quarta-feira, 1 de julho de 2009

Saúde, buracos, lixo e cia.

Passos, 1º de julho de 2009.
Não se trata de uma carta ou um documento formal qualquer. A data colocada em primeiro plano é tão somente para indicar que se foram 6 (seis) meses do início do atual mandato da administração municipal. Isso equivale a 12,5 % do total. Se formos por aquela máxima de que o lenhador entra na mata só até a metade porque depois desta ele já está é saindo, entendemos que o prazo para experiências e desculpas já se esgotou.
Para início deste artigo não tem como deixarmos de falar da Saúde, pois, para quem se apresentava como profundo detentor do conhecimento da gestão desta, já está claro que não é bem assim. O Pronto Socorro passa por sua pior crise da história e a despeito do que se diga quanto ao novo PS, a verdade é uma só, como mudar para aquele prédio enorme quando não se consegue tocar nem mesmo aquele outro modestíssimo onde “funciona” hoje. Desculpa de estacionamento inacabado, trinca na parede (essa já tinha sido usada na rodoviária nova, faltou criatividade), falta de entrega da obra, coisas que não demandariam mais que um mês para serem resolvidas se verdadeiramente houvesse interesse nisso, não colam mais. Ouvi a primeira entrevista do Dr. Cleiton ao repórter Marcelo Augusto logo que assumiu se dizendo maravilhado com o novo PS. Deve estar gravada na Globo AM. Ultimamente parece que já mudou a sua opinião, alinhando o discurso com o da administração, o que é totalmente compreensível. Fica a sensação de que se realmente a Saúde na gestão passada de Hernani era tão boa assim, deve-se usar de humildade e chamar aqueles que a dirigiam, no caso, Dr. Demis Delfraro, o Secretário de Saúde da época e a enfermeira Raquel Dully, coordenadora dos PSFs. Nem precisam agradecer pela idéia, pois sei que essa já passou pela cabeça de todos e que só não se concretiza por questões políticas.
Mas nem só da Saúde vive a nossa cidade, não sei se felizmente ou infelizmente. Temos ainda muitos outros problemas a serem enfrentados e não levados com a barriga. Por uma questão ética vou citar apenas mais dois: o lixo e os buracos. Quanto ao primeiro, faz tempo que não vemos a nossa cidade tão suja. Na verdade, o melhor termo a ser usado é “imunda”. De carro, exceto pelos entulhos, às vezes nem reparamos nisso, mas basta uma caminhadinha pela Av. Francisco Avelino Maia ou Juca Stockler para verem do que estou falando. Na hora de trocar de empresa parece que não se levou em conta a questão da varrição, pois a coleta segue os mesmos moldes de antes, mas a varredura das ruas piorou muito.
A chamada operação tapa buraco que a gente vê falar todo dia deveria mudar de nome e isso não vem de hoje e nem desta gestão. Os administradores públicos passenses sempre optaram por esse tipo de procedimento, que na verdade deveria era se chamar “esconde-buraco”. A operação como é feita hoje não resolve o problema, apenas camufla. O modo correto é como vem sendo feito na MG 050, logo ali, é só dar uma olhada, não tem segredo. Primeiro recorda o buraco num quadrado ou retângulo, trata a base do mesmo, tira os detritos todos e somente depois passa para a fase do fechamento do mesmo. A durabilidade do serviço é infinitamente superior. É óbvio que este trabalho fica mais caro a princípio, mas existe uma coisa chamada custo benefício. Sem dúvida alguma esse se paga mais adiante, ou os municípios bem administrados e principalmente as concessionárias de rodovias não trabalhariam dessa forma. O que a gente não sabe é se existe interesse nisso na nossa cidade. Alguém conhece a historia da ferida que formou o filho do médico? Curar “pra que”?
Não que seja essa a questão central, mas uma coisa em comum tem esses dois últimos problemas levantados aqui: a falta de licitação para os serviços. Devidamente desculpado pela impossibilidade de fazê-lo, o que antigamente era entendido como má vontade e desonestidade, mas agora “pode”.

Junior,
Vc sabe que sempre acompanho seu blog e te acho uma pessoa muito capacitada. Acredito que vc. Não tenha vista toda entrevista com relação ao novo PS (na realidade, UPA, unidade de pronto atendimento). Gostaria de esclarecer que eu tenho me empenhado pessoalmente nesta mudança. Hoje mesmo deve ter sido encerrrado a licitação com os equipamentos mínimos necessários para que haja a mudança. Sem estes, é impossível que a mesma aconteça. Fui pessoalmente em todos os departamentos: financeiro, controladoria, licitação para que isso acontecesse no mínimo espaço de tempo, dentro dos tramites legais que é a prefeitura ( vc. Conhece muito bem a burocracia). Então discordo completamente de sua posição ( creio que vc. Não esteja sabendo disso). Paralelamente entrei com um pedido de complementação de convênio com o estado para que possa aparelhar completamento a nova unidade. Os recursos serão do próprio município, na ordem de aproximadamente uns 60.000,00 (estes são os equipamento mínimos para que haja a mudança), sendo que para uma completa aparelhagem estamos solicitando do estado um complemento de verba no valor de 250.000,00. Assim, espero que vc. Tenha entendido que empenho maior de minha parte para esta mudança não falta. Melhora no atendimento, funcionários, médicos é com o tempo que tentarei melhorar (ontem mesmo tive uma reunião com os médicos do PS, apesar que estou tendo que batalhar para melhorar o salário dos mesmos, já que eles estão reinvidicando este aumento com base nos salários pagos na região, onde trabalha-se menos e ganha-se mais). Acho que ainda estou em fase de conhecimento e estudos para melhorar a saúde de passos que vem há anos "capengando" e não são em 3 meses que se consegue mudar tudo, principalmente qdo peguei a pasta em uma situação extremamente delicada: eletivas paradas, contrato de emergência e urgência parado, falta de médicos na escala do PS, PSf não funcionantes como deveriam e outros, principalmente esta cobrança intensa para mudança do PS ( UPA ). Vou necessitar de um pouco mais de paciência e compreensão de vc. E de todos porque como te disse, a situação vem problemática há anos (haja visto que se não me engano, durante a administração do antecessor, passaram-se 8 secretários de saúde). É uma pasta delicada e penosa, mas tenho fé em Deus que farei o melhor para a cidade. Abraços e estou à disposição para qualquer informação. Do amigo, Cleiton.

4 comentários:

Rosangela disse...

No seu último post concordei com o fato da saúde estar uma pouca vergonha principalmente qdo temos um MÉDICO na administração, porém era de se esperar, na ignorância da população que promoveu o 3º mandato à alguém que não mais poderá se eleger, fazer pra quê? Não vai ganhar mais vantagem nehuma nisso!
É entendido em reforma de pavimentação heim! Rsrsrs. Realmente a 'recuperação' que fazem é uma porcaria.
Licitação pra limpeza urbana? Agora sei pq vi 'alguns' apoiarem TANTO a campanha do atual prefeito...
Mudando de assunto: vi que vc é especializado em transporte etc. Hoje peguei um ônibus do transporte coletivo 9 da manhã com meu bebê e meu filho de 7 anos, simplesmente lotado, um absurdo fazerem TODOS passar a roleta (idosos, grávidas, etc), num período em que poucos os que sedem lugares nessas situações...enfim, acho um absurdo essas latas de sardinha circularem nos horários de pico! Ou coloca o grande, ou dois pequenos JUNTOS, pq eles sabem muito bem os horários e itinerários que necessitam. Isso aqui na cidade sempre foi uma decadência!
Bem, meu comentário virou foi um post. Empolguei. Tive que dividir em dois. Gosto tb de por 'os dedos' no trombone...rsrsrs.
Tudo de bom pra vc e sua família.

Rosangela disse...

Prazer conhecer seu blog e ter esta leitura tão sincera e verdadeira sobre as condições políticas e sociais de nossa cidade.
Sou irmã de uma de suas alunas no curso de Tec em Nutrição da ETEP, sou engenheira civil (agora autônoma) tentando sobreviver às condições do mercado e competição nesta área (mas esta é outra história).
Gostaria de comentar seus 3 últimos posts: Sobre o Déficit Habitacional, concordo com o número absurdo de procura (e estou entre eles como uma esperança de ter minha casa própria), porém digo que entre esses existe muita gente que se aproveita da situação: muita gente de fora da cidade (não a população rural, mas de cidades menores que não foram beneficiadas), muita gente como minha sogra, que já mora em casa popular e fez inscrição no nome do outro filho só pq a dela está velha e por aí vai...Mas com essa demanda de 12pesooas/casa, digo que já estou perdendo as esperanças...Sem falar que fizeram as inscrições de forma a conter a pressão da população pra isso e que a Caixa iria chamar pra entrevista em maio e até hoje não se falou mais nada no assunto...(ou estou desinformada?) Na verdade ouvi dizer que nem sabem ONDE construirão, pois não existe terreno à disposição.
Sobre a famosa frase nos outdoors de se fazer o bem. Pessoalmente prefiro ajudar pessoalmente à dar dinheiro em alguma instituição. Um exemplo: Na empresa onde trabalhei, um servente teve um filho que não podia tomar nem o leite da mãe por intolerância à lactose. A tec de segurança fez uma campanha pra arrecadar dinheiro ou leite de soja pra criança. Fui no mercado e comprei alguns litros pra doar. Conseguiram o equivalente a uns 3 meses de leite pra criança, onde o pai até se emocionou. Fiquei feliz em contribuir. Ao contrário de outra campanha pra doarmos un dia de nosso trabalho pra cosntrução do HRC. Eu não participei. Não que não seja uma boa causa, ou que eu pense que não irei precisar, de forma alguma. É pq me estenderam um panfleto num mercado pedindo doações e com um valor pra uma determinada etapa da obra em que participei do orçamento e sei bem que não era aquele valor (Sei que não é 'ético' mencionar isso, mas estou contando uma experiência pessoal). Enfim, podem até 'justificarem' com outras coisas, pra mim é impossível confiar em dinheiro na mão de 'representantes' qdo a Bíblia nos diz que o coração do homem é tracoeiro e sua inclinação é má todo tempo.
E mudando um pouco o foco, já é inclível como existem pessoas sem compaixão e incapazes de se porem no lugar do próximo...Infelizmente acabei de ser vítima de discriminação como profissional por ser mãe recentemente. Levei 5 anos após formada pra ter a primeira oportunidade em exercer essa profissão que tanto amo e mesmo fazendo todos os preparativos para voltar ao trabalho com toda disponibilidade como era o combinado, fui pré-julgada como incapaz e nem tive a chance de provar o contrário...fui demitida ainda no período de estabilidade, assim que acabou minha licença.
Pôxa minha vizinha de 42 anos tb foi mãe recentemente do 5º filho e continua acordando todos os dias 4 h da manhã e trabalha como gari. O fato de ter um bebê não a impede de trabalhar. Eu fui tão julgada como profissional, como se tivesse cometido crime em ter engravidado...O que acabou com minha esperança de ter a casa própria por outro meio que não o de esperar a 'boa vontade' dos políticos na habitação popular.

Waldemar Ribeiro de Oliveira Junior disse...

Rosangela, gostei muito dos comentários ... esse espaço é para isto mesmo ... fique a vontade ... escrever é muito eficaz para avançarmos no debate democrático da nossa sociedade ... esses assuntos que você levantou devem ser mais discutidos, quem sabe eu consiga escrever a respeito ... vou estudar mais sobre o mesmo ... abç e valeu ...

Conrado OP Andrade disse...

"Vou necessitar de um pouco mais de paciência e compreensão de vc. E de todos porque como te disse, a situação vem problemática há anos (haja visto que se não me engano, durante a administração do antecessor, passaram-se 8 secretários de saúde). É uma pasta delicada e penosa, mas tenho fé em Deus que farei o melhor para a cidade."


Ok. Nada contra o nosso Digníssimo Secretário Claiton. Sabemos da complexidade da pasta, mas a justificativa não se encaixa para um governo que prometeu em campanha uma saúde 100% perfeita.. que não prometesse...Um abraço