quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Carta aberta ao Sr. Roque Piantino ou J. Gaglianico Jr

Caro Roque, a intimidade de chamá-lo assim vem do fato de já termos trabalhado junto na prefeitura municipal e ter tido até mesmo a honra de receber do senhor um elogio há alguns anos atrás num artigo seu. Agora sou eu que gostaria muito que lesse dois artigos que escrevi, um na época da saída de meu pai do PMDB, que foi publicado na Folha da Manhã (Direito de resposta ao Presidente do PMDB de Passos) e outro que saiu agora no www.passosnews.com (Eleições Municipais – Executivo – Parte 2 – Patrocinadores). Para facilitar estou lhe enviando os dois.
O primeiro é sobre toda a motivação da saída de meu pai do partido no qual ficou mais de 40 anos, esse nunca foi respondido pelo então presidente do PMDB ou por qualquer outro membro do partido, pois a verdade era irrefutável. Na eleição onde o senhor diz que o PMDB ajudou meu pai, tivemos até que brigar por seu direito de discursar num comício no bairro São Francisco, porque criaram, de forma pensada, uma regra de apenas dois ou três discursos por candidato durante a campanha, o que favorecia aqueles que fazem suas campanhas com outros focos, principalmente o do dinheiro farto. Favorece também aqueles que não falam tão bem em público, como o candidato do presidente da época e o do atual (não é uma crítica, é somente uma fácil constatação). O senhor sabe muito bem que a eleição para vereador se disputa é dentro do partido. Nunca fomos favorecidos dentro do PMDB, nossa campanha era entre amigos e familiares. Ninguém se elege em Passos sem os votos dos demais vereadores da sua coligação, mas meu pai não ficou na vaga da sobra, foi o mais votado da sua. Naquela que seria sua única derrota em eleições como candidato, sendo o primeiro suplente depois de 8 vitórias, sequer foi lembrado num primeiro momento para fazer parte da administração, sendo somente dois anos depois chamado as pressas para apagar um foco de incêndio que perigava se alastrar e atingir a sala do lado, a do próprio prefeito (acho que não preciso entrar em detalhes). Esse papo furado de preferido do partido nunca nos enganou ou iludiu, a verdade nós sabemos bem e a prova está aí. Lá meu amigo, você vale enquanto está dando retorno para eles, depois é outra história, que alguns já vão começar a sentir daqui a pouco.
O outro artigo a que me refiro (Eleições Municipais – Executivo – parte 2 – Patrocinadores), diz respeito à dinheirama dessa campanha. Conhecendo o senhor, sei que não está tão inteirado dessas coisas e nunca se “compaquituaria” com isso. Neste caso também existe um silêncio, ninguém veio a público se pronunciar. Já que se lembrou do Maradona e a hora de parar, reverenciando Pelé. Digo que a vida é muito maior que a “carreira”, seja ela qual for. Por exemplo, essa semana a internet falou muito dos dois. Pelé sendo acusado pela ex-mulher de infidelidade, por seu desprezo com a filha que teve fora do casamento, a família e etc. Já Maradona acaba de ser convidado para ser o novo técnico da seleção da Argentina, fato narrado pela imprensa do mundo todo como “a volta por cima do ídolo”. A vida é cheia de altos e baixos, a gente nunca pode dizer que alguém ou algo chegou ao fim, não é mesmo.
Quanto a meu pai, ele vai ser lembrado por ter disputado 10 eleições, vencido nove, ter participado de forma decisiva da eleição do sucessor, deixando sua vaga do PSDB para o seu escolhido. Pois é, o corajoso Waldemar não se escondeu como outros e apoiou um jovem candidato, e não é que o rapaz foi eleito. Palavras do mesmo: “graças ao Waldemar” (digo que não só, o Dentinho é um grande ser humano, um rapaz de família, um homem temente a Deus). Waldemar vai ser lembrado também como esposo fiel, pai exemplar, avô, tio, sogro, amigo e etc. A vida é muito maior que a política, porém nessa, será reverenciado como o mais fiel companheiro e também um ferrenho adversário, independente do lado, não é mesmo. Não será a opinião da “Folha”, do Parreira ou de qualquer dos seus discípulos que vão determinar o que é história, ou o que fica para a história.
Mas engraçado Roque, ninguém fala do parecer do Dr. Paulo Márcio da Silva sobre as contas rejeitadas, dos que votaram a favor na época, do porque fizeram isso. Ninguém faz uma reportagem sobre o fato. Parece que não se que tocar nesse assunto, querem somente que enterrem o caso, isso é no mínimo estranho para gente tão “transparente”.
Sei que escreveu conhecendo somente um lado da história, espero que meu artigo, que torno a falar, foi publicado na Folha da Manhã na época e ninguém teve peito de desmentir, lhe mostre um pouco dos bastidores do PMDB passense, um partido, como todos os demais, fisiológico tão somente. Com relação ao título do seu artigo, um tanto chulo: “Obrando no prato que comeu”. Posso lhe garantir que tudo o que comemos, pelo menos na minha família tem sido assim, é fruto do nosso trabalho. Também lhe digo, posto que nunca nos mais 40 anos do meu pai no PMDB o senhor esteve lá, que ele e mesmo nós, seus familiares, trabalhamos muito por aquele partido também, que hoje está nas mãos de gente que nunca trabalhou na vida.
Abraço e fique com Deus. Com respeito, Waldemar Júnior.

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