terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A nova onda

Hoje em dia vem ocorrendo uma grande transferência de profissionais da área da imprensa de papel para a nossa “quase democrática” internet. Junto desta, e isso sim é motivo de muita comemoração, vem o melhor da notícia, a migração desses profissionais vem acompanhada de outra, a dos leitores. O Brasil, como todos já sabem, está totalmente ligado à grande rede, com números que falam em quase 50 milhões. E por falar em números, os últimos dão conta ainda que a circulação dos grandes jornais, acompanhados das revistas semanais, está congelada já há algum tempo. Notícia coletada na internet e com pouca divulgação fora dela, é óbvio, aponta que ex-gigantes Folha de São Paulo, O Globo e Estadão, que há alguns anos atrás chegaram a vender mais de 1 milhão de exemplares aos domingos, pasmem, hoje estão estabilizados na casa dos 300 mil. A Veja, revista de maior circulação no país estacionou há muito tempo em 1 milhão de revistas por semana, isto entre assinantes e venda nas bancas.
No caso do jornal escrito, além do atraso de um dia nas notícias, o que hoje é muito ante a velocidade das informações, pois a maioria delas já vimos na “net” ou nos jornais televisivos na noite anterior, temos ainda a baixa qualidade editorial e a fácil percepção da tentativa de manipulação que estes apresentam. Os pequenos, interioranos, onde a qualidade é ainda menor e a quase inocente presunção de independência que tentam passar, não convence mais ninguém, pois a verdade no interior é muito mais fácil ainda de ser identificada, e desta forma, assistem seus números despencarem a cada dia. E se ainda sobrevivem é graças às benesses de políticos e governos, além da quase escravidão que impõe a seus temerosos empregados.
Sem medo de errar, é fácil apontar outro fator decisivo em favor da mídia eletrônica, estou falando da possibilidade de interação imediata. Esse “intercâmbio” entre internauta e a fonte possibilita uma resposta rápida e sem intermediários, assim, bem ao estilo do novo século, pois agora todos querem participar e não ser somente um espectador. Enquanto lá no nosso medieval jornal de papel, que já embrulhou muita carne no açougue, limpou vidro de carro e era vendido a quilo depois de usado, hoje se respira por ajuda de aparelhos, por sinal, públicos, como frisei anteriormente.
Contudo, nada impede que os coronéis (alguns com título herdado no matrimônio) da mídia escrita consigam se estabelecer ante a essa nova realidade. Basta que acompanhem o progresso e retirem o “tapa” dos olhos e se libertem das correntes que os prendem nesse modelo corrupto que envolve financiamento político da mídia. O abandono das perseguições baixas e rasteiras, de fácil percepção pelo leitor, que hoje é muito mais seletivo e preparado, além da retomada dos ideais de outrora, que era fazer chegar a informação ao maior número de pessoas e com credibilidade, seria um importante primeiro passo. Contudo, como já está ocorrendo pelo país afora e aqui também, terão que aprender a dividir espaço até mesmo com a gente, os “blogueiros”, que pelas últimas inserções da velha e caduca mídia, estamos incomodando, e muito.

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