sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Período Sabático

Tenho 144 artigos neste blog ... todos escritos por mim em algum momento dos últimos 7 ou 8 anos ... eles representavam o momento e o meu pensamento naquele instante ... posso ter mudado de opinião sobre algum deles, mas com certeza muitos ainda representam o que ainda penso ... neste ano de 2012 pretendo não escrever e sim ler e estudar muito ... leia o artigo abaixo que poderá entender melhor essa decisão ... abraço e até qualquer dia ...

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Te encontro pelo mundo

“Nós devemos ser a mudança que queremos ver” (frase atribuída a Mahatma Gandhi)

Há um bom tempo penso em fazer algumas mudanças na minha vida, nada tão extraordinário, pois faço isso amiúde, me analiso constantemente e sou signatário da ideia de Raul com o seu “prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”,mas no momento estou em busca de algo que me traga paz, ou mais paz, sei lá.
O natal atrelado ao ano novo já nos deixa inclinados para essas coisas, mas no meu caso isso chega junto com a troca de idade, outro fator que sempre nos leva a reflexões mais profundas.
Posso dizer que tenho experiência nesta coisa de mudança de vida. Das que convém serem ditas, lembro que fui fumante por 15 anos e já têm 18 que parei. De beber, apesar de considerar que nunca fui um contumaz bebedor (ninguém admite isso mesmo), já se vão 5 bons anos sem álcool. Não acredito em horóscopo, mas dizem que os “capricornianos” são ávidos por mudança, pois é o signo que compreende a passagem de ano. E a principal de todas as mudanças na minha vida e a mais importante, minha conversão. Render-me a Palavra de Deus foi algo realmente edificante e que me sustenta.
Feito essa introdução toda passo a narrar sobre as reflexões e as consequentes decisões que destas tirei. Já tenho algo em torno de 150 artigos escritos acerca de diversos assuntos, divulgados por aí em alguns veículos de imprensa, mas a maioria no meu Blog mesmo (www.waldemarjunior.blogspot.com). Escrevi sempre com muita intensidade e pautado na minha verdade, que está longe de ser absoluta, não tenho essa pretensão toda, mas nunca coloquei uma linha que não acreditasse. No meu artigo “Contrapor”, escrito em julho de 2007, quando participava de um curso de Filosofia em BH, dizia da minha vontade de não querer ser o dono da verdade, de tentar impor ideias, mas sim trazer à discussão algumas questões e assuntos que são apresentados somente sob um prisma, com forte influência dos chamados donos da agenda, leia-se, parte da mídia que se julga no direito de moldar imagens e dar conceitos que nem mesmo eles têm.
Falava ainda que alguns, tentando passar uma imagem de neutralidade, tendo lado e interesse que sempre vem à tona mais tarde, muitas vezes o encobrem justamente para fazerem uma apropriação daquilo que chamam e tentam passar como “verdade”, mas que de fato visa a atender apenas seus interesses privados, especialmente os financeiros. Não estava sendo profeta, mas podemos ver como se concretizou tais fatos no pós eleição de 2008. Diante dessa primeira análise já adianto que este artigo é o último que escrevo antes da eleição municipal do ano que vem. Na verdade quero mesmo é ficar sem escrever durante todo ano de 2012. Continuar passaria a ser uma triste retórica, podendo ser visto como de intuito eleitoreiro, oportunista e sem o devido sentido de fazê-lo, que é buscar a discussão visando mudança dos fatos e não somente de pessoas, pois essa última deve ser democrática e vinda de uma decisão livre de interferência vinda da maioria dos cidadãos de um determinado lugar, neste caso, uma cidade. Longe daquilo que presenciamos há 3 anos, onde parte interessada da imprensa ($), Ministério Público (?) e outros ($ e ?) captaram espaços e mentes e tiveram papel infinitamente superior ao que honestamente deveriam ter tido, algo muito mais pessoal que propriamente profissional. Não que não tenha virado profissional depois, isso também aconteceu. Nego-me a fazer algo deste tipo, mesmo sabendo que meu alcance é muito menor, mas estaria me violentando e me equiparando ao que tanto abominei.
Digamos que em 2012 estarei curtindo um período sabático (que significa repouso, parada, descanso. Sua principal finalidade é a reavaliação da vida pessoal ou profissional. Não importa a sua duração (neste caso 12 meses no mínimo). É uma boa ferramenta para identificar as nossas forças e potencialidades, para avaliar em que condições respondemos melhor na vida e em que circunstâncias reagimos mal. Entrar nesse período, envolve um olhar retrospectivo para as nossas competências, fragilidades e potencialidades que ainda não foram mapeadas - franciscanos.org).

Neste contexto incluo também meu “face” e os mais de 1500 “amigos” que tenho por lá, assim, me despeço com um até qualquer dia, pois esse também não virará o ano. Para os íntimos, meu endereço, e-mail e telefone continuam o mesmo, e continuamos a nos encontrar e falar a moda antiga e quase antiga, e como diz aquela música do nosso cancioneiro: “chega lá em casa pra uma visitinha”, e como muitos bem sabem, sempre regada a café e pão de queijo.
“Nós devemos ser a mudança que queremos ver”
Feliz 2012... Que Deus abençoe a todos!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Os próximos 30 anos

Você sabe o que estava acontecendo há trinta anos? Alguns vão dizer que nem eram nascidos, pelo menos é o que eu espero, ou seja, que tenha também jovens lendo meus artigos. Outros dirão: "Não lembro nem o que almocei ontem", quanto mais o que aconteceu há três décadas. É verdade, o grito de guerra do brasileiro deveria ser assim: eu sou brasileiroooo, povo sem memória, com muito amorrrr... O povinho esquecido que somos.
Mas vou lembrar algumas coisas que estavam se passando em dezembro de 1981: Drummond escrevia mais um dos seus poemas de dezembro: “Fazer da areia, terra e água uma canção... Depois, moldar de vento a flauta... que há de espalhar esta canção... Por fim tecer de amor lábios e dedos que a flauta animarão...”.
Zico fazia poesia com os pés e comandava meu Flamengo levando-o ao lugar mais alto do futebol em Tóquio. Quem viu... viu.. pois foi só essa vez mesmo. Nascia na Louisiana - USA a cantora Britney Spears que, gostemos ou não, vendeu mais de 100 milhões de cópias na última década. Pesquisando descobri ainda que foi em dezembro de 1981 que a “Mãe Dinah” previu que o Brasil não iria ganhar a Copa do Mundo do ano seguinte. Fez um enorme sucesso depois disso porque parecia impossível Cerezo, Junior, Sócrates, Falcão, Zico, Éder... perderem aquele mundial na Espanha. Em seguida errou um monte de previsão e hoje faz parte apenas do folclore.
Na política brasileira vivíamos a última fase da fatídica ditadura militar. A sonhada abertura política caminhava a passos lentos, mas caminhava. Ainda teríamos o revés das “Diretas Já”, entre outros. Em Passos o prefeito era José Figueiredo, ficaria até 1983, mas pasmem, o vice era ninguém menos que Cóssimo Baltazar de Freitas, o mesmo de hoje. Se pensarmos por esse ângulo temos que dar razão a um pré candidato a prefeito que disse dias atrás que estamos com um atraso de 30 anos em relação ao espaço que Passos deveria estar ocupando. Por falar nisso, foi daí que pensei em 30 anos para tal análise.
Neste período, a administração municipal em Passos esteve de novo com José Figueiredo (89-92), Nelson Maia (97-00), Ataíde Vilela (05-08), somando um total de 14 anos com os outros dois do “Seu Zé Magro”. E nas mãos dos atuais mandatários Hernani e Cóssimo por 16, ou seja, mais da metade desse tempo.
Todo mundo que escreve segue uma linha de raciocínio, ou pelo menos deveria seguir, e neste caso não é diferente. Desta forma, vou descrever algumas análises e curiosidades que direi disso. Dias atrás um secretário municipal criticava as administrações anteriores via internet pelas dificuldades que passamos hoje, como na segurança e nas questões sociais como um todo. O termo que ele e sua trupe usam sempre é descaso. Mas de quem o secretário falava? Será que ele criticava o atual prefeito também e seu vice, ou se referia somente aos outros, que lembro, separadamente estiveram um terço do tempo nas últimas décadas que os atuais?
Alguns dos nossos “políticos”, sob a síndrome do novo, se apresentam sempre como se nunca tivessem feito parte de nenhuma administração. Se puxarmos na lembrança verá que alguns que se passam por “novidade” já estiveram em algumas delas sim. E digo que não há mal algum nisso. Mas o que querem passar é realmente a ideia de que nunca estiveram lá, quando na verdade deveriam é estar fazendo a parte deles, seja como situação ou como oposição.
Os de situação, até aqueles que se negam a admitir isso, deveriam trabalhar olhando pra frente e não se desculpando usando sempre o passado como pretexto. Já estão fechando o terceiro ano do atual mandado e ainda estão nessa. Daqui a pouco estará saindo e com esse mesmo discursinho que só cola na imprensa paga.
A oposição, ou melhor, aqueles que querem pegar a administração, sendo que nem todos é oposição atualmente (isso só existe aqui eu acho), mas certa vez li, não me lembro onde, que os políticos se dividem entre os que estão e os que querem estar no poder, então, esses já deveriam estar mostrando a cara. Como? Planejando uma imprescindível reforma administrativa, um adequado planejamento urbano, ou seja, um plano de governo que venha a explicitar a vontade de mudança, não somente de nomes. É chegado o momento de se fazer algo realmente grande e novo na nossa cidade, seja qual grupo for estar à frente do município, pois uma coisa é certa, não dá para termos outros 30 anos desses. Nós podemos até merecer, pois sempre foi escolha nossa, mas “Passos” não merece. Quando digo “Passos”, estou incluindo aqueles que não votam ainda e os que estão por vir e que receberão uma cidade com uma estrutura arcaica de administrações capengas, que caminha a passos largos para um caos urbano.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

ADMINISTRAR É...

Administrar é um verbo transitivo, do tipo regular, que significa governar, dirigir; mas tem outros sentidos também, como o de conferir - administrar os sacramentos, ou ainda, dar a tomar - administrar um remédio. Buscando um conceito dentro do que pretendemos falar, tenho um que vem de encontro a este: Administrar é "dirigir recursos humanos, financeiros e materiais, reunidos em unidades organizadas, dinâmicas e capazes de alcançar os objetivos da organização, e ao mesmo tempo, proporcionar satisfação aqueles que obtem o produto / serviço e àqueles que executam o trabalho" (www.administradores.com.br). Como o título nos adianta, em se tratando da coisa pública, soma-se ainda que esse tipo de administração tenha como principal objetivo o interesse público (lógico), seguindo os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (deveria também ser lógico). Princípios esses que são constitucionais, ou seja, não estão sujeitos ao “bel prazer” de alguns déspotas.
Mas temos notado ultimamente, de forma muito clara na nossa cidade, que as administrações estão muito preocupadas com obras, esquecendo-se do dia a dia da cidade, ou seja, de administrar. Os problemas que afligem a população no seu cotidiano têm sido muito negligenciados em favor de um trabalho que visa mais aparecer, seja na foto ou nas placas das inaugurações. Enquanto isso, presenciamos o pior sistema de transporte público da história atuando na cidade. Uma administração das coisas do trânsito que não acompanha as necessidades atuais. Um sistema de limpeza e conservação de espaços públicos (praças e afins) que nos deixa envergonhados. Um atendimento público que despreza o contribuinte. São coisas do dia a dia que deveriam estar em primeiro plano, mas infelizmente não estão.
É sabido e fica muito evidente a falta de preparo por parte de alguns setores que, mesmo quando acertam nas ações, às vezes amparados por estudos anteriores, não conseguem, por falta de conhecimento técnico, acertar na execução. Vou exemplificar isso usando uma área que eu conheço bem. Vimos esses dias um grande debate sobre a colocação de mão única nas ruas “da Praia” e “Barão de Passos”. Isso logo após voltarem outra (Três de Maio), bem no coração da cidade, para mão dupla. A opção por mão única nas vias principais das cidades é algo que vem de muito tempo, um caminho natural. Acertada a ideia aí vem a execução: coloca-se mão única, tirando uma mão da via sob o pretexto de trazer mais segurança. Há alguns anos poderia ser tão somente por isso, mas é sabido, ou pelo menos deveria ser, que a cidade enfrenta hoje, em razão do crescimento acentuado da frota e do não acompanhamento disso em ações, grandes problemas de fluxo. E essas duas vias estão na lista das mais complicadas. Na “Barão de Passos” a explicação foi também facilitar o acesso ao “Pronto Socorro”. Na verdade, o que fizeram nos dois casos, e na atual situação desnecessário, ou irrelevante, pois a grande necessidade dessas vias hoje é facilitar o fluxo de veículos, foi criar vagas de estacionamento. Diga-se de passagem, uma preocupação equivocada (isso por si só da outro artigo). Onde eram as pistas de sentido contrário que existiam, hoje é estacionamento. Qualquer leigo que percorra os trechos que foram alterados das referidas vias é capaz de verificar que nestes locais não existe essa necessidade. Cabem todos os veículos de um lado só e sobram vagas. Se colocassem em apenas um dos lados o estacionamento, poderiam, aí sim, atender a real necessidade que é facilitar o fluxo de veículos nestes locais. Saber o que fazer é bem diferente de saber como fazer.
Administrar é bem mais simples, ou pelo deveria ser, do que querem fazer parecer alguns governantes. Enquanto ficam enterrando milhões em obras, algumas de necessidade e caráter duvidoso, pecam no mais simples, que é criar um corpo técnico eficaz capaz de atender aos anseios dos cidadãos no seu dia a dia. Pensar e agir primeiramente nas questões básicas, aquelas que ferem diretamente o nosso cotidiano, muitas vezes trazendo transtornos que poderiam, com um pouco de boa vontade e de qualificação dos profissionais envolvidos, isso sim deveria ser o principal objetivo de quem está a frente de uma administração pública.
Na administração pública o que conta é o mínimo de irritação do cidadão, de nada adiantam obras faraônicas se não há tranquilidade e alegria”(Addson).

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Cássio “Baltazar de Freitas”

Lanço mão de parte da introdução de um artigo que escrevi algum tempo atrás intitulado “Síndrome de Cóssimo” para começar esse novo texto. ... “A psicologia e a psiquiatria costumam dar nomes de pessoas para algumas síndromes (conjunto de sintomas que se apresentam numa doença e que a caracterizam)... ex-deputado e “atual vice-prefeito”, Cóssimo Baltazar de Freitas... quando... esteve na assembléia legislativa mineira,... foi difamado por um ato que teria praticado contra a sua própria classe, os professores. Foi disseminado que o então deputado teria votado contra um aumento salarial destes. A “estória” que circulou e ainda rola de vez em quando é de que ele optou por um reajuste menor ante outra proposta maior... Quem conhece um pouquinho o funcionamento legislativo sabe que isto não funciona desta maneira. Mas politicamente o que ficou foi que o professor Cóssimo votou contra a sua classe, fator decisivo para sua não reeleição e consequente fim (até então) da representação política de Passos na Assembléia Legislativa mineira”.
Corre agora na cidade um manifesto similar ao daquela época contra o jovem deputado passense Cássio Soares ante a sua posição em relação às reivindicações dos professores em greve no Estado. Diferentemente de Cóssimo, Cássio não é professor, e apesar disso poder ser uma atenuante, não é visto como excludente de responsabilidade por seus adversários.
Com o advento das redes sociais e um diferente nível de comunicação que o deputado Cássio tão bem utiliza, inclusive dispondo de aparato infinitamente superior que nosso último representante na ALEMG no que tange a assessoria, não ficou inerte ao acontecido e foi ter de frente com os professores estaduais de nossa cidade, isso também uma novidade.
Ninguém aqui é ingênuo de pensar que o Deputado Cássio Soares irá atuar contra os interesses do Governo do Estado, do qual é aliado e de onde realmente surgiu para a política a nível estadual. Querer uma postura dessas é no mínimo hipocrisia, isso pra não dizermos má fé. Num caso desses a postura dos líderes grevistas em relação ao mesmo necessitaria ser outra.O que eles deveriam fazer é aproveitar da reconhecida facilidade de tramite que o deputado tem ao governador para sensibilizá-lo e ser até mesmo uma espécie de porta voz dos educadores. Mas será que isso seria bem visto por aqueles que vêem na greve bem mais que a possibilidade de aumento para os professores?
Não podemos nos esquecer que uma greve dessas, apesar de legítima, é para alguns um ótimo palanque, além da possibilidade de minar alguns adversários. Alguns líderes, principalmente petistas, são verdadeiros oportunistas nestes momentos, pois se calam frente às greves no âmbito federal (que estão acontecendo neste momento aos montes, mas sem muita divulgação) e descarregam suas forças nas dos estados que estão na oposição, como o caso de Minas. Nos municípios que são “parceiros” então, nem se fala.
Devemos ficar atentos as ações do nosso representante na Assembleia Legislativa de MG sim, esse é um dever do eleitor, mas carecemos também cuidar para que não sejamos usados por espertos políticos “dois pesos e duas medidas” que aproveitam desse tipo de situação. Já são assim quando o assunto envolve corrupção, perseguição e etc., pois fecham os olhos e até tiram uma casquinha onde estão no governo e apontam o “dedo em riste” na oposição. Verdadeiros oportunistas.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O próximo, por favor...

Fato recorrente nestes primeiros nove meses de governo da presidenta Dilma é a troca de ministros envoltos em algum tipo de irregularidade. O que poderia ser visto com bons olhos, pois providências estariam sendo tomadas para coibir a corrupção, pela fala da “chefa” de governo não é bem assim. Sempre preocupada em manter a base fisiologista, Dilma evita ao máximo qualquer vinculação com algo que pareça ser uma limpeza. A palavra “faxina” então... lhe causa arrepios.
A preocupação em não vincular as saídas de ministros com irregularidades é no mínimo estranha. A fala sempre no sentido de que foram eles que pediram demissão chega a ser patético. Por que o governo abre mão de algo que, com certeza seria muito bem visto pela população, como a destituição de quem comete esses atos que estamos reiteradamente vendo? Acho que sai mais barato para o governo comprar a opinião pública do que brigar com seus comparsas, quer dizer, companheiros.
Durante o velório de Itamar Franco, numa foto histórica, vemos o aliado do palácio do planalto Fernando Collor bem ao lado de um dos seus algozes, o líder dos “caras pintadas” Lindemberg Farias, hoje também senador. No senado, juntos na base de sustentação do governo, será que o ex presidente da UNE já pediu desculpas a Collor? Deixando a inocência da época da recém reinaugurada democracia no início dos anos 90, sabemos que Collor, perto do que vemos hoje, não passava de um delinquente juvenil.
Mas estranho mesmo é ver a postura dos jovens doutrinados petistas frente a qualquer denúncia que recai sobre os atos desse governo. Tudo não passa sempre de perseguição para eles. Coisa de uma imprensa golpista. A mesma que quando bem paga lhes serve e muito. Usando de um discurso ensaiado se trancam dentro de uma ideologia barata que lhes é repassada. Alguns no primeiro amor, que às vezes cega, outros por enxergar nessa militância uma rápida forma de ascensão, senão financeira, quiçá política, estes acabam agindo como aqueles pequenos peixes que vivem colados aos tubarões, se alimentando da sobra dos ferozes predadores. Mesmo abominando alguns de seus parceiros, vivem numa espécie de “mutualismo obrigatório” com aqueles que sempre criticaram.
Outra curiosidade acerca dessa postura vem da opinião que os mesmos têm sobre algumas questões, como por exemplo, as greves. Se forem contra seus opositores essas são justas e fruto da necessidade, o que geralmente é verdade, como no caso dos professores de Minas Gerais. Mas se são em órgãos federais ou em governos aliados, se trata de politicagem, assim como a cobertura que se dá as mesmas. Atualmente é assim que eles conseguem enxergar. Mas quanto a isso é totalmente compreensível, pois alguns estão vedados e outros fazendo uso de “tapas”.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Agosto: “Mês do cachorro louco”

Quando eu era criança, ali na Rua Jaime Gomes, “na escandeia”, se falava que agosto era o mês do “cachorro louco”. Hoje não ouvimos mais isso, nem vemos mães colocando os filhos pra dentro por esse medo. Na verdade, as crianças já não podem mais ficar nas ruas, mas os motivos são outros. Os cachorros loucos, não sei se acabaram devido aos programas de vacinação, ou se passaram a ter uma importância menor em relação ao que os “homens” podem fazer.
Assistir um jornal de TV no final do dia passou a ser um tormento para o cidadão de bem. A quantidade de atrocidades que vemos dia a dia no país e no mundo é algo assustador. A capacidade que o ser humano tem de fazer maldades, seja com crianças, jovens, idosos, e até contra indefesos animais é algo de estarrecer.
Hora é uma jovem que coloca veneno na merenda de uma creche inteira. Julgar a intenção disso é um exercício meio maluco, é adentrar num outro mundo. Temos ainda a recorrente história dos bebês achados nos lixos das cidades desse país. Depois é um maluco que entra armado na escola que estudou a vida inteira e atira em todos que vê pela frente. No Rio o saldo foi de doze adolescentes mortos e mais alguns outros feridos, em Columbine - EUA há um tempo atrás não foi diferente, isso a troco de quê? Teorias religiosas e coisas e tal, pra no fim um diagnóstico pessoal de loucura, quando na verdade essa poderia ser uma análise meio que global. Uma insanidade que transcende a nossa compreensão, mas que parece estar na base de uma sociedade onde o “eu” é o único que importa. Não muito distante disso, a pacífica Noruega (país com o melhor índice de desenvolvimento humano do mundo, e dono de bons indicadores sociais, sem problemas como fome e desemprego, para muitos, o último lugar onde poderia se imaginar um ataque como o ocorrido no dia 22 de julho – noticias.uol.com) se vê diante de um pesadelo, tendo que enfrentar uma verdade que aparentemente não fazia parte, como se estivesse fora dessa realidade mundial.
Temos ainda as dezenas de imagens que nos chegam dos “asilos” denunciados por maus tratos. Na verdade lugares que mais se assemelham a um depósito abandonado em que se esqueceram um resto de material pra trás. Ou de “gente” que busca trabalho como acompanhante de idosos, seres humanos que trabalharam uma vida toda, e nos seus últimos anos recebem destes um tratamento desumano.
Por fim, duas maldades contra animais que vi só nesta semana. Primeiro, o uso de cães vivos presos por enormes anzóis como isca de tubarões. Algo inimaginável, que não irei reproduzir a imagem, pois ninguém merece ver isso. Temos ainda o show de horrores, evento que mais se assemelha a época do império romano, onde milhares de pessoas vão assistir alguém quebrar o pescoço de um filhote de bovino, e aplaudem de pé, como se aquilo fosse algum tipo de esporte ou apresentação artística. Paro por aqui, teria centenas de outros exemplos pra dar, mas chega dessa narrativa “datenesca”.
Que saudade dos cachorros loucos da minha infância.

Imagem: O Grito é uma pintura do norueguês Edvard Munch, de 1893. A obra representa uma figura andrógena num momento de profunda angústia e desespero existencial.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

OS IGNORANTES SÃO MAIS FELIZES?

Sabe quando você teima contra um pensamento que parece lhe perseguir? É exatamente sobre isso que me ponho a escrever neste artigo. Há muito tempo penso a respeito disso e sempre me esquivo em registrá-lo. Pedaços desse já devem estar espalhados por aí nos fóruns de discussão do qual participo ou que já tomei parte e simplesmente desisti, pela falta da ignorância necessária para estar naquele lugar, mais exatamente naquele momento. Esse pensamento pode também ter feito parte em uma aula ou de alguma palestra que me atrevo a fazer. Fragmentos que vou tentar resgatar aqui.

Quero falar do quanto deve ser bom abrir um jornal e lê-lo com a “certeza” de que ali está apenas os verdadeiros fatos, o mero dever de uma tão nobre profissão, ou pelo menos deveria ser. Agora, conhecer que na verdade ele vem repleto do interesse financeiro que por trás se esconde, que a manchete ou mesmo uma pequena nota foi negociada junto à assessoria de comunicação de um governo ou de um político qualquer, será que não nos trás uma sensação de tristeza que a ignorância não daria?

Saber que na fala de um político, quando esse faz a defesa da conduta de um dos seus pares ou o contrário, ataca de forma ferrenha um adversário, na verdade não está aquilo que de fato ele realmente acredita, e sim, o corporativismo ou a perseguição que ao jogo lhe convém naquele momento, isso não é algo que nos deixa meio descrentes? Ter aquele sentimento nacionalista ao ouvir um discurso populista de algum líder da “esquerda” que toma água francesa “Perrier” e desvia recursos de todos os PACs (Programas de Aceleração da Corrupção) e achar que estão mudando o país, talvez não seja melhor que a verdade?

E quando então nosso conhecimento e experiência nos levam a enxergar algumas “coisas” no desempenho de órgãos que deveriam zelar pela transparência e equidade. Notar o chamado “dois pesos e duas medidas” no desempenho de homens investidos de poder e que seriam (ou deveriam ser) os responsáveis por coibir justamente essas tais “coisas”. Pra não ficar em meias palavras e fugir do meu estilo, que é de escrever para que qualquer pessoa que se disponha a ler meus artigos possa entender, vou exemplificar citando o Ministério Público, mas novamente caberia aqui a imprensa, ou mesmo o nosso judiciário.

Antes mesmo de terminar esse artigo já fui confrontado sobre o teor do mesmo. Essa pessoa me fez refletir até mesmo sobre o título deste. Dessa forma, humildemente troquei o “os ignorantes é que são felizes” pela interrogação deste. Tendo ainda citado François Rabelais quando diz que "A ignorância é a mãe de todos os males", me fez preferir deixar a presunção de uma conclusão pessoal pelo debate que este possa nos conduzir. Então, encerro assim mesmo, nesta nossa época de interatividade, deixo para que você responda: Os ignorantes são mais felizes?

terça-feira, 14 de junho de 2011

Estrago

Impressionante como pode regredir tanto uma coisa como o que está acontecendo em relação à administração das questões que envolvem o transporte e trânsito na cidade de Passos. Antes que algum desavisado pense que estou escrevendo isso em relação ao meu trabalho à frente do Departamento de Transporte e Trânsito de Passos, informo que, lá se vão quatro anos e meio que deixei a direção do mesmo, e já estamos no terceiro diretor. Estou falando é sobre o modo como o Departamento de Transporte e Trânsito (Transpass) vem sendo tratado, praticamente excluído de toda ação que envolva planejamento e projeto, o órgão funciona hoje apenas como cumpridor de ordens de “especialistas” que atuam na administração ou “junto” dela.

Primeiro lhe foi tirado todo e qualquer participação no que diz respeito ao transporte público. Houve um retrocesso de 10 anos no sistema, voltando ao velho e arcaico circular, junto disso, a total exclusão da Transpass dos assuntos relativos a este. Sempre que se levanta alguma coisa em relação ao sistema, é a concessionária “Cisne” quem fala, quando na verdade deveria apenas executar o serviço estabelecido pelo órgão competente, ou será que o que falta é essa tal competência?

Li esta semana na imprensa sobre a homologação do credenciamento de mototaxistas na cidade. Falou-se também a respeito de uma possível “flexibilização” para que outros se legalizem. Ou seja, com adesão na casa dos 20%, pois o estimado é que temos mais de 400 mototaxistas em Passos, 80% continuam trabalhando ilegalmente. Não mudou exatamente nada da época onde o serviço não era legalizado... Só conversa mesmo. O problema nunca esteve nestes 70, 80 ou 100 que irão se adequar a lei. E aí, o que vai ser feito em relação aos demais? Vão deixar de circular? Será feita alguma fiscalização que venha a proibir o exercício da profissão por parte deles? Mas uma vez o que podemos notar é a não participação do departamento que deveria cuidar do assunto. A Transpass nem na foto saiu.

Estou escrevendo a este respeito para mostrar o desserviço que o “Planejamento”, secretaria que deveria fomentar o desenvolvimento técnico no departamento de transporte e trânsito vêm prestando. A ideia do então secretário de planejamento Gilberto Almeida no final da gestão do Nelson Maia, desenvolvida pelo seu sucessor Fábio Kallas, que era dar autonomia e, principalmente, incentivar o desenvolvimento técnico dentro da Transpass, vem sendo gradualmente extinta nesta administração.

Estive numa audiência pública no começo desse mandato em que o secretário de planejamento falou em municipalização do trânsito em Passos e um vereador da base, tão por fora quanto ele, se disse muito tranquilo quanto ao futuro do trânsito na cidade. O “nobre edil” com certeza deve estar com vergonha do que disse vendo o que se transformou o transporte e o trânsito no município. Quanto a “municipalizar o trânsito”, é só dar uma olhada na página do Denatran – Departamento Nacional de Trânsito (http://www.denatran.gov.br), ir em “municipalização do trânsito”, consulta “municípios” e verá que Passos já está lá. O que falta para a total e ampla administração do mesmo se deve a má vontade das administrações na pasta a qual a Transpass está ligada, que teve em José Donizete de Melo, seu último verdadeiro secretário de planejamento.

Não se trata de ficarmos quatro anos parados como está ocorrendo em alguns setores, neste caso é muito pior que isso, estamos falando em retrocesso. O leigo, e isso é fácil de compreender, sequer suspeita do que vem acontecendo, muitas vezes fazendo coro ao discurso oficial plantado na imprensa. O que vemos hoje ser noticiado pela imprensa, sempre com o carimbo da assessoria de comunicação da prefeitura são serviços que até então eram tratados somente como manutenção. Providências feitas automaticamente pelo departamento. “Semáforos recebem melhorias”. Estudo de tempo? Diminuição de estágios? Sincronismo? Não... simplesmente troca de lâmpadas ou o tipo delas. Divulgam até a pintura de faixas de pedestre que já existiam, ou seja, manutenção pura e simples... sem comentários...

Estes que tão prontamente se põe a prestar esse desserviço a nossa cidade não estarão lá para responder quando a coisa se tornar insuportável e isto está muito próximo de acontecer. Transformar um setor tão importante na vida de uma cidade em um órgão acéfalo é algo que necessita ser falado e não me restou alternativa.

Para finalizar, gostaria de deixar aqui meu respeito aos funcionários da Transpass, sobretudo aqueles que, conhecendo a história do departamento e fazendo parte dela, se encontram sucumbidos às ordens de pessoas insensatas e totalmente despreparadas. Sei que assim o fazem pelo respeito à hierarquia e pela necessidade de pai de família que são. O Departamento de Transporte e Trânsito – Transpass certamente fará parte da reconstrução que obrigatoriamente terá que ser feita no serviço público em nossa cidade. Passos terá que ser vista como uma cidade de cerca de 110 mil habitantes, que chega rapidamente aos seus 50 mil veículos, devendo realmente levar a sério a palavra planejamento, que hoje até dá nome a uma secretaria, mas que desconhece o significado da mesma.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A RIFA DO BURRO

Certa vez três meninos, Daniel, Edir e Gilmar foram ao campo e, por 100 reais, compraram o burro de um velho camponês.
O homem combinou entregar-lhes o animal no dia seguinte.
Mas quando eles voltaram para levar o burro, o camponês lhes disse:
- Sinto muito, amigos, mas tenho uma má notícia. O burro morreu.
- Então devolva-nos o dinheiro!
- Não posso, já o gastei todo.
- Então, de qualquer forma, queremos o burro.
- E para que o querem? O que vão fazer com ele?
Depois de ligarem para um outro amigo e fazerem uma “consulta” decidiram:
- Tá certo ... o nosso consultor tem razão ... vamos rifá-lo.
- Estão loucos? Como vão rifar um burro morto?
- Obviamente não vamos dizer a ninguém que ele está morto.
Um mês depois, o camponês se encontrou novamente com os três garotos e lhes perguntou:
- E então, o que aconteceu com o burro?
- Como lhe dissemos, o rifamos. Vendemos 400 números a 5 reais cada um e arrecadamos 2.000 reais.
- E ninguém se queixou?
- Só o ganhador. Porém lhe devolvemos os 5 reais e ficou tudo resolvido.Os meninos cresceram e fundaram um banco, uma igreja e o último tornou-se Presidente de um Tribunal! Daniel, Edir e Gilmar!
Ahhhh... o consultor... um tal de Antonio, de sobrenome italiano ... especialista nestes assuntos... multiplicar por 20.

PS: Adaptação livre de uma velha piada que renasce a cada dia com novos personagens. Rir pode até ser um bom remédio. Rir de você mesmo quando tropeça e vai "catando cavaco" ou quando dá um bom "fora" revela em você um otimista, alguém que não tem vergonha de errar sabendo que é um humano limitado, mas achar graça em ladrões de um povo que morre nas filas de hospitais, sem um tratamento digno, isso não é ser bem humorado, isso é ser idiota.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Funcionário Público Municipal

No mês passado completei 15 anos de efetivo trabalho na prefeitura de Passos. Como diz o Professor Júlio Machado parafraseando Beto Guedes e Ronaldo Bastos, de trabalho e não emprego, porque é o trabalho que é sagrado, ou melhor, o fruto deste. Tive a sorte de começar no serviço público trabalhando com quem foi exemplo de dedicação e zelo, no caso o saudoso “Botica” e a lendária Rejane Calixto, ícones de uma época.
Trabalhei ainda com muitos outros grandes profissionais, tanto de carreira quanto nomeados, os chamados “cargos de confiança”, mas prefiro não citar outros nomes para não cometer injustiças ao esquecer alguém que merecesse ser lembrado. Outros tantos também merecem o esquecimento, alguns que já estão tendo e diversos que ainda terão. Vi e ainda vejo vários “colegas” ocupando cargos onde teriam ampla condição para executar com eficiência a tarefa que lhes foi confiada e não o fazem. Assim, lhes restarão a mesma sorte dada a Jeorão, que mesmo tendo reinado “oito anos em Jerusalém; e foi sem deixar de si saudades; e sepultaram-no na cidade de Davi, porém não nos sepulcros dos reis” (II Crônicas 21.20). Isso com certeza vale para eleitos também, posto que, nesta qualidade, estão revestido da condição de funcionário público.
Infelizmente temos também uma leva de funcionários públicos que se acham no direito de agir a seu bel prazer. São “empregados” do povo que na verdade servem apenas a dizer sim a “seus senhores infalíveis”. Isso talvez seja a coisa mais estranha que vejo no serviço público, especialmente no municipal, o qual eu conheço bem. Essa capacidade de escolher “trabalhar” somente com companheiros políticos, boicotando ou negligenciando quando não é um dos seus que está à frente da administração, isso que mais me espanta.
Mas em tudo há uma explicação, mesmo que discordemos dela. Muito embora tenhamos sempre o discurso da valorização do funcionalismo público municipal, o que vemos é bem diferente disso. Qual recado que se passa para o funcionário, quando a valorização que se dá ao mesmo está intimamente ligada a sua atuação nos comitês de campanhas e nada em relação ao seu trabalho e talento desenvolvido no dia a dia no local em que efetivamente deve exercer sua profissão? Desta forma, mesmo não nos alinhando a isso, acabamos entendendo o porquê de alguns preferirem o descanso remunerado de mais de três anos e a luta desenfreada da véspera da eleição.
Dia desses me contaram sobre uma nota vinculada na imprensa que falava de uma espécie de “pacto” a favor da candidatura do atual mandatário da cidade feita pelos seus assessores diretos. Ora, independente da vontade ou não do mesmo em continuar à frente da administração, não teria estes que estar fazendo isso há muito tempo? É simplesmente estar trabalhando pelo bem da nossa população com dedicação e afinco e o “pacto” já estaria selado. Não seria está a obrigação dessas pessoas? Consequentemente isso se reverteria de forma natural a favor do seu “chefe” ou a quem de direito na hora do sufrágio eleitoral. Ou estariam mais uma vez se referindo somente aos dias que antecedem ao pleito?
Desta forma, mesmo provavelmente não votando na atual “situação” pela situação atual e nem frequentando comitê algum, estou indiretamente ajudando mais que muitos que o dizem fazer. Mas não vejo como e nem tenho vontade de escapar disso, pois como disse Thomas Jefferson: “Quando um homem assume uma função pública, deve considerar-se propriedade do público”.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Para (o) próximo prefeito I

O fato de enumerar o título desse artigo já deixa claro que tenho a intenção de voltar ao assunto. Tenho certeza que devido aos últimos anos, a eleição do ano que vem será “daquelas”. Mesmo uma cidade com graves problemas estruturais, com a violência numa escalada assustadora, com importantes setores da administração sendo negligenciados, ou seja, componentes que poderiam afugentar postulantes a cadeira número um da praça do rosário, fala-se em sete, oito, os candidatos a prefeito. Acredito que este número deverá reduzir com as famigeradas alianças, indo alguns para o “importante” cargo de vice. Puxando na história, isso só quando Sr. José Figueiredo se ausentava para assistir a Copa do Mundo.
Já vou avisando que nenhum nome de possíveis candidatos a prefeito será citado neste artigo, até porque isso não é o mais importante no momento. Passos necessita urgentemente de um projeto, ou, de planejamento. Neste artigo quero enfocar uma parte disso, a que diz respeito a ocupação de cargos na administração. Apesar de que na eleição votamos somente no prefeito, é fácil perceber que a administração é bem maior que isso.
O próximo alcaide, seja ele quer for, deveria ser alguém com coragem suficiente para fazer uma reforma administrativa. Como tenho certeza que isto nunca irá partir da classe política, pois os mesmos têm tantos “compromissos” eleitorais que torna isso quase impossível, deveríamos tomar tal iniciativa. Desta forma, as associações, entidades representativas de classes e etc. precisariam tomar a frente desse processo. E isso deve ser feito bem antes do pleito, mostrando para a nossa população quais candidatos se comprometeram com tais mudanças. Desta forma, ninguém poderá depois se dizer enganado com o rumo dado à administração no município, como podemos facilmente sentir hoje.
A idéia é que se faça um grande e inovador projeto administrativo no sentido de barrar ou inibir aqueles que não têm condições de assumirem cargos na administração. Desestimular mesmo os aventureiros de plantão. Algo do tipo que obrigaria a apresentação de currículo, com uma comissão escolhida para analisar, quem sabe com participação de representantes de entidades e até do Ministério Público. Poderíamos ainda, nos casos de cargos que exigem conhecimento técnico, terem os pré nomeados que passarem por sabatina pela Câmara Municipal, que é a representante legítima da população. Esses deveriam ter conhecimento da sua área de atuação e projetos para resolver os problemas que se apresentam. De forma alguma isso seria o fim do poder discricionário. Ainda assim seria do prefeito a escolha, isso iria até ajudá-lo. Ficaria livre daquelas malas que sempre “empuleram” palanques e depois gabinete.
Talvez isso coloque nossa cidade na vanguarda contra as nomeações de pessoas que não dignificam o serviço público, apurando capacidades, encontrando e premiando aqueles que ao longo do tempo se capacitaram. Passos com certeza seria notícia em todo país com um projeto dessa envergadura. Soma-se a isso o corte dos cargos sem função alguma, desnecessários e em grande número. Fim dos “Aspones”, pessoas premiadas muitas vezes apenas por falarem demais. Só com essa medida já seria possível estruturar secretarias e departamentos, que é o que realmente a cidade necessita, pois são estes que atendem diretamente as necessidades da população.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Ovelha ou porco?

Tenho sido muito cobrado pelo fato de estar escrevendo tão pouco no meu blog. Na rua ou por e-mail chegam a dizer que estou abandonando o mesmo. Confesso que ando cansado, não só fisicamente, mas, sobretudo com o andar da carruagem na nossa cidade. A grande parte do povo, e isso que vou falar deve agradar alguns políticos (e afins) de Passos, não estão nem aí pra nada. É cada um olhando apenas para seu umbigo e as coisas ligadas ao coletivo, à cidadania, ficam renegadas a terceiro... quarto... quinto plano.
Mas parar eu não paro, como professor busco trabalhar a cidadania e sonho com uma nova geração de cidadãos conscientes. Sei que não é fácil, mas não pretendo desistir. E começo respondendo a pergunta que dá título a este artigo dizendo que eu sou ovelha. Não obstante ao fato dessa ser a representação dos seguidores de Cristo, tem ainda outra explicação para esta minha escolha. Ouvi certa vez alguém perguntar qual a diferença básica (referindo-se ao comportamento) entre um porco e uma ovelha. A resposta foi realmente muito interessante e faz a gente refletir a respeito. A ovelha quando cai ou é jogada na lama, não aceita tal condição e se põe a gritar. Talvez em razão da sua própria essência. Já o porco, na mesma situação, aproveita, chafurda e se delicia com a ocasião.
Sem querer ofender a nenhuma das pessoas que porventura venham a ler esse artigo, tem muitos passenses fazendo papel de porco. Aceitar a sujeira (literalmente – no caso figurado não vou nem adentrar) que está nossa cidade é realmente gostar de viver no lixo. O início avassalador de dois anos atrás, onde se tinha até o trabalho de pintar lixeira de vermelho, parece ter ficado no passado. Hoje, as que ainda estão por aí, muitas quebradas, em número insuficiente, estão sempre transbordando e cheirando mal. Nas ruas então o lixo se acumula. A varrição deixa muito a desejar. Não tenho todo conhecimento técnico para determinar o que pode estar ocorrendo, mas que algo de muito errado vem acontecendo, isso não precisa ser nenhum especialista para ver.
Já em outra área sou sim especialista para falar. No trânsito, como diria um professor, a primeira coisa que um visitante nota ao chegar numa cidade, falta sim trabalho técnico. O anunciado e previsível (que não é hoje) crescimento da frota não pode ser desculpa pra tudo. Lógico que isto mexe nas estruturas, mas é justamente aí entra o acompanhamento técnico. Não só a frota intervém, outros muitos fatores necessitam de acompanhamento. A abertura de um empreendimento, o fechamento de outro, tudo isso são fatores que resultam em mudanças e devem ser analisados. Vou parar por aqui esta análise do trânsito por questões éticas. Poderia escrever páginas e páginas, mas melhor deixar que também meu leitor faça suas próprias reflexões.
Isso tudo sem falar no que fizeram com o transporte público. Nem mesmo citam o “coitado” do transporte. O departamento responsável que se chama de “Transporte e Trânsito” não faz uma ação sequer na área. Existe uma grande confusão entre se delegar a uma concessionária o transporte público e entregar o gerenciamento total do mesmo. O transporte continua a ser público, a tal “Cisne” tem que fazer cumprir as determinações do órgão que gerencia, no caso a “Transpass”. Mas aí entra mais uma vez conhecimento técnico, já demonstrado quando fizeram voltar o sistema radial e diametral para o arcaico circular da época dos nossos pais e avós.
Por fim, deixo uma frase de Agostinho, homem sábio e santo: "prefiro os que me criticam pois ajudam a me corrigir, àqueles que me bajulam perpetuando meus erros". De posse dessa, espero realmente que me entendam. Sou um filho dessa terra e vê-la maltratada me maltrata também.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sarney e seus pares

Fica cada vez mais difícil falar em virtudes num país como o Brasil. Assim, recorro mais uma vez Aristóteles, no clássico “Ético a Nicômaco” para dizer o quão necessário é treinar virtudes: "As virtudes intelectuais e morais exigem instrução, bons hábitos, tempo e seu exercício repetido para serem finalmente adquiridas. Tornamo-nos educados pela aprendizagem contínua, justos pela prática da justiça, prudentes pelo exercício da prudência, heróicos pelas atitudes de coragem. As leis, portanto, formam bons cidadãos pela força do hábito. Essa deveria ser a intenção de todos os legisladores. Faz toda a diferença que hábitos são estimulados pelas leis. Tudo o que temos de aprender devemos desde cedo aprender praticando". Mas aí ficamos intrigados sobre o que pensar quando péssimos exemplos vêm das nossas casas legislativas.
Mas por que depois de mais de um mês sem escrever venho com esta história?Ora, senão vejamos, o que se passa na cabeça de um jovem, ou mesmo de outra pessoa qualquer, quando se depara com o resultado da “escolha” para a presidência do Senado brasileiro onde, quase por aclamação, vemos José Sarney ser reconduzido à presidência daquela casa.
O maranhense, “dono” do estado de piores índices no que tange a saúde, segurança e etc., parece ser proprietário também de uma das casas legislativas brasileira. Nem mesmo todas as lambanças da sua gestão anterior foram capazes de diminuir seu domínio. Nem a chegada de um Itamar, de um Aécio, na minoritária oposição é verdade, ou mesmo na bancada de situação com o eterno líder dos “caras pintadas” Lindberg Farias (PT-RJ) mexeu nas estruturas e falcatruas.
Mas nem tudo está perdido, visto que a vice de Sarney é a petista Marta Suplicy, ou seja, quando o Sr. José Ribamar não estiver por lá, você poderá “relaxar e...”, pois é desta forma que ela lida com os disparates que acontecem e nos últimos anos o Senado se tornou uma casa especializada em escândalos. Não vou perder tempo em lembrar todos, fica só o relato de alguns personagens como o ex-presidente daquela casa Renam Calheiros, Jader Barbalho e o secretário Agaciel Maia, dentre vários outros.
Em um artigo intitulado “Casa dos Horrores”, a revista “The Economist” faz uma referência ao Senado, “que tem 81 membros mas, de algum modo, requer quase 10 mil funcionários para cuidar deles”. Com raríssimas exceções, o Senado tem sido visto como um lugar infestado de políticos propensos a práticas corruptas e corruptoras. O sistema bicameral (duas casas legislativas, Senado e Câmara dos Deputados), por essas e outras, é visto cada vez mais como dispensável. Não faz nenhum sentido uma “casa” com orçamento anual em torno de R$ 2,7 bilhões (fonte: ONG Transparência Brasil), ou seja, custo per capita (cada um dos 81 senadores) de R$ 33,4 milhões para os cofres públicos para um lugar que nem como exemplo serve para as pessoas do nosso país, muito pelo contrário. O senado brasileiro hoje serve apenas a interesses particulares e é um péssimo exemplo na formação da nossa juventude e também da concepção política da nação.

sábado, 8 de janeiro de 2011

O peso do populismo

O que uma aprovação como a que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva terminou seu mandato pode fazer?
Desde a estabilização da nossa moeda praticamente nada mudou na economia. Dilma foi rápida na campanha em garantir que manteria Meirelles e Mantega, ou seja, que iria continuar tudo como vinha sendo. Apesar da saída de um deles, ninguém acredita em mudanças e a tranquilidade impera no assunto economia. Mantido isso, outra coisa se sustenta por aqui, o consumismo, essa nova ordem mundial. Assim, podemos ir às compras para satisfazer essa necessidade bem maior que os simples conceitos éticos e morais que deveriam ser a razão maior de nossas escolhas. Triste constatação, difícil mesmo será lidar com a juventude de um país que deixou claro que ética não está na pauta de discussão nem mesmo quando o assunto é uma eleição. Vendo muita gente boa dizer que tem orgulho de apoiar e votar em usurpadores do patrimônio público.
O Profº. Luiz Flávio Gomes escreveu que a política está no plano do ser, ou seja, do que é. Já a ética mora no plano do dever ser (como as coisas deveriam ser). No seu discurso Dilma defendeu: “não se comprometa com o erro, com o desvio ou com o malfeito”. Aí o Profº Luiz Flávio lembra que mal terminou esse discurso, a presidente abraçou Erenine, nomeou Palocci e deu posse para Pedro Novais.
Mudando um pouco o foco, mas sem perder de vista a pergunta inicial, quero falar um pouco sobre o último ato como presidente do nosso querido Lula, a não extradição de Cesare Battisti. Numa entrevista ao jornal italiano "Il Messaggero", Angelino Alfano ministro da Justiça daquele país, criticou o ex-presidente Lula, que negou a extradição de Battisti, alegando que o mesmo não é um terrorista, mas um "assassino comum". Terrorista ou criminoso comum, Lula foi coerente em não extradita-lo. Senão vejamos, como alguém que indica Dilma e a elege presidente, nomeia Carlos Minc para ministro, além de vários outros também terroristas que fizeram parte de seu governo, poderia agir de forma diferente agora. O que diria Lula, o aliado de Collor, Jader Barbalho e Sarney, que bancou também tantos outros que foram flagrados em crimes comuns e mesmo assim mantidos no seu time. Assistimos à posse de Dilma vendo Erenice Guerra circulando sorridente como quem diz: O povo aprovou. Palocci sendo indicado para a Casa Civil (tipo 1º ministro), deixando claro que os critérios adotados pelo PT passam bem longe da ética e da moral. É a expressão máxima de que a altíssima aprovação de Lula representa uma carta branca para todo e qualquer ato, mesmo os enlameados.
Pensando bem, é uma pena que Lula tenha ficado nos 87% de aprovação e não ter alcançado os 100%. Pois se isso acontece poderíamos evocar Nelson Rodrigues e a sua famosa frase: “Toda unanimidade é burra”. Ainda neste contexto, espero que alguns dos meus leitores discordem deste artigo, senão caímos nesta mesma máxima.