quarta-feira, 23 de março de 2011

Para (o) próximo prefeito I

O fato de enumerar o título desse artigo já deixa claro que tenho a intenção de voltar ao assunto. Tenho certeza que devido aos últimos anos, a eleição do ano que vem será “daquelas”. Mesmo uma cidade com graves problemas estruturais, com a violência numa escalada assustadora, com importantes setores da administração sendo negligenciados, ou seja, componentes que poderiam afugentar postulantes a cadeira número um da praça do rosário, fala-se em sete, oito, os candidatos a prefeito. Acredito que este número deverá reduzir com as famigeradas alianças, indo alguns para o “importante” cargo de vice. Puxando na história, isso só quando Sr. José Figueiredo se ausentava para assistir a Copa do Mundo.
Já vou avisando que nenhum nome de possíveis candidatos a prefeito será citado neste artigo, até porque isso não é o mais importante no momento. Passos necessita urgentemente de um projeto, ou, de planejamento. Neste artigo quero enfocar uma parte disso, a que diz respeito a ocupação de cargos na administração. Apesar de que na eleição votamos somente no prefeito, é fácil perceber que a administração é bem maior que isso.
O próximo alcaide, seja ele quer for, deveria ser alguém com coragem suficiente para fazer uma reforma administrativa. Como tenho certeza que isto nunca irá partir da classe política, pois os mesmos têm tantos “compromissos” eleitorais que torna isso quase impossível, deveríamos tomar tal iniciativa. Desta forma, as associações, entidades representativas de classes e etc. precisariam tomar a frente desse processo. E isso deve ser feito bem antes do pleito, mostrando para a nossa população quais candidatos se comprometeram com tais mudanças. Desta forma, ninguém poderá depois se dizer enganado com o rumo dado à administração no município, como podemos facilmente sentir hoje.
A idéia é que se faça um grande e inovador projeto administrativo no sentido de barrar ou inibir aqueles que não têm condições de assumirem cargos na administração. Desestimular mesmo os aventureiros de plantão. Algo do tipo que obrigaria a apresentação de currículo, com uma comissão escolhida para analisar, quem sabe com participação de representantes de entidades e até do Ministério Público. Poderíamos ainda, nos casos de cargos que exigem conhecimento técnico, terem os pré nomeados que passarem por sabatina pela Câmara Municipal, que é a representante legítima da população. Esses deveriam ter conhecimento da sua área de atuação e projetos para resolver os problemas que se apresentam. De forma alguma isso seria o fim do poder discricionário. Ainda assim seria do prefeito a escolha, isso iria até ajudá-lo. Ficaria livre daquelas malas que sempre “empuleram” palanques e depois gabinete.
Talvez isso coloque nossa cidade na vanguarda contra as nomeações de pessoas que não dignificam o serviço público, apurando capacidades, encontrando e premiando aqueles que ao longo do tempo se capacitaram. Passos com certeza seria notícia em todo país com um projeto dessa envergadura. Soma-se a isso o corte dos cargos sem função alguma, desnecessários e em grande número. Fim dos “Aspones”, pessoas premiadas muitas vezes apenas por falarem demais. Só com essa medida já seria possível estruturar secretarias e departamentos, que é o que realmente a cidade necessita, pois são estes que atendem diretamente as necessidades da população.