domingo, 6 de janeiro de 2008

Aonde vamos parar?

Dizem que São Paulo é uma cidade que não para, segundo alguns isso se deve ao fato de não se ter onde estacionar. Problema comum a quase todas as cidades chamadas pólo, como é o caso de Passos, a falta de estacionamento é reflexo de uma série de fatores: crescimento desordenado; falta de tratamento em relação aos pólos geradores de tráfego (viagens); aumento da frota (no nosso caso com ênfase às motos) e etc. Mas esse não é o único problema que o trânsito apresenta, pois ainda em decorrência dos fatores citados, temos: aumento dos acidentes (saúde pública); poluição atmosférica (ambiental); trânsito de veículos de grande porte na região central (carga e descarga), entre outros.
Os Pólos Geradores de Tráfego, também chamados de Empreendimentos de Impacto Urbano, são iniciativas que atraem ou produzem grande número de viagens, ou seja, aumentam o volume de tráfego nas vias adjacentes e de acesso de modo significativo, causando reflexos negativos na circulação viária em seu entorno imediato e, em certos casos, prejudicando a acessibilidade de toda a região, além de agravar as condições de segurança. Esses podem ser: comercial (shopping-center e supermercados), serviços (edifícios de escritórios, hotéis, clubes e faculdades), industrial, habitacional (condomínios e novos loteamentos) e vários outros. Exemplificando um pouco mais essa questão, vejamos o impacto que é a transformação de uma residência em loja ou em uma escola: Casa → produz em média 6 viagens/dia - Loja → 60 viagens/dia - Escola → 600 viagens/dia. Daí a importância das cidades estarem tratando essa questão com mais cuidado.
O desequilíbrio entre o número de veículos que utilizam a via e sua capacidade é o que chamamos de congestionamento e é ele que aumenta as emissões de poluentes, o tempo de deslocamento e os custos operacionais. Isto implica diretamente também no número de acidentes, com redução gradativa da qualidade de vida dos cidadãos, gerando conflitos entre automóveis, ônibus, pedestres e pessoas portadoras de restrições de mobilidade. Os deslocamentos representam a "vida” da cidade e estão diretamente ligadas às características sócio-econômicas da população. O trânsito é, assim, o conjunto de todos os deslocamentos diários, feitos pelas calçadas e vias da cidade e que aparece na rua na forma da movimentação geral de pedestres e veículos. É preciso analisar como o trânsito se forma, como as pessoas participam dele, quais são seus reais interesses e necessidades. Isso significa esforço para entender o trânsito "por trás” de suas aparências, dos seus fatos corriqueiros, na busca de uma "sociologia de trânsito".
Estamos vendo aumentar a competitividade entre as cidades e as regiões em busca de investimentos. Municípios de um potencial enorme para estar à frente nesse processo, muitas vezes perdem o bonde por não se adequarem rapidamente às exigências dos consumidores. Coragem é muito importante, diria essencial, para melhorar a circulação. O ato de decidir é uma arte, de importância vital e de grande complexidade para qualquer organização e porque não dizer, para qualquer um de nós. Um caminho tanto para a ruína como para a vitória, de tal maneira, que se deve tomar de forma ponderada, mas firme. Na verdade, nesta questão, o trânsito deve ser visto como o cartão de visitas de uma cidade, primeira coisa a ser notada. Uma cidade onde o trânsito é organizado atende e recebe melhor o seu visitante e, obviamente, também o seu morador. Fica a pergunta, onde queremos chegar? E depois, aonde vamos parar?

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