domingo, 6 de janeiro de 2008

A tentativa de um golpe

O mesmo grupo político que quis que engolíssemos todas as suas imposições, a última delas, a “democrática” escolha do vereador Marcos Salutti como candidato à presidência da Câmara no final de 2004, agora tenta tirar o mandato popular, conquistado nas urnas, por um vereador de 40 anos de política, sem uma condenação sequer em todos esses anos. Como já era esperado, nem o Ministério Público passense, nem a Justiça Eleitoral da nossa cidade iriam compactuar com essa tentativa de institucionalizar a perseguição a um político que nunca respondeu a um único processo sequer por improbidade ou coisas do gênero.
O estatuto do partido destes, que é o seu regulamento de conduta, também não fala nada sobre essa matéria. Não havendo nenhum amparo legal, apóiaram-se tão somente numa consulta feita pelo arqui-rival dos mesmos, o PFL, ao TSE, fazendo uma analogia barata a deputados que saíram do partido antes da posse e, logicamente, contando com o apoio que recebe agora, sabe-se lá porque, de parte da imprensa que sempre lhes chamou de quadrilha. A pretensão do PMDB passense é no mínimo incoerente, não encontrando forças nem mesmo dentro da própria sigla em Brasília, pois o partido foi um dos que receberam mais parlamentares de outros partidos, inclusive do finado PFL.
A saída do vereador Waldemar Ribeiro da legenda, em fevereiro de 2005, depois de 40 anos no mesmo partido (único político passense ainda em atividade que foi vereador por 10 anos quando esses não recebiam salário), já foi contada e recontada de diversas formas. Algumas versões tentam encobrir a verdadeira história, mas quando apresentei os fatos, ninguém na época ousou contestar, tamanha a riqueza de detalhes que temos, pois para alguns não bastava fazer, falavam também.
Além de tudo que vimos e ouvimos no partido durante a campanha, passada a eleição, começaram os entendimentos para a formação da chapa que iria disputar a presidência da Câmara. Depois de incentivar num primeiro momento o vereador Waldemar Ribeiro a disputar a presidência da Câmara, vimos nas atitudes do presidente do partido em Passos, uma ânsia em fazer valer a sua nova vontade e os interesses do seu grupo que estavam prestes a deixar a prefeitura. Essa nova vontade era ter, a todo preço, Marcos Salutti como candidato a presidência da Câmara de Passos. O intuito não se pode precisar, mas dá pra imaginar pelo nível das negociações que se seguiram.
Houve adiamento da reunião marcada para escolha do nome, e assim, no dia remarcado, diferentemente do que ocorre, por exemplo, na Câmara Municipal, onde o presidente só vota quando acontece um empate, o presidente do partido votou duas vezes para garantir o empate (uma quando estavam os 3 nomes e outra quando ficaram 2) e aí ainda decidiu usando o voto de minerva. Os votos “secretos” da executiva, tudo muito bem planejado, frutos das “novas negociações” ocorridas depois do adiamento, já eram conhecidos por todos, menos é claro pelo vereador Waldemar Ribeiro, a quem o partido sempre chamou de soldado. O maior partido de Passos em número de filiados era agora comandado dessa forma, neste nível, por menos de 10 pessoas, na verdade com 3 ditando as regras. Os fatos narrados aqui, foram relatados na época que aconteceram e ninguém tentou desmentir, talvez fruto da riqueza de detalhes e testemunhas. Hoje talvez já consigam alguma nova estória pra contar, ou como podemos notar, alguns que na época não viram com bons olhos, já aderiram ao novo sistema do partido. O resultado da “armação” todo mundo já sabe, mais uma derrota do grupo comandado, principalmente pelo presidente e pelo “adevogado” que agora assina essa tentativa de golpe que, em comum, têm também a brilhante passagem de ambos pela prefeitura, onde as únicas marcas que deixaram são as da botina e sapato nas mesas, “hábito” também compartilhado por ambos.
Realmente, como sempre disseram, Waldemar foi um soldado do partido, o engraçado disso tudo é que este soldado comandou uma legião de cabos e um batalhão de votos. Em10 eleições, foram 9 vitórias (só não foram as 10, justamente por causa de uma coligação mal articulada pelo partido, pois Waldemar obteve mais votos que dois eleitos pela coligação que fora feita somente para prefeito, pelo jeito estão querendo dar essa 10ª vitória). Waldemar é até hoje a maior votação percentual da história do legislativo Passense e por várias vezes foi ainda o mais votado do partido, inclusive na última eleição.
A reforma política deve e vai ser feita, mas com certeza não será nesses moldes, o do aprisionamento de um parlamentar depois dele sim ter sido traído pelas costas, repetindo, na calada da noite. Porém, o que eles não esperavam e até hoje não aceitam foi a decisão de Waldemar em deixar o partido. Sempre confiaram no seu “espírito desprendido”, “homem do partido”, pois em outras ocasiões sempre cedeu o espaço que conquistou no voto, nas urnas, pela unidade do partido, porém, agora já não havia nem unidade e nem quem merecesse esse desprendimento todo.
Essa última eleição foi construída, como todas as outras, centradas nos verdadeiros amigos e em nós, os familiares, que apesar de não querermos a sua candidatura, respeitamos a sua vontade e coragem em tentar voltar ao legislativo numa eleição onde o número de cadeiras caíra de 15 para 11. Mais uma vez o seu valor foi mostrado nas urnas, depois de quatro anos de ausência, onde o partido ficou a deriva, ocasionando a derrota na eleição para prefeito e de ter somente um vereador reeleito.
Para os dois vereadores do partido em Passos, que enfrentaram também um pleito, onde ser do PMDB era senão um grande peso para campanha, respondemos buscando nas escrituras que nos fala que, a verdade é que todo mundo enxerga o "cisco no olho do outro, mas não vê a trave no próprio olho". Assim, fica esse trecho bíblico para os edis Marcos Salutti e Tuco refletirem. O primeiro, um querido amigo de muito tempo, desde a época que ele era do PDC, o Marquinho da “Malandro é o Gato”, que foi eleito por esse partido e depois passou para o do prefeito eleito, o PMDB. Parece-nos que o próprio Marquinho se esqueceu disso, ou então, contava com esquecimento de todos. Já Tuco, ainda no seu primeiro mandato como vereador, um passense, apoiado por parte da classe ruralista da cidade, eleito na última vaga do PMDB, apoiou um candidato a deputado federal de outra cidade, de outro partido, contra um candidato da classe ruralista, de sua cidade e do seu partido, com o qual tinha trabalhado na cooperativa; não cabendo aqui julgamento nenhum, só reflexão. Dizer que fez isso pela cidade, só se for a do Deputado a quem apoiou, isso realmente não é infidelidade Tuco, isso é trair, e a maior de todas as traições políticas é aquela contra a sua própria cidade.
Aos outros 7 participantes da grande reunião Pmdbista que decidiu pelo pedido em questão, a resposta não poderia ser a mesma, deixo o ensinamento santo e em homenagem a esses grandes líderes recorro ao profano, lembrando aquela famosa briga entre os também e igualmente líderes do PFL e PMDB (coincidência) no Congresso, Antonio Carlos Magalhães e Jader Barbalho, respectivamente, onde ACM chama o Pmdbista de ladrão, recordando o caso do Banco Estado do Pará, e esse responde: “Parece uma velha prostituta pregando a castidade”, os dois extremamente sinceros e verdadeiros no episódio. Já aqui, pelos lados da “ardeia”, fica difícil de alguém acreditar neste discurso atual, pois num passado não muito distante, esses mesmos receberam com festa e de “braços abertos” vários vereadores que passaram para o PMDB. Como já foi citado, o próprio Marcos Salutti, ainda, Antonio Guido Ribeiro, Raimundo Leandro, Sr. Beninho e o Serapião, cinco só nos dois mandatos do ex-prefeito José Hernani. Seguindo a máxima atual dos novos líderes do partido, esses também são traíras, Judas ou coisa parecida, ou o contrário pode, é lindo.
O PMDB Passense ao longo de sua história perdeu muitos filiados, só ex-presidentes do partido podemos citar: Taquinho, Issa Farah, Paulo Ribeiro e agora Waldemar, podemos ainda citar o ex-prefeito José Figueiredo, vereador como Sr. Joaquim Carlos, Amado e Darlan também já foram da sigla (esse também reclamou na justiça, meu Deus, espero que seja só uma amnésia passageira), o Deputado Neif Jabur (que retornou depois), os Breno’s (como são chamados os filhos do Dr. Breno) que migraram para o PSDB, uma sigla feita por dissidentes do PMDB, sendo esse o principal motivo pelo qual o vereador Waldemar Ribeiro ter escolhido tal agremiação partidária, além da manutenção do equilíbrio das forças partidárias na Câmara.
Contudo, ainda existem motivos de felicidade nisso tudo. Além de vermos algumas máscaras caindo, falsos amigos, melhor realmente não tê-los. É bom também que acaba com uma grande mentira que por muitos anos foi contada, a de que o “comando” do partido apoiava Waldemar, ainda bem que nunca acreditamos nisso, senão ele não teria ganhado nem mesmo a segunda eleição, quanto mais nove. Nestes últimos 6 anos, o que estamos vendo é um retrocesso sem precedentes na história do PMDB em Passos, a falta que sentem é de uma liderança, o que se aproximou disso, Alexandre Maia, foi sempre defumado no pouco que sobra do partido. Não faz o mínimo sentido que o partido fique tanto tempo nas mãos de quem já deu provas de sobra de sua incapacidade política e administrativa. O que o PMDB, que já foi o “manda brasa” e hoje não é nem fumaça disso está sentindo falta e muitos já perceberam, não é de uma vaga de vereador, porque perderam muitas nos últimos anos e nem por isso sofreram tanto. O que realmente lhes faz tanta falta é o Vereador de Verdade.
Escrito pelo filho do vereador Waldemar Ribeiro de Oliveira, eleito diretamente pelo povo com 1312 votos na sua 10ª eleição.

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