terça-feira, 21 de julho de 2009

Síndrome de Cóssimo

“Onde o medo está presente, a sabedoria não consegue estar”.
Antes de adentrar no assunto que me proponho a escrever, primeiramente quero lembrar da história que da origem ao título deste. A psicologia e a psiquiatria costumam dar nomes de pessoas para algumas síndromes (conjunto de sintomas que se apresentam numa doença e que a caracterizam). Neste caso, uso do mesmo artifício, pois essa diz respeito ao ex-deputado e “atual vice-prefeito”, Cóssimo Baltazar de Freitas. Antes ainda aproveito para comentar a situação atual deste importante político passense, que na primeira vez em que foi vice de Hernani, renunciou. Já desta vez parece que renunciaram a ele, caso contrário estaria aí um bom nome para a “Cultura”, dentre outras tantas possibilidades mais dignificantes que ficar em casa esperando sabe-se lá o que. Mas quanto ao título deste artigo, quando Cóssimo esteve na assembléia legislativa mineira, nosso “vice-prefeito” foi difamado por um ato que teria praticado contra a sua própria classe, os professores. Foi disseminado que o então deputado teria votado contra um aumento salarial destes. A “estória” que circulou e ainda rola de vez em quando é de que ele optou por um reajuste menor ante outra proposta maior. Como se isso fosse possível! Quem conhece um pouquinho o funcionamento legislativo sabe que isto não funciona desta maneira. Mas politicamente o que ficou foi que o professor Cóssimo votou contra a sua classe, fator decisivo para sua não reeleição e consequente fim da representação política de Passos na Assembléia Legislativa mineira. Daí o nome de “Síndrome de Cóssimo”.
Feito o devido esclarecimento para que se possa melhor entender a questão, volto ao presente para narrar um fato que, apesar de não se ter concretizado, já que não houve essa necessidade, bastou uma velada ameaça. Somente com a possibilidade de execração junto à sua classe profissional, nos moldes do que foi feito com Cóssimo, conseguiram um importante e decisivo apoio da oposição dentro do legislativo passense para a aprovação de um projeto muito estranho do executivo.
Uma das justificativas da atual administração para a impossibilidade de um aumento real para o funcionalismo público, dentre outras coisas que não estão sendo feitas na cidade é o alto índice do gasto com o pessoal. Como pode dois meses depois aprovar projeto de criação de novos cargos. Além disso, não existe nenhum significado pedagógico para criação de algumas vice-direções em escolas onde o número de alunos não indica essa necessidade (que isso fique bem claro). Existem coisas bem mais importantes que isso e não se faz, como por exemplo, incentivos aos profissionais da área, internet nas escolas rurais, subsídios para cursos de especialização nos moldes que são oferecidos a outros servidores da administração (prédio) e assim por diante. Mas pelo jeito mais vale o apadrinhamento político que a capacitação dos professores e o desenvolvimento educacional dos alunos da rede pública.
A questão envolve a nossa única mulher e professora na Câmara Municipal. Diga-se de passagem, esta vem desenvolvendo um ótimo começo de mandato e torcemos para que não se perca neste tipo de “chantagem”. Como exemplo podemos citar sua atuação no caso da vinda de uma escola técnica federal para a nossa cidade. Sozinha teve papel mais eficiente e importante que o omisso PT passense, pois foi a partir de uma cobrança sua que o Deputado Odair Cunha teve que assumir uma postura pública a favor de Passos. Mas no caso do apoio incondicional ao projeto das vices diretoras ela deixou muito exposto seu “calcanhar de Aquiles” e, diante de políticos profissionais, isso é terrível. Penso que poderia ter sido mais persuasiva, talvez negociando o fim de alguns “cabidões” em troca da criação desses “cabidinhos”, ou ainda determinando o tamanho das escolas que teriam vices. Essa necessidade não era da classe dos professores, isso atende somente os interesses políticos e uma minoria.

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