quarta-feira, 14 de abril de 2010

Defunto sem vela

Com uma pequena reportagem, tipo nota oficial mesmo e sem nenhum porém por parte da imprensa passense, quase toda financiada por Prefeitura e FESP, o que a torna senão omissa, pra não dizer outra coisa, foi comunicada a mudança da chefia do Núcleo de Controle de Zoonoses e Animais Peçonhentos de Passos (Zoonoses). A reportagem com cara de nota oficial traz também nome do novo diretor, anunciando ainda que o mesmo foi demitido na gestão anterior. Não devia ser concursado, senão poderiam até ter vontade, mas não teria como. Mas isso nem vem muito ao caso. Estou escrevendo mesmo é a respeito do que saiu. A “reportagem” fala ainda em diminuição do ritmo das notificações da dengue. Deve ser só do ritmo de notificação mesmo, porque os casos só aumentam, mas aí também a imprensa muito bem paga aceita os números sem nenhum problema.
Não sei como se deu a saída do Carlésio da Zoonoses, fiquei sabendo apenas que o mesmo foi transferido para a Secretaria de Obras. Ora, vamos e convenhamos, alguém pensa mesmo que esse rapaz é o único culpado pela calamidade que se tornou a Dengue em nossa cidade? É somente em relação a este assunto que se está um caos em Passos?
Sabe por que rolou a cabeça desse e não de outros tantos mais que, tecnicamente também não sabem nem onde está o nariz. Muito provavelmente porque se trata de é um “defunto sem vela”. Fosse ele da linha de frente, “financiador” de campanha ou protegido de um desses, seria mantido a qualquer preço. Já tivemos e ainda estamos tendo outros casos de má gestão e os “chefes” continuam firmes, apesar da comprovada incapacidade.
O ex-chefe da Zoonoses não tinha nem mesmo uma carpideira ¹ por ele. Porque não caiu também os Assessores Especiais que foram colocados justamente para atuar na área da saúde, como se chegou a ser ventilado no início da atual gestão municipal? Tem um que na sua época de “necrófago” adorava esse tema para se promover. Isso por conta de números muito menores na época. Agora se esconde como todo bom covarde. Necessidade dos tais “Assessores Especiais” não existe mesmo. A própria administração, quando da saída voluntária de um desses dias atrás, falou que não era necessária uma reposição de imediato. Prova cabal de suas funções junto à administração.
Na verdade o que está ocorrendo é uma acefalia em alguns importantes órgãos técnicos da prefeitura. Designados para o comando quem não consegue mais que ser comandado (por questões de formação profissional, que fique bem claro), os órgãos pararam de pensar e agir de forma natural, como já vinha há alguns anos, inclusive em gestões do PMDB. Da forma como está hoje, fica evidente que se alguém não lembrar de algumas providências, que até então eram coisas quase que naturais de serem feitas e que não demandava nenhuma ordem expressa, pois todos já eram cientes de suas funções e obrigações, a coisa simplesmente não é feita. Resultado disso é um serviço público mal feito como estamos vendo em vários setores.
Para finalizar e mudando um pouco de assunto, mas nem tanto. Dentro da área que atuei por 10 anos existe uma coisa chamada semáforo. Em São Paulo falam sinal. Já em outras regiões atende por sinaleira e etc. Manter os semáforos com tempo adequado aos fluxos de tráfego é uma tarefa que deve ser feita no mínimo de ano em ano. Quando se faz alguma mudança na região dos mesmos deve ser feito de imediato. Como não disponibilizamos ainda de semáforos com várias programações, o que por sinal já vinha sendo pensado, isso se torna essencial para o bom funcionamento do trânsito. Outra dica importante (igualmente “grátis”) é trocar as lentes dos mesmos, principalmente as vermelhas, que se desgastam mais e vão ficando amareladas, podendo gerar confusão e até acidentes, principalmente à noite, onde a posição fica camuflada pela escuridão, sendo a cor o único referencial mesmo.
¹- carpideira - mulher mercenária que acompanhava os funerais pranteando os mortos.

Um comentário:

Daniel Paim disse...

Bom, o problema da Dengue não foi do departamento de saúde, mas sim de obras, pois com o tanto de água de chuva parada nos buracos das ruas, não tinha como dar em outra....
Abraços