quinta-feira, 14 de julho de 2011

OS IGNORANTES SÃO MAIS FELIZES?

Sabe quando você teima contra um pensamento que parece lhe perseguir? É exatamente sobre isso que me ponho a escrever neste artigo. Há muito tempo penso a respeito disso e sempre me esquivo em registrá-lo. Pedaços desse já devem estar espalhados por aí nos fóruns de discussão do qual participo ou que já tomei parte e simplesmente desisti, pela falta da ignorância necessária para estar naquele lugar, mais exatamente naquele momento. Esse pensamento pode também ter feito parte em uma aula ou de alguma palestra que me atrevo a fazer. Fragmentos que vou tentar resgatar aqui.

Quero falar do quanto deve ser bom abrir um jornal e lê-lo com a “certeza” de que ali está apenas os verdadeiros fatos, o mero dever de uma tão nobre profissão, ou pelo menos deveria ser. Agora, conhecer que na verdade ele vem repleto do interesse financeiro que por trás se esconde, que a manchete ou mesmo uma pequena nota foi negociada junto à assessoria de comunicação de um governo ou de um político qualquer, será que não nos trás uma sensação de tristeza que a ignorância não daria?

Saber que na fala de um político, quando esse faz a defesa da conduta de um dos seus pares ou o contrário, ataca de forma ferrenha um adversário, na verdade não está aquilo que de fato ele realmente acredita, e sim, o corporativismo ou a perseguição que ao jogo lhe convém naquele momento, isso não é algo que nos deixa meio descrentes? Ter aquele sentimento nacionalista ao ouvir um discurso populista de algum líder da “esquerda” que toma água francesa “Perrier” e desvia recursos de todos os PACs (Programas de Aceleração da Corrupção) e achar que estão mudando o país, talvez não seja melhor que a verdade?

E quando então nosso conhecimento e experiência nos levam a enxergar algumas “coisas” no desempenho de órgãos que deveriam zelar pela transparência e equidade. Notar o chamado “dois pesos e duas medidas” no desempenho de homens investidos de poder e que seriam (ou deveriam ser) os responsáveis por coibir justamente essas tais “coisas”. Pra não ficar em meias palavras e fugir do meu estilo, que é de escrever para que qualquer pessoa que se disponha a ler meus artigos possa entender, vou exemplificar citando o Ministério Público, mas novamente caberia aqui a imprensa, ou mesmo o nosso judiciário.

Antes mesmo de terminar esse artigo já fui confrontado sobre o teor do mesmo. Essa pessoa me fez refletir até mesmo sobre o título deste. Dessa forma, humildemente troquei o “os ignorantes é que são felizes” pela interrogação deste. Tendo ainda citado François Rabelais quando diz que "A ignorância é a mãe de todos os males", me fez preferir deixar a presunção de uma conclusão pessoal pelo debate que este possa nos conduzir. Então, encerro assim mesmo, nesta nossa época de interatividade, deixo para que você responda: Os ignorantes são mais felizes?