terça-feira, 20 de maio de 2008

O prefeito e a luta de boxe

Passei os últimos meses a entender e analisar friamente os reflexos da operação que o Ministério Público realizou junto a Prefeitura Municipal de Passos, já adianto que continuo sem entender o nome desta, pois conforme disse num artigo escrito na época, todos fazem menção a algum fato correlato ao caso e, passado esse tempo todo, nada de aparecer o porquê de “caminhada”, contudo prossigamos, sem trocadilho. Diante de tudo que já foi dito a respeito e também da prisão de 14 prefeitos, sendo 12 de Minas, inclusive de cidades bem maiores que a nossa, como por exemplo, Juiz de Fora e Divinópolis, fiquei intrigado porque aqui nada disso ocorreu. Assim, não cabe mais pensar que isso se deve a força do prefeito de Passos, diante dos fatos que vem ocorrendo no país, isso é ridículo. Com certeza os motivos foram outros.
Aproveitando o assunto fiz uma breve pesquisa também sobre cassação de políticos e pasmem, olha só o resultado: de 2000 até 2006, 623 mandatos de políticos foram cassados. Houve um crescimento exponencial de punições pela lei, já que, de 2000 a 2002, 150 mandatos foram cassados, mas entre 2004 e 2006, este número superou 450 cassações. De lá pra cá não consegui apurar, mas deve ter sido mais um tanto. Das 623 cassações registradas desde 2000, quatro são de governadores e vice-governadores, oito deputados federais, 13 deputados estaduais, 508 prefeitos e vice-prefeitos, e 84 vereadores. É muita gente mesmo. Somente de curiosidade, o ranking dos partidos é liderado pelo DEM - Democratas, (20,4%). Em seguida estão o PMDB (19,5%) e PSDB (17,1%). No total, 21 partidos fazem parte do ranking. Triste saber que o estado campeão é o nosso, Minas Gerais, com 11,39% do total de casos.
Voltando aqui para Passos, penso que talvez esse não fosse o intuito, ou será que faltaram provas, verdadeiramente não sei. Talvez o estrago que se procurasse era o eleitoral e esse realmente foi feito. O prefeito que até então detinha o controle das ações passou a ter que se defender daí a comparação que faço no título deste artigo. Você sabe quando um pugilista vem dominando a luta e que ganharia tranqüilo por pontos, até que recebe um golpe e cai. Forte que é, esse ainda se levanta, vai para o “córner”, se recompõe e volta para a luta, porém agora já não ganha mais por pontos, sabe que terá que derrubar o adversário. Também tem ciência que não pode partir pra cima naquele momento, pois pode levar outro “golpe” (estou falando na linguagem do boxe) e aí não dá mais para voltar. Difícil essa situação, não me perguntem como será esse final, pois isto também não sei. Contudo, não gostaria que essa luta terminasse por pontos, pois assim o resultado poderá não ter sido o mais justo.

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