domingo, 6 de janeiro de 2008

Rádio Corredor

Valer-se de uma opinião independente não é fácil, apesar de todo discernimento que tenho, meus textos são carregados de emoção, por isso cobro sempre do meu leitor a sua interpretação pessoal dos fatos. Contudo, escrever sob efeito da emoção é importante para se alcançar alguns objetivos.
Pela responsabilidade que tenho com aqueles que lêem meus artigos, mesmo quando em dúvida se devo ou não falar sobre um determinado fato, como o caso de hoje, prefiro escrever e ficar em paz com a minha consciência. Entretanto, deixo sempre meus artigos passarem algumas horas “de molho”, para depois voltar e termina-los. Faço isto para que os mesmos não venham servir a propósitos que não seja a construção de alguma coisa boa, coletivamente falando. Quero sempre estar contribuindo na construção de leitores críticos, trazendo-lhes nem que seja alguma dúvida, fundamental ao crescimento das pessoas. Alguém me disse certa vez que o leitor de jornal e revista é diferente, quase nada detalhista, não se prende a minúcias, que na verdade faz somente análises superficiais sobre aquilo que lhe é passado. Pode até ser verdade, muitas coisas podem passar despercebidas pela maioria desses, mas é isto que tento mudar. Quero ajudar na criação de uma nova geração de leitores, fechando o foco em relação a jornais e revistas. Sonho sim com leitores mais questionadores, pois entendo que cultivar isto deve ser um dever de toda pessoa que escreve. Enquanto leitor, posso garantir a vocês, sou muito atento àquilo que me é apresentado.
Feito essa introdução, no sentido de direcionar esse meu artigo, passo aos fatos propriamente dito. Analisando algumas “notícias” que, em primeiro plano pareciam sem importância, contudo, diante de um olhar mais apurado, acabei me deparando com algo muito sério, principalmente se vier a se confirmar o que estava escrito no jornal Folha da Manhã deste domingo, 25 de novembro, edição 7089. Essa tem que ser guardada para verificação, quiçá apuração. Na seção denominada “Informes”, bem na página 2, em três espaços seguidos, intitulados de “Núcleos”, “Explica” e “E mais”, o jornal detalha sobre as apurações que estão sendo feitas pelo Ministério Público (MP) acerca da “Operação Caminhada”. Só para relembrar, essa foi realizada há quase três meses em Passos e até então se dizia que as apurações vinham sendo conduzidas em segredo, mas, diante do grau de detalhamento que o jornal coloca, fica uma dúvida: Ou esse está mentindo, só pra variar, ou tem informações privilegiadas sobre o caso. Em qualquer uma das hipóteses a cidade deve estar bem atenta, pois é inadmissível que um órgão de imprensa chegue a esse nível, arquitetando toda uma história. Agora, caso realmente as suas informações venham a se confirmar, ou seja, se aquilo que foi dito pelo quase diário for verdade, quer dizer, se for mesmo essa a linha de raciocínio do MP, estamos diante de algo no mínimo muito estranho, pois teríamos um órgão de imprensa recebendo por parte do MP tratamento diferenciado de todos os demais.
Caro leitor, quero ainda crer que, mesmo não concordando com um ou outro procedimento do Ministério Público, comum a qualquer cidadão, podemos confiar que estes são sérios e têm credibilidade. O que vimos neste episódio da “Folha” é muito parecido quando essa faz referências sobre informações colhidas junto de funcionários da Prefeitura, usando o termo “radio corredor”. Não sei se foi por falta de coragem, ou por “camaradagem” mesmo, que não se usou o mesmo em relação ao MP, pois as circunstâncias são idênticas.

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