quinta-feira, 28 de maio de 2009

O antes e o depois da posse

ANTES...
O nosso partido cumpre o que promete.
Só os tolos ainda crêem que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais
para alcançar os nossos ideais
Mostraremos que é uma grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo.
Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo da nossa ação.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
No poder, faremos tudo para que
se termine com as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
as nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos os nossos propósitos mesmo que
os recursos econômicos se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a verdadeira política.

DEPOIS...
(Basta lermos o mesmo texto de baixo para cima)

Leram? Então... antes que eu me esqueça, o autor é desconhecido, mas bem que pode ser de algum conhecido mandatário nosso. Onde vi esse texto falava ainda que os governantes não mentem, somos nós que não sabemos ler as suas mensagens, pois nem todas devem ser lidas como são apresentadas. Essa é a mais pura verdade. Existem algumas mensagens sublineares. Contudo, a simplicidade da maior parte da nossa população, atrelado ao fato de que a mídia, que deveria ser um importante canal de esclarecimento, se encontra bastante corrompida, não permitindo que isso ocorra.
Por exemplo, o financiamento de campanha já determina claramente quem serão as empresas prestadoras de serviço, um “lixo” fácil de se ver. Dá pra deduzir também alguns dos ocupantes dos cargos mais popudos. Pena que a prestação de contas de campanha seja quase um “faz de contas”, senão dava pra gente “advinhar” muito mais ainda. Se fosse aberto o Caixa 2 então, daria para precisar todas as ações de 4 anos de um governo: obras, fornecedores, passando pelas nomeações do 1º escalão, chegando até as diretorias e chefias. Uma verdadeira prostituição administrativa.
Fala-se muito e com razão sobre o pessoal de Brasília, da farra das passagens aéreas, dos fanfarrões que dirigem o Congresso, contudo, bem debaixo do nosso nariz a coisa funciona de forma bem parecida e com as mesmas legendas no comando. Desta forma, por favor, não inventem de trazer nenhuma linha aérea entre Passos e BH, senão a gente não aguenta. E não sou eu quem está falando, até mesmo aquele órgão de imprensa muito bem remunerado pelos mesmos já se vê obrigado a dar algumas notas a respeito, isso para não cair no mais completo descrétido diante de provas irrefutáveis. É o poder pelo poder. O jogo de grupos alidos pelos interesses particulares. Uniões pra lá de sombrias. Ah... me desculpe se queriam continuar a fingir que não sabem de nada.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Entrevista reveladora

Numa aula sobre ética um aluno me pediu para descrever como deveria ser um verdadeiro homem público, o qual chamou tão somente de político. Mesmo respondendo ao questionamento não me dei por totalmente satisfeito, pois costumo ser mais exigente comigo que os meus próprios alunos. Dessa forma, busquei fazer uma pesquisa mais detalhada e, principalmente, impessoal. Sabendo que político é aquele cidadão que se ocupa da política, da arte de governar ou gerir as coisas públicas, daquilo que é de todos, dentre outras atribuições, então, fui me aprofundar na busca de uma resposta realmente satisfatória para tão complexa indagação. Porém, foi neste momento que me deparei com uma interessante entrevista concedida para o site “de olhos abertos” pelo Dr. Fernando Luiz de Almeida Barros, professor de Ciências Políticas das Faculdades Unidas RJ, onde falava exatamente sobre esse assunto. Então, vamos a ela:

Pergunta: Como deve ser o verdadeiro homem público?
Resposta: Deve guardar consigo a sensatez e o equilíbrio, sem nunca os perder de vista... Assim, seguirá o seu caminho em segurança e não tropeçará. Deve procurar obter sabedoria e entendimento, usando tudo o que possui para adquirir entendimento. Não deve abandonar a sabedoria, e ela o protegerá.

Pergunta: Fale um pouco mais sobre isso?
Resposta: A insensatez é pura exibição, sedução e ignorância. Se for sábio, o benefício será seu; se for zombador, sofrerá as conseqüências. Quem anda com integridade anda com segurança.

Pergunta: Como o político deve agir diante do sofrimento das pessoas que estão sob sua área de atuação, principalmente as mais necessitadas?
Resposta: Quando for possível, não deixe de fazer o bem a quem precisa. Não diga ao próximo: ‘Volte amanhã e eu lhe darei algo’, se pode ajudá-lo hoje. Quem trata bem os pobres empresta a Deus, e ele o recompensará.

Pergunta: Desmandos e perversidades são cada vez mais comuns na classe política, existe algum remédio para isso?
Resposta: Quem semeia a injustiça colhe a maldade; o castigo da arrogância será completo. No caminho do perverso há espinhos e armadilhas; quem quiser proteger a própria vida mantém-se longe dele.

Pergunta: A corrupção está muito ligada ao meio político, o que o senhor tem a falar a esse respeito?
Resposta: A comida que se obtém com mentiras pode até ser saborosa, mas depois dá areia na boca. Pesos adulterados e medidas falsificadas são coisas que Deus detesta. O salário do justo lhe traz vida, mas a renda do ímpio lhe traz castigo.

Pergunta: O que o “Professor” diria então para aquelas pessoas que estão sem esperança e descrentes, principalmente por verem grupos políticos corruptos ainda se darem bem?
Resposta: Não se aborreça por causa dos maus, nem tenha inveja dos ímpios, pois não há futuro para o mau, e a lâmpada dos ímpios se apagará.

Pergunta: Qual conselho o senhor daria a quem quer entrar na vida pública e que obrigatoriamente terá que conviver com a política e alguns políticos que estão aí?
Resposta: Meu filho, se os maus tentarem seduzi-lo, não ceda... Não vá pela vereda dessa gente. Afaste os pés do caminho que eles seguem, pois os pés deles correm para fazer o mal, estão sempre prontos para derramar sangue. A sabedoria o livrará do caminho dos maus, dos homens de palavras perversas, que abandonaram as veredas retas para andarem por caminhos das trevas.

Comentário: Espero que tenham gostado das respostas. Contudo, quero me desculpar pelo fato de não existir nenhum Dr. Fernando Luiz de Almeida Barros, professor de Ciências Políticas. Nem mesmo Faculdades Unidas RJ e site “de olhos abertos”. Foi uma pequena invenção. Mas as respostas, diga-se de passagem, que não são endereçadas somente a classe política, embora muito atuais, já tem quase 3.000 anos e foram retiradas do Livro Sagrado, a Bíblia, mais precisamente do Livro de Provérbios, escrito por Salomão, filho de Davi. Ainda sobre Provérbios, esse relata que “o tolo não tem vontade de aprender, nem de mudar e nem demonstra qualquer interesse por Deus. O líder tolo cria problemas em vez de resolvê-los, e se torna conhecido pela falta de inteligência, além de não ter noção de ética e integridade”.

(Inspirado num texto de Max Gheringer para a CBN, que usou deste mesmo artifício e, usando somente de frases do livro Eclesiastes, também do Velho Testamento, respondeu várias dúvidas sobre como deve ser o profissional de hoje).

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Ciscando pra trás

A rede mundial de computadores, nossa indispensável internet, reavivou, ou melhor, reinventou a troca de cartas com os chamados e-mails. Com possibilidades infinitamente superiores a do antigo modo, as facilidades desse novo instrumento fazem com que muita superficialidade se difunda, contudo, algumas histórias e até mesmo lendas que nos chegam através de um amigo ou outro, invariavelmente nos põe a pensar de forma mais profunda sobre determinados assuntos. Não é primeira vez que lanço mão de uma dessas, para que num paralelo possamos fazer uma reflexão a respeito das coisas que nos cercam.
Uma dessas histórias fala de “um camponês que criou um filhote de águia junto com suas galinhas. Tratando-a da mesma maneira que tratava as galinhas, de modo que ela pensasse que também era uma galinha. Dando a mesma comida jogada no chão, a mesma água num bebedouro rente ao solo, e fazendo-a ciscar para complementar a alimentação, como se fosse uma galinha. E a águia passou a se portar como se galinha fosse. Certo dia passou por sua casa um naturalista, que vendo a águia ciscando no chão, foi falar com o camponês: - Isto não é uma galinha, é uma águia! O camponês retrucou: - Agora ela não é mais uma águia, agora ela é uma galinha! O naturalista disse: - Não, uma águia é sempre uma águia, vamos ver uma coisa... Levou-a para cima da casa do camponês e elevou-a nos braços e disse: - Voa, você é uma águia, assuma sua natureza! - Mas a águia não voou, e o camponês disse: - Eu não falei que ela agora era uma galinha! O naturalista disse: - Amanhã, veremos... No dia seguinte, logo de manhã, eles subiram até o alto de uma montanha. O naturalista levantou a águia e disse: - Águia, veja este horizonte, veja o sol lá em cima, e os campos verdes lá em baixo, veja, todas estas nuvens podem ser suas. Desperte para sua natureza, e voe como águia que és... A águia começou a ver tudo aquilo, e foi ficando maravilhada com a beleza das coisas que nunca tinha visto, ficou um pouco confusa no início, sem entender o porquê tinha ficado tanto tempo alienada. Então, ela sentiu seu sangue de águia correr nas veias, perfilou de vagar, suas asas e partiu num vôo lindo, até que desapareceu no horizonte azul." Criam as pessoas como se galinhas fossem, porém, elas são águias. Todos podemos voar, se quisermos. Voe cada vez mais alto, não se contente com os grãos que lhe jogam para ciscar. Nós somos águias, não temos que agir como galinhas, como as vezes querem que sejamos. Pois com uma mentalidade de galinha fica mais fácil controlar as pessoas, elas abaixam a cabeça para tudo, com medo. Conduza sua vida de cabeça erguida, respeitando os outros, sim, mas com medo, nunca!”(autor desconhecido)”.
Talvez nosso povo esteja assim, vivendo e pensando como galinha. Quando levado um pouco acima para que enxergasse mais longe, faltou coragem, e a proximidade das verdadeiras galinhas, aquelas que não podem mudar seu destino, fez com que voltassem a ciscar (reza o dito popular que as galinhas ciscam para trás). Todos aqueles que já conseguiram enxergar isso devem lutar para que nossa cidade desperte desse sono dogmático e que seus cidadãos descubram que não somos galinhas. E que também não necessariamente temos que ser pato ou peru.