quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Liberdade ainda que tardia

Fingindo se tratar de ideologia política, o PT e seus aliados buscam através do populismo do Lula tirar o foco das disputas estaduais e fazer a figura do presidente se sobrepor a dos próprios candidatos. Refiro-me a “uma tal” ideologia que os membros do Partido dos Trabalhadores (o nome, outra prepotência) tomaram para si. Quando ainda eram os baluartes da ética, fingindo ser o refúgio da moral, faziam disso seu discurso mais eloquente. Como hoje vemos essa falácia se dissolver, pois ora os vemos envolvidos nos mais fortes e nebulosos esquemas, ora negando sua própria origem, desviam e até zombam do assunto. Agora o PT nos mostra a sua face mais cruel, do maquiavélico fim justificando os meios. São várias alianças escusas visando o bem maior para eles, a continuidade no poder. Isso tudo sustentado unicamente pela figura extremamente envolvente de Luís Inácio Lula da Silva, o filho do Brasil.
Faço esse preâmbulo para adentrar no assunto que para mim marca essa eleição no nosso Estado. Fica evidente a tentativa de imposição e intervenção na vontade do nosso povo. Mas quero ressaltar que não se trata de uma gente qualquer, mas sim daqueles que são reconhecidamente da terra onde se respira a palavra liberdade. Falo do povo das Minas Gerais. Não por acaso esse Estado é chamado de o berço da liberdade. É a terra dos inconfidentes. Lugar onde a palavra liberdade tem significado maior até mesmo que o próprio “Aurélio” lhe ofereceu: “poder de fazer, deixar de fazer ou escolher, segundo a própria determinação... situação ou estado do homem livre...”. Minas respira por entre montanhas a liberdade que vem do seu passado e que tenta manter no presente.
Apesar das críticas de alguns estudiosos, a frase “Liberdade ainda que tardia” é uma tradução usual para a famosa “Libertas Quæ Sera Tamen”, estampada na nossa bandeira, herdada do que foi sugerido pelos inconfidentes para marcar o estandarte da república que eles idealizavam, ainda no século XVIII. Cabe a nós agora, decidirmos sem medo e sem coação pelos nossos próprios modos interpretativos, sem a declarada intervenção daqueles que muito pouco sabem da nossa história. De um lado um candidato que por ter passado tanto tempo fora, parece ter esquecido a nossa história. Do outro, o seu protetor, como é conhecimento geral, faltou a essa e outras aulas.
Quando uma das coligações na disputa do governo do nosso Estado, vendo a estagnação dos seus números, recorre a interferência descarada de “um padrinho” de fora como tábua de salvação, parece renegar a própria essência de Minas Gerais. Procurar fora do Estado e dos próprios candidatos os motivos para sua eleição é o mesmo que atestar sua própria impotência e incompetência em nos mostrar que tem valor para estar à frente do nosso destino.
Numa alusão ao formato do nosso mapa, espero mesmo que Minas continue a ser dona do seu próprio nariz.

Um comentário:

Conrado OP Andrade disse...

Muito lúcido seu texto. Grande abraço.