quinta-feira, 29 de abril de 2010

Ler, escrever e assinar

Tenho tentado voltar a me dedicar mais a leitura. Na verdade, estou preferindo mais ler que escrever. Penso que crescemos mais quando fazemos assim. Nas férias é mais fácil. Na última consegui ler quatro livros. Mais que no ano anterior inteiro. Durante os dez primeiros meses de 2009 li apenas um, do Kafka. Muito bom por sinal, mas pesado demais para ser indicado. É daqueles livros que você deve descobrir sozinho.
O dia a dia muitas vezes nos faz ficar presos à leitura de textos, revistas, enfim, coisas técnicas, notícias e amenidades. Culturalmente é com certeza uma das piores coisas que podemos fazer. Para fugir disso me debrucei em Rubem Alves, Gilberto Dimenstein, passando pelo William Bonner e o seu livro sobre o Jornal Nacional – Modo de Fazer. Bom, mas nada de fora de série, ainda mais se depois você encara um Victor Hugo. Apesar de fã confesso desse escritor e o seu “Os Miseráveis”, livro que até então eu enxergava como sendo sua obra prima, me rendi ao magnífico “Os trabalhadores do mar”. Emocionante foi o encontro com Gilliatt, pena que existam tão poucos como ele, a maioria prefere outras existências. “Honestos” com Sr. Clubin ou cínicos como Rantaine. Tenho nas mãos agora o badalado “A Cabana”. Mais pra frente talvez possa falar a respeito.
Quanto ao hábito de escrever e emitir opinião, confesso que tenho me indagado sobre a internet e a possibilidade de interação que ela permite. É realmente fantástico toda essa possibilidade de troca que trouxe. É a verdadeira democracia nos meios de comunicação. São os “Blogs”, o twitter, essa rede social, estilo de microblog que permite distribuir mensagens de texto a usuários cadastrados através até de SMS. Tudo isso dentro de uma agilidade que às vezes até assusta. Ainda mais para um quarentão. Mas uma coisa tem me deixado triste dentro desse mundo novo. Têm pessoas que não sabem exercer esse direito democrático de emitir opinião, onde muitos pagaram com a vida para que nós possamos ter isso agora. Nas minhas andanças pela internet, em outros Blogs, Jornais “on line” e etc., me deparo cada vez mais com o tal do anônimo. Às vezes tem até nome, mas sem sobrenome, o que dá na mesma. Penso que isso não condiz como sendo papel de Homem. Ora, se o sujeito não tem coragem para deixar seu nome e sobrenome (verdadeiros), deveria guardar o que pensa só pra ele mesmo. Está na hora de mostrarmos a nossa cara.Dar nossa opinião e sustenta-la, ou não. Mais digno mudar a opinião frente um convencimento, pois isso pode ocorrer com qualquer um de nós, do que se esconder como anônimo e assim exercer toda a mediocridade descompromissada que isso traz.
Nunca exerci o direito que meu blog me dá de excluir um comentário, mas não garanto que não venha a fazer se este vier de algum anônimo. Escrever e não assinar é coisa de covarde.
WALDEMAR RIBEIRO DE OLIVEIRA JUNIOR

2 comentários:

Carlos Alberto Alves disse...

Estou de pleno acordo.. essas pessoas aproveitam da nossa vontade cidadã de opinar e se escondem no anonimato...antes respeitava, mas agora só posto comentários no meu blog depois de analisá-los bem...ans e continue fazendo seus artigos.

Abs

Conrado OP Andrade disse...

Concordo contigo Jr. Simplesmente ignore os anônimos e exclua-os. Nunca aparecerão. Abraço