizontal (pintura) que até então praticamente não existia, irá fechar o semestre com algo em torno de oito mil metros quadrados. O salto qualitativo em relação à sinalização semafórica é imenso, semáforos obsoletos foram retirados e os demais tem acompanhamento de tempo constante, sendo que agora estão sofrendo ainda uma total modernização. Quanto a sinalização vertical (placas), passamos de 30% para 80% de cobertura, entretanto, temos a consciência de que muito ainda tem por se fazer, pois a cidade necessita estar totalmente sinalizada e as campanhas educativas devem ser intensificadas. Entendemos que numa cidade como Passos não pode haver acidentes fatais no seu perímetro urbano, mas infelizmente sabemos que a realidade é outra, assim, não podemos nunca nos dar por satisfeitos enquanto isso não mudar.

Esse primeiro semestre de 2008 tem tudo para ser muito especial para a Transpass. A operacionalização de tudo que foi sonhado em termos de estruturação, as mudanças que foram exaustivamente pensadas e criteriosamente discutidas, estão sendo realizadas. Nesta última expressão usada, isso significa a hora da ação, momento do sonho se transformar em realidade, de materializá-lo. Quisera Deus que o Departamento de Transporte e Trânsito, nesta ocasião histórica, principalmente para nós que estamos envolvidos a um bom tempo no setor, tivesse a sonhada sede Transpass, que representa um grande avanço e nos propicia a criação da JARI – Junta Administrativa de Recursos de Infração, que esperamos em breve ver funcionando, ficasse bem ali na Rua Jaime Gomes, nas “candeias”, rua onde nasci e vivi toda minha infância. Da mesma rua é também o Alexandre (mais conhecido como Caju), último a chegar à equipe da Transpass, mas parece que já está a um tempão com a gente.

Em datas marcantes sempre é tempo de lembrar das pessoas que contribuição com o nosso trabalho. Então, recordo aqui do Gilberto Almeida, do Fábio Kállas, o saudoso José Donizete, ex-secretários de Planejamento, secretaria a qual a Transpass é vinculada, e que sempre deram total retaguarda e apoio ao trabalho desenvolvido, o que vem se repetindo agora com Dr. Jose Orlando, um grande incentivador das coisas do trânsito. Outros ex-secretários, porém de outras pastas, como o Osório (Obras), Domicílio (Fazenda) e Clever (Obras e agora da Fazenda), entram também na lista daqueles que com seus apoios facilitaram o trabalho do departamento. Temos ainda neste sentido, várias outras pessoas que, mesmo não sendo ligadas diretamente ao trânsito, foram também facilitadores do trabalho do nosso departamento, como o Ailton Faria (ex-Diretor de Orçamento, hoje “pé de boi” da Splan), além do Eng°. Osvaldo (ex-Diretor de Obras). Não posso esquecer dos funcionários da Secretária de Planejamento, sempre dando retaguarda as ações desenvolvidas por nós da Transpass.

O trabalho da rua merece um capítulo a parte. Assim abro um novo parágrafo para falar dos funcionários de agora e de outrora que serviram no trânsito, como o Vantuil, Luizinho, Antonio José (Palito), Roberto, Ismar, Denílson, e outros que ficaram menos tempo com a gente. São eles que sempre nos ajudaram a não deixar a “peteca cair”, mesmo em momento difíceis, que por puro desconhecimento das questões que envolvem o setor, fomos algumas vezes prejudicados, até mesmo dentro da própria prefeitura. Mas deixemos isso de lado, pois o que passou, passou, nosso compromisso é com o presente e este sorri novamente para o Departamento de Transporte e Trânsito. Ainda nestes agradecimentos incluo a parceira Polícia Militar, que com os seus agentes: Iara, Barbosa, Bittencourt, Samuel e Veilson, principalmente no período em que tivemos o Capitão Coimbra a frente da 77ª Cia., uma época de parceria vitoriosa que espero muito que volte a acontecer agora.

Para finalizar gostaria ainda de agradecer a confiança depositada pelos prefeitos Nelson Maia, José Hernani e Ataíde Vilela. Sem chance de me esquecer, guardei para o final a dedicação desse artigo ao meu companheiro e parceiro de luta, Natal. Funcionário público que honra a nossa classe com muita garra e amor pelo que faz. Costuma sempre dizer que temos trânsito correndo nas veias e ainda completa: “Se deixarem a gente trabalhar, desse “negócio” nós entendemos”.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

O exemplo (de) Kaká

Um promotor paulistano, chamado Marcelo Mendroni, enviou perguntas por meio da Procuradoria-Geral de Milão sobre o relacionamento de Ricardo Izecson dos Santos Leite, o Kaká, jogador de futebol do Milan e da Seleção Brasileira, com indagações sobre o relacionamento do atleta com o casal Hernandes, fundadores da Igreja Renascer em Cristo. O representante do Ministério Público de São Paulo quer saber qual o grau de amizade entre Kaká e os Hernandes e com que freqüência os mesmos visitam a casa do jogador na Itália e no Brasil. Pergunta ainda se o mesmo tem conhecimento que o casal é acusado por crime de lavagem de dinheiro, ou seja, se Kaká vê televisão ou não. Será que o Promotor irá fazer o mesmo com relação a todos os fiéis da Igreja Renascer, ou serão classificados de acordo com seu dízimo?

Uma coisa que o Promotor não se esqueceu de fazer foi dar bastante publicidade ao fato. Na verdade, parece mesmo um grande oportunismo por parte do Promotor Marcelo Mendroni (só aqui já citado várias vezes), ficando a dúvida se é tão somente para promoção pessoal ou uma tentativa de desviar o foco das acusações que pairam sobre o mesmo. O “dedicado” promotor é acusado de viajar para a Europa com dinheiro público para fazer um curso na Itália e simplesmente não freqüentar a sala de aula. Será que membro do “parquet paulistano” foi na verdade assistir o Kaká jogar?

A liberdade religiosa é um dos mais importantes direitos individuais e está prevista no art. 5º, inciso VI, na Constituição da República, que textualmente diz: "é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias". Cabe-nos ressaltar que não estamos defendendo a não investigação do caso em relação a seus protagonistas. Entendo como abuso e absurdo é a investida oportunista sobre um cidadão de bem no seu direito inalienável e constitucional.

Mas isso tudo só ocorre porque Kaká, recentemente eleito o melhor jogador de futebol do mundo, tem amplo espaço na mídia nacional e internacional. Contudo, o rapaz tem algumas particularidades que às vezes incomoda. Uma delas é o fato de que, como é comum a qualquer evangélico e também de boa parte dos católicos, recolhe seu dízimo, no caso dele, junto a Igreja Renascer. Outro fato inusitado é que o rapaz sai dos padrões salariais normais, ou de pelo menos 99% das pessoas.

Adentrando mais no terreno da fé, no que diz respeito ao dízimo, o entendimento desse está nas escrituras, ou seja, fundamentado na Palavra de Deus. A Bíblia está cheia de referências sobre o mesmo, direta ou indiretamente, desde Gêneses até Apocalipse, como por exemplo: A essência da partilha “o fundamento do dízimo” (Gen 1: 1-31 e 4: 3-4); o livro de Gêneses traz ainda “o dízimo de Noé, de Abrão e de Jacó”; O dízimo de Moisés – a décima parte (Ex 25: 1-9); Os dízimos são propriedades do Senhor (Lev 27: 30); O dízimo que passa sob o cajado do pastor “a décima parte” é do Senhor (Lev 27: 31-32); A lei acerca das ofertas, a décima parte (Num 15: 1-4); A doação das primícias “os primeiros frutos” (Num 15: 15-21); A Lei do Santuário Único - local da doação do dízimo (Deut 12: 6-11.14); As ofertas do dízimo – a décima parte (ISamuel 8: 15-18); As ofertas do dízimo – fraternidade e partilha (II Crônicas 31: 1-21); A manutenção do culto, compromisso do cristão (Neemias 10: 33-40); Respeito com Deus, às primícias e o dízimo (Eclesiástico 7: 31-35); O dízimo nos leva a caridade, à compaixão com os necessitados (Prov. 19: 17; Eclesiástico 29: 11-16); Sentido missionário do dízimo nos liberta para a paz (At 6: 1-7 e I Cor 16: 1-3); A oferta deve vir com amor (Lc 18: 9-14); Negar o dízimo não enriquecerá ninguém (At 5: 1-11 e Mt 6: 19-23); Mais bem aventurado é dar, do que receber (At 20: 32-35). Ainda sobre o dízimo, ele atende a todas as extensões da verdadeira Igreja: a religiosa, a missionária e a social (Tg 2: 14-22 e 5: 1-6); Buscai em primeiro o Reino de Deus e a sua justiça e todas essas coisas vos serão dadas em acréscimo (Mt 6: 33). Somos chamados a ser missionários do Reino de Deus (Mt 28: 16-20). Com essas referências bíblicas sobre o assunto, podemos entender melhor sobre o dízimo, que não se trata de nenhuma oferta ou esmola, tão pouco está se falando de taxa, pagamento, imposto, colaboração, resto, ajuda, caridade, mensalidade, muito menos algum tipo de piedade. Outro relato importante acerca deste é que, mesmo isento, o Próprio Jesus Cristo não desprezou a prática do dízimo (Mt 17: 23-26 e 23: 23) e deu ainda Seu exemplo de amor, fidelidade e a verdadeira justiça, deixando claro a não interferência entre as coisas de Deus e do Estado: “dai a Deus o que é de Deus e a César o que é de César” (Lc 20: 20-26). Talvez aí esteja a lição maior que o promotor paulista não entendeu.

Outra coisa que deve ficar claro a respeito de tão complexo assunto é uma condição existente desde o ano 1891, com a instituição da república, ou seja, há mais de um século que o Brasil deixou de ser um Estado confessional e passou a ser um país laico. Os poderes Executivo, Legislativo ou Judiciário, em todos os seus níveis, estão constitucionalmente, de acordo com os artigos 5º, inciso VI, e 19º, inciso I, da Constituição Federal de 1988, proibidos de professar, influenciar, ser influenciados, favorecer, prejudicar, financiar qualquer vertente religiosa, pois não existe religião oficial em nosso país. Não vou aqui me aprofundar nessa esfera, sendo isso apenas uma constatação, pois não tenho nenhuma pretensão de polemizar sobre religião, longe disso. Não sou do tipo extremista a defender a laicidade do Estado pedindo o fim de feriados santos e etc., pois entendo que a tradição também faz parte de um povo.

Voltando ao melhor jogador do mundo, Kaká é um exemplo de atleta profissional, de Cristão e de Homem. Que Deus o abençoe para que possa continuar neste caminho, pois muitas serão as provações pelo qual irá passar, mas isso ele deve estar bem consciente, pois a Bíblia também alerta para isso. Não é por acaso que a palavra perseguição aparece em Marcos 10: 29-30, quanto das promessas àqueles que são fiéis e comprometidos. Mas que nos venham mais Kaká, craque em todos os “campos”, que em seu momento de glória, quando chegou ao lugar mais alto que um jogador de futebol pode ir, preferiu deixar a mensagem “I Belong to Jesus” (Eu pertenço a Jesus), um grande testemunho, sendo sem dúvida alguma um ótimo exemplo para os nossos jovens.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Cidadania x Hipocrisia

A palavra cidadania, deriva de cidade e é estudada desde Aristóteles, porém, de tanto uso “populista”, perdeu-se seu verdadeiro entendimento. Na sua real acepção pode ser compreendido mais facilmente se pensarmos a cidade como o Estado, pois assim era na antiguidade e desta forma fica mais simples o entendimento. Sendo o cidadão aquele que integra uma sociedade, ou seja, detentor de um amplo conjunto de direitos, mas também de deveres, chega-se à idéia central deste texto. Uma vida urbana fica muito mais afável e seriamos mais felizes enquanto sociedade se cada um cumprisse integralmente suas obrigações, também lutasse por seus direitos, mas doasse de si um algo a mais, que faria toda a diferença entre o que temos hoje e a cidade que desejamos.

Tudo bem que pagamos impostos, temos obrigatoriamente que cumprir as leis, mas isso é insuficiente se cada um não der uma parcela extra. Isto vale para qualquer lugar do mundo, aqui não seria diferente, entendo mesmo como essencial. Por exemplo, fica muito difícil para uma Prefeitura Municipal qualquer capinar todos aqueles matinhos que nascem junto ao meio-fio na cidade, contudo, cada um de nós teria no máximo uns dez metros ou alguns poucos ramos na porta de nossas casas para cuidar. Quem não conhece algum exemplo de atitude simples que muda e alegra a vida da cidade? Inúmeras são as iniciativas espontâneas que vemos por aí, pequenos gestos aplicados ao dia a dia que são capazes de trazer mais alegria ao nosso cotidiano.

Recordo aqui de uma cena que presenciei dias atrás enquanto caminhava pela Avenida da Moda. Em frente à rotatória que existe na porta do Colégio Status, já no final da tarde, provavelmente depois de um dia inteiro de trabalho, Dr. Luiz Mezêncio cuidava do ajardinamento do local. Depois de muitos anos entendi o real significado da frase que estampava sua clínica: “mens sana in corpore sano”. Isto tudo sem fazer nenhum alarde para promoção pessoal, uma aula prática de cidadania.

Por outro lado, temos também os “falastrões”, ou melhor seria, “fanfarrões”, adeptos do famoso “faça o que eu falo (escrevo), mas não façam o que eu faço”, uma prática que estamos nos acostumando a ver aqui em Passos. Vezes se escondem atrás de ONGs (sobre essas, ouvi essa semana que o Brasil é o único país do mundo onde as “organizações não governamentais” sobrevivem de dinheiro público), outras adulam igrejas e imprensa, sempre bajulando também o Ministério Público. Porém, faz tudo isso muito bem pago e ainda amparado no discurso de que não deve satisfação alguma dos seus atos. Quem paga o salário dos “assessores” dos queridos deputados? Será dinheiro do próprio bolso dos parlamentares? Haja bajulação ao MP e a “imprensa” para tamanha vista grossa. Isto é o avesso da cidadania, pode-se chamar também de hipocrisia.

Querer viver bem, com qualidade de vida, é o que todos nós almejamos, por isso levantamos todos os dias e nos dispomos a trabalhar, a estudar e etc. Então, o que temos a fazer é criar um projeto de sociedade justa, desenvolvida sob princípio Cristão, solidária e livre. Nesta sociedade não tem lugar para mentiras e falsidades ideológicas, onde oportunistas políticos de discursos prontos teimam em querer ser os donos da verdade e baluartes da ética, quando na verdade seus atos não corroboram isso. Mas, para que esses não continuem a usar destes artifícios, passando por aquilo que não são, necessitamos ter cidadãos verdadeiramente esclarecidos, dispostos a ocupar o espaço desses oportunistas, sendo isso também um ato de cidadania, aquele algo a mais que falei no início deste artigo.


domingo, 6 de janeiro de 2008

Rotativo a serviço da cidade

Assim como carros no centro da cidade, idéias também não podem ficar estacionadas por muito tempo, então, o artigo de hoje muda um pouco de estilo, sem, contudo, perder o foco de fomentar debates, vislumbra de forma mais efetiva a viabilização de algo que entendo ser uma maneira de “matar dois, ou mais coelhos com um tiro só”. Assistindo o crescimento diário do problema de estacionamento na região central, agravado e muito pela falta de rotatividade, pois vagas existem, pois praticamente em toda a região comercial é permitido estacionar, contudo, o rodízio de veículos inexiste em Passos, entendemos que está na hora de fazermos uma escolha. Ou agimos com inteligência e sabedoria, permitindo que isso seja revertido para a própria cidade, com uma área azul voltada à assistência social organizada, ou em breve teremos os chamados “flanelinhas” atuando por aqui, criando aquilo que já conhecemos muitos bem, o controle paralelo onde há omissão do poder público.
A lei n° 1.883/93 autoriza a exploração de área azul pela Sociedade de Assistência ao Menor de Passos – Samp. Para quem não tem o prazer de conhecer, vale dizer que a Samp executa um lindo trabalho há décadas em nossa cidade. Formada por homens e mulheres abnegados, tem na área azul praticamente toda a sua fonte de renda. A nossa proposta de uma nova área azul (rotativo) manteria o atual domínio que esta entidade possui na região central, contudo, diante de uma nova postura de fiscalização, a ser feita pelo poder público, com a criação de alguns poucos cargos de fiscais (agentes) de trânsito, de uma campanha efetiva formalizando a obrigatoriedade e vantagens do estacionamento rotativo, posso garantir que dobraria a atual arrecadação da Samp, possibilitando a melhoria, se isto é possível, quiçá a sua ampliação, que seria uma benção para nossa cidade.
Outra medida é a expansão da área azul da região central, já definida pelo decreto 424/2003. Estes novos locais seriam entregues a uma outra instituição, com fins semelhantes ao da Samp, como por exemplo, o não menos competente Capp (Centro de Aprendizagem Pró-menor de Passos), que se abre para uma nova fase como podemos notar. O entorno da Santa Casa e a Av. da Moda (trecho da Av. Com. Francisco Avelino Maia que vai do encontro desta com a Av. Arlindo Figueiredo até o seu final) teria um rotativo diferenciado no que tange ao tempo, com o cartão sendo de duas horas, oferecidos nos comércios destas regiões, o que atenderia melhor o seu intuito e o usuário. Como beneficiário deste recurso, que são significativos, seria justo se tivermos o Hospital do Câncer da Santa Casa de Misericórdia de Passos. Num primeiro momento estaria servindo a construção e posteriormente na manutenção deste, uma contribuição significativa que o município, através da sua administração estaria dando, atendendo ao chamado regional.
As perguntas deixadas num artigo anterior (Onde queremos chegar? E depois, aonde vamos parar?), com as ações levantadas aqui, já poderiam começar a serem respondidas, ou seja, queremos ser uma cidade mais humana, onde as pessoas participam de forma concreta da assistência e do aprendizado do menor carente e da vida de seu hospital. Almejamos poder parar numa nova área azul, mais eficiente e que cumpra suas finalidades: a rotatividade e o suporte financeiro às entidades de serviços comprovadamente relevantes. Azul, do céu e do mar, a cor que representa paz de espírito e segurança, além de tranqüilidade, harmonia e saúde, nos parece ter tudo a ver, não é mesmo?
"O futuro dependerá daquilo que fizermos no presente." Gandhi.

Quem é que vai pagar por isso?

Para melhor entendimento desse artigo é necessário distinguir que transporte coletivo é um serviço público, e a empresa Passense (TCP), é somente a concessionária do mesmo no nosso município. Esse esclarecimento se faz novamente necessário, pois alguns parecem continuar a não entender isso, ou fingem. As gratuidades no transporte coletivo – TC são, como no caso dos idosos, sempre bem vindas, isso quando olhadas apenas por um lado, geralmente o político. Contudo, o despreparo de alguns para lidar com o assunto, ante a inexperiência ou pelo total desconhecimento da realidade que vive o TC no país, acaba-se praticando uma “socialização às avessas”.
Em vez da redução de impostos para baratear a tarifa, são criados benefícios que a encarecem, gerando exclusão ou expulsão de milhares de pessoas do sistema de TC por ônibus. Isso acarreta inúmeros problemas para uma cidade, pois os reflexos disso incidem diretamente no trânsito, ante as funções complementares que existe entre esse e o transporte. Com cerca de 30 % do total de seus usuários envolto em alguma das inúmeras gratuidades existentes no município, tais como: Idosos acima dos 65 anos; Pessoas com deficiência (física, mental, auditiva ou visual); Doentes renais crônicos (que estejam em tratamento de hemodiálise); Menores de 5 anos (no colo); Policiais Militares (fardados); se não me foge alguma da memória, o transporte coletivo de Passos sofre agora mais uma inoportuna ofensa. Deixando as coisas de forma clara e trazendo bem para o popular, na realidade não houve o mínimo bom senso ao se tratar esta questão, deixando o afã da promoção política em primeiro plano, contudo, utilizando-se do famoso “fazer bonito com o chapéu dos outros”.
Desde os anos 80 se busca desenvolver processos para que as tarifas do transporte coletivo sejam reduzidas sem perda na qualidade do serviço prestado. Tarifa mais acessível gera maior uso, e isso é essencial para a qualidade de vida de uma cidade, reiterando, pelo reflexo direto disso no trânsito. Em Passos, o número de usuários do TC é muito baixo, pois esse sofre com a inexistência de uma área azul eficaz, com o serviço predador de mototáxi, e logicamente o preço da tarifa, decorrente principalmente das gratuidades em excesso. Levando-se em conta a qualidade do transporte público oferecido aqui e as cidades do mesmo porte, teríamos que estar transportando quase o dobro, o que daria condições de termos uma tarifa bem menor que a atual. Contudo, mesmo assim, estamos lutando pela manutenção da mesma, já tendo extinguido a tarifa de integração, acreditando que com isso e os aumentos do salário mínimo anualmente, em maio do próximo ano já serão dois, representará sim uma significante diminuição da mesma.
Entendo ainda que a verdadeira intenção do legislador constituinte quando definiu a gratuidade para maiores de 65 anos era outra e não a universalização do benefício, sendo que essa deveria ser algo somente para quem realmente necessitasse. Contudo, isso já foi pacificado com o Estatuto do Idoso, sendo ainda que, mesmo antes desse, nunca foi contestada por aqui. Porém, a redução para 60 anos como foi proposta aqui em Passos agora, somente poderia ser feita por quem desconhece a realidade do TC em nosso País, sendo ainda inconstitucional do ponto de vista jurídico.
A minha independência frente ao assunto me permite brigar em duas frentes distintas. De um lado, como expus, sou inteiramente contra essa absurda e inoportuna tentativa de promoção pessoal que vai recair justamente sobre aqueles que realmente necessitam do transporte coletivo, pois é óbvio que isso irá incidir na planilha tarifária. Por outro lado venho cobrando de forma veemente melhorias à Empresa Passense (TCP), concessionária do transporte coletivo em Passos. Mudanças nos pontos de embarque e desembarque, principalmente os de maior movimento deverão ser feitas com urgência. Foi por iniciativa nossa também a modificação para o uso do biocombustível em todos os veículos de sua frota. Estamos também na fase final da elaboração de um trabalho para a popularização do TC junto aos estudantes de nossa cidade. Isso visa incentivar a educação e a cultura em nosso município, ampliando o benefício já existente da meia tarifa, que passará a valer para todas as atividades do estudante menor de 18 anos, como: aulas complementares, educação física, academia, natação, inglês, espanhol, informática, cinema e etc., facilitando a vida dos pais também. Contudo, isso tem efeito distindo ao da gratuidade, pois coloca no sistema gente que hoje está fora e não retirando quem faz parte.
Deixo para reflexão a pergunta: É justo que o assalariado, que é quem mantém o transporte coletivo, subsidiarem gratuidades que extrapolam o bom senso?