domingo, 19 de outubro de 2008

Eleições Municipais – Executivo – Parte 2 - Patrocinadores

A campanha eleitoral deste ano, como sempre, trouxe algumas novidades que podem ser facilmente notadas. Porém, um elemento novo nesta, pode vir a ser, confirmando-se as evidências, o que de mais nefasto já aconteceu na política passense, com conseqüências que não se pode mensurar. Falo de novas fórmulas de captação de recursos para campanha.
Aquela velha prática de conseguir recursos junto a empresas (1) que mais tarde acabam prestando algum “servicinho” para o município foi maquiavelicamente ampliada. Além da maneira já citada, tudo indica que na campanha deste ano tivemos acordos prévios que incluem desde infra-estrutura bancada pelo município que privilegiará futuros empreendimentos particulares (2) até a “venda” de cargos na administração (3). Sei que isto não é nem um pouco original e tão pouco fácil de ser provado, pois as prestações de conta que os partidos apresentam à Justiça Eleitoral camuflam tudo, um verdadeiro “faz de conta”. Mas nada, nada se iguala ao dinheiro sujo (4) oriundo do que há de mais perverso. “Gente” que não se compadece nem com as lágrimas de mães e pais, nem com o desespero e ruína de famílias inteiras. Isto posto a financiar jornais, outdoors, panfletos e outros, pela primeira vez por aqui, pelo menos que se tem notícia.
Para captação deste recurso, senhores de respeito até então, entregaram as legendas nas mãos de verdadeiros “laranjas”. Estes partidos passaram a ser comandados por gente sem nenhuma expressão política, conhecidos pela falta de caráter e um invejável currículo quando o assunto são desvios de conduta e falta de ética, mas que até então eram afeitos apenas a pequenos golpes, e reconhecidos também pela aversão ao trabalho, pois já com certa idade ainda são sustentados por seus parentes. Essa carreira sem nenhum brilho, com algumas conhecidas “bolas nas costas”, talvez fizessem destes o tipo perfeito para este “trabalho”. Diante desses fatos, o que vimos foi uma farra total, o dinheiro sujo que sobrou no caixa deu até para estender a disputa e tirá-la do chamado campo político, um desvio de foco provavelmente como estratégia. Alguma vez já se viu sobrar tanto dinheiro em uma campanha política na nossa cidade? Estranho... não?
Poderíamos até esperar algo deste tipo vindo destas pessoas, mas, e dos demais, os verdadeiros mandatários destes partidos. Falo dos “probos senhores” que de dentro dos partidos assistem a tudo isso calados. Será que não se perguntam de onde vem o dinheiro, em troca de que e qual será o preço a se pagar? Já foi dito que diante da gana pelo poder “as amizades ficam relativas, a moral fica relativa, as convicções ficam relativas, tudo fica relativo”.
Num primeiro momento iremos todos pagar a conta de forma igual, ou melhor, proporcional, digo isso em relação às três primeiras fontes de recursos citadas e captadas para campanha. Mas em relação à última (4), muito mais próximo que se possa imaginar, pagará cada um dos envolvidos de acordo com a sua participação ou omissão nesta história. E não pensem esses “senhores” que estarão isentos de culpa simplesmente pelo fato de lavarem suas mãos como fez Pilatos.

Um comentário:

jeff-interlinguas disse...

É meu querido colega e amigo, de "Mané em Mané muita água ainda há de rolar...

E como sempre, quando a conta for cobrada - especialmente em relação ao patrocínio 4 - quem mais irá sentir são os pais e mães de nossa cidade.
Abraços!