quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

A Máscara do Mal

Autor de conhecidos poemas como “O analfabeto político”, “Os que lutam” e o belíssimo “Perguntas de um trabalhador que lê” (parcialmente transcrito em meu artigo homônimo), Bertold Brecht é magnífico também em “A máscara do mal”.
“Em minha parede há uma escultura de madeira japonesa,
máscara de um demônio mau, coberta de esmalte dourado.
Compreensivo observo as veias dilatadas da fronte,
indicando como é cansativo ser mal”.
Esse poema me fez entender o jeito, o olhar e a expressão de determinadas pessoas. Dirimiu algumas dúvidas que eu ainda tinha sobre como se sente alguém que leva a vida a patrocinar a maldade, um mecenas da mentira. Vê-se claramente na sua face as marcas do esforço para alcançar o seu abjeto “triunfo”. Será que vale a pena? E a Justiça de Deus onde a liberdade de imprensa não pode ser evocada?
O renomado professor Antonio Lopes de Sá, in Ética Profissional, discorre que “uma imprensa negativista e que só vincula notícias agressivas motiva, sim, a violência; ao contrário, uma difusão orientada no sentido do bem tende a motivar a virtude”... “Criticar é, todavia, um ato comum e necessário; o que é incomum, embora necessário, é saber como criticar. A crítica mal feita é caminho aberto a resistência”. Ressalta ainda que “é dever ético proteger um nome profissional”. Todavia, se a ética são os limites que nos impomos na busca de nossas ambições, incorre da sua transgressão também aqueles que compactuam, seja direta ou indiretamente, visando tão somente o alcance de sua cobiça.
A nova fase da vida de alguns políticos passenses, que bem ao estilo de Maquiavel, onde “os fins justificam os meios”, assim como seus pares fizeram na esfera federal, usam de um peso e duas medidas. Chamo atenção de vocês a observarem a atuação desses que aceitam dar vida ao chamado Assessor Parlamentar Regional, classe de “trabalhadores” que ressurge. Esta velha prática que parecia esquecida está de volta com a contratação por parte de alguns deputados desses agentes políticos para “atuarem” no interior, num verdadeiro “ficar por conta”. Será que com esse subsídio vindo dos cofres públicos, a “organização” em que militam (Amapassos) não perde o caráter de não-governamental? As favas com o escrúpulo, não é mesmo.
Soma-se aos “assessores regionais” (lotados sabe-se lá onde, encontrados sabe-se lá como, atendendo tão somente sua própria trupe), a outros que também já foram algo parecido na administração municipal (como exemplo, o próprio presidente da Amapassos, que ocupou, tão somente no sentido figurado, por dois anos e três meses um cargo de diretor na Prefeitura), ainda a outros que aparecem como autores de cartas do leitor (ninguém sabe quem são, sem identificação verdadeira, poderia ser todos Carlos), mais aqueles que já partiram mais que ainda “assinam” documentos para a Amapassos. Ghostbusters (caça-fantasmas) urgente.
A famosa frase de Victor Hugo, meu autor predileto, “O herói do dia é o fantasma da noite” parece estar sendo adaptada em nossa cidade, aqui os fantasmas do dia querem ser os heróis da noite.

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