O título do artigo de hoje é inspirado numa belíssima aula que tive nos tempos de FUMEC em BH, com a arquiteta Elisa Baptista. Recordei dela tão logo que resolvi escrever a respeito de um dos grandes problemas que as cidades vêm sofrendo e, ultimamente, vem se agravando na nossa. A visual é uma das formas de poluição que mais desafia uma administração, pois atinge de forma negativa a muitos, porém, afeta interesses de “alguns”, “que se acham”. Contudo, se não bastassem os atentados poluentes vindos da iniciativa privada, agora também entes ligados ao próprio poder público entram nesta nefasta disputa.
O trabalho de combate à poluição visual numa cidade não é fácil, demanda coragem, determinação e entendimento de todos, de maneira especial, da Prefeitura e de uma legislação bem definida. Essa deve buscar estar sincronizada com os setores envolvidos, convencendo todos de que dessa maneira não é bom para ninguém, não sendo nenhum atrativo essa estúpida contenda por espaço, a fim de que o cidadão consumidor seja atingido de qualquer maneira, sem o cuidado e respeito que ele e a cidade merecem.
Acho que todo mundo já ouviu falar do trabalho desenvolvido pelo Prefeito Gilberto Kassab de São Paulo com relação ao programa “Cidade Limpa” - Combate à poluição visual que, com regras bem definidas melhorou e muito os aspecto visual da capital paulista. Agora ele já esta partindo para uma nova empreitada, anunciou uma “guerra” contra a poluição do ar.
De maneira didática, vejamos os tipos de poluição que mais nos afetam diariamente e que invariavelmente diminui a qualidade de vida numa cidade: Poluição atmosférica - nas regiões urbanas, devido ao aumento do número de veículos motorizados e a crescente ampliação das atividades industriais. Poluição sonora – dá-se pelo ruído em excesso, que é o som indesejado, sendo considerada uma das formas mais graves de agressão ao homem e ao meio ambiente. Em Passos, com os carros de som, carreatas de lojas e etc., já merece também uma atenção especial. Poluição visual – proliferação indiscriminada de “outdoors”, cartazes, formas diversas de propaganda e outros fatores que causem prejuízos estéticos à paisagem urbana. Pode-se dizer que todas são igualmente preocupantes, mas aquela que deu causa a este artigo, é realmente, a poluição visual na extensão urbana. Entretanto, essa é muitas vezes entendida e impropriamente aceita por alguns, pois seu poder nocivo é diminuído pelo fato de que seres humanos usam a visão como apoio ao raciocínio: “as múltiplas imagens impressionam o cérebro... é constituída de forma a impressionar, expressar e construir”.
Recordo-me que aqui em Passos, a mais ou menos dois anos atrás, meu “irmão” Conrado (Turismólogo) se propôs a limpar debaixo do trevo da Juca Stockler com a MG 050, vocês se recordam como era aquilo? Então... não é que deu certo... as pessoas entenderam, apoiaram e o local se encontra até hoje sem a poluição visual que existia. Agora, na contramão da história, a gente encontra essa sandice encabeçada pelo SAAE (e quem mais de direito) que, se não bastasse a ausência total de estética e importância desses “postinhos”, acaba ajudando a inviabilizar projetos sérios que poderiam ser desenvolvidos, tais como: identificação de logradouros, recuperação do paisagismo em rotatórias e praças, melhoria dos pontos de ônibus, pois isto tudo poderia estar sendo feito em parcerias. Isto logicamente dentro de parâmetros bem estabelecidos e estudados, com o respeito que este tipo de assunto merece, e por pessoas realmente envolvidas e preocupadas, sem a agressão e a poluição visual que estamos vendo.
Quem sabe a gente cria um slogan do tipo: Gentileza Urbana, nossa cidade agradece; ou ainda podemos utilizar a frase “Gentileza gera gentileza”, de Jose Datrino, o Profeta Gentileza. Quero terminar deixando um grande abraço a um dos melhores jornalista e escritor de nossa Passos, que nessa semana me deu uma grande honra ao se declarar leitor e admirador dos meus artigos. Por razões óbvias não irei revelar seu nome, mas lhe desejo muita força, precisamos de você bem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário