Não vou contar o filme todo porque espero que desperte em quem não assistiu a vontade de fazê-lo. Vale a pena. Contudo, dá para imaginar o que vem a ser uma escolha dessas. Realmente deve ser algo horripilante. O que o blogueiro/escritor Rodrigo nos passa é que não adianta ficarmos sugestionando muito, será um ou outro. O fato que este nos apresenta é que estaríamos entre o sem carisma Serra e a invenção plastificada Dilma. Mas deixo aqui, agradecido a Constantino, a participação do seu artigo, que indico a leitura na íntegra depois. Fácil encontrar com as informações acima.
Já escrevi que PT e PSDB são dois lados de uma mesma moeda. Já falei que a política brasileira é uma piada mal contada e que a corrupção instalada em Brasília nos deixa sonhar somente com um país “menos ruim”, nunca com uma grande nação. Um povo altivo que faz escolhas refletindo, discutindo, ponderando e não essas amparadas por um assistencialismo infame, como o que vemos hoje, é senão uma utopia. De um lado o PT e seu modelo déspota travestido de democrata trabalhista. Do outro a arrogância do PSDB elite paulistano fingindo ser povão e nacional. E nós, tendo que decidir por isso. Lembrando ainda que grande parte o faz com a barriga. Outro tanto feliz da vida com seu carnê das “Casas Bahia” de 18 meses (sem entrada e sem juros, mas não deixe pra amanhã). Mais um tanto sobrevivendo de uma “bolsa” qualquer. A maioria como tão bem cantou Belchior: “... aquela gente, honesta boa e comovida, que caminha para a morte pensando em vencer na vida”... e dizendo “sempre sim, aos seus senhores infalíveis”.
Diante desse dilema armado, ou seja, da iminente necessidade de optar entre Serra e Dilma, lendo e relendo, vendo e revendo, indo e vindo, defini por não me decidir. Vou adiar a minha escolha para um eventual segundo turno. Sofia não teve a mesma sorte. Mas pode ser que eu nem precise.
Sei lá se tem segundo turno, mas será só neste, se houver, que vou ver a cara de “defunto amanhecido” do Serra ou a plástica ridícula da Dilma na urna eletrônica. Já adiantando que esta segunda opção é quase impossível, deixando em aberto somente num caso extremo dos tucanos se igualarem aos petistas, ou seja, aparecer com dinheiro na cueca, se aliar com Collor, Sarney, Barbalho e coisas desse tipo. Por enquanto, vou preservar o romantismo de meu voto, como aquele aos 20, há 20 anos atrás, para o Brizola. Vou ficar com a cara limpa e sofrida de Marina.
Que ao contrário de sua Xará, morena também, a da música de Caymmi, nossa Marina, a Silva, não se pintou. Não vestiu roupa cara, nem fez plástica para parecer outra pessoa. Tem a cara do Brasil, não esse Brasil sem vergonha que temos visto, mas o país de gente honesta e trabalhadora, pois ainda somos maioria. Pena que muitos são presas fáceis neste jogo perverso chamado política.


