sexta-feira, 7 de março de 2008

PT e PSDB, dois lados de uma mesma moeda

Sem filiação partidária já há alguns anos, fruto do desalento que posso explicar fazendo numa pequena analogia. Seria como uma pessoa que dedica boa parte de sua vida a uma causa que julgava ser nobre, justamente pelas pessoas que dele participavam, aí descobre que não é bem assim, que aquilo na verdade era um grupo como qualquer outro, que não difere em nada dos demais, assim sendo, não havia nenhum sentido na causa também. Desta forma, e me confessando eleitor do Lula nas últimas quatro eleições, em 89 fui Brizola, tendo votado no Petista no segundo turno contra o famigerado Collor, me sinto hoje um tanto desiludido com o cenário político. Mesmo assim resolvi fazer uma leitura sobre os dois mais importantes partidos políticos do país na atualidade. Deixando sempre claro se tratar de uma opinião minha, fundamentada em fatos, mas, por favor, novamente peço que continuem com a sua.

Assim como em outra época não tão distante, onde tivemos a polarização entre PMDB e PDS (que antes foi Arena e depois originou ao PFL, que por ser somente uma frente, palavra dos mesmos, diz-se temporário e por isso agora virou DEM), temos hoje no comando da política nacional os “antagônicos” (será?) PT e PSDB. Os dois “grandões” de outrora PMDB e DEM, de tão parecidos acabaram por ter o mesmo destino, ser coadjuvante no cenário político nacional, com rompantes de grandeza é óbvio.

Voltando ao presente, este responde por PSDB e PT, e vemos mais semelhanças que propriamente diferenças entre os rivais. Em essência eles seriam a mesma coisa, mas um é tido como centro-esquerda e ligado às questões do trabalho, o outro de centro-direita, íntimo das forças empresariais”, diferenciação moldada, achada num canto qualquer, mas nem isso parece ser verdade hoje. Pois apesar da teoria, na prática o que vemos e sentimos são governos semelhantes, neoliberais na essência, ambos, tanto o anterior do tucano FHC, quanto este de Luís Inácio. Aqui não fica nenhum juízo de valor, pois tenho comigo que apesar de entender que poderia ser bem melhor, de maneira geral, muita coisa (leia-se economia) caminha na direção correta, depois de muitos anos na contramão.

Como nem tudo são flores quando o assunto é política, a crítica em torno dessa semelhança é maior em relação ao Partido dos Trabalhadores e por incrível que poderia parecer a algum tempo atrás, por questões éticas. Os sucessores dos Tucanos, “sustentáculos da ética e da decência”, desses esperávamos um grande avanço no que tange a esses assuntos. Como já citei, na política econômica, essa já era bem aceita no governo FHC, prova disso é que quase nada mudou mesmo, a esperança dizia respeito era a questões morais e éticas. E aí meu amigo, a gente descobre que o PT é “mensaleiro”, exatamente igual nós imaginávamos que existia no governo tucano, que fazem caixa 2, negociatas, carregam dinheiro na cueca e etc. Também são a favor de impostos abusivos, coisa até então defendida somente pela cruel direita, por isso chamada pelo PT de inimiga da classe trabalhadora. Vimos que os Petistas adoram uma mordomia, um Cartão Corporativo, que poderia ter até o nome mudado para Cartão “Companheiro”. Defendem-se dizendo que não foram eles que inventaram nada disso, mas a questão está exatamente aí, dos “mocinhos” esperávamos a mudança.

Na verdade, “quem sabe o príncipe virou um chato, Que vive dando no meu...”, talvez estejamos precisando mesmo é de “um pouco de malandragem”, mas essa aí da música da Cássia Eller, ou seja, deixar de acreditar em príncipes encantados, pois “bobeira é não viver a realidade”. O Presidente e seu partido criam cargos para acomodar "seu povo", até aqui em Passos isso acontece. Bem debaixo das barbas do nosso combativo MP, tem gente sem função, sem local de trabalho, um lugar de onde despacha ou coisa ao menos parecida, tudo no único intuito de financiamento público do partido (nePTismo). E como é comum aos seus pares, fazendo discurso de baluarte da ética.



3 comentários:

Conrado OP Andrade disse...

Ficou boa, realista e clara a esplanação sobre a política partidária brasileira. Só achei que não ficou bom o final do texto. Se você terminasse somente com as frases da Cassia Eller ficaria perfeito!
Abração

Waldemar Ribeiro de Oliveira Junior disse...

é Conrado, vc tem razão .... o final ficou um pouco "caseiro" demais.... Mas é difícil aturar essas hipocrisias. Valeu. Abç.Jr.

Andrade disse...

Waldemar, meu caro...
a verdade é q hoje em dia não existe mais "nós" em nada.
Não existe mais sindicatos, associações, partidos políticos ou qquer outra coisa q visa um benefício COLETIVO... EXISTE, mas é sempre o benefício de UM, ou se ele não conseguir manipular sozinho a "maquina", de alguns poucos.
Infelizmente, mas INFELIZMENTE MESMO, a época do romantismo acabou... daqui um tempo, poetas e profissionais, q queriam mudar o sistema ou, no minimo, ajudar a abrir a mente das pessoas, como Cassia Eller, Raul, Renato Russo e Cazuza, serão personagens encostados em alguma parte da nossa história, como hoje são alguns personagens criados por Miguel Cervantes, Sir Arthur Conan Doyle, Walt Disney...
Um grande abraço