segunda-feira, 18 de maio de 2009

Entrevista reveladora

Numa aula sobre ética um aluno me pediu para descrever como deveria ser um verdadeiro homem público, o qual chamou tão somente de político. Mesmo respondendo ao questionamento não me dei por totalmente satisfeito, pois costumo ser mais exigente comigo que os meus próprios alunos. Dessa forma, busquei fazer uma pesquisa mais detalhada e, principalmente, impessoal. Sabendo que político é aquele cidadão que se ocupa da política, da arte de governar ou gerir as coisas públicas, daquilo que é de todos, dentre outras atribuições, então, fui me aprofundar na busca de uma resposta realmente satisfatória para tão complexa indagação. Porém, foi neste momento que me deparei com uma interessante entrevista concedida para o site “de olhos abertos” pelo Dr. Fernando Luiz de Almeida Barros, professor de Ciências Políticas das Faculdades Unidas RJ, onde falava exatamente sobre esse assunto. Então, vamos a ela:

Pergunta: Como deve ser o verdadeiro homem público?
Resposta: Deve guardar consigo a sensatez e o equilíbrio, sem nunca os perder de vista... Assim, seguirá o seu caminho em segurança e não tropeçará. Deve procurar obter sabedoria e entendimento, usando tudo o que possui para adquirir entendimento. Não deve abandonar a sabedoria, e ela o protegerá.

Pergunta: Fale um pouco mais sobre isso?
Resposta: A insensatez é pura exibição, sedução e ignorância. Se for sábio, o benefício será seu; se for zombador, sofrerá as conseqüências. Quem anda com integridade anda com segurança.

Pergunta: Como o político deve agir diante do sofrimento das pessoas que estão sob sua área de atuação, principalmente as mais necessitadas?
Resposta: Quando for possível, não deixe de fazer o bem a quem precisa. Não diga ao próximo: ‘Volte amanhã e eu lhe darei algo’, se pode ajudá-lo hoje. Quem trata bem os pobres empresta a Deus, e ele o recompensará.

Pergunta: Desmandos e perversidades são cada vez mais comuns na classe política, existe algum remédio para isso?
Resposta: Quem semeia a injustiça colhe a maldade; o castigo da arrogância será completo. No caminho do perverso há espinhos e armadilhas; quem quiser proteger a própria vida mantém-se longe dele.

Pergunta: A corrupção está muito ligada ao meio político, o que o senhor tem a falar a esse respeito?
Resposta: A comida que se obtém com mentiras pode até ser saborosa, mas depois dá areia na boca. Pesos adulterados e medidas falsificadas são coisas que Deus detesta. O salário do justo lhe traz vida, mas a renda do ímpio lhe traz castigo.

Pergunta: O que o “Professor” diria então para aquelas pessoas que estão sem esperança e descrentes, principalmente por verem grupos políticos corruptos ainda se darem bem?
Resposta: Não se aborreça por causa dos maus, nem tenha inveja dos ímpios, pois não há futuro para o mau, e a lâmpada dos ímpios se apagará.

Pergunta: Qual conselho o senhor daria a quem quer entrar na vida pública e que obrigatoriamente terá que conviver com a política e alguns políticos que estão aí?
Resposta: Meu filho, se os maus tentarem seduzi-lo, não ceda... Não vá pela vereda dessa gente. Afaste os pés do caminho que eles seguem, pois os pés deles correm para fazer o mal, estão sempre prontos para derramar sangue. A sabedoria o livrará do caminho dos maus, dos homens de palavras perversas, que abandonaram as veredas retas para andarem por caminhos das trevas.

Comentário: Espero que tenham gostado das respostas. Contudo, quero me desculpar pelo fato de não existir nenhum Dr. Fernando Luiz de Almeida Barros, professor de Ciências Políticas. Nem mesmo Faculdades Unidas RJ e site “de olhos abertos”. Foi uma pequena invenção. Mas as respostas, diga-se de passagem, que não são endereçadas somente a classe política, embora muito atuais, já tem quase 3.000 anos e foram retiradas do Livro Sagrado, a Bíblia, mais precisamente do Livro de Provérbios, escrito por Salomão, filho de Davi. Ainda sobre Provérbios, esse relata que “o tolo não tem vontade de aprender, nem de mudar e nem demonstra qualquer interesse por Deus. O líder tolo cria problemas em vez de resolvê-los, e se torna conhecido pela falta de inteligência, além de não ter noção de ética e integridade”.

(Inspirado num texto de Max Gheringer para a CBN, que usou deste mesmo artifício e, usando somente de frases do livro Eclesiastes, também do Velho Testamento, respondeu várias dúvidas sobre como deve ser o profissional de hoje).

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