domingo, 6 de janeiro de 2008

“Perseguiando” meus artigos

“Cantar quase sempre nos faz recordar”... Parafraseando o poeta mineiro Godofredo Guedes, digo que escrever também é um ato de recordação. Escrever talvez seja uma das coisas mais prazerosas que podemos fazer na vida. Espero um dia que eu possa tão somente me deliciar desse ato com o intuito de me distrair e também a você leitor, ou, presunçosamente, compartilhar minhas experiências, sejam elas pessoais ou profissionais. Anseio também um dia, quem sabe, escrever sobre a minha terra, minha gente, que cada dia mais, na rua, no trabalho e até mesmo através de telefonemas e e-mails tem me dado um retorno positivo sobre meus artigos. Por enquanto, semana sim, outra talvez, vou fazendo desse hobby um exercício do direito, o legítimo direito da ampla defesa e principalmente, do contraditório.
Já me conhecendo um pouco mais, tenho certeza que muitos esperam que eu entre no assunto que foi matéria de capa do outro jornal dias atrás. Um boletim de ocorrência registrado pelo vereador Alexandre Almeida, sobre uma suposta ofensa racista que disse e vai ter que provar que recebeu. Realmente não irei decepcioná-los, pois como podem notar, a covardia não é meu forte.
Não tenho e nunca tive nenhum compromisso com o erro, seja ele meu ou de qualquer pessoa ligada a mim. Sempre disse isso nas ações que desenvolvi frente ao Departamento de Trânsito e é assim que sou, peço desculpas e volto atrás com a maior facilidade, logicamente desde que comprovado meu equívoco e assim também será aqui nos meus artigos. Contudo, neste caso da suposta ofensa racista que o vereador Alexandre Dentista diz ter recebido do também vereador Waldemar, meu pai, o jovem edil, notadamente dono de um canal direto junto à outra face da imprensa escrita passense, consegue emplacar matérias, até mesmo de capa, de posse de um simples relato pessoal, pois um B.O. não passa disso.
Movido pela enorme sensação de poder oriunda do espaço que lhe é “dado” neste órgão de imprensa, foi perdendo a noção, esquecendo de alguns detalhes importantes: não é ele o primeiro negro da nossa história a ser eleito vereador, ou seja, vários outros já estiveram em plenário e debates com o polêmico Waldemar Ribeiro, e que, sendo toda a sessão gravada, ao registrar um B.O. dessa natureza, esse seria motivo de inquérito e investigação e não somente de uma reportagem (que por sinal não quiseram nem ouvir a gravação) o que certamente era seu único intuito.
Ao final do inquérito e da ação judicial, prometo retornar a esse assunto. Porém, deixo uma fala ao Sr. Alexandre de Almeida. Entenda senhor vereador, que ser eleito é oposto de ser excluído, assim sendo, assuma isso, pois Graças a Deus e a sua capacidade você venceu, formou-se, elegeu-se vereador, também não é o único que fez isso, então pare de posar de vítima e largue esse oportunismo político. Temos inúmeros amigos de várias raças, credos e etc., não vai ser essa farsa montada pelo senhor que vai abalar isso e nos colocar na defensiva ou com medo. Vou continuar a defender os meus, sempre que a verdade estiver com eles e peço a Deus que me dê humildade e sabedoria de também aceitar e pedir desculpas quando errar, esperando que outros tenham a mesma dignidade.
“Tu sabes, conheces melhor do que eu a velha história.Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim.E não dizemos nada.Na segunda noite, já não se escondem:pisam as flores, matam o nosso cão, e não dizemos nada.Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa,rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.E já não podemos dizer mais nada”.No caminho com Maiakovisk - Eduardo Alves da Costa

Encerro pedindo a vocês que observem o mais novo e interessante exercício da imprensa marrom de nossa cidade. O espaço (e grande) que é dado a todos aqueles que de um modo ou outro venham a aceitar fazer parte da maior e mais perniciosa perseguição política da nossa história. Alguns que até mesmo já sofreram por parte desse mesmo órgão de imprensa tratamento um pouco semelhante, e na época até receberam apoio dos amigos por causa disso, hoje aceitam participar através de entrevista ou matéria guiada, com perguntas onde as respostas são sempre direcionadas e generalizantes, tipo entrevista do Faustão.

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