quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Preservando o romantismo do voto

O também “blogspot” Rodrigo Constantino escreveu há um tempo atrás que optar entre Dilma e Serra é algo parecido, e assim intitula seu artigo, como a “Escolha de Sofia”. Para quem não se lembra, esse clássico filme conta o trágico dilema de uma polonesa presa num campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial, forçada por um soldado nazista a escolher um de seus filhos para morrer. A recusa implicaria na morte de ambos. Coube à fantástica Meryl Streep dar vida à personagem Sofia e isto lhe rendeu o “Oscar” de melhor atriz.
Não vou contar o filme todo porque espero que desperte em quem não assistiu a vontade de fazê-lo. Vale a pena. Contudo, dá para imaginar o que vem a ser uma escolha dessas. Realmente deve ser algo horripilante. O que o blogueiro/escritor Rodrigo nos passa é que não adianta ficarmos sugestionando muito, será um ou outro. O fato que este nos apresenta é que estaríamos entre o sem carisma Serra e a invenção plastificada Dilma. Mas deixo aqui, agradecido a Constantino, a participação do seu artigo, que indico a leitura na íntegra depois. Fácil encontrar com as informações acima.
Já escrevi que PT e PSDB são dois lados de uma mesma moeda. Já falei que a política brasileira é uma piada mal contada e que a corrupção instalada em Brasília nos deixa sonhar somente com um país “menos ruim”, nunca com uma grande nação. Um povo altivo que faz escolhas refletindo, discutindo, ponderando e não essas amparadas por um assistencialismo infame, como o que vemos hoje, é senão uma utopia.
De um lado o PT e seu modelo déspota travestido de democrata trabalhista. Do outro a arrogância do PSDB elite paulistano fingindo ser povão e nacional. E nós, tendo que decidir por isso. Lembrando ainda que grande parte o faz com a barriga. Outro tanto feliz da vida com seu carnê das “Casas Bahia” de 18 meses (sem entrada e sem juros, mas não deixe pra amanhã). Mais um tanto sobrevivendo de uma “bolsa” qualquer. A maioria como tão bem cantou Belchior: “... aquela gente, honesta boa e comovida, que caminha para a morte pensando em vencer na vida”... e dizendo “sempre sim, aos seus senhores infalíveis”.
Diante desse dilema armado, ou seja, da iminente necessidade de optar entre Serra e Dilma, lendo e relendo, vendo e revendo, indo e vindo, defini por não me decidir. Vou adiar a minha escolha para um eventual segundo turno. Sofia não teve a mesma sorte. Mas pode ser que eu nem precise. Sei lá se tem segundo turno, mas será só neste, se houver, que vou ver a cara de “defunto amanhecido” do Serra ou a plástica ridícula da Dilma na urna eletrônica. Já adiantando que esta segunda opção é quase impossível, deixando em aberto somente num caso extremo dos tucanos se igualarem aos petistas, ou seja, aparecer com dinheiro na cueca, se aliar com Collor, Sarney, Barbalho e coisas desse tipo.
Por enquanto, vou preservar o romantismo de meu voto, como aquele aos 20, há 20 anos atrás, para o Brizola. Vou ficar com a cara limpa e sofrida de Marina. Que ao contrário de sua Xará, morena também, a da música de Caymmi, nossa Marina, a Silva, não se pintou. Não vestiu roupa cara, nem fez plástica para parecer outra pessoa. Tem a cara do Brasil, não esse Brasil sem vergonha que temos visto, mas o país de gente honesta e trabalhadora, pois ainda somos maioria. Pena que muitos são presas fáceis neste jogo perverso chamado política.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

E se fosse o outro?


Recebi um e-mail esses dias que trazia uma série de perguntas. Antes disso, só a título de registro, queria dizer que nunca fui muito fã de Fernando Henrique Cardoso, o FHC. Meus amigos próximos sabem que sempre votei no Lula, como já disse uma vez aqui mesmo. Exceto no primeiro turno de 89 onde fui Brizola, que pra mim foi o último estadista brasileiro. Mas voltando ao FHC, acho que ele poderia mais (usando o lema da campanha do Serra). O Lula, querendo ou não seus opositores, em alguns setores provou isso. Mas veja se não é verdade o que tava no e-mail: “Você já imaginou o que PT faria se no governo FHC a epidemia de dengue fosse como agora? E a febre aftosa? E a febre amarela? Se faltasse gás? Se os lucros dos bancos fossem tão vultosos como agora? Se houvesse o caos aéreo? Se o FHC se rebaixasse para o ditador Chaves e para Cocaleiro Morales? Se o FHC entregasse de mão beijada para Fidel Castro ou outro qualquer um bilhão de reais do dinheiro pago pelos contribuintes? Se o FHC comprasse um avião tão luxuoso? Se vários "amigos" próximos de FHC fossem corruptos pegos com a mão na massa? Se o FHC "perdoasse" a dívida de tantos "amiguinhos"? Se as despesas do palácio aumentassem tanto? Se alguma ministra de FHC falasse o que disse a Marta Suplicy? Se a primeira dama tivesse cartão de crédito ilimitado? Se o FHC aparelhasse o estado com milhares de empregos para os "companheiro"? Se o FHC declarasse sempre que não sabia de nada diante do maior caso de corrupção já registrado (o mensalão)? Se o FHC fosse amiguinho, dentre outros, do presidente mais corrupto que o senado já teve? O que o PT diria?... (pausa para pensar) ... É isso mesmo... estariam fazendo um tremendo barulho. E com razão, pois tudo isso não passa de uma pouca vergonha.
Não muito distante disso passei a indagar também as ações relativas à nossa cidade, pois eu piso é neste chão. Antes víamos reações inflamadas diante de toda e qualquer desconfiança. Provar não se fazia tão necessário quanto levantar suspeita. Eu vi o ex prefeito de Passos administrar a cidade por dois anos como nunca se tinha visto e passar outros dois se defendendo de acusações, também como nunca se viu. Sem entrar no mérito da questão porque o mesmo tem advogados e acusadores para fazer isso, qual seja o gosto do freguês, eu fico só pensando o que seria do mesmo se no seu mandato acontecessem algumas coisas que estamos vendo, como por exemplo: Você já pensou o que se faria com o Ataíde se tivéssemos uma epidemia de Dengue, daquelas de parar de contar para não sermos o primeiro lugar no estado? Se a cidade, mesmo tendo uma empresa contratada, sendo paga para varrer as ruas e a cidade ficasse parecendo um chiqueiro? Se estas mesmas ruas, mesmo no período de seca, ficassem iguais um queijo suíço de tanto buraco? Se a prefeitura comprasse uma máquina de pintura e a sinalização estivesse sumindo? Se não dessem nenhuma manutenção em placas e semáforos? Se houvesse um aumento na conta de água como o que foi feito no início do atual mandato? Se alguns assessores não dessem a cara na prefeitura? Se o trânsito travasse todo dia no mesmo horário? Poderia fazer mais umas vinte perguntas, mas deixo para você mesmo fazer ... (segunda pausa para pensar)
Estes dias uma pessoa me garantiu que haviam transferido um dos representantes do Ministério Público da cidade. Que ele não mais estava em Passos, pois havia sido transferido a contra gosto. Perdi um tempinho explicando que isso não existe mais, não passando de boato. Depois fiquei pensando o que teria levado essa pessoa e quem saiu com essa a estarem pensando isso. Será que tem alguma coisa a ver com o que escrevi? Pode ser... O “combativo” Parquet passense nunca foi tão complacente e a população acha até que alguns não mais estão por aqui.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Julho de 2010



Julho
férias
descanso
viagem...

civilização
Curitiba
limpeza
cidade...

Passos
BH
Sabará
saudade...

Não me engano,
não te enganas,
qualquer comparação,
será leviano...

PS: sei que tenho meus queridos leitores ... prometo que volto a escrever ... mas há tempo de falar e tempo de se calar ...