segunda-feira, 8 de junho de 2009

Déficit Habitacional

Vimos ser amplamente divulgado o projeto político eleitoreiro habitacional, “Minha casa, minha vida”. Trata-se de uma ação oportunista (no sentido amplo da palavra) do governo federal, sem deixar de ser necessária e legítima mesmo assim. Visa, dentre outras coisas, impulsionar a candidatura da companheira Dilma Roussef à presidência. Na carona deste estão milhares de prefeitos municipais de todo o país divulgando as inscrições como se esse fosse um projeto municipal, contudo pode virar um belo tiro no pé. Está certo que o número de pessoas esclarecidas tem aumentado, apesar disso, não custa nada tentar iludir um percentual de gente que não se informa ou tem pouco acesso a informação confiável, e você sabe, 2 % de desinformados ou mal informados que flutuarem de um lado para o outro se torna 4 e isto muda muita coisa. Porém, como diria o Senador Mão Santa do Piauí: “quero ver comprar os Blogs”. Mão Santa soltou essa frase durante um discurso que denunciava a compra da imprensa do seu estado pelo governo local e federal. Desta forma, vamos a uma pequena, contudo, importante análise acerca deste interessante e intrigante assunto: o déficit habitacional de nossa cidade.
Em pouquíssimo tempo de inscrições foi noticiado que já passava de 6 mil o número dos que pleiteiam adquirir a casa própria em Passos pelo programa acima citado. Foi divulgado também que a cidade seria agraciada com 350 casas, o que depois passou para 500, mas que na verdade nem se sabe ao certo ainda quantas serão. Assim, levando-se em consideração as inscrições, certo mesmo é que não deve chegar nem a 10% da necessidade atual do município. Muita gente tem se perguntado sobre este número, mais de seis mil inscrições. De onde vem tamanho déficit habitacional? Seguramente esse vem de uma pobre política habitacional que foi desenvolvida no nosso município ao longo dos últimos anos.
Se levarmos em conta que os que agora tentam pegar carona neste projeto federal estão como prefeito ou vice, ou ainda como prefeito e vice, em 18 dos últimos 30 anos, podemos sem medo afirmar que vem, em boa parte, do “trabalho” deles mesmos. Em 3/5 dos derradeiros trinta anos da existência de nossa cidade, onde com certeza esse déficit se acentuou, muito pouco foi feito no sentido de priorizar a construção de moradias às pessoas mais carentes. A condução política que dão nas eleições para deputados também colabora para isso, pois a falta de representação política na assembléia legislativa e no congresso faz com que deixemos de ser agraciados com vários outros bons projetos. O mais estranho em tudo isso é que agora tentam tirar proveito daquilo que eles mesmos ajudaram a criar. A responsabilidade por tão grande déficit habitacional deve ser repartida na proporção de tempo que se teve à frente do poder executivo municipal equacionado pelo que foi feito no período. E o que foi feito é pouco e bem proporcional entre todos.
Tentar colher alguma vantagem disso é no mínimo uma piada. Seria como alguém que contribui para um incêndio e depois se vangloria porque emprestou o balde para ajudar a apagar.

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