quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Os próximos 30 anos

Você sabe o que estava acontecendo há trinta anos? Alguns vão dizer que nem eram nascidos, pelo menos é o que eu espero, ou seja, que tenha também jovens lendo meus artigos. Outros dirão: "Não lembro nem o que almocei ontem", quanto mais o que aconteceu há três décadas. É verdade, o grito de guerra do brasileiro deveria ser assim: eu sou brasileiroooo, povo sem memória, com muito amorrrr... O povinho esquecido que somos.
Mas vou lembrar algumas coisas que estavam se passando em dezembro de 1981: Drummond escrevia mais um dos seus poemas de dezembro: “Fazer da areia, terra e água uma canção... Depois, moldar de vento a flauta... que há de espalhar esta canção... Por fim tecer de amor lábios e dedos que a flauta animarão...”.
Zico fazia poesia com os pés e comandava meu Flamengo levando-o ao lugar mais alto do futebol em Tóquio. Quem viu... viu.. pois foi só essa vez mesmo. Nascia na Louisiana - USA a cantora Britney Spears que, gostemos ou não, vendeu mais de 100 milhões de cópias na última década. Pesquisando descobri ainda que foi em dezembro de 1981 que a “Mãe Dinah” previu que o Brasil não iria ganhar a Copa do Mundo do ano seguinte. Fez um enorme sucesso depois disso porque parecia impossível Cerezo, Junior, Sócrates, Falcão, Zico, Éder... perderem aquele mundial na Espanha. Em seguida errou um monte de previsão e hoje faz parte apenas do folclore.
Na política brasileira vivíamos a última fase da fatídica ditadura militar. A sonhada abertura política caminhava a passos lentos, mas caminhava. Ainda teríamos o revés das “Diretas Já”, entre outros. Em Passos o prefeito era José Figueiredo, ficaria até 1983, mas pasmem, o vice era ninguém menos que Cóssimo Baltazar de Freitas, o mesmo de hoje. Se pensarmos por esse ângulo temos que dar razão a um pré candidato a prefeito que disse dias atrás que estamos com um atraso de 30 anos em relação ao espaço que Passos deveria estar ocupando. Por falar nisso, foi daí que pensei em 30 anos para tal análise.
Neste período, a administração municipal em Passos esteve de novo com José Figueiredo (89-92), Nelson Maia (97-00), Ataíde Vilela (05-08), somando um total de 14 anos com os outros dois do “Seu Zé Magro”. E nas mãos dos atuais mandatários Hernani e Cóssimo por 16, ou seja, mais da metade desse tempo.
Todo mundo que escreve segue uma linha de raciocínio, ou pelo menos deveria seguir, e neste caso não é diferente. Desta forma, vou descrever algumas análises e curiosidades que direi disso. Dias atrás um secretário municipal criticava as administrações anteriores via internet pelas dificuldades que passamos hoje, como na segurança e nas questões sociais como um todo. O termo que ele e sua trupe usam sempre é descaso. Mas de quem o secretário falava? Será que ele criticava o atual prefeito também e seu vice, ou se referia somente aos outros, que lembro, separadamente estiveram um terço do tempo nas últimas décadas que os atuais?
Alguns dos nossos “políticos”, sob a síndrome do novo, se apresentam sempre como se nunca tivessem feito parte de nenhuma administração. Se puxarmos na lembrança verá que alguns que se passam por “novidade” já estiveram em algumas delas sim. E digo que não há mal algum nisso. Mas o que querem passar é realmente a ideia de que nunca estiveram lá, quando na verdade deveriam é estar fazendo a parte deles, seja como situação ou como oposição.
Os de situação, até aqueles que se negam a admitir isso, deveriam trabalhar olhando pra frente e não se desculpando usando sempre o passado como pretexto. Já estão fechando o terceiro ano do atual mandado e ainda estão nessa. Daqui a pouco estará saindo e com esse mesmo discursinho que só cola na imprensa paga.
A oposição, ou melhor, aqueles que querem pegar a administração, sendo que nem todos é oposição atualmente (isso só existe aqui eu acho), mas certa vez li, não me lembro onde, que os políticos se dividem entre os que estão e os que querem estar no poder, então, esses já deveriam estar mostrando a cara. Como? Planejando uma imprescindível reforma administrativa, um adequado planejamento urbano, ou seja, um plano de governo que venha a explicitar a vontade de mudança, não somente de nomes. É chegado o momento de se fazer algo realmente grande e novo na nossa cidade, seja qual grupo for estar à frente do município, pois uma coisa é certa, não dá para termos outros 30 anos desses. Nós podemos até merecer, pois sempre foi escolha nossa, mas “Passos” não merece. Quando digo “Passos”, estou incluindo aqueles que não votam ainda e os que estão por vir e que receberão uma cidade com uma estrutura arcaica de administrações capengas, que caminha a passos largos para um caos urbano.

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