domingo, 6 de janeiro de 2008

Oremos pela verdade

Já há algum tempo nos acostumamos a acompanhar, quase que diariamente, os noticiários sobre o trabalho da PF - Polícia Federal no combate ao crime organizado. Sem dúvida esse tem sido essencial na interrupção dos esquemas de tráfico e contrabando, além de desmantelar espúrias relações envolvendo políticos, policiais e até mesmo membros do Judiciário. Essa, a chamada corrupção, é um câncer que prejudica muito nosso país e sem a menor sombra de dúvidas se trata do maior obstáculo ao desenvolvimento de nosso povo, da nossa nação.
São várias as operações da PF que tiveram grande destaque na mídia, como: Anaconda: venda de sentenças judiciais; Águia e Planador: tráfico internacional de drogas; Hurricane: venda de sentenças judiciais favoráveis aos jogos ilegais; Sanguessuga: compra superfaturada de ambulâncias com dinheiro público; Hidra: combate ao contrabando; Zaqueu: corrupção nas delegacias do trabalho; Zumbi: fraudes no INSS; Lince e Lince 2: extração ilegal de diamantes e adulteração de combustíveis e roubo de carga, respectivamente; Farol da Colina: remessa ilegal de dinheiro para o exterior; Soro: falsificação de leite em pó; Trânsito livre: facilitação de contrabando; Vampiro: fraude em licitação de hemoderivados. Todos os nomes são escolhidos por delegados da PF e devem fazer alguma referência ao caso estudado. A operação cujo nome eu achei mais sensacional foi “Isaías”, sobre extração ilegal de madeira, numa alusão a um dos textos do profeta bíblico: "Restarão tão poucas árvores em sua floresta, que um menino poderá contá-las." (referência – revista Veja – abril 2007).
Tem também quem critique a forma de agir da PF, dizendo que estas são mais eficazes como um show para atender a setores da mídia, do que propriamente a atender o combate ao crime. “Numa operação que acontece num escritório, onde a polícia sabe que não tem ninguém armado e chega com um aparato bélico gigantesco, só podemos achar que isso se presta ao show e não à operação em si”, opinião de Luiz Flávio Borges D´Urso, presidente da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil, em entrevista à equipe da Revista Consultor Jurídico. A operação realizada em Passos sobre a adulteração de leite na nossa Casmil, chamada de “Ouro Branco”, e que nos deixou profundamente tristes, parece ser uma dessas. Pois não é que passado algum tempo as notícias sobre o caso dão conta de que não era bem como diziam. Novos exames, conforme vem sendo vinculado em toda imprensa, revelam que a coisa não era como foi divulgado no início. Porém, infelizmente acho que isso vem um pouco tarde para a “cooperativa”, já que o seu nome e dos seus ex-diretores já foram manchados. Contudo, continuo orando tão somente pela verdade, para que essa se sobressaia aos interesses particulares e políticos que claramente existem.
Outro caso que parece estar sendo finalizado, depois de três meses de profunda investigação (por parte do MP - Ministério Público e não da PF como alguns quiseram passar por aí), é a chamada operação “caminhada” (a escolha do nome ainda é uma incógnita, bem que poderia ser inventado algo). O desfecho parece bem menor que o aparato inicial demonstrava ter, pois no princípio as acusações que pairavam sobre o chefe do executivo passense davam como certo que este teria “ganhado” um carro de uma empresa da cidade, “comprado” um luxuoso rancho no lago de Furnas em nome de laranjas e etc. Segundo a parte da imprensa passense que tem acesso à investigação, eram 40 os envolvidos. Mas as últimas notícias vinculadas sobre o caso falam em 12 pessoas acusadas de improbidade administrativa, isso mesmo, tudo ainda muito vago.
Todos nós sabemos que ano que vem tem eleição para prefeito, e gostando ou não, o atual prefeito está na briga pela sua reeleição. As obras, não há como nega-las, lhe dão essa possibilidade, o que, para um intruso nas velhas oligarquias municipais, soa como abuso. Outro nome muito forte, que surpreendeu a todos no último pleito com seus trinta mil votos, sendo ainda o mais votado na cidade para deputado estadual, o que com certeza gerou grande preocupação aos adversários, é o do Dr. José Orlando (Tuta). Estranhamente vemos também seu nome vinculado no desfecho dessa operação, seria algo do tipo “matar dois coelhos com uma paulada só”?
Tenho comigo que a alternância de poder é salutar, contudo, nunca tivemos aqui uma reeleição, seria algo novo e que poderia dar certo, mas isso deve ficar a gosto do eleitor, esse sim deve ser o soberano nestes casos. Como estamos vendo hoje em Passos, corre-se o risco de sofrermos algum tipo de “estelionato eleitoral” e depois de algum tempo a verdade aparecer. Gostaria de finalizar lembrando que neste domingo foi o dia da Bíblia, e lanço mão do que nos ensina o livro de Obadias: “poder e influência são dons que Deus concede aos líderes. O abuso desses dons provoca a ira de Deus”, e isso não é nenhuma oração leviana ou política jogada ao vento, é entendimento claro das escrituras sagradas.

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