Outra fala define bem como funciona a política nestes casos: “Ao discursar durante o ato de lançamento do programa de asfaltamento, o presidente da Associação de Moradores do Bairro Penha 2, Giuliano Lemos, disse que “a administração passada não calçou nem meia rua, mas o Dr. Hernani prometeu e cumpriu: está trazendo o asfalto para o nosso bairro”. Outros discursos de “bába-ovos” profissionais (esses devidamente empossados) nem vou citar, porque são dirigidos a um público bem diferente dos meus leitores, pois como estou hoje e pretendo continuar assim, somente na internet, tenho a consciência de ser lido por pessoas que não vivem sob a escuridão da ignorância e sim por outros que buscam saber um pouco mais das coisas. Ler nas entrelinhas também. Para os outros, peço a Deus que a luz, não a do poste, mas a da sabedoria, possa também atingi-los um dia, para não serem reféns de populistas baratos.

O bairro Penha II nasceu sem asfalto porque o prefeito da ocasião assim aprovou, numa época onde isso não mais acontecia em cidades do porte de Passos. Essas pessoas que viveram esse tempo todo na terra deveriam é estar “xingando” o prefeito que os condenou a passar todo esse tempo no pó e no barro. Que ainda ajudou de forma indireta aquele bairro se tornar um dos mais violentos da cidade. O que talvez não acabe só com asfalto. Aprovar um loteamento daquele tamanho sem asfalto foi um belo ato de má administração. Isso sim. Agora, para corrigir, todos nós pagaremos por isso.
Isso custará à Prefeitura (leia-se: nós todos) R$ 3,3 milhões, recursos estes que foram financiados pelo Novo Somma - programa do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Para quem não sabe o prefeito que tira os louros agora é o mesmo que aprovou o loteamento sem asfalto e que queria 36 meses de carência para este financiamento, ou seja, neste mandato não seria pago nem uma parcela. Ainda bem que desta vez a Câmara Municipal não dormiu no ponto, deu 12 de carência e 24 para pagar. Mas existe um boato de que o executivo iria recorrer ainda ao amigo judiciário. Para que fique claro, a idéia era fazer, não ser pago nem uma parcela neste mandato e depois sim começaríamos todos a pagar. Provavelmente já com IPTU mais alto ou outra coisa do gênero.
