terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Passense Otário

Antes que algum conterrâneo fique bravo e desista de ler meu novo artigo, que só agora escrevo, depois de um mês, vou explicar o título do mesmo. Vou fazer isso transcrevendo um diálogo do qual fui um dos protagonistas, já adiantando que também sou passense e com certeza otário como os demais.
Eu – Bom dia!
“Rapaz” da SAMP – Bom dia.
“Rapaz” da SAMP – O senhor vai querer de uma ou duas horas?
Eu – Uma só... Vai ser rápido.
“Rapaz” da SAMP – R$ 1,50
Pausa: enquanto ele me dava o troco e preenchia o talão fiquei olhando para os carros estacionados próximos. No meu campo de visão podia ver de dez a doze carros. Cabe aqui mencionar que estava eu na Av. Expedicionários (entre Barão do Rio Branco e a Farmácia Hemeopassos).
Eu: Por que todos esses carros não têm talonário?
... Silêncio...
Eu: Qual o critério adotado para que uns paguem (no caso específico era só eu mesmo) e outros não?
“Rapaz” da SAMP – Alguns chegaram antes de mim, outros. (assim mesmo... não continuou).
Eu – Acho que só otário paga. (confesso que fui duplamente otário... era a deixa).
“Rapaz” da SAMP – é por aí mesmo.
Fim de papo, falar o quê?
Você pode até estar dizendo: mas eu sou da turma que não paga. Isso com certeza não faz de você um não otário, vou explicar melhor mais abaixo. Também não vou fazer nenhuma apologia contra a área azul, de forma alguma. Não gosto do sistema adotado em Passos, mas acredito no trabalho da SAMP. Sei também que se fosse seguido os verdadeiros critérios para implantação de área azul, que é a rotatividade das vagas, seria essa de suma importância para a cidade. Mas aqui isso nem é levado em discussão.
Para aqueles que não pagam área azul e por isso se acham espertos vou lembrar que vocês pagam IPVA e ainda tem pedágio. Sem contar a questão municipal, pois o município que fica com 50% do seu IPVA lhe devolve com buracos e mais buracos nas vias. Vale recordar também que toda vez que porventura você ou outro munícipe venha a cometer alguma infração de trânsito, metade também vem para os cofres públicos. Esse dinheiro que deveria ser todo para sinalização e campanhas educativas hoje é usado mais para promover excentricidades de alguns despreparados. Zero de campanha educativa em dois anos. Recuperação tardia da pintura da cidade que tem acarretado nova demarcação, praticamente tem-se que fazer o serviço duas vezes. É muita incompetência.
Os números de acidentes batem recordes e alguns estão preocupados com a compra de veículo para seu departamento. Temos semáforo no centro da cidade há quase um mês com defeito. Tenha a santa paciência. Dá-se claramente preferência às motos no trânsito, não só em relação a estacionamento, pois isso é o de menos. Falo com relação a prioridades no tráfego, mesmo ante a segurança dos pedestres. As primeiras consequências disso já começam a aparecer. “O número dos acidentes de trânsito atendidos pelas Guarnições de Resgate da 2ª Companhia do Corpo de Bombeiros de Passos/MG subiu até cerca de 65% em comparação com a média dos últimos 10 meses (janeiro a outubro de 2010)”... “Hoje em dia não se admite amadorismo no planejamento das ações e a preocupação do Corpo de Bombeiros é com a segurança de nossa população", completa o Capitão Geraldo (fonte: www.passosnews.com). O mesmo não se pode dizer em relação a parte que cabe ao município. Já estamos nos acostumando com o barulho da sirene do corpo de bombeiros. Começo a entender a necessidade que a administração municipal vê no SAMU. Nosso chão começa a ser pintado de vermelho, não o “laranjado” das travessias, mas do sangue de alguns. Como nenhum de nós tem sangue azul, talvez isso não incomode os atuais mandatários da cidade.
Se ainda não se convenceu que também é um otário vou lembrá-lo agora que você paga um imposto de primeiro mundo e recebe serviço de “quinta”. Taxa de limpeza e cidade suja. O SAAE brigando muito pelo direito de cobrar por um serviço que ainda não presta. Somos otários em três esferas: federal, estadual e muito, mas muito mesmo, na municipal. Essa proximidade deve fazer com que enxerguemos isso mais fácil, pois muito provavelmente não só nós passenses somos otários. Talvez sejamos mais, mas não os únicos.
Se ainda não se convenceu que é otário é porque, além disso, deve ser também alienado.
Desculpe... Talvez você preferisse ficar da forma como estava, mas é necessário crescer, porque mais velho se fica a cada dia, mas isso não implica em crescimento.

Notícia de última hora: O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) reajustou para 2011 o seguro obrigatório para veículos (DPVAT). O seguro, que é pago com o IPVA, terá reajuste de 7,83% para automóveis e utilitários, passando de R$ 89,61 para R$ 96,63. Além do prêmio tarifário, será cobrado na aquisição do seguro o valor de R$ 4,15 pela emissão da cobrança da apólice ou do bilhete do DPVAT e IOF de 0,38%. No caso dos automóveis, o prêmio total é de R$ 101,16. (www.globo.com)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

As Chagas

Na última sexta feira, no jornal Folha da Manhã, um artigo assinado por Carlos Chagas, doravante apenas Chagas, fazia menção a minha família. Neste, o “rapaz” usava o termo “vagabundos” logo após fazer uma referência a nós. Covarde como sempre, pois sabe que a cega justiça dos homens e o espaço que detém não são iguais para seus ofendidos. Apesar de reconhecer minha fraqueza humana, fico envergonhado em confessar que a princípio fui tomado por uma enorme ira. Infelizmente esse tipo de “gente” muitas vezes existe mesmo para nos fazer cair em pecado. Depois desse primeiro instante passei a refletir sobre o termo a qual Chagas se aludia a nós, logicamente, entendendo se referir a mim e duas de minhas irmãs.
Minhas irmãs têm décadas de atuação no serviço público. Suely é o que se chama de educadora, uma referência, o que pode ser facilmente comprovado junto a qualquer pessoa que já trabalhou com ela nos seus mais de 30 anos de trabalho. Maria Angélica, também com mais de três décadas de serviço, deixa sua marca de trabalho por onde passa, tamanha sua disposição. Mas logicamente Chagas não poderia de jeito algum estar se referindo a elas. Muito provavelmente nem ao menos as conhece. Não são contemporâneos e ele nem mesmo reside em nossa cidade. Dizem que o “mancebo” mora em Brasília, bem apropriado, a capital das verdades escondidas. Como poderia ele fazer algum juízo de valor a respeito da atuação profissional delas? Minhas irmãs são profissionais do mais alto gabarito, isso pode ser facilmente comprovado. Mas Chagas atacou não só isso. Covardemente falou de mães, esposas, tias, irmãs, cunhadas... orgulho para toda nossa família. Talvez a falta desse tipo de referência seja a causadora desse destempero. Mas com certeza não a única.
Passo então a refletir sobre a minha pessoa e essa poderia sim ser a motivação maior de Chagas ao nos atacar, pois já tivemos nossas diferenças sim. Mas essas passam longe em relação ao termo usado por ele, esdrúxulo para um profissional que sempre primou pela responsabilidade. Falo do meu trabalho, do qual tenho enorme orgulho. Foi aí que me dei conta de que Deus, na sua infinita bondade, sabendo das artimanhas do inimigo, veio me preparando nos últimos dias para enfrentar isso. Nesta semana que se passou, nos três locais em que trabalho, recebi de diretores e alunos manifestações de carinho, respeito e admiração profissional.
Não obstante o fato de trabalhar em três locais diferentes, coisa que com certeza Chagas desconhece, na escola em que atuo como secretário a diretora reiterou a confiança e admiração pelo meu trabalho. Em um dos colégios particulares que leciono fui convidado para ser paraninfo de uma das turmas, episódio que se repete há alguns anos. No outro, ouvi da direção e da coordenação que contam comigo para continuarmos juntos em 2011, salientando eles meu entusiasmo pela educação e pelos projetos que desenvolvo. Isso tudo, repito, nos dias que antecediam ao ataque de Chagas. A quem eu devo “dar ouvidos”? Seria justo esquecer todas essas pessoas e me deixar levar pelo que disse Chagas?
Buscando um pouco mais atrás na minha trajetória profissional não posso deixar de me lembrar da minha vida no serviço público. São 15 anos de dedicação, reconhecida por todos os prefeitos com que trabalhei. Todos eles me nomearam para importantes comissões e cargos públicos, até mesmo Nelson Maia, padrinho político de Chagas e na época até mesmo adversário político de meu pai. Esse me confiou interinamente uma das pastas de seu governo. Novamente pergunto: A quem eu devo “dar ouvidos”? Seria justo esquecer tudo isso e me deixar levar pelo que disse Chagas?
Todos sabem que fui Diretor do Departamento de Transporte e Trânsito de Passos até início de 2007. O que poucos sabem é que recebi por parte da centenária e honrada Polícia Militar de Minas Gerais menção em reconhecimento pelo meu trabalho no trânsito de Passos. Alem disso, fui escolhido como coordenador do sul de minas do Fórum Mineiro de Gerenciadores de Transporte e Trânsito. Reconhecimentos maiores eu não poderia ter neste setor.
Voltando a falar do professor, com apenas seis anos de carreira já tenho história pra contar. Fui agraciado logo no primeiro ano do prêmio da Fesp “Professor Nota A”, indicado pelo Colégio Etep. Os critérios eram: Assiduidade e pontualidade; criatividade e eficiência; compromisso; ética e profissionalismo; relacionamento interpessoal...Numa dessas coisas do destino, o diploma vem assinado por Fábio Kallas e Carlos Parreira (Folha da Manhã), tido como mentor de Chagas. Novamente me pergunto: A quem eu devo “dar ouvidos”? Seria justo esquecer tudo isso e me deixar levar pelo que disse Chagas?
Eu sei, o Chagas sabe e sabe que eu sei de onde vem todo esse seu ranço, seu ódio, sua chaga. Mas minha formação profissional não me permite atuar nesta esfera. De qualquer modo, pela minha experiência de vida e principalmente de transformação, apesar de não se referir a caso semelhante ao dele, posso sim aconselhar. Se a sua busca é apenas de aceitação, um bom psicólogo resolve. Agora, seguindo os ensinamentos de uma conhecida parábola que conta que um monge tirou da água um escorpião que acabara de lhe picar, alegando que não poderia modificar sua natureza em razão da do escorpião, ofereço-lhe a receita do remédio definitivo para que possa ter a verdadeira paz, aquela que mesmo quando nos é tirada, logo é devolvida pelo Senhor. A cura definitiva para o mal que com certeza assola Chagas é entregar sua vida a Deus. Quando se faz isso não necessariamente precisamos perder nosso senso crítico. Tão pouco nos transformamos numa água morna, muito pelo contrário. A mudança implica apenas no modo como agimos. Covardia, presunção, arrogância e maldade, esses serão extirpados da sua vida.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Quem sabe em janeiro

Quando será que vão começar a administrar a cidade pra valer? Existe uma máxima que fala que o lenhador só entra na mata até o meio desta, pois depois da metade ele já está é saindo. Faltam somente dois meses para atingirem 50% do mandato e parece que alguns ainda nem entraram.
Dias atrás, através de numa reportagem, dessas de encomenda, uma diretora “desabafava” sobre a situação de seu departamento, logo depois de colocarem Passos dois anos fora do JIMI por não comparecerem a um jogo do torneio. Pra variar jogava a culpa em alguém e no passado, isso com relação aos insucessos, pois quanto aos feitos alcançados, esses são deles mesmos. Ora, faz um ano e dez meses que está lá e ainda fica nessa? Até quando? Deve estar de brincadeira... Se estão mal, e quase todos os setores da administração municipal se encontram neste conceito, sendo isso que aponta uma pesquisa feita na cidade, a culpa é sempre do passado, quando não dá, jogam no mosquito, no rapaz do Xerox, em algum coitado que não pode se defender... Se bobear até a chuva entra nessa, e olha que ficamos quase seis meses sem ver uma gota d’água.
Tem setores que estão brincando com a nossa cara. E olha que são setores onde a população mais paga pelos serviços, como a limpeza, conservação de ruas, transporte e trânsito, entre outros tantos. Temos taxas e impostos em relação a estes departamentos que nos dá o direito de termos serviços bem melhores do que estamos recebendo atualmente. Está certo que alguns que figuram à frente de certos departamentos municipais não possuem a mínima condição para estarem lá. Não estou aqui dizendo que eles não têm capacidade para ocupar algum cargo. Estou afirmando que não possuem nenhuma condição técnica para estarem nos cargos que estão. Aí é “um tal” de culpar fulano, responsabilizar sicrano...
Mas em alguns casos não se trata de condição técnica. Muitas vezes falta também disposição para o trabalho. Alguns são verdadeiros leões quando o assunto é eleição. Passado o pleito, depois de devidamente empossados e instalados, viram mansos gatinhos no trabalho. Você vai encontrá-los novamente a mil por hora só nos dias de votação. Geralmente de crachá, braços cruzados (isso como de costume mesmo) e com cara séria, verdadeiros fiscais, sabe-se lá de que. Capacitar-se, estudar e buscar alternativas, arregaçar as mangas, partir pra cima dos problemas, isso não. Em vez disso, vão tocando secretarias e departamento com “servicinhos” inúteis e quase sempre visando um atendimento particular ou uma ordem superior, na maioria das vezes também incapacitada. De vez em quando, numa crise de consciência ou por arrogância mesmo, acham que sabem alguma coisa e se metem a fazer besteiras. Tive um professor na área de trânsito que numa de suas aulas disse que o “burro motivado” às vezes é mais perigoso que o negligente.
Eu já disse isso antes, mas vou repetir. O mal desse tipo de coisa é fazer com que o funcionalismo municipal pense que seu valor não está relacionado a sua atuação no trabalho e sim nas eleições. E desta forma temos esse tipo de serviço público que estamos recebendo, de péssima qualidade e, em alguns setores, beirando o descaso. Tem gente aí que, entre um cigarrinho e outro, um gole de café, brinca de ser diretor, de ser “chefe”, mas na verdade não passam de motoristas de luxo. Outros curtindo a aposentadoria como secretários municipais. E a cidade, com mais de 100 mil habitantes, voltando a ver coisas que já estavam superadas há pelo menos 10 anos. Mas quem sabe em janeiro isso se modifica. Pois se não mudar muito, em janeiro de 2013 com certeza mudará. Mas apesar de tudo isso temos que ficar felizes, pois na nossa cidade não existe, além desses, nenhuma catástrofe natural, pois se existissem, quem seria por nós? Com essa qualidade de serviço que se apresenta, estaríamos perdidos.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Orgulho de ser mineiro

Nesta eleição, a resposta de Minas Gerais a tentativa de imposição a qual foi submetida por Lula e parte do PT, talvez seja o que de mais importante tenha acontecido. A vitória de Anastasia tem um significado ímpar para todos nós. A coligação Hélio/Patrus, algo que soava forçado, era a própria ingerência do PT nas tradições do partido e, porque não, do nosso estado. A campanha então, era uma tentativa de convencer a nós mineiros que um forasteiro sabe mais o que é melhor para Minas que nós mesmos. O povo mineiro, honrando sua história e seus antepassados não engoliu isso.O resultado da eleição nem preciso comentar. Foi uma sonora lavada imposta àqueles que não souberam respeitar nossas tradições. Os mineiros disseram não às promessas irresponsáveis e a demagogia do passado. A volta do estado que trabalha para sustentar a máquina administrativa e o populismo foram ressachados.
Para o PT sobrou o sacrifício imposto a três grandes líderes do partido no estado. Além do respeitado Patrus, um peixe fora d’água como vice do “pmdbista” Hélio Costa, sobrou ainda para Pimentel, derrotado para o senado, o que deixou as três vagas do Estado com Aécio e seus decanos aliados Itamar e Eliseu. O outro líder derrotado nas urnas foi Nilmário Miranda, Político com P maiúsculo que também foi sacrificado por essa aliança esdrúxula.
Trazendo essa conversa um pouco mais pra perto, como diria aquele mineirinho matuto, vale ressaltar que Hélio Costa começou com larga vantagem nas pesquisas. Isso até motivou alguns a se lançarem como sendo responsáveis pela campanha que se iniciava. Foi noticiado por aqui que a coordenação geral da campanha de Costa ficaria a cargo do Chefe de Gabinete da nossa cidade. Isso quando Hélio Costa detinha quase 50% das intenções de votos contra uns 15% do governador Anastásia. Coincidência ou não, depois disso o que a gente viu foi uma queda vertiginosa do “pmdbista” e ninguém mais quis noticiar que estava à frente da campanha.
Mas quanto a isso, ou seja, da escolha do chefe de gabinete passense para coordenar a campanha, nada mais é que uma falha de interpretação do PMDB mineiro. Ao analisarem lá por BH o último pleito municipal de Passos, foram levados a esse erro. O resultado daqui olhado de longe pode sugerir uma coisa, mas visto de perto sabemos que a verdade é outra. Dessa forma, ou seja, interpretando os fatos como realmente ocorreram, melhor seria se convidassem alguém do MP, os verdadeiros responsáveis pela vitória do PMDB em Passos. Talvez a sorte pudesse ser outra, quem sabe com alguma operação qualquer. Não faço aqui nenhum juízo, pois realmente não me compete isso, apesar de sentir que algumas explicações ainda precisam ser feitas, para que não paire nenhuma dúvida sobre as reais intenções.
Voltando ao resultado em Minas propriamente dito, podemos aproveitar o hino extra oficial do nosso Estado e cantar assim: Oh, Minas Gerais! Oh, Minas Gerais! Quem te conhece não lhe impõe jamais! Oh, Minas Gerais!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Voto útil ou inútil?

Com certeza, todos aqueles que habitualmente me lêem não iriam esperar que eu pregasse aqui alguma espécie de voto útil. Já até revelei meu voto para presidente e não levei em consideração qualquer circunstância deste tipo.
Mas para os passenses isso vem sendo divulgado como votar em candidato da cidade, independente de caráter, capacidade ou condição para ocupar o cargo, desde que tenha chance de vencer. Simplista assim, mesmo que o pretendente não seja grande coisa. Não estou falando nada em relação à ficha suja, até porque se chegou até aqui deve ter a ficha limpa, pelos menos pela peneira desta lei. Vale lembrar também que peneira só “pega” sólido. Outro fator a ser levando em consideração é o de que o eleitor brasileiro não gosta muito de “perder o voto”, herança daquela velha mania de levar vantagem em tudo, diga-se de passagem, já um tanto em desuso numa sociedade que fala em primar pela ética. A cultura do chamado “voto útil” apoiasse no eleitor frágil, aquele que na hora de decidir o voto desconhece a essência da democracia e a sua razão. Mas temos até mesmo alguns veículos de informação criados especialmente para este fim.
Eu fico bem tranqüilo para comentar a esse respeito, até porque, como já disse, meus votos passam longe dessas coisas. Mas tanto para deputado federal quanto para estadual, acabei decidindo por candidatos de Passos, contudo, não sendo essa a única razão, nem mesmo a principal. Vários foram os critérios que adotei. Logicamente o fato de ser da nossa região teve algum peso, pois já os conhecemos. Ainda dentro desse mesmo critério poderemos posteriormente acompanhar melhor sua atuação. Mas a importância maior fica por conta de uma coisa chamada responsabilidade moral. Podemos entender isso como sendo a situação de agir consciente com relação aos atos que pratica voluntariamente, no dia a dia, dentro da profissão e nos cargos e lugares por onde passou. Vida pública e privada também.
Mas não dá para desprezarmos que uma boa parte da população de nossa cidade leva sim em conta a probabilidade de eleição de determinado candidato. Dentro desse pensamento vislumbra-se a possibilidade deste trazer recursos para o município. Desta forma, devemos fazer uma consideração que se faz pertinente. Se alguém chegou a essa conclusão, que deve votar em alguém porque este irá trazer verbas para a cidade, faz-se necessário lembrar que o mesmo, pelo menos a nível estadual com certeza, tem que estar bem afinado com o futuro governador. Confesso que aqui estou até seguindo uma mesma linha de pensamento de algo que li dias atrás num blog aí. Falava algo parecido, porém, num outro contexto e numa outra perspectiva, não sei se ainda se sustenta.Pois dessa forma, como em Passos temos 3 candidatos a deputado estadual, a coisa ficaria assim: Se chegada a hora do voto, a vitória ao governo do estado estiver com Hélio Costa, o melhor mesmo é ficar com seu parceiro Alexandre Maia (15.015). Mas se por acaso Anastasia aparecer na frente na véspera da eleição, optar entre Cássio Soares (28.888) ou Dr. José Orlando - Tuta (22.222), os dois que já ocuparam cargos no estado com Aécio/Anastásia, parece ser o mais conveniente.
Se para alguém o que vale é isso, não faz nenhum sentido deputado de oposição. Depois de tanto tempo sem, arrumar algum “enguiço” com o futuro governador, seria mais um “voto inútil” do que útil.
A Última pesquisa mostra Anastasia - 46%, Hélio Costa - 33% (Ibope - O Globo – 27/09). Dia 02 de outubro, sábado próximo, deve sair uma pesquisa fresquinha.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Os ignorantes é que são felizes

Abrindo hoje minha caixa de mensagens estava lá, 11 (onze) não lidas. Destas, 6 (seis), ou seja, percentual próximo ao já alcançado pela protagonista dos assuntos, número suficiente para a eleição se decidir ainda em primeiro turno, dizia alguma coisa sobre a candidata “ptista” Dilma Rousseff. Nem preciso falar que este alguma coisa significa uma “esculhambação” ou denúncia.
Tinha de tudo, desde mensagem falando do perigo em se votar em alguém com um passado duvidoso e passagens ainda obscuras como assaltos e sequestros. Sobre a integridade e legalidade de vários atos de sua vida particular e pública. Das relações pra lá de comprometedoras com grupos terroristas e líderes latinos americanos de quinta categoria, como Chaves e o “cocaleiro” Evo Morales.
Tem até um e-mail que fala mais propriamente do seu vice, o presidente da câmara e do PMDB, deputado Michel Temer. Diz que ele seria um sacerdote do satanismo. A comprovação disso deve ser bastante difícil, pois como todos sabem, o diabo sempre esconde o rabo. Além do mais, o fato do Temer ocupar o posto número um da Câmara dos Deputados e do PMDB, não é prova inconteste de satanismo, apesar da evidência... Brincadeira... melhor aqui é usar a máxima dos carteiros: “Antes de saber se cão é manso, não entre”. Além do mais, se isso for verdade, quem deve se preocupar mesmo é a Dilma.
Tinha corrente com o nome do Jabor (Arnaldo), cineasta e crítico do PT, discorrendo sobre a falta de vergonha do nosso povo diante de tudo que se viu e se vê: “No Brasil, estamos diante de acontecimentos inexplicáveis, ou melhor, 'explicáveis' demais. Toda a verdade já foi descoberta, todos os crimes provados, todas as mentiras percebidas. Tudo já aconteceu e nada acontece. Os culpados estão catalogados, fichados, e nada rola”. É Jabor... melhor deixar pra próxima ou faça igual ao Mainard, pois parece que vivemos um novo “Ame-o ou deixe-o”, mais velado é verdade. Ainda sobre o Mainard, recebi também um artigo seu intitulado “Dilma 1,99 Rousseff”. Esse relata a história da candidata como empresária do ramo de bugigangas no centro comercial Olaria, em Porto Alegre. A aventura empresarial durou 17 meses, mas que pelo jeito deixou o nome gravado na memória da aflilhada de Lula. O 1,99 da Dilma se chamava "Pão e Circo", por mais incrível que isso possa parecer.
Só não queria estar na pele da ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) Denise Abreu, aquela que em 2008 afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que a Casa Civil (leia-se Dilma Rousseff) favoreceu a venda da VarigLog e da Varig ao fundo norte-americano Matlin Patterson e três sócios brasileiros. Nossa... a moça também deve estar de passagem comprada para fora do país e não pode ser por qualquer companhia aérea. Pelo que vimos nesta última semana, a Casa Civil, ocupada primeiro por José Dirceu (caiu – escândalo do mensalão) e por último por Erenice Guerra (caiu - filhinho lobista), é um lugar especial.
Entre um e outro tivemos ninguém menos que Dilma Rousseff, que ao contrário dos mesmos, pelo caso citado há pouco foi promovida. Realmente a Casa Civil é um lugar de “Grandes Negócios”. Bem do ladinho da sala do presidente, que logicamente não viu nada.
Mas aí eu fico realmente me perguntando: Porque me mandam tanta coisa a respeito desse assunto? Em Eclesiastes 1:18 está escrito: “Pois quanto maior a sabedoria, maior o sofrimento; e quanto maior o conhecimento, maior o desgosto”. Dessa forma posso entender a agonia de alguns em relação à eleição presidencial que se aproxima, como é o caso do extraordinário Jornalista Reinaldo Azevedo, por exemplo, além dos já citados Diogo Mainard e Arnaldo Jabor.
O povão, ignorante de boa parte da história da virtual presidenta, nada sente. Muito pelo contrário, acham que ela é uma coitada, “quase foi freira”, como o debochado título de um dos e-mails a seu respeito. Realmente, os ignorantes é que são felizes, e pelo jeito, maioria também.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Liberdade ainda que tardia

Fingindo se tratar de ideologia política, o PT e seus aliados buscam através do populismo do Lula tirar o foco das disputas estaduais e fazer a figura do presidente se sobrepor a dos próprios candidatos. Refiro-me a “uma tal” ideologia que os membros do Partido dos Trabalhadores (o nome, outra prepotência) tomaram para si. Quando ainda eram os baluartes da ética, fingindo ser o refúgio da moral, faziam disso seu discurso mais eloquente. Como hoje vemos essa falácia se dissolver, pois ora os vemos envolvidos nos mais fortes e nebulosos esquemas, ora negando sua própria origem, desviam e até zombam do assunto. Agora o PT nos mostra a sua face mais cruel, do maquiavélico fim justificando os meios. São várias alianças escusas visando o bem maior para eles, a continuidade no poder. Isso tudo sustentado unicamente pela figura extremamente envolvente de Luís Inácio Lula da Silva, o filho do Brasil.
Faço esse preâmbulo para adentrar no assunto que para mim marca essa eleição no nosso Estado. Fica evidente a tentativa de imposição e intervenção na vontade do nosso povo. Mas quero ressaltar que não se trata de uma gente qualquer, mas sim daqueles que são reconhecidamente da terra onde se respira a palavra liberdade. Falo do povo das Minas Gerais. Não por acaso esse Estado é chamado de o berço da liberdade. É a terra dos inconfidentes. Lugar onde a palavra liberdade tem significado maior até mesmo que o próprio “Aurélio” lhe ofereceu: “poder de fazer, deixar de fazer ou escolher, segundo a própria determinação... situação ou estado do homem livre...”. Minas respira por entre montanhas a liberdade que vem do seu passado e que tenta manter no presente.
Apesar das críticas de alguns estudiosos, a frase “Liberdade ainda que tardia” é uma tradução usual para a famosa “Libertas Quæ Sera Tamen”, estampada na nossa bandeira, herdada do que foi sugerido pelos inconfidentes para marcar o estandarte da república que eles idealizavam, ainda no século XVIII. Cabe a nós agora, decidirmos sem medo e sem coação pelos nossos próprios modos interpretativos, sem a declarada intervenção daqueles que muito pouco sabem da nossa história. De um lado um candidato que por ter passado tanto tempo fora, parece ter esquecido a nossa história. Do outro, o seu protetor, como é conhecimento geral, faltou a essa e outras aulas.
Quando uma das coligações na disputa do governo do nosso Estado, vendo a estagnação dos seus números, recorre a interferência descarada de “um padrinho” de fora como tábua de salvação, parece renegar a própria essência de Minas Gerais. Procurar fora do Estado e dos próprios candidatos os motivos para sua eleição é o mesmo que atestar sua própria impotência e incompetência em nos mostrar que tem valor para estar à frente do nosso destino.
Numa alusão ao formato do nosso mapa, espero mesmo que Minas continue a ser dona do seu próprio nariz.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Preservando o romantismo do voto

O também “blogspot” Rodrigo Constantino escreveu há um tempo atrás que optar entre Dilma e Serra é algo parecido, e assim intitula seu artigo, como a “Escolha de Sofia”. Para quem não se lembra, esse clássico filme conta o trágico dilema de uma polonesa presa num campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial, forçada por um soldado nazista a escolher um de seus filhos para morrer. A recusa implicaria na morte de ambos. Coube à fantástica Meryl Streep dar vida à personagem Sofia e isto lhe rendeu o “Oscar” de melhor atriz.
Não vou contar o filme todo porque espero que desperte em quem não assistiu a vontade de fazê-lo. Vale a pena. Contudo, dá para imaginar o que vem a ser uma escolha dessas. Realmente deve ser algo horripilante. O que o blogueiro/escritor Rodrigo nos passa é que não adianta ficarmos sugestionando muito, será um ou outro. O fato que este nos apresenta é que estaríamos entre o sem carisma Serra e a invenção plastificada Dilma. Mas deixo aqui, agradecido a Constantino, a participação do seu artigo, que indico a leitura na íntegra depois. Fácil encontrar com as informações acima.
Já escrevi que PT e PSDB são dois lados de uma mesma moeda. Já falei que a política brasileira é uma piada mal contada e que a corrupção instalada em Brasília nos deixa sonhar somente com um país “menos ruim”, nunca com uma grande nação. Um povo altivo que faz escolhas refletindo, discutindo, ponderando e não essas amparadas por um assistencialismo infame, como o que vemos hoje, é senão uma utopia.
De um lado o PT e seu modelo déspota travestido de democrata trabalhista. Do outro a arrogância do PSDB elite paulistano fingindo ser povão e nacional. E nós, tendo que decidir por isso. Lembrando ainda que grande parte o faz com a barriga. Outro tanto feliz da vida com seu carnê das “Casas Bahia” de 18 meses (sem entrada e sem juros, mas não deixe pra amanhã). Mais um tanto sobrevivendo de uma “bolsa” qualquer. A maioria como tão bem cantou Belchior: “... aquela gente, honesta boa e comovida, que caminha para a morte pensando em vencer na vida”... e dizendo “sempre sim, aos seus senhores infalíveis”.
Diante desse dilema armado, ou seja, da iminente necessidade de optar entre Serra e Dilma, lendo e relendo, vendo e revendo, indo e vindo, defini por não me decidir. Vou adiar a minha escolha para um eventual segundo turno. Sofia não teve a mesma sorte. Mas pode ser que eu nem precise. Sei lá se tem segundo turno, mas será só neste, se houver, que vou ver a cara de “defunto amanhecido” do Serra ou a plástica ridícula da Dilma na urna eletrônica. Já adiantando que esta segunda opção é quase impossível, deixando em aberto somente num caso extremo dos tucanos se igualarem aos petistas, ou seja, aparecer com dinheiro na cueca, se aliar com Collor, Sarney, Barbalho e coisas desse tipo.
Por enquanto, vou preservar o romantismo de meu voto, como aquele aos 20, há 20 anos atrás, para o Brizola. Vou ficar com a cara limpa e sofrida de Marina. Que ao contrário de sua Xará, morena também, a da música de Caymmi, nossa Marina, a Silva, não se pintou. Não vestiu roupa cara, nem fez plástica para parecer outra pessoa. Tem a cara do Brasil, não esse Brasil sem vergonha que temos visto, mas o país de gente honesta e trabalhadora, pois ainda somos maioria. Pena que muitos são presas fáceis neste jogo perverso chamado política.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

E se fosse o outro?


Recebi um e-mail esses dias que trazia uma série de perguntas. Antes disso, só a título de registro, queria dizer que nunca fui muito fã de Fernando Henrique Cardoso, o FHC. Meus amigos próximos sabem que sempre votei no Lula, como já disse uma vez aqui mesmo. Exceto no primeiro turno de 89 onde fui Brizola, que pra mim foi o último estadista brasileiro. Mas voltando ao FHC, acho que ele poderia mais (usando o lema da campanha do Serra). O Lula, querendo ou não seus opositores, em alguns setores provou isso. Mas veja se não é verdade o que tava no e-mail: “Você já imaginou o que PT faria se no governo FHC a epidemia de dengue fosse como agora? E a febre aftosa? E a febre amarela? Se faltasse gás? Se os lucros dos bancos fossem tão vultosos como agora? Se houvesse o caos aéreo? Se o FHC se rebaixasse para o ditador Chaves e para Cocaleiro Morales? Se o FHC entregasse de mão beijada para Fidel Castro ou outro qualquer um bilhão de reais do dinheiro pago pelos contribuintes? Se o FHC comprasse um avião tão luxuoso? Se vários "amigos" próximos de FHC fossem corruptos pegos com a mão na massa? Se o FHC "perdoasse" a dívida de tantos "amiguinhos"? Se as despesas do palácio aumentassem tanto? Se alguma ministra de FHC falasse o que disse a Marta Suplicy? Se a primeira dama tivesse cartão de crédito ilimitado? Se o FHC aparelhasse o estado com milhares de empregos para os "companheiro"? Se o FHC declarasse sempre que não sabia de nada diante do maior caso de corrupção já registrado (o mensalão)? Se o FHC fosse amiguinho, dentre outros, do presidente mais corrupto que o senado já teve? O que o PT diria?... (pausa para pensar) ... É isso mesmo... estariam fazendo um tremendo barulho. E com razão, pois tudo isso não passa de uma pouca vergonha.
Não muito distante disso passei a indagar também as ações relativas à nossa cidade, pois eu piso é neste chão. Antes víamos reações inflamadas diante de toda e qualquer desconfiança. Provar não se fazia tão necessário quanto levantar suspeita. Eu vi o ex prefeito de Passos administrar a cidade por dois anos como nunca se tinha visto e passar outros dois se defendendo de acusações, também como nunca se viu. Sem entrar no mérito da questão porque o mesmo tem advogados e acusadores para fazer isso, qual seja o gosto do freguês, eu fico só pensando o que seria do mesmo se no seu mandato acontecessem algumas coisas que estamos vendo, como por exemplo: Você já pensou o que se faria com o Ataíde se tivéssemos uma epidemia de Dengue, daquelas de parar de contar para não sermos o primeiro lugar no estado? Se a cidade, mesmo tendo uma empresa contratada, sendo paga para varrer as ruas e a cidade ficasse parecendo um chiqueiro? Se estas mesmas ruas, mesmo no período de seca, ficassem iguais um queijo suíço de tanto buraco? Se a prefeitura comprasse uma máquina de pintura e a sinalização estivesse sumindo? Se não dessem nenhuma manutenção em placas e semáforos? Se houvesse um aumento na conta de água como o que foi feito no início do atual mandato? Se alguns assessores não dessem a cara na prefeitura? Se o trânsito travasse todo dia no mesmo horário? Poderia fazer mais umas vinte perguntas, mas deixo para você mesmo fazer ... (segunda pausa para pensar)
Estes dias uma pessoa me garantiu que haviam transferido um dos representantes do Ministério Público da cidade. Que ele não mais estava em Passos, pois havia sido transferido a contra gosto. Perdi um tempinho explicando que isso não existe mais, não passando de boato. Depois fiquei pensando o que teria levado essa pessoa e quem saiu com essa a estarem pensando isso. Será que tem alguma coisa a ver com o que escrevi? Pode ser... O “combativo” Parquet passense nunca foi tão complacente e a população acha até que alguns não mais estão por aqui.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Julho de 2010



Julho
férias
descanso
viagem...

civilização
Curitiba
limpeza
cidade...

Passos
BH
Sabará
saudade...

Não me engano,
não te enganas,
qualquer comparação,
será leviano...

PS: sei que tenho meus queridos leitores ... prometo que volto a escrever ... mas há tempo de falar e tempo de se calar ...

terça-feira, 6 de julho de 2010

Só o Dunga que age assim?

Esse artigo não é sobre futebol, quer dizer, não exclusivamente. Também não quero aproveitar de uma derrota para esculachar com o Dunga e dizer que estava tudo errado, como alguns querem passar. Na verdade o nosso capitão do tetra é tão somente um líder como tantos outros que temos no nosso país. O que ele fez na verdade podemos classificar como sendo parte de uma triste cultura nacional.
Quero tratar somente daquilo que foi pacificado como sendo o grande equívoco do nosso técnico na África, a escolha dos seus atletas. Na verdade um desastre anunciado. Vejamos o critério adotado pelo agora ex técnico da seleção para escolher seu time. Foram três anos e meio de preparação e ao longo desse período, como ele mesmo disse, todos foram construindo “tijolinho por tijolinho” seu lugar. Sabemos que nem foi bem assim, mas tudo bem. O que valia mesmo era o compromisso, a vontade de estar lá e vestir a camisa da seleção. Mas isso qualquer jogador, ou melhor, qualquer garoto que nasceu neste país futebolista tem. Se espremermos mesmo, chegamos ao verdadeiro critério, que é a relação, o companheirismo e a cumplicidade entre ele e o convocado. Independentemente se tinha outro ou outros em melhor condição naquele momento.
Aí foi o grande “pecado” do Dunga. Posso demonstrar isso com dois exemplos de jogadores brasileiros que atuam no exterior. Um está na copa e pode ser único brasileiro campeão do mundo na África e o outro poderia estar lá ainda. Começando pelo segundo, o jogador Marcos Senna, um dos líderes da Espanha campeã da Europa dois anos atrás. Talvez pensando pela máxima do Dunga, já dava até entrevistas no Brasil como selecionado pela Fúria. Esqueceu de jogar e foi preterido na última hora pelo técnico Espanhol com uma simples explicação: “Este ano ele não está tão bem”. O outro é o bom atacante brasileiro Cacau, da Alemanha. Até ano passado ninguém falava nele, contudo, bastou uma ótima temporada na Bundesliga (Liga Alemã de Futebol), que encerrou semanas antes da copa, e o técnico Joachim Low o levou para África do Sul. Assim como fez com as revelações Ozzil e Muller, meninos ainda. Estes últimos estão enchendo nossos olhos com futebol semelhante ao dos nossos Ganzo e Neymar, que ficaram aqui porque eram ainda meninos.
É aí que eu digo se tratar de uma cultura nossa. O que o Dunga fez não é nada diferente do que nossos líderes políticos sempre fazem. Vale lembrar que quem o escolheu, o Ricardo Teixeira, presidente da CBF, também o fez da mesma maneira. Quais os critérios que existem no nosso país para ocupação de cargos nas administrações? Capacidade? Preparo? Formação técnica? Ou são os mesmos que o Dunga usou e antes dele “Seo” Ricardo?
O bom é que o povinho brasileiro fica P. da vida com o que ocorre na seleção e não está nem aí para o que os políticos fazem. Vale lembrar que a CBF, a princípio, não tem dinheiro público, ao contrário, por exemplo, da prefeitura de seu município. Então queridos, deixemos o Dunga em paz e tratemos de mudar essa cultura ridícula. Começando por saber eleger gente que tem compromisso com sua cidade, seu estado, seu país e não com seu grupinho, como há muitos anos se vê.
Você deve conhecer a historinha da tartaruga em cima do poste: “Você não entende como ela chegou lá. Você não acredita que ela esteja lá. Você sabe que ela não subiu lá sozinha. Você sabe que ela não deveria nem poderia estar lá. Você sabe que ela não vai fazer absolutamente nada enquanto estiver lá. Você não entende porque a colocaram lá; Então tudo o que temos a fazer é ajudá-la a descer de lá, e providenciar para que nunca mais suba lá, pois lá em cima definitivamente não é o seu lugar!”. Enquanto a escolha do técnico da seleção não é nossa, dos governantes é. Mudemos então o que está no nosso alcance e quem sabe consigamos mudar essa mentalidade.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Quem precisa de quem?


Uma pesquisa da Rádio Globo - Passos/Empop, realizada recentemente na nossa cidade aponta Renato Andrade disparado na frente para federal e Alexandre Maia seguido pelo Dr. José Orlando (Tuta) para deputado estadual. Sei que alguns vão falar que é muito cedo pra isso. Outros vão dizer que não acreditam em pesquisa e etc. Em parte, todos esses pensamentos fazem algum sentido, mas uma coisa já podemos notar a partir das “famigeradas” consultas: que elas mudam um panorama, isso mudam.
Senão vejamos: O Alexandre Maia, que na última eleição foi candidato a deputado federal pelo mesmo PMDB de agora, tendo o atual prefeito como candidato a deputado estadual por igual partido, ainda assim foi reincidentemente desprezado na época por Hernani e boa parte da cúpula “pmdebista”. Trocado por um candidato de fora (Marcos Lima, se não me engano). Era o resquício do chamado “Maia Nunca Mais”, slogan “criado” quatro anos antes pensando em matar dois coelhos com um tiro só, na época, Alexandre e Nelson. Apesar de não ter sido eleito nas suas duas tentativas à federal, Alexandre Maia teve grande votação nos dois pleitos, chegando a assumir a vaga por algum tempo.
O resultado pífio neste início (já se vão 1 ano e meio) de gestão aponta para uma necessidade evidente da administração municipal em se ter um deputado. Sozinha demonstra que vai ser difícil governar e a sombra de Ataíde já perturba. Some-se isso ao nome já consolidado do Alexandre na região, as atuais pesquisas, mais o apoio do mesmo e sua família (até mesmo financeiro) na eleição municipal e desta forma, o melhor mesmo é engolir o ranço do passado, assim como está fazendo o próprio Alexandre e embarcar na “melhor” canoa.
Acho que o Cássio Soares, o outro candidato com apoio dentro do governo municipal já sentiu isso. Uma parte do PMDB que queria ir com ele já debandou e hoje se vê obrigada a caminhar com Alexandre, mesmo a contra gosto. Na verdade, o PMDB passense pós Neif Jabur não têm demonstrado o mesmo afinco da militância quando o assunto é a eleição para deputado. Mas desta vez isso pode mudar, pois a eleição poderá refletir diretamente naquilo que mais amam, que é o prédio da Praça do Rosário pintado de vermelho e logicamente os dividendos que isso traz para cada um.
Ainda com relação ao Cássio, rapaz de fina estirpe, esse ainda tem apoios de “peso”, parece ser preferido da “Folha”, da “Fesp”, dos Democratas, da aristocracia Passense e, como já disse, de parte (agora menor) do PMDB e sua administração, sendo sua votação em Passos ainda é uma incógnita. É esperar para ver se haverá penetração popular no apoio aparentemente elitista que recebe, pois é o voto do povão que decide. Caso contrário vai parecer um filme que já assisti antes, o que na verdade seria uma pena, pois o artista de agora não tem nada do charlatão da outra fita.
Para deputado federal, a outra boa pedida em se tratando de verbas e obras para a cidade, temos o Renato Andrade à frente das pesquisas. Vereador da base, nome certo no PMDB, mesmo sendo PP. Certo? Errado. Apesar de sempre estar presente com seu voto na Câmara e apoio, não é isso que vemos e ouvimos. Uma legião de pára-quedistas salta sobre ele na base governista municipal e até entre seus pares na Câmara. Podemos até citar alguns deputados federais que têm apoio dentro do governo municipal: Odair Cunha (PT), Aélton Freitas (PR), Saraiva Felipe (PMDB) e etc. Acho que o meu amigo Renato vai sentir o que já foi provado pelo Alexandre na última eleição. Todavia, como na nossa vida tudo é aprendizado, penso que de todos os candidatos é ele o único que só tem a ganhar nesta eleição, qualquer que seja o resultado. Mas isso só o tempo irá dizer.
Mas em relação a essa disputa por apoio deixo a pergunta: Quem precisa de quem mesmo?

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A copa e os nossos vizinhos

Um texto para criar polêmica. É assim que defino este artigo.
A entrevista de um sulafricano antes da partida de estréia da Argentina com a Nigéria me fez refletir sobre esse sentimento estranho que as vezes temos em relação aos nossos vizinhos argentinos. Perguntado para quem iria torcer ele foi rápido, e sem pestanejar respondeu: “Nigéria, pois ela é África aqui hoje” .Também 99% dos brasileiros torceram pela seleção africana. Mas que sentimento é esse que temos em relação aos “hermanos” que nos fazem esquecer os iguais sofrimentos por que passamos?
Quase toda angústia que vivemos aqui, foi, ou é, compartilhada lá também. Deste a exploração da época de colônia, passando pelas famigeradas ditaduras militares e agora por essa democracia “juvenil” que possibilita presidentes “populescos” fazerem de “suas mulheres” presidentas. De uma forma meio parecida, tudo isso ocorre tanto lá quanto aqui.
Não tenho a menor dúvida de que, contra tudo e todos, se por acaso o Brasil não chegar à final, não vou mesmo torcer por uma Inglaterra, Alemanha, Itália, Espanha ou Holanda contra a Argentina. Se a fibra e raça dos argentinos incomodam tanto quando estão a serviço de sua seleção, o mesmo não acontece quando eles defendem nossos times desta mesma forma. Que cruzeirense não guarda no coração a imagem do Sorín dando o sangue pelo seu time. Os corinthianos e seu Carlitos (Tévez). A dupla gre-nal e tantos que por lá passam. Ainda hoje também botafoguenses e tricolores reverenciam Herrera e Conca, respectivamente. Os palmeirenses sentem saudade da raça de Mancuso. Flamenguistas com o goleiro Fillol e o craque Doval, e etc...
Fico com o trecho da música “À Palo Seco” de Belchior: “Tenho vinte e cinco anos (um pouco mais) de sonho e de sangue e de América do Sul. Por força deste destino, um tango argentino me vai bem melhor que um blues”. Espero que os comandados de Dunga não me façam passar por isso de novo, pois em 1986 não me restou alternativa senão vibrar com o gênio Maradona. Que Luis Fabiano, Kaká, Robinho e cia. nos levem até a final e quem sabe ao Hexa. Mas se isto não acontecer, que a taça ainda sim fique na América do Sul.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Justificativa Plausível

Na verdade pensei que não precisaria entrar mais neste assunto, contudo, o diretor do Departamento de Trânsito da Prefeitura de Passos não me deixou alternativa. Sempre o respeitei e imaginei que não iria necessitar fazer isso. Li no “passosnews.com” que o citado departamento está recolocando o semáforo na esquina da Av. Otto Krakauer com a Rua José Merchioratto. Até aí tudo bem, depois que colocaram um na frente do Cemitério, totalmente desnecessário e tecnicamente errado, pois foi colocado faltando um braço, na Av. da Saudade. Quem chega por ali não vê e nem tem semáforo. Uma verdadeira berração, único que se tem notícia. Um semáforo funcionando o dia todo por causa de alguns poucos minutos onde o cortejo já tem por lei a preferência.
Mas aí vem o diretor do Departamento de Trânsito, Dany Freitas Lemos, e lança uma pérola na sua “justificativa” do outro (Av. Otto Krakauer). Como não tem como explicar o inexplicável, seguindo o modelo dos seus superiores, alega que o equipamento foi retirado pela administração anterior, sem uma justificativa plausível.
Primeiro gostaria de me desculpar em nome de toda equipe da Transpass da época (metade da atual em número de pessoas) de não ter ido ao Departamento de Limpeza Urbana ou na Delegacia (não sei onde ele estava servindo na ocasião) para justificar a retirada. Diga-se de passagem, foram retirados outros três além deste. Explicar a retirada de semáforos obsoletos, de quatro tempos, onde um fica aberto e três fechados, é muito mais fácil que justificar a colocação onde não faz o menor sentido, a não ser atender algum cabo eleitoral ou secretário de outras pastas que determinam até mão de direção das “suas” ruas. Já são duas as vias onde isso aconteceu.
Facilmente se comprova a falta de necessidade através dos números. Poderíamos também justificar com a obra que foi feita no local com canteiro e asfalto. Qualquer leigo pode ir até o local e fazer uma contagem do volume de tráfego (não tráfico como pensam alguns na administração). Serão 23 horas por dia de funcionamento totalmente desnecessário, para justificar menos de uma hora onde o tráfego de veículos no local é um pouquinho maior, isso entre 17:30 e 18:30 no máximo. Nesta máxima e seguindo este horário como padrão podem encomendar mais uns cinqüenta semáforos. Serão 23 horas por dia, 161 por semana, 644 horas por mês, 7.728 por ano de total desnecessidade do mesmo. Lembrando que isso demanda consumo de energia, sem falar no custo do conjunto semafórico e manutenção.
Dany Freitas informou ainda que além do semáforo vai entrar em operação o binário que “vem sendo estudado” para aquela região. Ora, todos sabem que o binário do jeitinho que está sendo divulgado e até a forma como foi escrito e apresentado está no relatório deixado por nós. Esse está no projeto “Novos Caminhos” (tem até imagem aérea) e pode ser encontrado no meu Blog. O binário consiste em passar a Rua José Merchioratto para mão única (mais da metade dela já é), no sentido Canjeranus-Penha; e a Rua Santa Casa, que ganhará mão única no sentido Penha-Avenida Comendador Francisco Avelino Maia (2/3 já é também). Segundo o diretor “O binário e o semáforo vão melhorar muito o trânsito naquela região, reduzindo, inclusive, o risco de acidentes”. Apresentem o número de acidentes no local e a contagem de veículos para justificar a implantação. Isso sim é técnica. Provavelmente nem sabem que é assim que se determina a implantação de semáforo. Junto disso vem o levantamento do tempo a ser utilizado, que também é determinado por contagem do tráfego de veículos nas vias que dão no cruzamento a ser semaforizado.
Podem continuar a fazer as lambanças a vontade, só não tentem desmerecer o trabalho sério e técnico, não meu, mas de toda uma equipe que se dedicou muito por mais de 10 anos. Por sinal, uma década onde não se viu congestionamento e que nunca esse departamento foi chamado de hospício como numa charge do Váscoli meses atrás. Ou “digno” de reportagens como as feitas em 15/09 e 04/10 do ano passado, dentre outras, colocando a competência do trabalho do departamento em xeque. Só cessaram essas reportagens por causa dos acordos que todos sabem. Também não travamos o trânsito da principal avenida da cidade só para agraciar com estacionamento a céu aberto um restaurante que funciona principalmente à noite naquela via. Menos ridículo seria liberar somente neste período.
Respeito se conquista com trabalho, não com palavras e discursos vazios. Façam sua história, marquem seus nomes com competência e trabalho. Deixo uma dica aos mesmos, estudem. Mas só um personagem me surpreende, trata-se do Secretário de Planejamento, dono da pasta que comanda o trânsito. Falar a verdade deveria ser um dos seus princípios e deveria passar isso também aos seus comandados.

terça-feira, 18 de maio de 2010

A culpa é do MP?

Neste último fim de semana fiz um pequeno passeio a um parque temático de São Paulo. No estacionamento do mesmo me deparei com um ônibus escolar de uma Prefeitura do interior. Provavelmente, na melhor das hipóteses, levava alunos para se divertirem. Brinquei com um amigo: Será que lá não tem Ministério Público? Na verdade, nós Passenses nos acostumados a ter um MP atuante, fato que às vezes não se repete noutros lugares. Diante disso pude compreender (diferente de concordar) o que quis dizer Dr. Cleiton Piotto, Secretário de Saúde de Passos quando culpou o MP por problemas na contratação de médicos para trabalhar no nosso município.
No domingo da semana passada vimos a seguinte manchete num dos jornais da cidade: “Faltam médicos em oito postos de saúde”, com ênfase para: “Secretaria culpa Ministério Público”. Realmente não dá para passar batido diante destes destaques. O Secretário de Saúde foi enfático: “A ação do MPE foi muito ríspida. Tudo por uma simples questão de horário. Isto causou um clima tenso e os médicos ficaram com medo de retaliação” (transcrição da fala do Dr. Cleiton à Folha da Manhã - 09/05/2010). E tem mais, nosso secretário, que eu conheço há uns 30 anos e que tenho uma admiração enorme por tudo que passou para chegar a ser um dos grandes médicos de nossa cidade não afinou: “Precisamos ter bom senso ao abordar a questão, sem sensacionalismo e sem choque” (idem, FM).
Mas onde está o erro, na exigência feita pelo MP de Passos ou no que vem (ou vinha) acontecendo aqui e em outros lugares?
Não é difícil para qualquer pessoa séria notar que o erro está onde a lei não é cumprida, onde os horários não são respeitados. Mas que essa desigualdade gera problemas como o que está ocorrendo em Passos, isso também é uma verdade. Dá para entender um pouco o que o Dr. Cleiton vem enfrentando. Seus pares simplesmente escolhem trabalhar em outras cidades onde são menos “vigiados". Antigamente, como dizia o grande Manuel Bandeira, ia-se embora pra Pasárgada porque lá era amigo do rei e isso fazia toda diferença. Hoje, apesar da idéia de alguns que a monarquia ainda existe, simplesmente porque vivem cercados de “bobos da corte”, o rei está nu e o fato de ter comprado a prestação boa parte do chamado “quarto poder” não lhe traz nenhuma garantia de isenção com a opinião pública. O mosquito da dengue também não está nem aí pra isso.
Só não dá é para reclamar das ações do MP. Foi passado para a população que o problema da saúde era má gestão. Agora, depois de 1 ano e meio de mandato, o chamado caos no setor continua, ou melhor, piora a cada dia, com situações classificadas como “terrível” pelo promotor Dr. Éder Caputti (idem, FM). Pensando bem, a reclamação por parte da Administração contra o MP chega mesmo a ser um absurdo. Até porque, se não fosse as ações deste, até a própria Administração Municipal com certeza seria outra.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Ler, escrever e assinar

Tenho tentado voltar a me dedicar mais a leitura. Na verdade, estou preferindo mais ler que escrever. Penso que crescemos mais quando fazemos assim. Nas férias é mais fácil. Na última consegui ler quatro livros. Mais que no ano anterior inteiro. Durante os dez primeiros meses de 2009 li apenas um, do Kafka. Muito bom por sinal, mas pesado demais para ser indicado. É daqueles livros que você deve descobrir sozinho.
O dia a dia muitas vezes nos faz ficar presos à leitura de textos, revistas, enfim, coisas técnicas, notícias e amenidades. Culturalmente é com certeza uma das piores coisas que podemos fazer. Para fugir disso me debrucei em Rubem Alves, Gilberto Dimenstein, passando pelo William Bonner e o seu livro sobre o Jornal Nacional – Modo de Fazer. Bom, mas nada de fora de série, ainda mais se depois você encara um Victor Hugo. Apesar de fã confesso desse escritor e o seu “Os Miseráveis”, livro que até então eu enxergava como sendo sua obra prima, me rendi ao magnífico “Os trabalhadores do mar”. Emocionante foi o encontro com Gilliatt, pena que existam tão poucos como ele, a maioria prefere outras existências. “Honestos” com Sr. Clubin ou cínicos como Rantaine. Tenho nas mãos agora o badalado “A Cabana”. Mais pra frente talvez possa falar a respeito.
Quanto ao hábito de escrever e emitir opinião, confesso que tenho me indagado sobre a internet e a possibilidade de interação que ela permite. É realmente fantástico toda essa possibilidade de troca que trouxe. É a verdadeira democracia nos meios de comunicação. São os “Blogs”, o twitter, essa rede social, estilo de microblog que permite distribuir mensagens de texto a usuários cadastrados através até de SMS. Tudo isso dentro de uma agilidade que às vezes até assusta. Ainda mais para um quarentão. Mas uma coisa tem me deixado triste dentro desse mundo novo. Têm pessoas que não sabem exercer esse direito democrático de emitir opinião, onde muitos pagaram com a vida para que nós possamos ter isso agora. Nas minhas andanças pela internet, em outros Blogs, Jornais “on line” e etc., me deparo cada vez mais com o tal do anônimo. Às vezes tem até nome, mas sem sobrenome, o que dá na mesma. Penso que isso não condiz como sendo papel de Homem. Ora, se o sujeito não tem coragem para deixar seu nome e sobrenome (verdadeiros), deveria guardar o que pensa só pra ele mesmo. Está na hora de mostrarmos a nossa cara.Dar nossa opinião e sustenta-la, ou não. Mais digno mudar a opinião frente um convencimento, pois isso pode ocorrer com qualquer um de nós, do que se esconder como anônimo e assim exercer toda a mediocridade descompromissada que isso traz.
Nunca exerci o direito que meu blog me dá de excluir um comentário, mas não garanto que não venha a fazer se este vier de algum anônimo. Escrever e não assinar é coisa de covarde.
WALDEMAR RIBEIRO DE OLIVEIRA JUNIOR

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Defunto sem vela

Com uma pequena reportagem, tipo nota oficial mesmo e sem nenhum porém por parte da imprensa passense, quase toda financiada por Prefeitura e FESP, o que a torna senão omissa, pra não dizer outra coisa, foi comunicada a mudança da chefia do Núcleo de Controle de Zoonoses e Animais Peçonhentos de Passos (Zoonoses). A reportagem com cara de nota oficial traz também nome do novo diretor, anunciando ainda que o mesmo foi demitido na gestão anterior. Não devia ser concursado, senão poderiam até ter vontade, mas não teria como. Mas isso nem vem muito ao caso. Estou escrevendo mesmo é a respeito do que saiu. A “reportagem” fala ainda em diminuição do ritmo das notificações da dengue. Deve ser só do ritmo de notificação mesmo, porque os casos só aumentam, mas aí também a imprensa muito bem paga aceita os números sem nenhum problema.
Não sei como se deu a saída do Carlésio da Zoonoses, fiquei sabendo apenas que o mesmo foi transferido para a Secretaria de Obras. Ora, vamos e convenhamos, alguém pensa mesmo que esse rapaz é o único culpado pela calamidade que se tornou a Dengue em nossa cidade? É somente em relação a este assunto que se está um caos em Passos?
Sabe por que rolou a cabeça desse e não de outros tantos mais que, tecnicamente também não sabem nem onde está o nariz. Muito provavelmente porque se trata de é um “defunto sem vela”. Fosse ele da linha de frente, “financiador” de campanha ou protegido de um desses, seria mantido a qualquer preço. Já tivemos e ainda estamos tendo outros casos de má gestão e os “chefes” continuam firmes, apesar da comprovada incapacidade.
O ex-chefe da Zoonoses não tinha nem mesmo uma carpideira ¹ por ele. Porque não caiu também os Assessores Especiais que foram colocados justamente para atuar na área da saúde, como se chegou a ser ventilado no início da atual gestão municipal? Tem um que na sua época de “necrófago” adorava esse tema para se promover. Isso por conta de números muito menores na época. Agora se esconde como todo bom covarde. Necessidade dos tais “Assessores Especiais” não existe mesmo. A própria administração, quando da saída voluntária de um desses dias atrás, falou que não era necessária uma reposição de imediato. Prova cabal de suas funções junto à administração.
Na verdade o que está ocorrendo é uma acefalia em alguns importantes órgãos técnicos da prefeitura. Designados para o comando quem não consegue mais que ser comandado (por questões de formação profissional, que fique bem claro), os órgãos pararam de pensar e agir de forma natural, como já vinha há alguns anos, inclusive em gestões do PMDB. Da forma como está hoje, fica evidente que se alguém não lembrar de algumas providências, que até então eram coisas quase que naturais de serem feitas e que não demandava nenhuma ordem expressa, pois todos já eram cientes de suas funções e obrigações, a coisa simplesmente não é feita. Resultado disso é um serviço público mal feito como estamos vendo em vários setores.
Para finalizar e mudando um pouco de assunto, mas nem tanto. Dentro da área que atuei por 10 anos existe uma coisa chamada semáforo. Em São Paulo falam sinal. Já em outras regiões atende por sinaleira e etc. Manter os semáforos com tempo adequado aos fluxos de tráfego é uma tarefa que deve ser feita no mínimo de ano em ano. Quando se faz alguma mudança na região dos mesmos deve ser feito de imediato. Como não disponibilizamos ainda de semáforos com várias programações, o que por sinal já vinha sendo pensado, isso se torna essencial para o bom funcionamento do trânsito. Outra dica importante (igualmente “grátis”) é trocar as lentes dos mesmos, principalmente as vermelhas, que se desgastam mais e vão ficando amareladas, podendo gerar confusão e até acidentes, principalmente à noite, onde a posição fica camuflada pela escuridão, sendo a cor o único referencial mesmo.
¹- carpideira - mulher mercenária que acompanhava os funerais pranteando os mortos.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Sino sem badalo

Primeiro gostaria de pedir desculpa pela longa ausência, afinal de contas são mais de duas semanas sem postar nenhum artigo. Não foi por falta de assuntos. Poderia ter escrito sobre a inauguração da ponte Passos/Glória, ou seria Glória/Passos? Deixo para os ridículos politiqueiros de plantão responder. Poderia ter falado dos papagaios de pirata que por lá estiveram, heim? Pessoas que nunca mexeram uma palha para que essa obra se concretizasse. Gente que teve essa oportunidade ao longo de sua carreira política e nada fez. Olha que usou a balsa inúmeras vezes, até para trabalhar. Ainda sim, ouvi dizer que destilou seu veneno na solenidade de inauguração, de forma meio indireta é verdade. Por causa do cerimonial obrigatório destas ocasiões, acabou ganhando uma “participaçãozinha” no evento e, não contendo o despeito ao ver a grandiosidade da obra, quis desmerecer o trabalho de um desafeto seu. Normal diante da pequenez de quem não consegue mais que “binguelas”.
Poderia eu também ter escrito sobre a dengue e seus números em nossa cidade. Diga-se de passagem, esses não têm sido atualizados pela imprensa nos últimos dias. Por que será? Hoje a epidemia vem sendo tratada como sendo culpa exclusiva da população, bem diferente dos outros anos onde era visto como descaso do poder público. E olha que os números eram bem menores. Na verdade nós sabemos bem que é uma somatória das duas coisas.
Assuntos é que não faltam, dava até para filosofar sobre a vitória do “Dourado” no BBB, mas meus leitores não merecem isso. Então resolvi escrever um artigo sobre algumas leis que não pegam. Parece piada. Na verdade isso não existe, o que acontece é um descaso de quem tem que fazer com que as mesmas sejam cumpridas. Li certa fez que o Brasil deveria ter uma Constituição com um único artigo: "O brasileiro precisa criar vergonha". Diante da modernidade da vida de hoje, a nossa sociedade acaba necessitando de um complexo sistema de leis.Para fechar o enorme leque que o assunto pode nos levar, trago essa discussão somente para o que de mais gritante vemos em nossa cidade. A verdade é que por aqui parece que algumas leis simplesmente não existem. E o pior, ninguém fala nada. Nem executivo, nem legislativo e nem mesmo o judiciário. A população em geral então, até tenta levar uma “vantaginha” nisso. Como se isso fosse bom, bem ao estilo da “Lei de Gérson”. Sem perceber que para cada vez que leva alguma vantagem, outro ou outros estão sofrendo com isso e noutro caso, são eles mesmo que estarão do outro lado.
Cadê a lei da meia-entrada para estudantes? É sistematicamente desrespeitada nos grandes eventos com subterfúgios pra lá de “manjados”. E o Código de Trânsito? Em Passos não passa de uma lei em desuso. Só pra refrescar um pouco: Sem cinto de segurança, falando ao celular, transportando pessoas na carroceria, não dando preferência ao pedestre... Entenderam do que estou falando?
E o Plano Diretor do nosso município? Bem na acepção da palavra é somente um plano mesmo. Daqueles que nunca viram um fato concreto. Temos agora também uma lei anti-fumo, se não me engano estadual. Deve ser alguma piada, pois se nem conseguem brecar os ilícitos, o que dirá do velho “careta”. Têm outras menos conhecidas e que igualmente não são cumpridas, como a que determina aos bancos terem que atender num tempo inferior a 15 minutos. Acho que é isso, já nem tenho certeza diante de tanta ineficácia. E por aí vai... Penso que já podemos até falar em se tratar de uma terra sem lei, ou seria uma terra onde os operadores desta é que não tem vergonha?
As leis são assim: Diante do descaso do poder público e da falta de vontade e vergonha da população, simplesmente não pegam. Ao contrário da dengue.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Vai sommando bugrada

Faço uso de novo de uma reportagem do passosnews.com para escrever meu artigo. Tomo essa liberdade por ser um colaborador deste. Assim, transcrevo parte da matéria vinculada sob o título “Ruas do Penha II começam a receber asfalto”: “A Rua Tereza Lima Maia, no Bairro Penha II, é a primeira a ser asfaltada, dentro do Programa Somma 2. Na tarde desta segunda-feira (15), vários moradores acompanhavam os trabalhos da empresa Berna, que começou a colocar a capa asfáltica na referida rua.” – Fantástico. Fico imaginando como deve ser para uma pessoa que vive na terra ver sua rua sendo asfaltada. Duas falas de moradores resumem bem isso: “Romildo dos Santos, morador há 10 anos na Rua Tereza Lima Maia, falou sobre a importância da obra que irá trazer conforto, pois é uma via com muito movimento, e ‘de agora em diante vai ser possível manter o local limpo’. Para outro morador, Juliano Souza Silva, o asfaltamento é importante porque ‘valoriza as casas, além de livrar os moradores da poeira e do barro”.
Outra fala define bem como funciona a política nestes casos: “Ao discursar durante o ato de lançamento do programa de asfaltamento, o presidente da Associação de Moradores do Bairro Penha 2, Giuliano Lemos, disse que “a administração passada não calçou nem meia rua, mas o Dr. Hernani prometeu e cumpriu: está trazendo o asfalto para o nosso bairro”. Outros discursos de “bába-ovos” profissionais (esses devidamente empossados) nem vou citar, porque são dirigidos a um público bem diferente dos meus leitores, pois como estou hoje e pretendo continuar assim, somente na internet, tenho a consciência de ser lido por pessoas que não vivem sob a escuridão da ignorância e sim por outros que buscam saber um pouco mais das coisas. Ler nas entrelinhas também. Para os outros, peço a Deus que a luz, não a do poste, mas a da sabedoria, possa também atingi-los um dia, para não serem reféns de populistas baratos.

O bairro Penha II nasceu sem asfalto porque o prefeito da ocasião assim aprovou, numa época onde isso não mais acontecia em cidades do porte de Passos. Essas pessoas que viveram esse tempo todo na terra deveriam é estar “xingando” o prefeito que os condenou a passar todo esse tempo no pó e no barro. Que ainda ajudou de forma indireta aquele bairro se tornar um dos mais violentos da cidade. O que talvez não acabe só com asfalto. Aprovar um loteamento daquele tamanho sem asfalto foi um belo ato de má administração. Isso sim. Agora, para corrigir, todos nós pagaremos por isso.
Isso custará à Prefeitura (leia-se: nós todos) R$ 3,3 milhões, recursos estes que foram financiados pelo Novo Somma - programa do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Para quem não sabe o prefeito que tira os louros agora é o mesmo que aprovou o loteamento sem asfalto e que queria 36 meses de carência para este financiamento, ou seja, neste mandato não seria pago nem uma parcela. Ainda bem que desta vez a Câmara Municipal não dormiu no ponto, deu 12 de carência e 24 para pagar. Mas existe um boato de que o executivo iria recorrer ainda ao amigo judiciário. Para que fique claro, a idéia era fazer, não ser pago nem uma parcela neste mandato e depois sim começaríamos todos a pagar. Provavelmente já com IPTU mais alto ou outra coisa do gênero.Para finalizar, esse mesmo empréstimo, se não fosse os erros absurdos do passado, poderiam estar recuperando nossas avenidas que viraram uma verdadeira colcha de retalhos. Vivem de remendos mal feitos e às vezes nem isso, como nestes últimos meses. Dêem uma passadinha na Juca Stockler e outras avenidas e ruas. Mas vão bem “devagarzinho”, porque eles, os buracos, surgem a todo instante.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Caindo as máscaras


Estamos assistindo ao maior espetáculo de máscaras caindo da história de Passos. Confesso que não estou nem um pouco surpreso com estes acontecimentos. Primeiro foi o ex-vereador Alexandre Dentista aceitando ocupar uma vaga de Assessor Especial, cargo que “criticava” duramente a sua criação. Agora, bem aconchegado no cargo que tem o maior salário na administração, fica quietinho. Até mesmo diante da “dengue” que se alastra no município, pois quando era vereador fez o maior teatro numa audiência pública para tratar do assunto. Está tudo gravado, graças a Deus.
Agora vemos o ex-presidente da Amapassos, Jose Geraldo SILVEIRA, que até então, ele e seu grupo, sua associação, ONG, sei lá, eram os guardiões da moral e defensores do fim do nepotismo, nos termos que eles mesmos ditavam. Agora o “primo” do prefeito aceita não só os nepotismos velados (segundo a antiga máxima da sua Amapassos) que ocorrem na cidade, como também pegou um cargo na administração e levou um companheiro, que mesmo não sendo nada da área, serve para ocupar um cargo técnico... Quanta mudança. Parece que a reunião entre a Amapassos e a Prefeitura noticiada na imprensa meses atrás já começa a frutificar (pra eles, é óbvio).
Repito não me surpreender com nada disso, sempre achei que não passava de politicagem. Campanha eleitoral mesmo. Outras máscaras caíram mais sutilmente. Paladinos da ética que tão entusiasmadamente e de forma “independente” e apartidária, sem nunca mencionar o seu real interesse e lado, que faziam uso de espaço na imprensa para atacar outros candidatos, receberam a recompensa em forma cargos, alguns para eles, outros para os seus. Estou me referindo aqueles que se diziam neutros. Alguns o fazem até hoje. Esses na verdade são os piores, pois tentam passar um ar de isenção para pegar leitores e eleitores mais desavisados, e olha que são muitos os otários.
Fico até certo ponto aliviado, tinha medo de estar sendo leviano e maldoso no meu pensamento acerca de alguns “conterrâneos”. Por outro lado é triste, gostaria mesmo é de estar errado e humildemente me desculpar e pedir perdão a Deus por estar sendo injusto. Mas o que estamos vendo é que certos indivíduos fazem mesmo qualquer coisa por seus interesses.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Ouvindo um som


No final de 2007 me foi solicitado fazer um itinerário para os ônibus intermunicipais que utilizariam a nova rodoviária da cidade de Passos. Trabalhei alguns dias nisso sabendo da necessidade dessa regulamentação, contudo, conhecendo bem a cabeça pequena de alguns influentes munícipes, sabia que haveria discordâncias e resistências, pois muitos não conseguem enxergar mais que seus próprios umbigos. Deste trabalho surgiu um decreto que começava assim: “Dispõe sobre a fixação dos itinerários dos ônibus das linhas interestaduais e intermunicipais de características rodoviárias e suburbanas, no perímetro urbano do Município e dá outras providências. Art. 1º... – Ônibus que demandam ou chegam pela rodovia MG 050...”. Enfim, foi feito um itinerário de chegada e partida de todas as possibilidades: MG 050, BR 146 (Bom Jesus da Penha) e Rodovia Dep. Humberto de Almeida (São João Batista do Glória).
Passado pouco tempo se iniciou a campanha eleitoral para prefeito, e alguns, de forma oportunista, aproveitaram deste momento de “fragilidade” dos candidatos e não é que conseguiram junto ao ex-prefeito a revogação do decreto. Pouco a pouco voltaram os ônibus a passar por dentro cidade, principalmente na Av. da Moda e praticamente foi eliminada uma das boas vantagens de se ter uma rodoviária em um local como onde se encontra a nossa.
Não sabia eu que num outro ponto da cidade, regado a “chope”, promessas similares ocorriam em outra candidatura. Coisas técnicas que envolvem o trânsito sendo colocadas em campanhas e até em mesas de bar. Dessa forma, vemos agora a liberação de estacionamento junto ao canteiro central da Av. da Moda entre a Rua dos Piantinos e a Santos Dumont. Esse trecho era justamente onde existia a possibilidade de ultrapassagem, principalmente quando nos deparamos com veículos muito lentos, caso de alguns ônibus, caminhões de lixo, carretas e etc. “Amadoristicamente” entenderam a diminuição do tráfego de veículos nas férias como sendo algum indicativo real de queda e cumpriram a promessa de liberar o estacionamento no local. A volta às aulas, mesmo que timidamente nestas duas semanas anteriores ao carnaval já demonstrou a besteira que fizeram.Travar o trânsito numa das poucas avenidas que cruzam a cidade é no mínimo falta de inteligência. Tentar gerar estacionamentos nas vias públicas a qualquer custo é como correr atrás do vento. Isto se faz com rotatividade das vagas e não com garagem a céu aberto que atendem mais donos e funcionários mal instruídos que propriamente a clientes. Mas como uma coisa puxa a outra, foi aí que entendi o sistema de som naquela via. Caso fique travado, vai escutando uma música e ficando por dentro das promoções.