quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Dias melhores

“O gasto publicitário é maior em nossa cultura que o gasto com educação pública. Então, antes de se indignar, precisa-se reconhecer que a publicidade é hoje mais formadora de nossa subjetividade do que o ensino escolar. Ela é a maior expressão de nossa época,... sejam como nós. Imagens publicitárias”.
Oliviero Toscani (fotógrafo e publicitário)
Mesmo isso tendo sido dito por um gênio naquilo que faz e em relação a publicidade feita no meio privado, me dá ânsia essa completa inversão de valores, principalmente porque isso vem sendo copiado também pelos administradores públicos. Sabemos que hoje em dia, com uma boa verba destinada à imprensa, as administrações públicas tentam impor suas meias verdades, que não passam de mentiras inteiras. Mas estão se esquecendo que as fontes de informações aumentaram e se diversificaram e tem muita gente que não “estamos” à venda.
Para se ter uma idéia, antigamente os partidos políticos faziam aqueles programas eleitorais de uma hora, ou dois de 30 minutos, onde mostravam tudo o que a legenda fazia Brasil afora. Hoje preferem 120 aparições de 30 segundos para venderem sua sigla como um produto qualquer. Além disso, temos ainda a imprensa, chamada “guardiã da democracia”, que na esmagadora maioria presta um desserviço à nação vivendo em muito do dinheiro público, repassado pelos governos através de campanhas disso e daquilo, muitas delas mais caras que os próprios fatos que as geraram. Ficou fácil demais notar quando os órgãos de imprensa estão sendo pagos, pois eles mudam descaradamente seu discurso.
Dia desses, talvez por um descuido de quem “monta” o jornal, a publicidade de uma administração pública ficou bem ao lado da crítica a um adversário. Só faltou escrever embaixo: “oferecimento de”... . A Influenza “A” H1N1 também veio bem a calhar para eles, pois com a emergência do momento puderam transferir os recursos necessários para calar um sempre oportunista pasquim. Mas o que ignoram e a gente já pode notar nas conversas com os amigos, no trabalho, nas escolas e etc., é que a população aos poucos começa a perceber isso de forma muito clara. Essa transferência de recursos para jornais e rádios é facilmente detectada pela população. Será que acreditam mesmo que ainda somos um bando de ignorantes só porque isso deu certo nas últimas eleições? Todos sabem que o grande peso do resultado veio do aval dado pela instituição Ministério Público, pois só a imprensa não teria conseguido essa proeza nunca. Falta-lhe crédito para isso.
Os tristes acontecimentos políticos atuais, por mais deprimente que são, na verdade se fazem necessários para o nosso crescimento. A leitura diversificada ao máximo, até mesmo de “blogs” e sites, se faz indispensável. Assim nos tornamos mais preparados e não seremos prezas fáceis para estes perigosos predadores, que ainda usam o dinheiro dos nossos impostos para se promoverem ou diminuírem seus opositores.
Já que meu ídolo Belchior voltou à mídia com o seu “quase sumiço”, uso um trecho de uma letra sua para expressar meu sentimento de otimismo com relação ao futuro: “Você não sabe nem vê mais eu não posso deixar de dizer meu amigo, que uma nova mudança em breve, vai acontecer, e o que era jovem e novo, hoje é antigo, e precisamos todos rejuvenescer”. Dias melhores virão, disso não há duvidas.

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