domingo, 25 de outubro de 2009

O “Refis” e outras heranças


Depois da “Gripe Suína” e o “envolva-se”, o mais novo campeão de publicidade é o chamado “Refis – Programa de Recuperação Fiscal”. Uma meia página de tablóide ou mais de propaganda diariamente, além de rádio e etc. Por sinal, a foto desta campanha no jornal é mesmo muito engraçada, vale a pena dar uma conferida. A fisionomia do cidadão olhando para o lado com uma cara pra lá de matreira é muito boa. Só falta falar: E aí “Mané”, você paga em dia suas contas com o município? E as frases então: “O benefício é para todos” - “O benefício é para você”. Será mesmo essa a intenção?
Porém não é sobre isso que quero falar, até porque, se o prefeito enviou o projeto para a Câmara, nossos representantes aprovaram, está feito. Contudo, ainda bem que houve emendas, pois o texto original continha algumas pérolas. Fica a impressão que alguns não estão muito satisfeitos somente com o salário. O curioso disso é que esse “bendito” dinheiro, o “salvador da lavoura”, vem boa parte de dívidas que deveriam ter sido pagas junto à administração passada, ou seja, esse aguardado “din-din” é também uma forma de herança. Ainda mais se levarmos em conta que dívidas não foram deixadas, muito pelo contrário, segundo o ex-Secretário da Fazenda ficou foi muito dinheiro, algo em torno de “cinco milhões”. Se ninguém veio a público desmentir isso, podemos ter certeza, pois se não fosse verdade ou se houvesse dívidas, teriam sido divulgadas aos quatro cantos. Prolongando um pouco mais esta análise, outros fatos merecem serem lembrados. O primeiro diz respeito a medicamentos, onde ninguém teve coragem de negar que a atual administração herdou um grande estoque. Só ficaram em silêncio. No Departamento de Trânsito eu posso garantir que isso ocorreu, estoque e licitação de serviço de pintura com recursos em conta.
A respeito da arrecadação do município, que realmente caiu, vale lembrar que o estrago não é pior porque há dois anos atrás, o pessoal que estava lá na prefeitura se desdobrou para provar que Passos tinha mais de 102 mil habitantes. Desta forma, ficamos num patamar acima no que diz respeito a repasses para o município. Sempre é bom lembrarmos de alguns fatos. Resumindo, a herança deixada em espécie ou perspectiva de receita é realmente significativa.
Mas temos também um outro tipo de herança que é muito pouco falada, estou me referindo à herança imobiliária. Sem muito esforço vamos as mais relevantes: Com a construção do “Novo Pronto Socorro” (UPA ou UFA... Aproveito para dizer que prometi ao Dr. Cleiton e já cumpri, retirando o adesivo do “SOS Saúde de Passos” do meu carro, até porque não entendi a exclusividade do mesmo. Por que só a saúde?)... Voltando ao assunto, sobrou então o espaço que ficava o “velho PS”. Fala-se que poderá abrigar uma Escola Técnica Federal, ou seja, a contrapartida do município já estaria quase garantida e num local super valorizado, no meio da Avenida da Moda.
Com a ida do fórum para Av. Arlindo Figueiredo, surgiu onde era antigo prédio deste, o lindo Palácio da Cultura, bem no coração da cidade. A nova Rodoviária fez passar a existir um ótimo espaço, com possibilidade para dois pavimentos, num local espetacular (menos para uma rodoviária – já pararam para pensar se ela ainda fosse ali, meu Deus...). Depois de reformado – modificado... sei lá ... tem tanta coisa que poderia ser feito naquele local. Tem ainda um outro imóvel na Avenida Arouca, onde funcionou a Secretaria de Educação. Como preferiram voltar esta para a Casa da Cultura, ganhou-se mais um belo imóvel no centro. Parece que a Secretaria de Assistência Social foi para lá. Pensando bem, ter o PT de apoio deve ser uma coisa, mas ficar vendo toda hora quem te atacou até moralmente a vida inteira é outra bem diferente. Melhor mesmo manter uma “distancinha”.
Realmente essa herança imobiliária é algo de um valor bem considerável. Algum corretor se habilita a calcular? Pensando por aí, quem sabe com a ponte do Rio Grande podemos ficar com uma das balsas para nós. Logicamente que a maior tem que ser de Passos. Brincadeira a parte, o único perigo das chamadas heranças é que algumas pessoas não dão o devido valor às mesmas. Já vimos muitos perderem as suas por não saberem administrar e muitos outros por não serem muito afeitos ao trabalho. Assim, que Deus nos proteja.

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