segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Sob nova direção

Você já deve ter passado por algum estabelecimento comercial ou de prestação de serviços e se deparado com uma faixa ou cartaz com os dizeres: “sob nova direção”. Já foi até o nome de um programa humorístico da “Globo” que oscilava entre bons episódios e outros nem tanto. A citação que dá nome a esse artigo é comumente usada quando um novo proprietário quer passar a mensagem de que as coisas têm um novo sentido, sob um outro comando, podendo ainda as mudanças ter afetado a forma de atendimento ou jeito como o trabalho é realizado, isto logicamente numa alusão de que foi para melhor.

Neste fim de semana fui a dois conhecidos estabelecimentos de nossa cidade, um deles “sob nova direção” e o outro com seu antigo dono, um decano da noite passense. No primeiro o que eu encontrei na verdade foi um retrocesso no que tange a qualidade e recepção. No outro, as mesmas caras no atendimento, o mesmo nome, porém, pude notar muitas mudanças, sempre inovando e buscando uma qualidade próxima do que se encontra nas capitais.

Os dois estabelecimentos a que me refiro neste artigo têm potencial turístico e são conhecidos muito além da nossa cidade. Assim sendo, não é admissível, por exemplo, que não seja aceito cartão de crédito num local desses. Outra questão preocupante diz respeito ao atendimento, e de novo, naquele “sob nova direção”, entre o que estava no cardápio e o que foi realmente entregue existia uma diferença tão grande que cheguei a pensar que tinham errado o pedido.

Fiquei calado, como sempre faço quando essas coisas me acontecem, porém, isso me motivou a escrever este artigo. Tudo por uma questão muito simples, pois o discurso sobre a potencialidade turística de nossa cidade e região, que vemos quase que diariamente na “nossa” imprensa, corre o risco de não decolar por questões como esta, o atendimento. Tenho comigo que ainda estamos engatinhando quanto a esse assunto. Talvez esse seja um dos maiores problemas que temos na nossa cidade e a retórica do “sob nova direção” não garante melhoria alguma. O que realmente precisamos é da conscientização de todos quanto a esta questão. O acolhimento ao turista, melhor expor, ao cliente de uma forma geral, necessita ser revisto. Cursos e treinamentos constantes dos funcionários são necessários, e porque não dizer também, dos dirigentes dos estabelecimentos.

Mudanças de posturas são necessárias, reafirmo que o processo exige o aprimoramento da mão de obra se quisermos passar de um lugar com potencial turístico para uma região realmente turística, caso contrário, veremos cada vez mais as conhecidas faixas e cartazes com os dizeres de “sob nova direção”, como se isso afiançasse algum tipo de melhora.

Um comentário:

conradoopa disse...

Vejo que agora não estou sozinho.. Eis que aparece um companheiro no deserto! Atendimento direto é tudo!! É o cartão de visitas humano, imprescindível em qualquer negócio e essencial na atividade turística.
Muito boa a observação, abração