domingo, 6 de janeiro de 2008

Nepotismo

“Amapassos vai à justiça com ação popular” (Jornal Folha da Manhã do dia 27 de janeiro de 2007). Diante dessa “reportagem” resolvi deixar de lado o silêncio e falar a respeito desse assunto, fato que relutava em fazer, pois minha resposta sempre foi dada através do meu trabalho, o que me faz ser requisitado em várias cidades da região para auxiliar no trânsito, além de convidado para aulas e palestras na nossa faculdade, em empresas e escolas.
Para dirimir eventuais desconhecimentos e dúvidas, faço aqui uma rápida e resumida apresentação: Waldemar Ribeiro de Oliveira Junior, Servidor Efetivo do Município de Passos desde março de 1996, em virtude de aprovação em concurso público de provas e títulos n° 001/1994; Bacharel em Direito (Fesp), Especialista em Transporte e Trânsito (Fumec-BH) e Direito Público (Anamages/Newton Paiva); Coordenador da Regional Sul e Sudoeste do Fórum Mineiro de Gerenciadores de Transporte e Trânsito (FMGTT) da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP); professor.
Depois de ficar interino (sem nomeação) quase dois anos no cargo de Diretor de Trânsito, tendo ocupado ainda o Cargo de Diretor do Depto. de Desenvolvimento Municipal (em substituição), na administração do Prefeito Nelson Maia (sendo o vereador Waldemar Ribeiro, meu pai, oposição ao prefeito), fui nomeado em janeiro de 2001 para o cargo de Diretor do Departamento de Transporte e Trânsito, pelo então Prefeito Municipal Dr. Jose Hernani Silveira.
Primeiro: Se na gestão (2001/2005) meu pai não exercia mandato na Câmara Municipal, fato único nas dez últimas legislaturas, isso impede o uso do termo nepotismo em relação a minha nomeação. Assim sendo, o que o atual Prefeito Ataíde Vilela fez, foi tão somente, me manter no cargo que eu já ocupava com seus dois antecessores.
Segundo: O justo seria eu ser destituído do cargo em 2006, sendo servidor de carreira, mesmo tendo me capacitado e me preparado, com a colocação de outro em meu lugar, pelo fato do meu pai ter sido eleito? Seria essa a coerência que se espera e se cobra?
Vamos ao assunto que deu origem a reportagem. Como sempre procuro fazer, fui pesquisar e estudar mais a respeito, assim sendo, fui à procura da origem da palavra nepotismo. Segundo Aurélio Buarque de Hollanda: “s.m. Autoridade que os sobrinhos e outros parentes do Papa exerciam na administração eclesiástica; favoritismo; patronato”. Ainda com o dicionário em mãos, a próxima palavra me chama atenção, tanto pelo seu escasso uso, quanto pelo significado, neqüícia: “s.f. Maldade; malícia; perversidade”. Em decorrência da neqüícia que envolve os autores da citada ação popular, resolvi escrever não só a respeito dos fatos que envolvem a matéria, mais também sobre as pessoas participantes. Assim sendo, assumo postura similar, porque “nem sempre a compaixão é uma virtude, quando se poupa os lobos, condena-se as ovelhas” **. Na reportagem são tratados como professor, médico, radialista, aposentado, bancário (há pouco, pois durante muito tempo sua profissão foi de marido, foi também “líder estudantil”, ao passar quase 10 anos, no mesmo curso), mas que na verdade, estão neste caso todos a serviço da política rasteira, onde as siglas e pretensões se tornaram maior que a honestidade, convicções e até mesmo acima de suas dignidades. Obviamente não irei citar todos, pois é fácil notar que alguns são tão somente marionetes nas hábeis mãos (para politicagem) de antigos e novos políticos, a maioria sem mandato, alguns sem nunca terem tido, e olha que tentam, tentam, tentam....
Vários dos nomes que compõem a Amapassos (praticamente todos) fazem parte de alguma agremiação política e alguns já fizeram parte de administrações passadas. Esses baluartes da ética e de conduta ilibada, paladinos do amor a Passos, tentam voltar à cena política fazendo um papel no mínimo incoerente, pra não dizer hipócrita, posto que nunca foram vistos, enquanto ocupantes de cargos de confiança, defendendo a luta contra o nepotismo ou algo ao menos parecido.
O professor Darlan Esper Kallas, ex-vereador e vice-prefeito até dois anos atrás, nunca teve essa opinião e conduta que tão eloquentemente defende agora. Participou da gestão e foi candidato à reeleição na chapa do ex-prefeito que mantinha dois filhos no serviço público (abro o parêntese para deixar claro que não estou julgando a capacidade dos mesmos, pois se assim fizesse estaria contrariando aquilo que acredito). Esse fato é também compartilhado pelo seu colega de bravata, Dr. Demis Delfraro, secretário de saúde do mesmo governo. Não me lembro de hora nenhuma essas duas pessoas de espírito contestador terem levantado essa bandeira, sendo ainda que os mesmos tinham parentes prestando serviço para a prefeitura, no PSF e no Cismip (outra vez fica a ressalva de não estar falando de capacidade, haja visto que um destes até hoje trabalha no mesmo órgão). Seguindo a lista dos ex da administração passada, encontramos o nome do Contador José Geraldo Lopes da Silveira, pouca gente se lembra, até mesmo dentro da prefeitura, “trabalhou” lá sim, talvez o esquecimento seja em decorrência da sua assiduidade, esse ex que é ex da Câmara Municipal também (caso Chile), com certeza luta tão somente por espaço político, já que detém uma sigla, quase exclusividade sua.
Absurda também a posição da presidente do Sempre, Nelza Efigênia dos Santos, eleita para defender os seus pares, assina uma ação onde uma das claras pretensões é prejudicar um servidor municipal, de carreira, sindicalizado, que ocupava cargo amplo, o que deveria ser incentivado. Está indo na contra mão da histórica luta de ampliação do número de servidores de carreira que se capacitam e ocupam cargos de chefia, ao invés de nomeações externas. Para a presidente do Sempre fica um questionamento, qual foi critério que a nossa presidente usou para a escolha do advogado do nosso sindicato? Tenho certeza que a resposta é o fato deste ser de sua inteira confiança, da senhora acreditar no trabalho deste profissional; alguém de espírito maldoso poderia dizer que se trata de pagar por serviços prestados anteriormente, posto que a escolha recaiu sobre seu advogado particular. Mas isso só os outros são capazes de fazer, não é mesmo?
Com relação ao jovem candidato da última eleição, o caçula que foi reprovado com louvor nas urnas. Este “entendido” (que sabe de tudo) rapaz, chamado de jurista pela jornalista que empresta o nome a matéria e que também era sua assessora de campanha, fica claro sua postura maquiavélica, destilando seu veneno quinzenalmente no diário que o apadrinha. Sem nenhuma relevância política, sem plataforma alguma, munido tão somente de uma retórica maldosa, Carlos Chagas (que já foi Carlinho do PFL e também Carlos Orlandi - é sim minha gente, trata-se do mesmo - tão novo já usou três nomes e duas siglas partidárias. A escolha do nome Carlos Chagas para a campanha foi, palavras do mesmo, para aproveitar o fato de já ser o nome de um ilustre brasileiro), a indefinição parece ser uma tônica na sua vida, não consegue se livrar de algumas amarras que o impedem de ter paz interior. Tão jovem e com tanto ódio no coração, só nos resta pedir a Deus que ilumine sua vida e o seu caminho, tirando da sua vida o que lhe torna tão vil e covarde, posto que ao contrário de mim (o que também não desejo), tem sempre a garantia de que aqueles que são atacados por seus artigos não terão o mesmo espaço para defesa.
Sei que existia uma imensa vontade de alguns em argüir minha incapacidade, minha incompetência, minha falta de comprometimento, porém, diante dessa impossibilidade que minha formação moral e técnica lhes impõem, resta o discurso pseudo-moralista de convencimento de massa. Até o nome da associação é inspirado em antigos jargões da época dos militares, como se o amor por nossa cidade fosse exclusividade deles, alguns não conhecem muito mais que o centro da nossa cidade ... desafio lançado.
Quero aproveitar esse espaço que me é dado para lançar um outro desafio, mas este a todas as pessoas que amam nossa cidade, passenses natos ou por adoção, mas passenses de corpo e alma, pois se aproxima os 150 anos da nossa terra a ser comemorado em maio de 2008. Com uma população que já ultrapassou os 100 mil habitantes, várias são as providências a serem tomadas em relação ao futuro da nossa cidade, esse sim deve ser nosso maior anseio. Sem a pequenez da politicagem de siglas, vamos todos trabalhar um grande projeto de cidade.
Vendo se aproximar rapidamente a marca dos 40 mil veículos, onde cerca de 25% desses são motocicletas e analisando os locais que já apresentam problemas de trânsito, trabalhei um relatório, fruto de levantamentos e desenvolvido através da experiência de muitos anos no setor do transporte e trânsito, enumerando várias providências e pontos a serem tratados com maior urgência e que trariam resultados importantes, assim, conclamo a outros profissionais que pudessem estar traçando ações relevantes a serem compartilhadas para discussão, visando o bem de todos que aqui vivem. Neste sentido irei passar no final meu e-mail para expandirmos esse tipo de debate.
Com relação ao assunto Nepotismo, fica aqui uma sugestão. A idéia é fazermos um projeto muito maior, que tange a barrar aqueles que não tem condições de assumirem funções públicas. Bem mais justo com todos e que colocaria nossa cidade na vanguarda contra as nomeações de pessoas que não dignificam o serviço público, ao invés da segregação onde a capacidade não é apurada, copiando projetos mal acabados de outras cidades, inovemos com um projeto que realmente iria deixar Passos em todas as manchetes do País, sem precisar de assinaturas falsas e coisas do gênero. Um projeto de lei que obriga a apresentação de Curriculum Vitae, com análise por comissão escolhida para tal (com participação de representantes de entidades de classe e do Ministério Público) e ainda com sabatina dos postulantes pela Câmara Municipal (representação máxima e legítima do povo, não inventada e sim eleita) para cargos de confiança, em comissão e de função gratificada. Poderia ser intitulada como a lei contra a incompetência ou contra a inoperância, quem se habilita?
“Ser santo é exceção; ser justo é regra. Errem, desfaleçam,
pequem, mas sejam justos." ** (Victor Hugo)

Texto redigido em homenagem aos meus amigos, à equipe do Departamento de Transporte e Trânsito e a minha família, todos trabalhadores, dignos e vencedores.

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