terça-feira, 15 de dezembro de 2009

“Visita” dos Promotores a UPA

O que começou como flagrante acabou sendo tratado e qualificado como visita. Confesso que pensei até em escrever este artigo a sério, mas diante das reportagens que li e da explicação do Secretário de Saúde (separando aqui este do Cleiton, meu amigo de tantos anos), melhor mesmo é me inspirar no Danilo Gentili do CQC e levar no bom humor.
Sobre esta inusitada “visita” dos promotores, que pela reportagem do jornal “quase” diário vai gerar tão apenas algumas recomendações à administração municipal, quero deixar também algumas sugestões. Para os representantes do Ministério Público, pedindo desculpa pela intromissão, se é verdade o que lemos nestes dias, melhor da próxima vez marcar hora pra ir, assim não se tem esse tipo de constrangimento. Pode-se também fazer um “Termo de Ajustamento de Conduta” (TAC), dando um prazo de mais um ano para que se coloque ordem no local. Voltando as sugestões à administração, esses podem fazer igual aquela história do português que pegou a mulher com outro no sofá e vendeu o sofá. É só retirar do local o livro de ponto. Melhor deixar somente uma folha do dia, desta forma se evita que assinem pra frente. A troca de Pronto Socorro para Unidade de Pronto Atendimento foi salutar também para que possamos fazer alguns trocadilhos com a sigla que vem sendo usada, UPA: Unidade do Ponto Antecipado. Unidos Pelo Abuso. Unidade do Plantão Avacalhado.
Um fato muito interessante disso tudo e que passou meio despercebido é que os promotores ficaram no local por cerca de uma hora apenas e foram amplamente atendidos, segundo o que se noticiou. Ninguém percebeu que foi provavelmente o atendimento mais rápido do ano juntando o velho PS e a nova UPA. Em se tratando de madrugada, um verdadeiro recorde. Talvez por isso os representantes do “Parquet” estejam sendo tão solícitos como vem sendo falado pela imprensa. Será que não é o caso deles não se identificarem da próxima vez? Quiçá ainda estivessem esperando. Mas fico feliz com essa nova postura do Ministério Público – MP. Tem que ser parceiro mesmo. Num passado não muito distante se armava o maior alvoroço e saía recolhendo tudo. Às vezes colocavam até nome na operação, essa poderia ser “Madrugada”. Sabe... eu mesmo cheguei a falar num outro artigo que o MP Passense não era de brincadeira e com eles “pau que dá em Chico daria em Francisco também”, alertando a nova administração para o afã do MP por esse tipo de caso. Mas acho “bão” eu refazer essa frase: “com pau se dá em Chico, pois com Francisco fazem-se recomendações”. Mas sabe de uma coisa, esses fatos servem para que a inocência seja perdida, afinal de contas, a gente já está meio grandinho para acreditar em certas coisas, e estamos no Brasil. Mas não posso perder o humor agora.Assim, penso esta relação parafraseando Saint-Exupéry: Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que eleges.
Sobre a explicação do Secretário de que é difícil para ele regular seus “pares” quanto ao horário de trabalho, fazendo até um paralelo da dificuldade, segundo ele, que os membros do MP também encontram em fiscalizar os seus, pois segundo o mesmo, seus subordinados são todos médicos como ele. Ah, entendi claramente. Já fica explicado também a do prefeito em relação ao mesmo, porque esse também é médico. Tudo muito claro. Sobre os demais que não cumprem horário, pois segundo um jornal aí, isso é o que mais tem na administração, qual será a relação que impede tal cobrança? O que todos esses teriam em comum com o chefe que impede tal exigência? Cada um tire sua própria conclusão.
Duas baixas do primeiríssimo escalão na saúde neste ano, as duas se deram, pelo que foi ventilado, em decorrência do horário de trabalho de ambos, era incompatível. E o mais cruel disso é que um deles estava lá, cumprindo integralmente seu plantão. Outra coisa que ninguém comenta é se pode alguém responder por um “departamento”, ser tratada por diretora e receber como assessora especial. “Só aqui, Sucupira e em Londres”. E cadê aquele rapaz de branco que seria um dos “caras” da saúde e não se vê mais falar no moço. Ainda lotado no cargo que excomungava a criação? Mas para que possamos nos despreocupar com relação a essas coisas, parece que a “Amapassos” voltou. Lembram? Aquela associação que fazia o maior barulho... Muito provavelmente irão também querer fazer suas recomendações. Como ficamos todos polidos agora.
Mudando um pouco de assunto, ainda bem que está chegando o Natal e o Papai Noel nunca falha, como diz aquela linda cançãozinha: “seja rico ou seja pobre o velhinho sempre vem”. Não vai me dizer que não acredita em Papai Noel? Mas lembrem, por via das dúvidas, melhor mesmo é aproveitarem o IPI reduzido e adquirirem seus carros antes que acabe.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Pimenta nos olhos dos outros é refresco

Um projeto de lei sobre a escola pública rodou o Brasil através de e-mails. De autoria do Senador Cristovam Buarque, o projeto obriga políticos a matricularem seus filhos em escolas públicas. Este propõe que todo político eleito (vereador, prefeito, deputado, senador...) seja obrigado a colocar os filhos na escola pública. As conseqüências certamente seriam as melhores possíveis, pois quando os políticos se virem obrigados a colocar seus filhos na escola pública, a qualidade do ensino no país irá melhorar, afinal de contas, eles não irão querer que os seus estudem num lugar ruim. Todos sabem das implicações decorrentes do ensino público que temos no Brasil, assim, este projeto poderia realmente mudar essa realidade. Uma idéia realmente muito boa do Senador Cristovam Buarque. (Baseado no e-mail recebido)
Poucos dias depois de receber esse e-mail e tomar conhecimento deste projeto fui convocado como secretário escolar da Escola Municipal Oilda Valéria Silveira Coelho (na lista de presença aparecia E. M. Oilda Valério Silveira, mas o porquê disso eu só fui entender no decorrer da reunião). Nesta foi apresentada de forma já definida onde os formandos do 9º ano (antiga 8ª série) das quatro escolas da zona rural do município de Passos iriam estudar em 2010. Para que entendam o caso, na zona rural não existe ensino médio, pois o número de alunos inviabiliza isso. Assim, criaram uma situação onde esses alunos são obrigados por um “zoneamento”, que se tratando de zona rural é uma piada, a se matricularem na Escola Estadual Neca Quirino (leia-se GOT). Na verdade o que todos sabemos é que o GOT se encontra numa situação lastimável e a Superintendência Regional de Ensino – SRE quer recuperá-lo. A estrutura física entendemos ser relativamente simples, mas com relação as outras partes é fácil perceber que demandará mais tempo para se fazer essa tal recuperação. Contudo, colocar lá meninos e meninas oriundos do campo, que já irão sentir uma grande mudança saindo de uma escola rural, é senão um tanto quanto imprudente. Isto para ser comedido com as palavras. Somente é capaz de pensar uma coisa assim quem não conhece quase nada da realidade desses alunos e essas escolas. Lembrando que a escola municipal que funciona na Fazenda Santa Luzia, do Cabo Verde, chama-se Escola Municipal Oilda Valéria Silveira Coelho.
Voltando ao projeto de lei do Senador Cristovam Buarque, este poderia receber algumas emendas e constar ainda os parentes das pessoas que cuidam das instituições que comandam o ensino. Estas matriculariam seus sobrinhos (no caso de quem ficou “pra tia”), filhos, netos... nas escolas públicas, principalmente quando fossem fazer alguma experiência ou mudança. Depois de verificado a eficiência e os resultados, aí sim. Mas muito provavelmente daria até briga para ir pra lá, como se vê em algumas escolas municipais do centro, onde o “zoneamento” é desmascarado pelo número de vans e kombis deixando as crianças.
Espero que a bancada ruralista da Câmara Municipal de Passos, a maior de todas as bancadas, ao tomar conhecimento desse fato assuma uma posição em relação a isso. Entendemos que o correto é que cada um decida para onde quer ir, afinal de contas nem são tantos assim, além do fato de que alguns já possuem irmãos, primos e amigos estudando na cidade. Certamente esses gostariam de acompanhá-los e não serem cobaias de algum “projeto” de revitalização. Reafirmo que torço para que tenha êxito as mudanças a serem implantadas no GOT, já que no passado tive colegas que estudaram lá e sempre elogiavam a escola, coisa que não se ouve falar hoje. Mas daí achar uma boa idéia obrigar os alunos vindos da zona rural a irem pra lá é uma temeridade, pois se corre o risco de uma evasão desses jovens, pois como disse, muitos já são os desafios que eles enfrentam, sem necessidade de que se crie mais um. Isto pode ser verificado pelo número de alunos da zona rural que param de estudar depois do fundamental. Espero realmente que eles não sejam “defuntos sem vela” e que as autoridades se pronunciem a este respeito.

domingo, 29 de novembro de 2009

Quando Deus quer, não tem jeito!


Mês passado participei de um evento organizado pela Fundação de Ensino Superior de Passos - FESP que, em conjunto com o jornal Folha da Manhã, premiaram com medalha e certificado os escolhidos por suas respectivas escolas como professor do ano, premiação que leva o nome do lendário Francisco Antonio Faria Reis – “Profº. Fanco”. Fui o indicado para esse prêmio pela Escola Técnica de Passos – ETEP, onde leciono Ética Profissional e Legislação Aplicada há alguns anos.
Um dos motivos pelo qual resolvi escrever este artigo foi a reação de alguns amigos, pois ao comentar sobre esta premiação percebi a felicidade que ficaram. Muitos mais são os meus amigos que acompanham o meu Blog e também minha trajetória profissional, alguns fazem isso diariamente, porém, em muitos casos é esse nosso maior contato, coisas dessa vida corrida que praticamente todos levam hoje em dia. Sei que alguns sofrem junto com a gente quando passamos por algum contra tempo, outros sabemos que sempre estão orando por nós, isso para não falar da família, que sempre está ali, firme.
Desta forma, isso tudo me levou a querer registrar este momento, sem falar no fato de que a ETEP, essa querida escola, não satisfeita com a indicação, resolveu também me homenagear num encontro da mesma na Câmara Municipal semana passada. Então, registro também as palavras da minha diretora Rosângela, que realmente me emocionou: “Queremos de forma especial lembrar o competente profissional que você é. Obrigado por tudo que você fez e faz pela ETEP. Você é literalmente grande. Grande e nobre, pois seu ofício lapida o teu coração a cada dia, dando-lhe prazer em ensinar”.
Mas o principal mesmo, que fecha um ano profissional muito especial, ante a todos os desafios enfrentados, foi a confirmação de que as Promessas de Deus para nossas vidas não podem ser detidas. Não que Deus exista para nos servir ou algo do tipo, muito pelo contrário. Mas como diz uma música que eu adoro: “Deus de aliança, Deus de promessas, Deus que não é homem pra mentir... posso enfrentar o que for... eu sei Quem luta por mim, Seus planos não podem ser frustrados”...
Tem ainda uma história que gosto sempre de contar, nem me lembro se já fiz isso antes aqui, pois já são mais de 100 artigos, mas não tem onde ser mais verdadeira... É mais ou menos assim: “Uma senhora muito pobre orava a Deus por ajuda, pois passava necessidades naquele momento. Um bruxo que ficou sabendo da história resolveu pregar-lhe uma peça. Conseguiu seu endereço, chamou seus secretários e ordenou que fizessem uma compra e levassem para a mulher, mas com a seguinte orientação: - Quando ela perguntar quem mandou, respondam que foi o diabo! Ao chegarem à casa, a mulher os recebeu com alegria e foi logo guardando os alimentos. Os secretários do bruxo, conforme a orientação recebida, perguntaram: - A senhora não quer saber quem lhe enviou estas coisas? A Mulher, na simplicidade da fé, respondeu: - Não, meu filho. Não é preciso. Quando Deus manda, até o diabo obedece!”.Se você confia em Quem luta por ti, não se preocupe de que maneira virá sua vitória, pois se Deus determina, ela vem... Ah... se vem!...
Mas só Deus é digno de toda honra e toda glória!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Travessias e travessuras

“Construção de Travessias Elevadas de Pedestres - TEP, em pontos com grande número de pedestres e aglomeração de pessoas, onde se verifica o abuso de velocidade por parte de motoristas e motociclistas, com perigo eminente de atropelamento, tais como:
 Av. Juca Stockler – (Tonin II, Biblioteca da FESP e Prédio principal da FESP)
 Av. Com. Francisco Avelino Maia – (CPN, São Lucas, Status e Sindicato Rural)
 Pça. Geraldo Silva Maia – (Móveis Thomaz e Antigo Fórum)
 Av. Arouca – (Bradesco e Banco do Brasil)
 Rua Dr. Carvalho – (Colégio Estadual e Fundo do Prédio da FESP)
 Av. da Penha – (próximo do cruzamento com a Trav. 18 de setembro)
 Rua Aurora – (próximo do cruzamento com a Av. dos Expedicionários)
 Rua João Pimenta -(próximo do cruzamento com Rua São Paulo)
Obs.: Outros pontos podem vir a serem estudados, porém, sendo uma travessia de pedestres, deve ter esta finalidade e não somente a redução de velocidade, pois não se trata de quebra-molas que já são regidos pela resolução 39/98 do Contran que estabelece os padrões e critérios para sua instalação
,...”. Trecho extraído do projeto “Novos Caminhos”, páginas 29 e 30, onde também se encontra figuras ilustrativas das mesmas.
Fico muito feliz em saber que além de estar sendo muito lido, como tenho podido comprovar nas ruas, pois sempre encontro pessoas que falam que acessam meu Blog, fico satisfeito também porque os levantamentos do meu último trabalho para o Departamento de Trânsito de Passos (que pode ser acessado também no meu Blog) tem servido de base para várias “ações”, que logicamente não fazem nenhuma menção ao mesmo, pois isso seria ético demais para alguns.
Mas no caso da construção da TEP da Av. Juca Stockler (Biblioteca da FESP) uma coisa é muito estranha. O poder público delegou a sua construção a uma instituição de ensino, algo realmente inédito, um recibo de sua incompetência para fazer e uma completa desvirtuação da entidade, no caso, uma fundação de ensino. E não me venham com discurso de parceria, ou algo do tipo, que isto não cola e nem é o caso. Se alegarem que ela é pública haveremos de levantar quanto de nepotismo há nela hoje. Conforme se ouviu no caso da “Feira do Pastel”, ninguém pode fechar uma via senão a própria Prefeitura e não há ninguém dela lá trabalhando. Outra incoerência é que a Administração declara que uma Câmara Municipal não tem competência para fazer uma lei que regulamenta um serviço já criado, como é o caso do mototáxi, como pode entender que uma Faculdade possa construir obra de trânsito em via pública... uma piada. Saudade do MP. Será que é mais um para a relação do famoso “Passos já teve”?
Outra coisa inusitada que vimos nos últimos dias foi numa reportagem a respeito da construção de rampas para portadores de deficiência. Igualmente às travessias elevadas de pedestre, essas também são muito importantes e sempre bem vindas (exceto quando de quinas, só para cumprir tabela e fazer número), contudo, o modo como foi acertada sua realização me chamou atenção. Não é que o vereador Paulinho Rodrigues (da Reintegrar), mesmo sendo da base da administração, recorreu ao MP (a parte que ainda funciona) e junto deste firmou um TAC com a Prefeitura. Para quem não sabe, TAC é Termo de Ajustamento de Conduta. Pela fidelidade quase canina na Câmara Municipal, será que esse não “teria moral” (pop.) para conseguir isso por meio de um simples pedido junto à administração. Geralmente o TAC é feito por quem tem algum receio. Pelo jeito, ele e o meu amigo Renato Andrade, que como candidato a deputado provavelmente não terá o apoio formal do prefeito e de nenhum dos seus companheiros da situação (já teve o da vereadora Tia Cenira, da oposição), parece que são vereadores de “castas” inferiores dentro da administração. Inferiores até em relação ao PT que não tem nenhum vereador, mas tem o PAC – Programa de Alavanca da Candidata, que até agora só tem distribuído promessas de migalhas por aqui. De bom mesmo só a Escola Técnica, mas isso mais graças ao “providencial grito” da vereadora citada há pouco, do que efetivamente algum trunfo do partido daqui, mais afeito a reuniões, seminários, encontros, fóruns e etc.

sábado, 7 de novembro de 2009

Lobo x Lobo

Recebo muitos e-mails toda semana, alguns realmente muito interessantes. Dia desses, recebi de um querido amigo um que conta uma belíssima história.
“Uma Noite, um velho índio Cherokee contou ao seu neto sobre uma batalha que acontece dentro das pessoas. Ele disse: - Meu filho, a batalha é entre dois lobos dentro de nós. Um é mau: É a raiva, a inveja, o ciúme, a tristeza, o desgosto, a cobiça, a arrogância, a pena de si mesmo, a culpa, o ressentimento, a inferioridade, o orgulho, a superioridade e o ego. O Outro é Bom: É a alegria, a paz, a esperança, a serenidade, a humildade, a bondade, a benevolência, a empatia, a generosidade, a verdade, a compaixão e a fé. O neto pensou naquilo por alguns minutos e perguntou ao seu avô: - Qual o lobo que vence? O velho Cherokee simplesmente respondeu: - O que você alimenta!”
O homem é um único animal capaz de domesticar outro animal, mas o mais formidável mesmo é que ele é o único capaz de se domesticar também. Isso quer dizer que podemos mudar nosso jeito de ser. Podemos ser melhor e também melhorar nossa vida com as pessoas que amamos e até mesmo com aquelas que não amamos tanto assim (diferente de não amar). Devemos nos cuidar para não alimentarmos o que não podemos controlar. Algumas pessoas têm alimentado o seu mau e com isso fazem que nós pensemos em fazer o mesmo. Não podemos cair nessa, lembram daquela passagem do Sermão da Montanha, Mateus 5-39: “Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra”; O entendimento desta expressão, um ensinamento de Jesus, tem como verdadeiro significado, conforme já foi dito e defendido por muitos, que “Cristo não falava da face física, Ele falava da face psicológica”. Concordo inteiramente com isso. Esse dar a outra face, ao invés de fraqueza ou submissão é na verdade um sinal claro de obediência à palavra de Deus.
Dar a outra face é fazer o seu melhor, independente de quem esteja no comando do barco em que navega. É trabalhar com entusiasmo e dedicação lembrando sempre que você carrega um nome e, sendo Cristão, traz ainda a marca Daquele que morreu por ti. Desta forma, não nos é direito fazer diferente. Uma boa forma de alimentar o lobo bom é na Palavra de Deus, pois “nem só de pão vive o homem” e logicamente o lobo que vive dentro dele.

domingo, 25 de outubro de 2009

O “Refis” e outras heranças


Depois da “Gripe Suína” e o “envolva-se”, o mais novo campeão de publicidade é o chamado “Refis – Programa de Recuperação Fiscal”. Uma meia página de tablóide ou mais de propaganda diariamente, além de rádio e etc. Por sinal, a foto desta campanha no jornal é mesmo muito engraçada, vale a pena dar uma conferida. A fisionomia do cidadão olhando para o lado com uma cara pra lá de matreira é muito boa. Só falta falar: E aí “Mané”, você paga em dia suas contas com o município? E as frases então: “O benefício é para todos” - “O benefício é para você”. Será mesmo essa a intenção?
Porém não é sobre isso que quero falar, até porque, se o prefeito enviou o projeto para a Câmara, nossos representantes aprovaram, está feito. Contudo, ainda bem que houve emendas, pois o texto original continha algumas pérolas. Fica a impressão que alguns não estão muito satisfeitos somente com o salário. O curioso disso é que esse “bendito” dinheiro, o “salvador da lavoura”, vem boa parte de dívidas que deveriam ter sido pagas junto à administração passada, ou seja, esse aguardado “din-din” é também uma forma de herança. Ainda mais se levarmos em conta que dívidas não foram deixadas, muito pelo contrário, segundo o ex-Secretário da Fazenda ficou foi muito dinheiro, algo em torno de “cinco milhões”. Se ninguém veio a público desmentir isso, podemos ter certeza, pois se não fosse verdade ou se houvesse dívidas, teriam sido divulgadas aos quatro cantos. Prolongando um pouco mais esta análise, outros fatos merecem serem lembrados. O primeiro diz respeito a medicamentos, onde ninguém teve coragem de negar que a atual administração herdou um grande estoque. Só ficaram em silêncio. No Departamento de Trânsito eu posso garantir que isso ocorreu, estoque e licitação de serviço de pintura com recursos em conta.
A respeito da arrecadação do município, que realmente caiu, vale lembrar que o estrago não é pior porque há dois anos atrás, o pessoal que estava lá na prefeitura se desdobrou para provar que Passos tinha mais de 102 mil habitantes. Desta forma, ficamos num patamar acima no que diz respeito a repasses para o município. Sempre é bom lembrarmos de alguns fatos. Resumindo, a herança deixada em espécie ou perspectiva de receita é realmente significativa.
Mas temos também um outro tipo de herança que é muito pouco falada, estou me referindo à herança imobiliária. Sem muito esforço vamos as mais relevantes: Com a construção do “Novo Pronto Socorro” (UPA ou UFA... Aproveito para dizer que prometi ao Dr. Cleiton e já cumpri, retirando o adesivo do “SOS Saúde de Passos” do meu carro, até porque não entendi a exclusividade do mesmo. Por que só a saúde?)... Voltando ao assunto, sobrou então o espaço que ficava o “velho PS”. Fala-se que poderá abrigar uma Escola Técnica Federal, ou seja, a contrapartida do município já estaria quase garantida e num local super valorizado, no meio da Avenida da Moda.
Com a ida do fórum para Av. Arlindo Figueiredo, surgiu onde era antigo prédio deste, o lindo Palácio da Cultura, bem no coração da cidade. A nova Rodoviária fez passar a existir um ótimo espaço, com possibilidade para dois pavimentos, num local espetacular (menos para uma rodoviária – já pararam para pensar se ela ainda fosse ali, meu Deus...). Depois de reformado – modificado... sei lá ... tem tanta coisa que poderia ser feito naquele local. Tem ainda um outro imóvel na Avenida Arouca, onde funcionou a Secretaria de Educação. Como preferiram voltar esta para a Casa da Cultura, ganhou-se mais um belo imóvel no centro. Parece que a Secretaria de Assistência Social foi para lá. Pensando bem, ter o PT de apoio deve ser uma coisa, mas ficar vendo toda hora quem te atacou até moralmente a vida inteira é outra bem diferente. Melhor mesmo manter uma “distancinha”.
Realmente essa herança imobiliária é algo de um valor bem considerável. Algum corretor se habilita a calcular? Pensando por aí, quem sabe com a ponte do Rio Grande podemos ficar com uma das balsas para nós. Logicamente que a maior tem que ser de Passos. Brincadeira a parte, o único perigo das chamadas heranças é que algumas pessoas não dão o devido valor às mesmas. Já vimos muitos perderem as suas por não saberem administrar e muitos outros por não serem muito afeitos ao trabalho. Assim, que Deus nos proteja.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Fim da quarentena

Algumas imagens valem mais que mil palavras e na semana que passou duas foram de simbologia ímpar. Vimos na imprensa dois veículos de “pernas” pro ar no trânsito em Passos, um na Av. Arlindo Figueiredo e outro bem no centrinho da cidade.
Um significado e tanto para mostrar como as coisas andam, ou melhor, não andam. Há cinco dias atrás eu publicava no meu “blog” um artigo no qual me colocava como estando de quarentena no que tange a falar sobre o trânsito de nosso município. Contudo, isso mudou depois de uma matéria feita pela assessoria de imprensa da prefeitura, digo isso, pois apareceu exatamente igual em mais de um veículo de imprensa, mostrando o secretário de planejamento tentando explicar as ações que vem sendo tomadas no trânsito da cidade e que estão sendo duramente criticadas como não planejadas. Diante disso, lançaram mão de um diagnóstico do final de 2001 encontrado no Departamento de Transporte e Trânsito – Transpass para justificá-las. Quando vi na foto sobre a mesa de “trabalho” os levantamentos feitos há oito anos atrás e o secretário com seus encarregados do trânsito mostrando como se ali realmente se encontrava todas as explicações das ações por eles desenvolvidas, me vi no direito de comentar a vontade sem que violasse a ética.
Primeiramente, é mais que óbvio que o PAITT, esse é o nome: Programa de Ação IMEDIATA de Transporte e Trânsito, repito, com diagnósticos do ano de 2001, jamais poderia prever coisas como o Novo Pronto Socorro e outros empreendimentos como o Supermercado São Jerônimo da Rua da Praia e etc. Só uma mente “gelatinosa” poderia imaginar ter encontrado em alguma prateleira empoeirada da Transpass, num trabalho que já foi explorado nos três anos subsequentes a sua realização, como pode ser facilmente comprovado, até mesmo com o atual secretário de obras, a muleta que precisavam para se escorarem. Essas coisas deve ser fruto do trabalho, podendo ser desenvolvidos com ou sem consultorias, dependendo da necessidade, mas não se acha em prateleiras ou arquivos, e aí sai plantando “estórias”. E se não bastassem os oito anos que separam o PAITT, que conheço muito bem, pois trabalhei “ombro a ombro” na sua elaboração junto aos funcionários da Tectran (Transitus é uma das empresas do grupo), tanto aqui quanto em BH, na sua sede na Rua Pirapetinga, pois foram inúmeros encontros, reuniões, troca de informações, até que o trabalho fosse finalizado, ainda citaram o nome do Engº. Silvestre, um dos proprietários, mas que jamais esteve em Passos, pelo menos no que se refere ao PAITT. Mas como haveriam de saber isso se nem lá estavam nesta. De novo penso que poderiam ter perguntado ao secretário de obras que é o mesmo da época. Então, se querem divulgar nomes para dar mais relevância, falem do Engº Cláudio Lobato, hoje na BHtrans e que trabalhou nos projetos, sendo um dos meus grandes incentivadores em fazer a pós-graduação de trânsito. Falem ainda da Richelle que ficou por conta das pesquisas de campo, além da Dra. Sabina Kauark e da Engª. Valeska Leão na parte do transporte público, pois esses sim trabalharam por aqui com a gente.
Outra incoerência dos mesmos é que, de todo trabalho feito, a maior parte diz respeito ao transporte público, tendo gerado a licitação do mesmo e o sistema que agora eles já estão abandonando, afinal, se passaram oito anos. Não por acaso que se têm dois “T”, o outro é de transporte. Na verdade, a utilização do PAITT todo esse tempo depois não passa de uma forma de tentar dar alguma sustentação ou ar de planejamento nas ações que agora se desenvolvem. Preferiram lançar mão do já envelhecido PAITT ao invés de fazer um novo trabalho ou admitir de onde tiraram a atual linha de pensamento, se ela existe. Porém, entre saber o que fazer, copiado de algum lugar, e saber como fazer, têm uma grande diferença, mas isso eles já estão sentindo. Seria mais digno pegar o PAITT e trocar por PART – Programa de Ação Retardada de Trânsito (poderia aproveitar esse momento e trocar a capa para vermelho, pois a original tem predominância azul, da Transitus, pois é anterior a medíocre imposição atual de cores), pois assim ficaria mais coerente, sai o “Imediata” que não combina com os oito anos que se passaram e também excluem o transporte. Seria até engraçado se não tivesse sido rompido a barreira do ridículo e passado a ser patético.
De algumas pessoas se espera de tudo, mas confesso que outras têm me surpreendido. A dissimulação como forma de encobrir a falta de preparo tem sido facilmente vista por quem conhece um pouco, mas para quem conhece muito do assunto, soa grotesco. Na plantada matéria usaram até o nome de uma pessoa como tendo falado algo de apoio, isso tentando também dar mais credibilidade, como se dissessem que os que lá estavam eram pouco para isso.
Todos sabem o perigo que é um lobo na pele de cordeiro, mas também se o Pastor dessas não for preparado para conduzi-las, os riscos são maiores ainda para todo rebanho.
Para encerrar, penso ser mais vergonhoso enrolar os leigos e a imprensa da cidade do que admitir a necessidade de ajuda, isso não é vergonha alguma, pois ninguém nasce sabendo. Sobre a imprensa, que também não é nenhuma “expert”, quando pega essas matérias plantadas e publica sem nenhum “porém”, tem sido muito ingênua, o que muitas vezes significa omissão e em outras falta de compromisso com o leitor, gerando até mesmo desconfiança quanto à integridade da mesma.
Parafraseando Adlai Stevenson: Se algumas pessoas pararem de dizer mentiras, prometo que eu paro de falar verdades a respeito delas.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Transitando sem compromisso



Por uma questão ética me vejo impedido de falar sobre as coisas que estão acontecendo no trânsito de Passos e o porquê de algumas delas. Estou falando isso porque tenho sido insistentemente cobrado a fazê-lo. Este impedimento ético se deve ao fato de ter estado à frente do Departamento de Transporte e Trânsito até começo 2007, onde ainda tenho algumas pessoas de minha mais alta estima. Assim, me sinto meio que de quarentena. Mas antes disso escrevi muito a respeito e não precisava ser nenhum profeta para prever algumas coisas. Tenho aqui mais de dez artigos sobre esse assunto e que expressam minha opinião. Estes foram publicados na imprensa e estão no arquivo do “Blog” - Janeiro de 2008, data do início deste e não dos artigos. São todos avalizados por minha especialização na área, que foi feita junto aos mais renomados profissionais do nosso estado. Entretanto, sobre aqueles que se aventuram em escrever sobre este assunto não tenho impedimento algum em comentar. Até entendo um pouco a dificuldade que deve ser para algumas pessoas que, obrigadas a escrever quase todo dia por circunstâncias profissionais, acabam falando do que não entendem nada, chegando à beira do ridículo com comentários de pouca profundidade e quase nada de proveitoso.
Realmente o trânsito não é para amadores, mesmo que só para falar dele. É claro que isso não vale para aquela conversa de mesa de bar, informal. Aí tudo bem, pois como bons brasileiros, como a gente costuma brincar nos fóruns e encontros sobre transporte e trânsito, todos nós nos consideramos técnicos de futebol e trânsito também. Mas daí a escrever sobre algo tão vivo e dinâmico, que muda a cada dia, que sofreu profundas transformações, principalmente nos últimos anos, usando poucos e pequeninos exemplos da década de 80, onde a frota do município era dez vezes menor que hoje, é uma piada. A não ser que a memória já lhe esteja falseando, o que se for, humildemente peço desculpas, se trata mesmo de desrespeito com seu próprio leitor ou outra coisa do tipo, pois nem todos os interesses consigo acompanhar, tamanho o repertório.
Na época citada como bom exemplo de planejamento de trânsito por causa de uns poucos avanços de passeios, como dissemos, havia dez vezes menos veículos que hoje e ainda sim foram instalados vários semáforos onde nem atualmente (quase 30 anos depois) seriam necessários, como nos cruzamentos da Av. Com. Francisco Avelino Maia com Rua dos Maias (mercado), Rua da Praia e Dep. Lourenço de Andrade, entre outros. Todos de 4 fases (1 aberto e 3 fechados) e com tempo fixo, 365 dias por ano. Nem ouso calcular o consumo de energia utilizado, nem o de combustível por conta dos tempos de espera. Muitos foram retirados, mas alguns persistem por teimosia dos políticos e influentes vizinhos, que mesmo não entendendo nada do assunto, são eles que muitas vezes “mandam”. Porém, todos os que ficaram pelo menos tiveram suas fases e/ou tempos diminuídos. Tratar do assunto trânsito desvinculado do transporte é outra falácia. Como disse, não quero e nem vou adentrar nas questões que atualmente envolvem o trânsito na nossa cidade, pois a não ser como cidadão, motorista e pedestre, não mais me diz respeito, apesar de continuar a ser especialista, pois essa é uma titulação pessoal e não funcional, onde me mantenho atualizado através de leitura, contatos com profissionais da área, trabalhos de consultoria e etc.
Para dizer a verdade, nem dá mesmo para cobrar algum tipo de entendimento acerca do assunto. O secretário da pasta que cuida do mesmo nem mesmo tinha conhecimento que é ele a autoridade de trânsito municipal, isso por força de lei. E aquele que é advogado 1 da “administração” não sabe a diferença entre tráfico e tráfego, daí não se pode esperar nenhuma clarividência a respeito da matéria mesmo.

domingo, 4 de outubro de 2009

Advogados de defesa


"Se queres ser universal, fale da tua aldeia” . Entretanto confesso que alguns assuntos são muito específicos da nossa terra, o que acaba dificultando o entendimento por leitores de outras regiões. Mas minha intenção primeira é mesmo uma cidade mais questionadora, consequentemente, politizada. No último artigo comentei que o que não faltava era assunto e um dos mais comentados na semana que se passou e ainda continua dando o que falar foram as declarações do advogado Aldo Gurian. Numa mistura de defesa e ataque Dr. Aldo se expôs corajosamente e levantou vários questionamentos que ainda estão sem respostas. Ele garantiu que de toda a chamada “Operação Caminhada” somente está ainda sob questionamento na justiça o contrato entre a prefeitura e a empresa “Resolve” (terceirização de mão de obra). Disse ainda que a atual administração gasta muito mais com esse tipo de serviço e nada é questionado pelo Ministério Público. Não posso comprovar a veracidade disso, contudo, até a presente data, nem o MP, tão pouco a administração municipal veio a público desmentir o advogado. Outra fala contundente que ficou sem resposta foi a de que a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) sequer fez parte das investigações. No entanto, penso realmente que nada disso tem muito interesse para alguns e isso vai ser somente usado em períodos eleitorais ou pré-eleitorais, num “quenta e requenta”, até porque se julgado, qualquer que for o resultado, acaba os holofotes.
Num outro prisma sobre a mesma história, entendo que a atual administração municipal está perdendo ou já perdeu a oportunidade de verdadeiramente condenar o seu grande adversário, o ex-prefeito Ataíde. Sabe-se muito bem que o pleito passado foi disputado numa atmosfera totalmente desfavorável ao mesmo e mantê-la será quase impossível, apesar de estarmos vendo uma clara tentativa disso. Teria sido bem mais inteligente a condenação tácita do mesmo, uma coisa feita de forma silenciosa, “não expressa, mas sim implícito. Que se apresenta sem ruído ou que se faz sem rumor. Que, por não ser expresso, se deduz de alguma maneira”. Vou exemplificar isso para que entendam essa minha opinião.
Peguemos o SAMU como primeiro exemplo. Ao invés de falar que o ex-prefeito devolveu as ambulâncias, que isto foi uma aberração e tudo mais que estamos vendo ser feito, deveriam eles fazer a implantação do SAMU nos moldes como vinham falando que fariam, ou seja, somente aqui para Passos. Isto sim era a prova cabal da falta de capacidade do anterior, contudo, o que está sendo feito há dez meses é uma tentativa de fazê-lo num consórcio com mais 16 cidades. Têm-se um “Assessor Especial” praticamente por conta disso, o que só de despesas com salário, viagens e etc., muito provavelmente já se foram uns 50 mil reais e mesmo assim até agora nada. Isso mostra que realmente era inviável da forma como tinha sido proposto e não passava de um programa de doar ambulâncias, diga-se de passagem, pra lá de suspeito.
O segundo exemplo é o SAAE. Com o fim da taxa do “Fisan” fizeram logo um aumento que elevou as nossas contas de água ao patamar do que era cobrado com este. Ora, se deixassem as contas sem o “Fisan” e sem aumento, e ainda assim mantivessem a qualidade do serviço e os investimentos, ficariam os antigos administradores em maus lençóis. Mas não foi isso que vimos. Acho que perguntar não ofende, mas se o dinheiro era para o que alegam, por que o aumento? Outras várias ações neste sentido poderiam ter sido feitas. A implantação do Novo Pronto Socorro há um bom tempo atrás, ou como querem, UPA (quando inaugurar vai ser UFA...), seria outra bela resposta. Apesar de todas as desculpas dadas, a verdade nós sabemos bem, pois com falta de médicos e dinheiro, o caso é bem parecido com o do SAMU, quase um presente de grego.
Têm-se ainda o fim da contratação terceirizada de mão de obra, ou colocá-la num patamar bem abaixo do praticado pela gestão anterior. Isso também seria uma prova cabal de má administração, onde aí sim poderiam levantar suspeitas sobre o caso, mas gastando mais... E assim vai... Só na questão do lixo foi feito algo parecido, contudo, diante da qualidade do serviço, que caiu mais que o preço, o que praticamente inviabilizou qualquer propaganda. Diante de todos esses fatos, entendo que “roubaram” do Dr. Aldo a função de advogado de defesa do ex-prefeito, pois quem melhor vem fazendo essa função é a própria administração atual. Ao invés de tentar provar possíveis irregularidades e má gestão fazendo melhor e/ou de outra forma, preferem contratar os “Mano” e continuar o discurso de campanha.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

“Visitantes Ilustres”


Fiquei praticamente duas semanas sem escrever. Não que esteja faltando assunto, isso tem de sobra, e como. Dei uma parada porque estava empenhado em duas palestras, mas estamos de volta. A semana que passou foi de grande movimentação na cidade, onde tivemos várias visitas “ilustres”. Todos de olho nos 73 mil eleitores sem um efetivo candidato a deputado federal. Isso explica facilmente a presença por aqui de alguns políticos, mas algumas mentes brilhantes acham mesmo que é por prestígio da administração: “Em menos de uma semana recebemos a visita de dois ministros, um ex-ministro, seis deputados”. Meu Deus, mas como diz um amigo: “Melhor ouvir isso do que ser surdo”. Nada como colocar meia dúzia de “bába-ovos” no quadro da prefeitura para poder dizer besteiras a vontade e ainda achar que faz sucesso.
Fiz uma rápida checagem a nível estadual e não se tem, pelo menos aparentemente, nenhuma cidade em Minas com 73 mil eleitores sem uma liderança que canalize boa parte desses votos a uma vitória no ano que vem para deputado federal. Isso sim atrai um monte de políticos, todos ávidos por este escasso tipo de colégio eleitoral, ainda mais sabendo que tem uma turma que sempre se vendeu baratinho para deputados de outras cidades e até mesmo de outras regiões do estado. Onde mais se tem a chance de com uns trocados, ou um cargo de assessor pago pelo contribuinte, ou umas emendinhas parlamentares (que a cidade teria aos montes se tivesse um deputado seu), ter a possibilidade de arrebanhar uns 7 mil votos, representando tão somente 10% do eleitorado. Muito mais visitas desse tipo teremos até outubro do ano que vem. E alguns pombos ficam radiantes com as migalhas que lhes são oferecidas, pois para eles é mais que suficiente, a cidade que se “lasque” (censurei o outro termo). Acham até que isso significa prestígio.
Vou defender até o fim Passos ter candidato a deputado federal. Pode até ser meia boca como das últimas vezes, bom mesmo seria se fosse alguém diferente. Ouvi falar no vereador Renato Andrade, ótima pessoa, um bom nome na verdade, mas como todos sabem, está na base do prefeito e provavelmente não terá apoio nenhum por lá, aja visto que está mais que claro que a administração se dividirá entre os vários pára-quedistas que nos visitam. É o tal prestígio, diga-se de passagem, um dos chocolates mais baratos do mercado. Uma dobradinha com a oposição fica difícil, pois isso seria um contra senso, pois ele não tem o apoio nem mesmo no seu grupo, onde vota fechadinho e pouco se manifesta em temas polêmicos que dizem respeito ao governo municipal. Uma pena, porque seria uma bela pedida, a melhor em muitos anos.
Ainda sobre os visitantes ilustres, qualquer dia eles fretam juntos um avião para vir aqui. Afinal de contas, temos “cabos eleitorais” e votos para todos os gostos e cores.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Inversão de Valores


Numa coisa grande parte das administrações públicas são bem parecidas: o tratamento que é dispensado a seu funcionalismo, gerando assim uma total inversão de valores, até mesmo na cabeça dos “servidores”. Tirando por base as últimas administrações “pmdbistas” na cidade, todas do Dr. Hernani, é bem isto que se pode notar. Senão vejamos, mesmo ostentando cargos de confiança em mais de um mandato, têm gente que definitivamente não leva a coisa pública muito a sério, nem adianta insistir, mas insistem. Não se vê os mesmos engajados em nenhum projeto ou serviço relevante, mas por que fariam isso? Apesar de ser um absurdo, eles sabem que isso de nada vale. Mas quando falo de projetos ou serviço relevante, estou me reportando aos assuntos que dizem respeito ao coletivo é óbvio, não vale o que fazem em prol do “particular”.
Em relação a alguns que são funcionários de carreira é muito pior, não sei de onde tiraram que quando o governo é de outro partido senão o deles, que simplesmente não precisam trabalhar. Já quando estão no governo, talvez pelo costume dos quatro anos anteriores, ficam só andando de carro “pra cima e pra baixo”, muitas vezes viajando, em ambos os sentidos da palavra. Mas nem tudo são críticas em relação aos atuais mandatários. Por outro lado, nós sabemos também que tem gente que trabalha por três, até porque isso se faz muito necessário, pois se estima que dois terços seja o número dos sangues sugas. Por falar neles, cadê o Samu? Lá se vão oito meses e nada. A promessa era para os primeiros dias e agora estão tentando faze-lo a nível regional. Inteligente, mas isso deixa evidente a sua inviabilidade para uma só cidade arcar.
Voltando a questão do funcionalismo público, a culpa não é exclusiva deste, trata-se de uma acomodação que lhe foi incutida por esse tipo de administração. Fica claro para o servidor municipal que a sua ascensão na carreira depende muito mais dos três meses antes de uma eleição e até mesmo da chamada de “boca de urna”, do que do seu desempenho durante quatro, oito, doze anos ou mais. Hoje em dia ele sabe que com o seu suor e trabalho, ou ainda, se fizer um curso técnico, superior ou uma outra graduação qualquer, não terá o mesmo efeito que uma boa participação em comícios, carreatas e comitês. Assim, muitos preferem freqüentar bares e festas que um banco de escola, pois é essa a impressão que nossos governantes passam com suas atitudes. Daí se pode notar outra coisa também: a grande movimentação do CRASEM (Clube dos Funcionários da Prefeitura), que neste tipo de mandato, como dizem a moçada, bomba.
Vemos vários importantes cargos sendo ocupados por alguns que na verdade são somente motoristas de luxo. Sei que se trata de um problema que não é exclusivo de Passos, tão pouco somente desta administração, isso faz parte da cultura de um país onde o nível político esta bem abaixo do mínimo necessário, principalmente no tocante a cidadania e a ética. Isso tudo só não é mais grave que uma de suas próprias conseqüências: a de converter-se em coisa banal, natural e corriqueira, diante da qual o funcionalismo público passa a entender que o fim do seu trabalho não é mais a população e tão somente aquele que está à frente da administração, o que não é a mesma coisa de forma alguma.
Quero terminar lembrando que ainda existem aqueles que persistem em fazer diferente, procurando se capacitar e a cada dia melhorar seu desempenho. Poderia aqui citar vários nomes, mas não o faço até mesmo no sentido de preservá-los. Tenho a esperança que em breve essa será a tônica da administração pública, pois espero estarmos vivendo os últimos tempos desse tipo de governo, se Deus quiser.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Dias melhores

“O gasto publicitário é maior em nossa cultura que o gasto com educação pública. Então, antes de se indignar, precisa-se reconhecer que a publicidade é hoje mais formadora de nossa subjetividade do que o ensino escolar. Ela é a maior expressão de nossa época,... sejam como nós. Imagens publicitárias”.
Oliviero Toscani (fotógrafo e publicitário)
Mesmo isso tendo sido dito por um gênio naquilo que faz e em relação a publicidade feita no meio privado, me dá ânsia essa completa inversão de valores, principalmente porque isso vem sendo copiado também pelos administradores públicos. Sabemos que hoje em dia, com uma boa verba destinada à imprensa, as administrações públicas tentam impor suas meias verdades, que não passam de mentiras inteiras. Mas estão se esquecendo que as fontes de informações aumentaram e se diversificaram e tem muita gente que não “estamos” à venda.
Para se ter uma idéia, antigamente os partidos políticos faziam aqueles programas eleitorais de uma hora, ou dois de 30 minutos, onde mostravam tudo o que a legenda fazia Brasil afora. Hoje preferem 120 aparições de 30 segundos para venderem sua sigla como um produto qualquer. Além disso, temos ainda a imprensa, chamada “guardiã da democracia”, que na esmagadora maioria presta um desserviço à nação vivendo em muito do dinheiro público, repassado pelos governos através de campanhas disso e daquilo, muitas delas mais caras que os próprios fatos que as geraram. Ficou fácil demais notar quando os órgãos de imprensa estão sendo pagos, pois eles mudam descaradamente seu discurso.
Dia desses, talvez por um descuido de quem “monta” o jornal, a publicidade de uma administração pública ficou bem ao lado da crítica a um adversário. Só faltou escrever embaixo: “oferecimento de”... . A Influenza “A” H1N1 também veio bem a calhar para eles, pois com a emergência do momento puderam transferir os recursos necessários para calar um sempre oportunista pasquim. Mas o que ignoram e a gente já pode notar nas conversas com os amigos, no trabalho, nas escolas e etc., é que a população aos poucos começa a perceber isso de forma muito clara. Essa transferência de recursos para jornais e rádios é facilmente detectada pela população. Será que acreditam mesmo que ainda somos um bando de ignorantes só porque isso deu certo nas últimas eleições? Todos sabem que o grande peso do resultado veio do aval dado pela instituição Ministério Público, pois só a imprensa não teria conseguido essa proeza nunca. Falta-lhe crédito para isso.
Os tristes acontecimentos políticos atuais, por mais deprimente que são, na verdade se fazem necessários para o nosso crescimento. A leitura diversificada ao máximo, até mesmo de “blogs” e sites, se faz indispensável. Assim nos tornamos mais preparados e não seremos prezas fáceis para estes perigosos predadores, que ainda usam o dinheiro dos nossos impostos para se promoverem ou diminuírem seus opositores.
Já que meu ídolo Belchior voltou à mídia com o seu “quase sumiço”, uso um trecho de uma letra sua para expressar meu sentimento de otimismo com relação ao futuro: “Você não sabe nem vê mais eu não posso deixar de dizer meu amigo, que uma nova mudança em breve, vai acontecer, e o que era jovem e novo, hoje é antigo, e precisamos todos rejuvenescer”. Dias melhores virão, disso não há duvidas.

domingo, 23 de agosto de 2009

Envolva-se

A Influenza “A” H1N1, mais conhecida como “Gripe Suína” bate a nossas portas, diante disso não tem como ficarmos alheios ao que está acontecendo. Todos devem estar engajados e, além de seguir as orientações, como cidadãos, temos a obrigação de difundi-las. Em Passos, a campanha municipal pede exatamente isso, o envolvimento de todos nós. O boletim desta deixa claro que não devemos procurar o Pronto Socorro (pela situação do mesmo isto a gente já sabe, devemos fazer isso o menos possível), mas com relação à “gripe suína”, não procurar o PS e os hospitais tem outro significado, evitar a proliferação da mesma. Temos ainda a indicação de telefones caso você apresente os sintomas da doença, são eles: 192, 3522-7177 e 0800-283-2255, esse último para pronto atendimento noturno, finais de semana e feriados. Por falar nos sintomas, estes são: febre repentina superior aos 37,5 graus; tosse; dor de cabeça; dores musculares e nas articulações, além da dificuldade de respirar. O panfleto traz também dicas de como evitar a contaminação. Quando tossir ou espirrar, cubra a sua boca e nariz com lenço descartável, caso não o tenha, utilize o antebraço. Se utilizar as mãos, lave-as rapidamente com água e sabão. O uso de máscaras é também indicado para prevenir contaminações. Por último, evite lugares com aglomeração de pessoas.
Isso tudo é muito sério e temos realmente que estarmos envolvidos. Contudo, já que você estará envolvido em relação a isso, aproveite o momento e continue desta forma, não pare. Envolva-se também em saber o porquê de outras coisas que dizem respeito à nossa cidade. Envolva-se em conhecer o funcionamento da máquina administrativa do seu município. Envolva-se em saber quem são e como trabalham os escolhidos para ocuparem cargos eletivos e de confiança. Procure saber sobre o horário de trabalho dos ocupantes em cargos públicos e suas verdadeiras funções. Envolva-se com o trabalho realizado pelos vereadores, o que fazem e o que deixam de fazer. Envolva-se com os projetos que estão sendo desenvolvidos. Veja o quanto eles visam o coletivo ou se atendem assuntos e interesses particulares. Acompanhe os desdobramentos destes. Envolva-se em cobrar a transparência prometida, verificando como são feitas as contratações de serviços e de pessoal pela administração. Envolva-se ainda em buscar respostas porque alguns serviços públicos têm sido tão mal executados. Envolva-se em saber para onde vai o dinheiro dos seus impostos. Envolva-se em conhecer os conchavos políticos da nossa cidade, quais as trocas que estes apresentam... Envolva-se pra valer, pois pelo visto, não temos mais aqueles motivados moços que faziam isso por nós. A cidadania pressupõe esse envolvimento. Envolva-se e não se deixe enrolar.
Por fim, envolva-se também em conhecer a palavra de Deus. Você verá que este é um exercício fascinante, pois esse é um “Deus de alianças, Deus de promessas, um Deus que não é homem pra mentir”.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Antes que seja tarde

Lembro-me de uma antiga história que os Cristãos gostam de contar, que fala sobre um inusitado encontro na praia entre um garoto e um senhor. É mais ou menos assim: Num daqueles suntuosos dias de sol, do alto de seus quase 70 anos um senhor descansava tranquilamente debaixo do guarda sol lendo seu jornal. De repente se aproxima dele um menino trajando apenas calção de banho, interrompendo-o. Ao chegar bem perto o garoto pergunta: O senhor é Cristão? Um tanto surpreso com aquela indagação, ele responde: Sim, sou. Mas por quê? Em vez de responder, o garoto faz uma nova pergunta: Mas o senhor freqüenta a Igreja, ora e lê a Bíblia? Sim, respondeu novamente, ainda sem entender o motivo de todo aqueles questionamentos. E o garoto continua: E segue os ensinamentos dela? (referindo-se a Bíblia)... Diante de uma nova resposta positiva, aí ele sorri e se mostrando aliviado, finaliza aquele “interrogatório” exclamando: Nooossa... Que bom!!! Então o senhor pode guardar meu “um real” enquanto vou nadar um pouco. O menino disse isso entregando a moeda que apertava nas mãos ao senhor e se dirigiu tranquilamente para a água.
Esse tipo de história realmente deixa aquela sensação de que algo precisa urgentemente ser resgatado. A fé e a vida Cristã não podem ser apenas um “X” quando você vai preencher um formulário, ou uma resposta automática, mas sem convicção alguma, que se dá meio displicente quando se é pesquisado ou indagado sobre sua religião. Tenho pensado muito naquela passagem que fala que se o sal não salgar, ou seja, não cumprir sua função, não servirá para mais nada. Sei que nestes tempos modernos ele, o sal, ganhou cores e até virou peça de decoração, mas isso não torna sem efeito a Palavra. Muito pelo contrário, dá até mais ênfase, pois é isso mesmo, se não salgar, não serve pra nada ou vira enfeite. Uma coisa somente para ser vista. Na verdade, uma vida de aparência.
Existe um provérbio suíço que diz: “As palavras são anões; os exemplos são gigantes”, assim, cabe dizer que são os atos bem mais valiosos que os discursos. Essa história de “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”, não cabe mais. Vemos hoje carregadores de andor, freqüentadores de culto, cristãos em letras minúsculas, que mesmo conhecendo a palavra de Deus, vão vivendo uma vida de mentira, muitos tentando usar até mesmo da sua condição de frequentadores de igreja para sua promoção. Quando na Bíblia lê-se que “se o Filho vos libertar, você será verdadeiramente livre”, não há outra interpretação acerca deste senão a de que a transformação deve ser feita em Cristo e não para os homens. Será que você é alguém que aquele menino entregaria tranquilamente seu um real? Está na hora de decidir de que lado você quer estar, mesmo que no passado você esteve do lado errado. O preço que Cristo pagou na cruz foi por isso e por você.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Fazendo um bico

Desculpem a ausência nestes últimos dias, estive ocupado com a criação de um novo blog voltado para meus alunos e minha outra profissão, a docência. Fiz também uma pequena viagem de três dias ao interior de São Paulo, mais precisamente na cidade de Amparo, onde reside minha irmã mais nova. São exatamente estes dois pontos que me levam a escrever este artigo.
Primeiramente quero falar sobre esta coisa cada vez mais comum que é ter uma segunda profissão, ou seja, desempenhar outra atividade já possuindo uma anterior. Além de comum é totalmente dentro da lei e da ética, logicamente se os horários forem compatíveis e houver empenho em ambas. Verdade que este fato ocorre mais comumente com a docência, pois esta geralmente tem horários e condições que permitem isso.
Sobre minha viagem para Amparo-SP, que faço em média uma vez por ano já há algum tempo, me surpreendi mais uma vez com a cidade. A cada ano ela está mais bonita e bem tratada. São três mandatos seguidos do mesmo grupo político, o ex-prefeito ganhou duas vezes e fez seu sucessor. O trabalho por lá é muito fácil de ser constatado. Antes que eu me esqueça, trata-se de um governo do PT, mais uma prova de que a competência e a honestidade, assim como a incompetência e a desonestidade, são “apartidárias” em nosso país.
Voltando a minha cidade natal, onde como todos sabem, sou funcionário público e professor, sendo que em ambos os casos eu sigo regras claras de trabalho e horário, vejo que o serviço público, até mesmo nos altos escalões, virou um “passa tempo” para alguns, “um bico”. Numa cidade que chega próximo dos seus 110 mil habitantes, com uma enorme gama de problemas a serem resolvidos vemos pessoas ocuparem cargos no setor público como um “biscate”. Fala-se até mesmo de uma pasta onde ocupantes de cargos de confiança dividiriam o tempo de trabalho entre eles. Mas o que se pode notar é que isto quase sempre acontece com aqueles que não são funcionários de carreira. O servidor de carreira está acostumado a ter horário, a ter sua obrigação diária. Sabe que estará trabalhando no próximo mandato, assim leva com muito mais responsabilidade e amor o que faz, mesmo, ou melhor, ainda mais quando ocupam cargo de confiança.
Como exemplo disso deixo a própria história do Departamento de Trânsito. Estive a frente deste por oito anos, até janeiro de 2007. Nunca trabalhei menos que 8 horas por dia, além de vários sábados, domingos e feriados, sem nunca ter gozado uma férias de verdade, aquelas de ficar 20 dias fora. Neste mandato teve gente de férias no primeiro mês, logo que assumiu. Quando saí da direção do departamento fui substituído por outro funcionário de carreira. As coisas se mantiveram no mesmo patamar de trabalho, pois a visão não se estreita a um único mandato, pensa-se há longo prazo. Meu sucessor, mesmo já sabendo que seria substituído na troca de poder, agiu normalmente no que tange ao trabalho e as responsabilidades deste. Deixou um enorme estoque de material de sinalização, tendo ainda licitado “cinco mil” metros quadrados de pintura viária e até mesmo material semafórico, tudo com os recursos devidamente reservados. Sobre o material semafórico adquirido, com o que se já tinha no departamento, dá para se fazer dois cruzamentos de dois tempos, como por exemplo, na “Rua dos Brandões com Santos Dumont”. Isto é responsabilidade e compromisso com a cidade e não apenas com um grupo. Deveria ser uma prática comum, mas infelizmente não acontece sempre. Outra coisa que não é comum é isto ser divulgado.
Vemos hoje algumas pessoas na prefeitura que deveriam estar trabalhando como funcionários públicos agindo tão somente como conselheiros, numa visão equivocada da sua função no serviço público. Esta outra, de conselheiro, que realmente estão exercendo existe sim, mas dentro dos Conselhos Municipais e não dentro do quadro de funcionários. Temos Conselho Municipal de Saúde, de Meio Ambiente, de Assistência Social, de Educação... Temos ainda o importantíssimo ConCid – Conselho da Cidade, que foi criado pelo novo Plano Diretor. Estes são os locais onde de forma gratuita se faz algo pela cidade, sem os compromissos rígidos de horário e não na administração recebendo salário, em alguns casos, bem gordos, e em cargos que eram até contra a sua criação.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Síndrome de Cóssimo

“Onde o medo está presente, a sabedoria não consegue estar”.
Antes de adentrar no assunto que me proponho a escrever, primeiramente quero lembrar da história que da origem ao título deste. A psicologia e a psiquiatria costumam dar nomes de pessoas para algumas síndromes (conjunto de sintomas que se apresentam numa doença e que a caracterizam). Neste caso, uso do mesmo artifício, pois essa diz respeito ao ex-deputado e “atual vice-prefeito”, Cóssimo Baltazar de Freitas. Antes ainda aproveito para comentar a situação atual deste importante político passense, que na primeira vez em que foi vice de Hernani, renunciou. Já desta vez parece que renunciaram a ele, caso contrário estaria aí um bom nome para a “Cultura”, dentre outras tantas possibilidades mais dignificantes que ficar em casa esperando sabe-se lá o que. Mas quanto ao título deste artigo, quando Cóssimo esteve na assembléia legislativa mineira, nosso “vice-prefeito” foi difamado por um ato que teria praticado contra a sua própria classe, os professores. Foi disseminado que o então deputado teria votado contra um aumento salarial destes. A “estória” que circulou e ainda rola de vez em quando é de que ele optou por um reajuste menor ante outra proposta maior. Como se isso fosse possível! Quem conhece um pouquinho o funcionamento legislativo sabe que isto não funciona desta maneira. Mas politicamente o que ficou foi que o professor Cóssimo votou contra a sua classe, fator decisivo para sua não reeleição e consequente fim da representação política de Passos na Assembléia Legislativa mineira. Daí o nome de “Síndrome de Cóssimo”.
Feito o devido esclarecimento para que se possa melhor entender a questão, volto ao presente para narrar um fato que, apesar de não se ter concretizado, já que não houve essa necessidade, bastou uma velada ameaça. Somente com a possibilidade de execração junto à sua classe profissional, nos moldes do que foi feito com Cóssimo, conseguiram um importante e decisivo apoio da oposição dentro do legislativo passense para a aprovação de um projeto muito estranho do executivo.
Uma das justificativas da atual administração para a impossibilidade de um aumento real para o funcionalismo público, dentre outras coisas que não estão sendo feitas na cidade é o alto índice do gasto com o pessoal. Como pode dois meses depois aprovar projeto de criação de novos cargos. Além disso, não existe nenhum significado pedagógico para criação de algumas vice-direções em escolas onde o número de alunos não indica essa necessidade (que isso fique bem claro). Existem coisas bem mais importantes que isso e não se faz, como por exemplo, incentivos aos profissionais da área, internet nas escolas rurais, subsídios para cursos de especialização nos moldes que são oferecidos a outros servidores da administração (prédio) e assim por diante. Mas pelo jeito mais vale o apadrinhamento político que a capacitação dos professores e o desenvolvimento educacional dos alunos da rede pública.
A questão envolve a nossa única mulher e professora na Câmara Municipal. Diga-se de passagem, esta vem desenvolvendo um ótimo começo de mandato e torcemos para que não se perca neste tipo de “chantagem”. Como exemplo podemos citar sua atuação no caso da vinda de uma escola técnica federal para a nossa cidade. Sozinha teve papel mais eficiente e importante que o omisso PT passense, pois foi a partir de uma cobrança sua que o Deputado Odair Cunha teve que assumir uma postura pública a favor de Passos. Mas no caso do apoio incondicional ao projeto das vices diretoras ela deixou muito exposto seu “calcanhar de Aquiles” e, diante de políticos profissionais, isso é terrível. Penso que poderia ter sido mais persuasiva, talvez negociando o fim de alguns “cabidões” em troca da criação desses “cabidinhos”, ou ainda determinando o tamanho das escolas que teriam vices. Essa necessidade não era da classe dos professores, isso atende somente os interesses políticos e uma minoria.

domingo, 12 de julho de 2009

Casa dos Horrores

Atos secretos, nomeações suspeitas, perseguições, licitações dirigidas, viagens e horas extras pagas a funcionários que sabidamente custam a ir dentro do horário normal de trabalho. Isso e muito mais que se possa imaginar vem ocorrendo na “Casa dos Horrores”. Com seu predominante azul, a “Casa dos Horrores” vem se especializando nestas coisas que envergonha a todos, apesar do pouco tempo da nova direção.
Mas nada do que vem acontecendo chega a ser surpresa, pois desde que surgiu essa aliança PMDB e PT, certo ponto de forma surpreendente porque até pouco tempo o que eles mais faziam eram trocar acusações sobre a honestidade de um e outro, isso tem sido muito comum. Hoje penso que ambos estavam mais que certos nos tempos em que se acusavam.
As falcatruas não se limitaram ao espaço da mesma, arrumaram uma “Fundação” para ampliar o leque de suas ações fraudulentas. Afinal de contas, as “Fundações” no nosso país são vistas como um lugar onde se pode fazer o que bem entende, apesar dessas possuírem normas rígidas a serem seguidas. O que não tem é quem realmente investigue as mesmas, desta forma, elas acabam se tornando um “porto seguro” para que os políticos possam expandir sua área de atuação, fugindo do foco e da vigilância da imprensa séria, da mira da justiça, do MP quando motivado e da oposição quando atenta.
Assusta que tão cedo, afinal de contas são apenas meses sob nova direção, já se espalha dessa forma os desmandos. Olha que muita coisa ainda está encoberta e poderá vir à tona, obviamente se as instituições encarregadas desse tipo de apuração não fizerem “vista grossa e corpo mole”.
Depois de vários anos como mandatário entre idas e vindas, parece que o decano político que manda por lá, perdeu realmente a máscara que foi responsável por sua recondução ao posto, que é a da honestidade, pois os atos que vem tomando deixam mais que explicitado sua verdadeira vocação. Antes que eu me esqueça, não muito distante da “Casa dos Horrores” se encontra a “Casa da Mãe Joana”.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Comarca de Jacuí

Dizem que a melhor profissão que existe é a de comentarista, como os de futebol, por exemplo. Em geral, estes sempre fazem seus comentários depois do fato ocorrido, assim, estão sempre com a razão. Alguns articulistas de jornal são assim também, passado o fato, chegam cheios de “marra”, falando um monte. Como me propus a fazer algo diferente desde quando comecei a escrever, vou comentar o próximo pleito eleitoral, mas não no sentido de acertar o que vai acontecer, muito pelo contrário, eu quero é alertar para o que pode ocorrer e errar tudo, logicamente falando, no que diz respeito à Passos.
O quadro que se pinta a nível estadual com forte impacto na nossa região, remete para a possibilidade do Deputado Carlos Melles, de São Sebastião do Paraíso, galgar mais alguns degraus na sua já vitoriosa carreira política. Não são pequenas as chances deste sair para o senado, lembrando que são duas as vagas para este em 2010. Pode ser também convencido a aceitar uma indicação para vice numa bem provável dobradinha do DEM com os tucanos mineiros. Desta forma, se abre na região um enorme colégio eleitoral para Deputado Federal. Contudo, o grupo político de Melles, no seu legítimo direito, conquistado com trabalho e união, não irá deixar isso migrar para outros e poderá alçar o Deputado Estadual Antonio Carlos Arantes para Brasília, apresentando um novo candidato à Assembléia Mineira. O nome da vez seria o do prefeito de Paraíso, Mauro Zanin. Se isso se concretizar caberá a nós tão somente elogiar a capacidade de organização e persuasão do grupo político liderado por Melles e Arantes, lembrando que esse possui ramificações até mesmo em Passos.
Enquanto isso, na cidade com o maior colégio eleitoral da região, com seus mais de 73 mil votos, tem gente apoiando a idéia de não se lançar candidato a deputado federal daqui. Alguns têm motivos particulares para isso, mas fazem querer parecer que se trata de um projeto político. Apadrinhados por deputados que só vêm aqui para ver as “belezas” da nossa cidade, algumas que na verdade nem daqui são, tentam incutir em nós a idéia que não somos capazes de fazer deputados federais. Já fizemos em outras épocas e nos dois últimos pleitos, mesmo com um peso enorme na caçamba, teve candidato daqui com votos suficientes para ser eleito em legendas de menor expressão. É lógico que não é tarefa fácil, ainda mais que a região ouve e lê todos os dias que a desunião dos nossos políticos irá nos levar a nova derrota. Nisso o jornal e algumas rádios da cidade fazem seu papel direitinho, sendo que muitas vezes essa ação é bancada pelos políticos de fora, que por sinal também fazem seu dever de casa em dia. Fazem questão de bater nessa tecla gerando assim um estado de desconfiança da região com relação às chances dos nossos candidatos. Aí você pode estar dizendo que isso realmente ocorre. Desta forma, existe mesmo uma razão para isso, pois os resultados têm apontado nesta direção. Correto, mas aí eu deixo uma pergunta: Seria isso uma causa ou conseqüência?
A verdade, sem querer ser dono dela, é que em decorrência destes fatos não somos nem sombra do que já fomos um dia. Lembro bem de uma eleição com um federal e dois estaduais eleitos daqui, e “só” tenho 40 anos. Recordo do Sr. Joaquim Freire como candidato ao Senado Federal. Secretários de Estado, Secretários Adjuntos de importantes secretarias estaduais, Diretores de Bancos estatais, Presidente de Comissões da Assembléia e até mesmo presidente desta, no caso, o saudoso Neif Jabur. Agora, pelo visto e exposto, caminha a “Passos” largos para “voltarmos a ser parte” da Comarca de Jacuí.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Saúde, buracos, lixo e cia.

Passos, 1º de julho de 2009.
Não se trata de uma carta ou um documento formal qualquer. A data colocada em primeiro plano é tão somente para indicar que se foram 6 (seis) meses do início do atual mandato da administração municipal. Isso equivale a 12,5 % do total. Se formos por aquela máxima de que o lenhador entra na mata só até a metade porque depois desta ele já está é saindo, entendemos que o prazo para experiências e desculpas já se esgotou.
Para início deste artigo não tem como deixarmos de falar da Saúde, pois, para quem se apresentava como profundo detentor do conhecimento da gestão desta, já está claro que não é bem assim. O Pronto Socorro passa por sua pior crise da história e a despeito do que se diga quanto ao novo PS, a verdade é uma só, como mudar para aquele prédio enorme quando não se consegue tocar nem mesmo aquele outro modestíssimo onde “funciona” hoje. Desculpa de estacionamento inacabado, trinca na parede (essa já tinha sido usada na rodoviária nova, faltou criatividade), falta de entrega da obra, coisas que não demandariam mais que um mês para serem resolvidas se verdadeiramente houvesse interesse nisso, não colam mais. Ouvi a primeira entrevista do Dr. Cleiton ao repórter Marcelo Augusto logo que assumiu se dizendo maravilhado com o novo PS. Deve estar gravada na Globo AM. Ultimamente parece que já mudou a sua opinião, alinhando o discurso com o da administração, o que é totalmente compreensível. Fica a sensação de que se realmente a Saúde na gestão passada de Hernani era tão boa assim, deve-se usar de humildade e chamar aqueles que a dirigiam, no caso, Dr. Demis Delfraro, o Secretário de Saúde da época e a enfermeira Raquel Dully, coordenadora dos PSFs. Nem precisam agradecer pela idéia, pois sei que essa já passou pela cabeça de todos e que só não se concretiza por questões políticas.
Mas nem só da Saúde vive a nossa cidade, não sei se felizmente ou infelizmente. Temos ainda muitos outros problemas a serem enfrentados e não levados com a barriga. Por uma questão ética vou citar apenas mais dois: o lixo e os buracos. Quanto ao primeiro, faz tempo que não vemos a nossa cidade tão suja. Na verdade, o melhor termo a ser usado é “imunda”. De carro, exceto pelos entulhos, às vezes nem reparamos nisso, mas basta uma caminhadinha pela Av. Francisco Avelino Maia ou Juca Stockler para verem do que estou falando. Na hora de trocar de empresa parece que não se levou em conta a questão da varrição, pois a coleta segue os mesmos moldes de antes, mas a varredura das ruas piorou muito.
A chamada operação tapa buraco que a gente vê falar todo dia deveria mudar de nome e isso não vem de hoje e nem desta gestão. Os administradores públicos passenses sempre optaram por esse tipo de procedimento, que na verdade deveria era se chamar “esconde-buraco”. A operação como é feita hoje não resolve o problema, apenas camufla. O modo correto é como vem sendo feito na MG 050, logo ali, é só dar uma olhada, não tem segredo. Primeiro recorda o buraco num quadrado ou retângulo, trata a base do mesmo, tira os detritos todos e somente depois passa para a fase do fechamento do mesmo. A durabilidade do serviço é infinitamente superior. É óbvio que este trabalho fica mais caro a princípio, mas existe uma coisa chamada custo benefício. Sem dúvida alguma esse se paga mais adiante, ou os municípios bem administrados e principalmente as concessionárias de rodovias não trabalhariam dessa forma. O que a gente não sabe é se existe interesse nisso na nossa cidade. Alguém conhece a historia da ferida que formou o filho do médico? Curar “pra que”?
Não que seja essa a questão central, mas uma coisa em comum tem esses dois últimos problemas levantados aqui: a falta de licitação para os serviços. Devidamente desculpado pela impossibilidade de fazê-lo, o que antigamente era entendido como má vontade e desonestidade, mas agora “pode”.

Junior,
Vc sabe que sempre acompanho seu blog e te acho uma pessoa muito capacitada. Acredito que vc. Não tenha vista toda entrevista com relação ao novo PS (na realidade, UPA, unidade de pronto atendimento). Gostaria de esclarecer que eu tenho me empenhado pessoalmente nesta mudança. Hoje mesmo deve ter sido encerrrado a licitação com os equipamentos mínimos necessários para que haja a mudança. Sem estes, é impossível que a mesma aconteça. Fui pessoalmente em todos os departamentos: financeiro, controladoria, licitação para que isso acontecesse no mínimo espaço de tempo, dentro dos tramites legais que é a prefeitura ( vc. Conhece muito bem a burocracia). Então discordo completamente de sua posição ( creio que vc. Não esteja sabendo disso). Paralelamente entrei com um pedido de complementação de convênio com o estado para que possa aparelhar completamento a nova unidade. Os recursos serão do próprio município, na ordem de aproximadamente uns 60.000,00 (estes são os equipamento mínimos para que haja a mudança), sendo que para uma completa aparelhagem estamos solicitando do estado um complemento de verba no valor de 250.000,00. Assim, espero que vc. Tenha entendido que empenho maior de minha parte para esta mudança não falta. Melhora no atendimento, funcionários, médicos é com o tempo que tentarei melhorar (ontem mesmo tive uma reunião com os médicos do PS, apesar que estou tendo que batalhar para melhorar o salário dos mesmos, já que eles estão reinvidicando este aumento com base nos salários pagos na região, onde trabalha-se menos e ganha-se mais). Acho que ainda estou em fase de conhecimento e estudos para melhorar a saúde de passos que vem há anos "capengando" e não são em 3 meses que se consegue mudar tudo, principalmente qdo peguei a pasta em uma situação extremamente delicada: eletivas paradas, contrato de emergência e urgência parado, falta de médicos na escala do PS, PSf não funcionantes como deveriam e outros, principalmente esta cobrança intensa para mudança do PS ( UPA ). Vou necessitar de um pouco mais de paciência e compreensão de vc. E de todos porque como te disse, a situação vem problemática há anos (haja visto que se não me engano, durante a administração do antecessor, passaram-se 8 secretários de saúde). É uma pasta delicada e penosa, mas tenho fé em Deus que farei o melhor para a cidade. Abraços e estou à disposição para qualquer informação. Do amigo, Cleiton.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Faça o bem!!! não importa a quem...

“Quando deres esmola não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita” (Mateus 6:3).
A frase que dá título a esse artigo está em vários “outdoors” da cidade e com certeza dentro do coração dos passenses. Sem medo de ser mal interpretado com o artigo que me ponho a escrever, deixo claro que se trata apenas de uma simples opinião, contudo, como sabem, de um observador atento.
Antes, lembro que Passos é proporcionalmente, com certeza, uma das cidades com mais ações filantrópicas que se tem notícia. São inúmeros projetos esparramados por todos os lados e oriundos dos mais variados seguimentos da nossa sociedade. São inúmeras quermesses beneficentes que acontecem todos os anos com apoio total da população. Temos o trabalho da Sociedade São Vicente de Paulo que é um tanto especial, sendo impossível alguém que tem condições entrar num supermercado e sair sem contribuir, principalmente ao ver aqueles probos senhores dando parte do seu tempo de descanso a tão nobre causa. Dona Bernadete e sua cantina, “Deus proverá” e tantos e tantos projetos que o povo de Passos abraça com amor. Tem também as festas do Roberto Paraná para a Creche Mons. João Pedro que sempre procuro divulga-la com amigos, pois sei que o trabalho deles é muito sério. Várias outras creches, a Samp, o Capp e assim vai, poderia citar aqui mais uma dezena de outros belos trabalhos que os cidadãos de Passos ajudam a desenvolver.
Mas o porquê de falar a esse respeito?
Deixo claro novamente o caráter pessoal deste artigo, sem querer fazer qualquer apologia ou algo do tipo, até porque não teria força e nem interesse nisso. Acontece que, recordando os discursos dos agora mandatários da Assistência Social de nossa cidade, o secretário Auro Maia e o assessor especial Alexandre Dentista, que por sinal anda sumido, quieto, mas que está lá, no cargo que antes abominava a criação, dava-se a impressão que não haveria mais a necessidade de nada disso. Os mesmos, nas suas épocas de estilingue, sempre disseram que havia dinheiro de sobra para as creches, instituições, programas e etc. Para estes, nos seus antigos discursos, o que não havia era seriedade, isso quando não falavam da honestidade dos seus antecessores. Assim, vislumbro agora uma época de grande fartura, e que assim seja. Contudo, até o momento, as notícias que nos chegam são somente de reuniões, audiências e coisas do tipo. Também continua a espera de dinheiro do governo federal e estadual, tudo bem diferente do rompante que tinham nos anos anteriores.
Sabedor que sou da bondade de Deus para com a minha vida, sempre procuro me engajar e às vezes lidero campanhas nas escolas em que trabalho, mas como Mateus nos ensinou, isso não vem ao caso. Estou dizendo isso, pois, pensando bem, melhor mesmo continuarmos todos, cada um a seu modo e condição, ajudando as nossas instituições e aos mais necessitados. Prossigamos então fazendo o bem não importando a quem. Também não nos deixemos levar, nem nos contaminar pela hipocrisia e mentiras de outrora e que visavam tão somente o poder. Mas numa coisa não tem como discordar, que deu certo, isso deu, pra eles.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Déficit Habitacional

Vimos ser amplamente divulgado o projeto político eleitoreiro habitacional, “Minha casa, minha vida”. Trata-se de uma ação oportunista (no sentido amplo da palavra) do governo federal, sem deixar de ser necessária e legítima mesmo assim. Visa, dentre outras coisas, impulsionar a candidatura da companheira Dilma Roussef à presidência. Na carona deste estão milhares de prefeitos municipais de todo o país divulgando as inscrições como se esse fosse um projeto municipal, contudo pode virar um belo tiro no pé. Está certo que o número de pessoas esclarecidas tem aumentado, apesar disso, não custa nada tentar iludir um percentual de gente que não se informa ou tem pouco acesso a informação confiável, e você sabe, 2 % de desinformados ou mal informados que flutuarem de um lado para o outro se torna 4 e isto muda muita coisa. Porém, como diria o Senador Mão Santa do Piauí: “quero ver comprar os Blogs”. Mão Santa soltou essa frase durante um discurso que denunciava a compra da imprensa do seu estado pelo governo local e federal. Desta forma, vamos a uma pequena, contudo, importante análise acerca deste interessante e intrigante assunto: o déficit habitacional de nossa cidade.
Em pouquíssimo tempo de inscrições foi noticiado que já passava de 6 mil o número dos que pleiteiam adquirir a casa própria em Passos pelo programa acima citado. Foi divulgado também que a cidade seria agraciada com 350 casas, o que depois passou para 500, mas que na verdade nem se sabe ao certo ainda quantas serão. Assim, levando-se em consideração as inscrições, certo mesmo é que não deve chegar nem a 10% da necessidade atual do município. Muita gente tem se perguntado sobre este número, mais de seis mil inscrições. De onde vem tamanho déficit habitacional? Seguramente esse vem de uma pobre política habitacional que foi desenvolvida no nosso município ao longo dos últimos anos.
Se levarmos em conta que os que agora tentam pegar carona neste projeto federal estão como prefeito ou vice, ou ainda como prefeito e vice, em 18 dos últimos 30 anos, podemos sem medo afirmar que vem, em boa parte, do “trabalho” deles mesmos. Em 3/5 dos derradeiros trinta anos da existência de nossa cidade, onde com certeza esse déficit se acentuou, muito pouco foi feito no sentido de priorizar a construção de moradias às pessoas mais carentes. A condução política que dão nas eleições para deputados também colabora para isso, pois a falta de representação política na assembléia legislativa e no congresso faz com que deixemos de ser agraciados com vários outros bons projetos. O mais estranho em tudo isso é que agora tentam tirar proveito daquilo que eles mesmos ajudaram a criar. A responsabilidade por tão grande déficit habitacional deve ser repartida na proporção de tempo que se teve à frente do poder executivo municipal equacionado pelo que foi feito no período. E o que foi feito é pouco e bem proporcional entre todos.
Tentar colher alguma vantagem disso é no mínimo uma piada. Seria como alguém que contribui para um incêndio e depois se vangloria porque emprestou o balde para ajudar a apagar.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Boi de Piranha

“O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”.
Martin Luther King
Não vou torcer contra minha cidade só porque fulano ou cicrano está na prefeitura. Isso, além de burrice, seria de uma pequenez medonha. Já provei meu espírito bairrista, dentre outras, até mesmo votando em candidato a deputado daqui mesmo sabendo que não era lá essas coisas. Mas daí a ficar calado diante de estratégias pra lá de conhecidas, fruto da esperteza de uma aliança, que a nível nacional já demonstrou que é capaz de qualquer coisa pela perpetuação no poder, a gente deixa para a parte da imprensa que está (ou estava) sendo muito bem paga para isso. Vejam só, aquela história da exoneração de alguns cargos como supostos casos de nepotismo foi uma piada. Uma que eles não se enquadram em nenhum dispositivo legal como nepotismo. Na realidade foi uma maneira de ajeitar alguns “companheiros” que ficaram de fora e deram o grito, já que tinha gente com dois cargos na mesma família. Ora, não sendo um indicado pelo outro e tão pouco com subordinação entre eles, aonde se encaixa o termo nepotismo. Mesmo assim, aquele jornal não publicar e nem se interessar pelos nomes demonstra claramente sua parcialidade, pois no passado publicava até nomes que não faziam parte de processo algum, somente para desgastar seus desafetos. Quando investigava e não encontrava nenhuma irregularidade, chegou até mesmo inventar.
Sobre o caso da nora do prefeito realmente eu não sei responder, deixando isso para quem de direito, haja vista que este já se encontra em adiantada discussão. Pensando bem, como não gosto de deixar de dar minha opinião, vejo o caso até como bem simples de analisar. A questão é simples. Ela está lá por quê? Se a resposta for porque é nora do prefeito: Nepotismo. Caso contrário, ou seja, se ficar provado sua condição para ocupar o cargo, lembrando aqui que Passos é referência em enfermagem no estado, aí tudo bem. O engraçado neste episódio é o fato dela não poder atar nem desatar o relacionamento. Em parte isso lembra um pouco a história das filhas dos generais que não podiam casar para não perder as pensões.
Voltando aos casos anteriores, a estratégia usada aqui, que serve também para massagear egos no Ministério Público (MP), tem até nome: “boi de piranha”. Funciona da seguinte maneira: sangra-se um ou mais animais, dependendo do tamanho da boiada que se quer atravessar em segurança, atira-se o bicho no rio para as piranhas se distraírem, enquanto isso, os bois gordos atravessam em segurança um pouco acima. Aqui a crueldade foi maior ainda, pois os “sacrificados” (nem tanto assim) não tiveram nem o direito de berrar, pois o arranjo familiar não permite. Alguns até ameaçaram, mas depois pensaram bem e acharam melhor esperar dois anos. Mas quando esses passarem, como se trata só de uma arrumação mesmo, já que quase nenhum tem função alguma, aí é só trocar um pelo outro e pronto. Nem precisa ser nenhuma “Mãe Dina” para adivinhar.
Outra tristeza é ver o que o dinheiro pode fazer com algumas pessoas. Na minha época de adolescente, meados dos anos oitenta, época das “Diretas já”, os intelectuais, professores, estudantes e escritores em geral, eram pessoas que lutavam contra abusos e desmandos, hoje infelizmente vemos muitos destes fazendo o caminho inverso. Como diria Silvio Santos: “Tudo pelo dinheiro”. E o MP, que contava com o apoio da imprensa em certas investigações, agora vai ter que se virar sozinho. Só que desta vez o páreo é muito mais difícil pra eles, pois no outro time não tem nenhum amador.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

O antes e o depois da posse

ANTES...
O nosso partido cumpre o que promete.
Só os tolos ainda crêem que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais
para alcançar os nossos ideais
Mostraremos que é uma grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo.
Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo da nossa ação.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
No poder, faremos tudo para que
se termine com as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
as nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos os nossos propósitos mesmo que
os recursos econômicos se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a verdadeira política.

DEPOIS...
(Basta lermos o mesmo texto de baixo para cima)

Leram? Então... antes que eu me esqueça, o autor é desconhecido, mas bem que pode ser de algum conhecido mandatário nosso. Onde vi esse texto falava ainda que os governantes não mentem, somos nós que não sabemos ler as suas mensagens, pois nem todas devem ser lidas como são apresentadas. Essa é a mais pura verdade. Existem algumas mensagens sublineares. Contudo, a simplicidade da maior parte da nossa população, atrelado ao fato de que a mídia, que deveria ser um importante canal de esclarecimento, se encontra bastante corrompida, não permitindo que isso ocorra.
Por exemplo, o financiamento de campanha já determina claramente quem serão as empresas prestadoras de serviço, um “lixo” fácil de se ver. Dá pra deduzir também alguns dos ocupantes dos cargos mais popudos. Pena que a prestação de contas de campanha seja quase um “faz de contas”, senão dava pra gente “advinhar” muito mais ainda. Se fosse aberto o Caixa 2 então, daria para precisar todas as ações de 4 anos de um governo: obras, fornecedores, passando pelas nomeações do 1º escalão, chegando até as diretorias e chefias. Uma verdadeira prostituição administrativa.
Fala-se muito e com razão sobre o pessoal de Brasília, da farra das passagens aéreas, dos fanfarrões que dirigem o Congresso, contudo, bem debaixo do nosso nariz a coisa funciona de forma bem parecida e com as mesmas legendas no comando. Desta forma, por favor, não inventem de trazer nenhuma linha aérea entre Passos e BH, senão a gente não aguenta. E não sou eu quem está falando, até mesmo aquele órgão de imprensa muito bem remunerado pelos mesmos já se vê obrigado a dar algumas notas a respeito, isso para não cair no mais completo descrétido diante de provas irrefutáveis. É o poder pelo poder. O jogo de grupos alidos pelos interesses particulares. Uniões pra lá de sombrias. Ah... me desculpe se queriam continuar a fingir que não sabem de nada.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Entrevista reveladora

Numa aula sobre ética um aluno me pediu para descrever como deveria ser um verdadeiro homem público, o qual chamou tão somente de político. Mesmo respondendo ao questionamento não me dei por totalmente satisfeito, pois costumo ser mais exigente comigo que os meus próprios alunos. Dessa forma, busquei fazer uma pesquisa mais detalhada e, principalmente, impessoal. Sabendo que político é aquele cidadão que se ocupa da política, da arte de governar ou gerir as coisas públicas, daquilo que é de todos, dentre outras atribuições, então, fui me aprofundar na busca de uma resposta realmente satisfatória para tão complexa indagação. Porém, foi neste momento que me deparei com uma interessante entrevista concedida para o site “de olhos abertos” pelo Dr. Fernando Luiz de Almeida Barros, professor de Ciências Políticas das Faculdades Unidas RJ, onde falava exatamente sobre esse assunto. Então, vamos a ela:

Pergunta: Como deve ser o verdadeiro homem público?
Resposta: Deve guardar consigo a sensatez e o equilíbrio, sem nunca os perder de vista... Assim, seguirá o seu caminho em segurança e não tropeçará. Deve procurar obter sabedoria e entendimento, usando tudo o que possui para adquirir entendimento. Não deve abandonar a sabedoria, e ela o protegerá.

Pergunta: Fale um pouco mais sobre isso?
Resposta: A insensatez é pura exibição, sedução e ignorância. Se for sábio, o benefício será seu; se for zombador, sofrerá as conseqüências. Quem anda com integridade anda com segurança.

Pergunta: Como o político deve agir diante do sofrimento das pessoas que estão sob sua área de atuação, principalmente as mais necessitadas?
Resposta: Quando for possível, não deixe de fazer o bem a quem precisa. Não diga ao próximo: ‘Volte amanhã e eu lhe darei algo’, se pode ajudá-lo hoje. Quem trata bem os pobres empresta a Deus, e ele o recompensará.

Pergunta: Desmandos e perversidades são cada vez mais comuns na classe política, existe algum remédio para isso?
Resposta: Quem semeia a injustiça colhe a maldade; o castigo da arrogância será completo. No caminho do perverso há espinhos e armadilhas; quem quiser proteger a própria vida mantém-se longe dele.

Pergunta: A corrupção está muito ligada ao meio político, o que o senhor tem a falar a esse respeito?
Resposta: A comida que se obtém com mentiras pode até ser saborosa, mas depois dá areia na boca. Pesos adulterados e medidas falsificadas são coisas que Deus detesta. O salário do justo lhe traz vida, mas a renda do ímpio lhe traz castigo.

Pergunta: O que o “Professor” diria então para aquelas pessoas que estão sem esperança e descrentes, principalmente por verem grupos políticos corruptos ainda se darem bem?
Resposta: Não se aborreça por causa dos maus, nem tenha inveja dos ímpios, pois não há futuro para o mau, e a lâmpada dos ímpios se apagará.

Pergunta: Qual conselho o senhor daria a quem quer entrar na vida pública e que obrigatoriamente terá que conviver com a política e alguns políticos que estão aí?
Resposta: Meu filho, se os maus tentarem seduzi-lo, não ceda... Não vá pela vereda dessa gente. Afaste os pés do caminho que eles seguem, pois os pés deles correm para fazer o mal, estão sempre prontos para derramar sangue. A sabedoria o livrará do caminho dos maus, dos homens de palavras perversas, que abandonaram as veredas retas para andarem por caminhos das trevas.

Comentário: Espero que tenham gostado das respostas. Contudo, quero me desculpar pelo fato de não existir nenhum Dr. Fernando Luiz de Almeida Barros, professor de Ciências Políticas. Nem mesmo Faculdades Unidas RJ e site “de olhos abertos”. Foi uma pequena invenção. Mas as respostas, diga-se de passagem, que não são endereçadas somente a classe política, embora muito atuais, já tem quase 3.000 anos e foram retiradas do Livro Sagrado, a Bíblia, mais precisamente do Livro de Provérbios, escrito por Salomão, filho de Davi. Ainda sobre Provérbios, esse relata que “o tolo não tem vontade de aprender, nem de mudar e nem demonstra qualquer interesse por Deus. O líder tolo cria problemas em vez de resolvê-los, e se torna conhecido pela falta de inteligência, além de não ter noção de ética e integridade”.

(Inspirado num texto de Max Gheringer para a CBN, que usou deste mesmo artifício e, usando somente de frases do livro Eclesiastes, também do Velho Testamento, respondeu várias dúvidas sobre como deve ser o profissional de hoje).