quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Transitando sem compromisso



Por uma questão ética me vejo impedido de falar sobre as coisas que estão acontecendo no trânsito de Passos e o porquê de algumas delas. Estou falando isso porque tenho sido insistentemente cobrado a fazê-lo. Este impedimento ético se deve ao fato de ter estado à frente do Departamento de Transporte e Trânsito até começo 2007, onde ainda tenho algumas pessoas de minha mais alta estima. Assim, me sinto meio que de quarentena. Mas antes disso escrevi muito a respeito e não precisava ser nenhum profeta para prever algumas coisas. Tenho aqui mais de dez artigos sobre esse assunto e que expressam minha opinião. Estes foram publicados na imprensa e estão no arquivo do “Blog” - Janeiro de 2008, data do início deste e não dos artigos. São todos avalizados por minha especialização na área, que foi feita junto aos mais renomados profissionais do nosso estado. Entretanto, sobre aqueles que se aventuram em escrever sobre este assunto não tenho impedimento algum em comentar. Até entendo um pouco a dificuldade que deve ser para algumas pessoas que, obrigadas a escrever quase todo dia por circunstâncias profissionais, acabam falando do que não entendem nada, chegando à beira do ridículo com comentários de pouca profundidade e quase nada de proveitoso.
Realmente o trânsito não é para amadores, mesmo que só para falar dele. É claro que isso não vale para aquela conversa de mesa de bar, informal. Aí tudo bem, pois como bons brasileiros, como a gente costuma brincar nos fóruns e encontros sobre transporte e trânsito, todos nós nos consideramos técnicos de futebol e trânsito também. Mas daí a escrever sobre algo tão vivo e dinâmico, que muda a cada dia, que sofreu profundas transformações, principalmente nos últimos anos, usando poucos e pequeninos exemplos da década de 80, onde a frota do município era dez vezes menor que hoje, é uma piada. A não ser que a memória já lhe esteja falseando, o que se for, humildemente peço desculpas, se trata mesmo de desrespeito com seu próprio leitor ou outra coisa do tipo, pois nem todos os interesses consigo acompanhar, tamanho o repertório.
Na época citada como bom exemplo de planejamento de trânsito por causa de uns poucos avanços de passeios, como dissemos, havia dez vezes menos veículos que hoje e ainda sim foram instalados vários semáforos onde nem atualmente (quase 30 anos depois) seriam necessários, como nos cruzamentos da Av. Com. Francisco Avelino Maia com Rua dos Maias (mercado), Rua da Praia e Dep. Lourenço de Andrade, entre outros. Todos de 4 fases (1 aberto e 3 fechados) e com tempo fixo, 365 dias por ano. Nem ouso calcular o consumo de energia utilizado, nem o de combustível por conta dos tempos de espera. Muitos foram retirados, mas alguns persistem por teimosia dos políticos e influentes vizinhos, que mesmo não entendendo nada do assunto, são eles que muitas vezes “mandam”. Porém, todos os que ficaram pelo menos tiveram suas fases e/ou tempos diminuídos. Tratar do assunto trânsito desvinculado do transporte é outra falácia. Como disse, não quero e nem vou adentrar nas questões que atualmente envolvem o trânsito na nossa cidade, pois a não ser como cidadão, motorista e pedestre, não mais me diz respeito, apesar de continuar a ser especialista, pois essa é uma titulação pessoal e não funcional, onde me mantenho atualizado através de leitura, contatos com profissionais da área, trabalhos de consultoria e etc.
Para dizer a verdade, nem dá mesmo para cobrar algum tipo de entendimento acerca do assunto. O secretário da pasta que cuida do mesmo nem mesmo tinha conhecimento que é ele a autoridade de trânsito municipal, isso por força de lei. E aquele que é advogado 1 da “administração” não sabe a diferença entre tráfico e tráfego, daí não se pode esperar nenhuma clarividência a respeito da matéria mesmo.

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