Faço esse preâmbulo para adentrar no assunto que para mim marca essa eleição no nosso Estado. Fica evidente a tentativa de imposição e intervenção na vontade do nosso povo. Mas quero ressaltar que não se trata de uma gente qualquer, mas sim daqueles que são reconhecidamente da terra onde se respira a palavra liberdade. Falo do povo das Minas Gerais. Não por acaso esse Estado é chamado de o berço da liberdade. É a terra dos inconfidentes. Lugar onde a palavra liberdade tem significado maior até mesmo que o próprio “Aurélio” lhe ofereceu: “poder de fazer, deixar de fazer ou escolher, segundo a própria determinação... situação ou estado do homem livre...”. Minas respira por entre montanhas a liberdade que vem do seu passado e que tenta manter no presente.
Apesar das críticas de alguns estudiosos, a frase “Liberdade ainda que tardia” é uma tradução usual para a famosa “Libertas Quæ Sera Tamen”, estampada na nossa bandeira, herdada do que foi sugerido pelos inconfidentes para marcar o estandarte da república que eles idealizavam, ainda no século XVIII. Cabe a nós agora, decidirmos sem medo e sem coação pelos nossos próprios modos interpretativos, sem a declarada intervenção daqueles que muito pouco sabem da nossa história. De um lado um candidato que por ter passado tanto tempo fora, parece ter esquecido a nossa história. Do outro, o seu protetor, como é conhecimento geral, faltou a essa e outras aulas. Quando uma das coligações na disputa do governo do nosso Estado, vendo a estagnação dos seus números, recorre a interferência descarada de “um padrinho” de fora como tábua de salvação, parece renegar a própria essência de Minas Gerais.
Procurar fora do Estado e dos próprios candidatos os motivos para sua eleição é o mesmo que atestar sua própria impotência e incompetência em nos mostrar que tem valor para estar à frente do nosso destino. Numa alusão ao formato do nosso mapa, espero mesmo que Minas continue a ser dona do seu próprio nariz.
Um comentário:
Muito lúcido seu texto. Grande abraço.
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