domingo, 23 de agosto de 2009

Envolva-se

A Influenza “A” H1N1, mais conhecida como “Gripe Suína” bate a nossas portas, diante disso não tem como ficarmos alheios ao que está acontecendo. Todos devem estar engajados e, além de seguir as orientações, como cidadãos, temos a obrigação de difundi-las. Em Passos, a campanha municipal pede exatamente isso, o envolvimento de todos nós. O boletim desta deixa claro que não devemos procurar o Pronto Socorro (pela situação do mesmo isto a gente já sabe, devemos fazer isso o menos possível), mas com relação à “gripe suína”, não procurar o PS e os hospitais tem outro significado, evitar a proliferação da mesma. Temos ainda a indicação de telefones caso você apresente os sintomas da doença, são eles: 192, 3522-7177 e 0800-283-2255, esse último para pronto atendimento noturno, finais de semana e feriados. Por falar nos sintomas, estes são: febre repentina superior aos 37,5 graus; tosse; dor de cabeça; dores musculares e nas articulações, além da dificuldade de respirar. O panfleto traz também dicas de como evitar a contaminação. Quando tossir ou espirrar, cubra a sua boca e nariz com lenço descartável, caso não o tenha, utilize o antebraço. Se utilizar as mãos, lave-as rapidamente com água e sabão. O uso de máscaras é também indicado para prevenir contaminações. Por último, evite lugares com aglomeração de pessoas.
Isso tudo é muito sério e temos realmente que estarmos envolvidos. Contudo, já que você estará envolvido em relação a isso, aproveite o momento e continue desta forma, não pare. Envolva-se também em saber o porquê de outras coisas que dizem respeito à nossa cidade. Envolva-se em conhecer o funcionamento da máquina administrativa do seu município. Envolva-se em saber quem são e como trabalham os escolhidos para ocuparem cargos eletivos e de confiança. Procure saber sobre o horário de trabalho dos ocupantes em cargos públicos e suas verdadeiras funções. Envolva-se com o trabalho realizado pelos vereadores, o que fazem e o que deixam de fazer. Envolva-se com os projetos que estão sendo desenvolvidos. Veja o quanto eles visam o coletivo ou se atendem assuntos e interesses particulares. Acompanhe os desdobramentos destes. Envolva-se em cobrar a transparência prometida, verificando como são feitas as contratações de serviços e de pessoal pela administração. Envolva-se ainda em buscar respostas porque alguns serviços públicos têm sido tão mal executados. Envolva-se em saber para onde vai o dinheiro dos seus impostos. Envolva-se em conhecer os conchavos políticos da nossa cidade, quais as trocas que estes apresentam... Envolva-se pra valer, pois pelo visto, não temos mais aqueles motivados moços que faziam isso por nós. A cidadania pressupõe esse envolvimento. Envolva-se e não se deixe enrolar.
Por fim, envolva-se também em conhecer a palavra de Deus. Você verá que este é um exercício fascinante, pois esse é um “Deus de alianças, Deus de promessas, um Deus que não é homem pra mentir”.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Antes que seja tarde

Lembro-me de uma antiga história que os Cristãos gostam de contar, que fala sobre um inusitado encontro na praia entre um garoto e um senhor. É mais ou menos assim: Num daqueles suntuosos dias de sol, do alto de seus quase 70 anos um senhor descansava tranquilamente debaixo do guarda sol lendo seu jornal. De repente se aproxima dele um menino trajando apenas calção de banho, interrompendo-o. Ao chegar bem perto o garoto pergunta: O senhor é Cristão? Um tanto surpreso com aquela indagação, ele responde: Sim, sou. Mas por quê? Em vez de responder, o garoto faz uma nova pergunta: Mas o senhor freqüenta a Igreja, ora e lê a Bíblia? Sim, respondeu novamente, ainda sem entender o motivo de todo aqueles questionamentos. E o garoto continua: E segue os ensinamentos dela? (referindo-se a Bíblia)... Diante de uma nova resposta positiva, aí ele sorri e se mostrando aliviado, finaliza aquele “interrogatório” exclamando: Nooossa... Que bom!!! Então o senhor pode guardar meu “um real” enquanto vou nadar um pouco. O menino disse isso entregando a moeda que apertava nas mãos ao senhor e se dirigiu tranquilamente para a água.
Esse tipo de história realmente deixa aquela sensação de que algo precisa urgentemente ser resgatado. A fé e a vida Cristã não podem ser apenas um “X” quando você vai preencher um formulário, ou uma resposta automática, mas sem convicção alguma, que se dá meio displicente quando se é pesquisado ou indagado sobre sua religião. Tenho pensado muito naquela passagem que fala que se o sal não salgar, ou seja, não cumprir sua função, não servirá para mais nada. Sei que nestes tempos modernos ele, o sal, ganhou cores e até virou peça de decoração, mas isso não torna sem efeito a Palavra. Muito pelo contrário, dá até mais ênfase, pois é isso mesmo, se não salgar, não serve pra nada ou vira enfeite. Uma coisa somente para ser vista. Na verdade, uma vida de aparência.
Existe um provérbio suíço que diz: “As palavras são anões; os exemplos são gigantes”, assim, cabe dizer que são os atos bem mais valiosos que os discursos. Essa história de “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”, não cabe mais. Vemos hoje carregadores de andor, freqüentadores de culto, cristãos em letras minúsculas, que mesmo conhecendo a palavra de Deus, vão vivendo uma vida de mentira, muitos tentando usar até mesmo da sua condição de frequentadores de igreja para sua promoção. Quando na Bíblia lê-se que “se o Filho vos libertar, você será verdadeiramente livre”, não há outra interpretação acerca deste senão a de que a transformação deve ser feita em Cristo e não para os homens. Será que você é alguém que aquele menino entregaria tranquilamente seu um real? Está na hora de decidir de que lado você quer estar, mesmo que no passado você esteve do lado errado. O preço que Cristo pagou na cruz foi por isso e por você.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Fazendo um bico

Desculpem a ausência nestes últimos dias, estive ocupado com a criação de um novo blog voltado para meus alunos e minha outra profissão, a docência. Fiz também uma pequena viagem de três dias ao interior de São Paulo, mais precisamente na cidade de Amparo, onde reside minha irmã mais nova. São exatamente estes dois pontos que me levam a escrever este artigo.
Primeiramente quero falar sobre esta coisa cada vez mais comum que é ter uma segunda profissão, ou seja, desempenhar outra atividade já possuindo uma anterior. Além de comum é totalmente dentro da lei e da ética, logicamente se os horários forem compatíveis e houver empenho em ambas. Verdade que este fato ocorre mais comumente com a docência, pois esta geralmente tem horários e condições que permitem isso.
Sobre minha viagem para Amparo-SP, que faço em média uma vez por ano já há algum tempo, me surpreendi mais uma vez com a cidade. A cada ano ela está mais bonita e bem tratada. São três mandatos seguidos do mesmo grupo político, o ex-prefeito ganhou duas vezes e fez seu sucessor. O trabalho por lá é muito fácil de ser constatado. Antes que eu me esqueça, trata-se de um governo do PT, mais uma prova de que a competência e a honestidade, assim como a incompetência e a desonestidade, são “apartidárias” em nosso país.
Voltando a minha cidade natal, onde como todos sabem, sou funcionário público e professor, sendo que em ambos os casos eu sigo regras claras de trabalho e horário, vejo que o serviço público, até mesmo nos altos escalões, virou um “passa tempo” para alguns, “um bico”. Numa cidade que chega próximo dos seus 110 mil habitantes, com uma enorme gama de problemas a serem resolvidos vemos pessoas ocuparem cargos no setor público como um “biscate”. Fala-se até mesmo de uma pasta onde ocupantes de cargos de confiança dividiriam o tempo de trabalho entre eles. Mas o que se pode notar é que isto quase sempre acontece com aqueles que não são funcionários de carreira. O servidor de carreira está acostumado a ter horário, a ter sua obrigação diária. Sabe que estará trabalhando no próximo mandato, assim leva com muito mais responsabilidade e amor o que faz, mesmo, ou melhor, ainda mais quando ocupam cargo de confiança.
Como exemplo disso deixo a própria história do Departamento de Trânsito. Estive a frente deste por oito anos, até janeiro de 2007. Nunca trabalhei menos que 8 horas por dia, além de vários sábados, domingos e feriados, sem nunca ter gozado uma férias de verdade, aquelas de ficar 20 dias fora. Neste mandato teve gente de férias no primeiro mês, logo que assumiu. Quando saí da direção do departamento fui substituído por outro funcionário de carreira. As coisas se mantiveram no mesmo patamar de trabalho, pois a visão não se estreita a um único mandato, pensa-se há longo prazo. Meu sucessor, mesmo já sabendo que seria substituído na troca de poder, agiu normalmente no que tange ao trabalho e as responsabilidades deste. Deixou um enorme estoque de material de sinalização, tendo ainda licitado “cinco mil” metros quadrados de pintura viária e até mesmo material semafórico, tudo com os recursos devidamente reservados. Sobre o material semafórico adquirido, com o que se já tinha no departamento, dá para se fazer dois cruzamentos de dois tempos, como por exemplo, na “Rua dos Brandões com Santos Dumont”. Isto é responsabilidade e compromisso com a cidade e não apenas com um grupo. Deveria ser uma prática comum, mas infelizmente não acontece sempre. Outra coisa que não é comum é isto ser divulgado.
Vemos hoje algumas pessoas na prefeitura que deveriam estar trabalhando como funcionários públicos agindo tão somente como conselheiros, numa visão equivocada da sua função no serviço público. Esta outra, de conselheiro, que realmente estão exercendo existe sim, mas dentro dos Conselhos Municipais e não dentro do quadro de funcionários. Temos Conselho Municipal de Saúde, de Meio Ambiente, de Assistência Social, de Educação... Temos ainda o importantíssimo ConCid – Conselho da Cidade, que foi criado pelo novo Plano Diretor. Estes são os locais onde de forma gratuita se faz algo pela cidade, sem os compromissos rígidos de horário e não na administração recebendo salário, em alguns casos, bem gordos, e em cargos que eram até contra a sua criação.