domingo, 6 de janeiro de 2008

PPP

Ao que tudo parece, agora vai. Saiu o resultado "final" da tão falada PPP - Parceria Pública Privado da MG 050, nossa porta de acesso com restante do mundo. Somente por curiosidade, essa foi vencida pelo Grupo Equipav de Campinas, porém, não é desta PPP que vou tratar neste meu primeiro artigo aqui no Correio dos Lagos. Digo primeiro, porque anteriormente o fizera sem nenhuma idéia de continuidade e ainda sob a investidura ou em decorrência do cargo que ocupava na Prefeitura Municipal, a frente do Departamento de Transporte e Trânsito, onde continuo meu trabalho normalmente, por ser funcionário público concursado, recai sobre mim todos os deveres e direitos inerentes a este.
O convite recebido foi no sentido de escrever regularmente sobre temas variados e de minha livre escolha, com total liberdade, sabedores que não aceitaria se fosse diferente. Apesar de convidado outras vezes, do hábito de escrever já há algum tempo, além da experiência de muitas palestras e alguma bagagem na docência, sempre relutei em aceitar, principalmente devido ao fato de entender que a ocupação de cargo de confiança na administração pública municipal poderia ser conflitante em algum momento, trazendo assim, alguma insegurança ao leitor quanto às opiniões por mim expressadas. Com certeza, tratava-se de excesso de zelo da minha parte, porque o mais importante deve ser a nossa consciência e não o que possam pensar.
Minha pretensão nesta coluna é tão somente fazer vir à baila assuntos que possam enriquecer discussões, sempre na busca e/ou apresentando possíveis soluções acerca de problemas relevantes da nossa cidade e região. Assim como fizera em outra oportunidade quando escrevi sobre o Tarcom (Tribunal de Arbitragem, Conciliação e Mediação), importante centro de atendimento em mecanismos extrajudiciais de solução de conflitos e o seu enorme potencial de atuação. Um assunto de suma importância, onde o artigo, intitulado "Justiça do Futuro ou Futuro da Justiça?", publicado na então solitária expoente da imprensa escrita passense "Folha da Manhã", foi parar, com todos os créditos de autoria, nas páginas do site do senado, mais precisamente do Senador Marco Maciel, ex-vice-presidente da república no governo FHC.
Apesar da minha paternidade, reconhecidamente política, que trago no nome e no coração, minha isenção também o é, não sendo poucas as vezes em que eu e meu pai discordamos e caminhamos separados em relação a candidatos, "partidos" ou conjuntura partidária, sem, contudo, deixarmos que isso interfira no mais sublime dos sentimentos. Posso dar como exemplo disso o último pleito presidencial, dentre várias outras opções eleitorais democraticamente discordantes ocorridas entre nós. Contudo, gostaria de falar que os temas tratados não serão necessariamente sobre política, como é o de hoje, mas todos aqueles assuntos que afligem principalmente nosso município, porém, não me furtarei aos apimentados e tão empolgantes embates políticos, fazendo valer essa genética, mesmo sabendo da desvantagem entre ser diário e semanal.
A PPP a que me refiro, é a "Pobre Política Passense", alguns mais afoitos poderiam dizer "podre política passense", porém, prefiro o pobre. Esse no sentido de pobreza mesmo, todas, principalmente a de espírito. O termo pobre se encaixa melhor também pelo fato de que esta pode e com certeza vai ser revertida, enquanto que a podridão não. Temos certeza de que a situação atual deve e vai ser mudada, onde Passos vai voltar a ocupar seu lugar no cenário político estadual e federal, mas, para que isso ocorra, demanda-se mais que discursos, jogo de palavras, armações e factóides "Cesarianos", somente no intuito de aparecer na mídia, essa, às vezes, ou melhor, quase sempre, uma parceira/patrocinadora de prontidão.
Muitas vezes o que vemos mais parece um teatro de segunda, com alguns atores convidados de última hora e que deixam escapar na foto seu constrangimento ao ver que a armação também lhe envolvia. Aquele, "... eu estava passando por aqui e encontrei vocês..." será que todos os "Dias" acontecem tais coincidências? Chega a ser cômico, como todo drama mal ensaiado tende realmente a virar comédia.
Desta forma, ao tratar aqui desta PPP (Pobre Política Passense) deixo claro que não faço e não tenho a mínima vocação para o papel de boneco de ventríloquo, pois esse, como é fácil notar, já tem dono, não só pela incrível semelhança, pela passividade do ser, mas principalmente pela mesma maneira maquiavélica de escrever, deixando transparecer tratar-se somente da fonte de expressão do "alter ego" do seu homônimo. A pseudo-diversidade dos autores tem o intuito tão somente de não transformar o diário (adj. local onde se faz anotações diárias e pessoais) em um repetitivo monólogo, o que, com raras exceções, realmente é.
Não obstante ao assunto PPP, mas ainda sob a inspiração do modo como escrevem aqueles que tão somente visam destruir, ato bem mais fácil que o da construção, não demandando nenhum tipo de preparado ou caráter. Um "malandro candidato a malandro federal" (menção feita à ópera do malandro de Chico Buarque, divino e que deve mesmo ser sempre lembrado) um amigo me contava dias atrás (não foi na porta da igreja) da promessa de um candidato a seu primo. Se eleito, esse levaria o primo para trabalhar com ele em Brasília. Diante desse relato fiquei na dúvida, seria isto nepotismo na forma tentada, ampliando a idéia desvairada de alguns, dentre eles o próprio (posto sabermos que não existe crime sem lei anterior que o defina), ou teria esse candidato cometido o "delito" sob a excludente de crime impossível, pelo simples e notório fato de que sua eleição era evidentemente irreal. Os amigos do candidato gostariam de saber: Mentiu para seu primo e para os amigos? Está sendo hipócrita e oportunista agora, segurando uma bandeira que nunca envergou? Recorro então a Victor Hugo na tentativa de descrevê-lo: "Ter mentido é ter sofrido. O hipócrita é um paciente na dupla acepção da palavra; calcula um triunfo, e sofre um suplicio".
Não tenho a pretensão de ser o dono da verdade, podendo até estar enganado nas minhas análises, pois o estilo pífio adotado pelo par a que me refiro, de tão pobre é muito fácil de ser copiado e tende a se difundir ainda mais, podendo ser encontrado até mesmo aqui neste texto, mais precisamente nos dois últimos parágrafos. Pois, realmente escrever dessa forma traz até algum prazer, porém efêmero, mas não é isso que quero pra mim. Aqueles que me conhecem sabem da enorme garra que tenho e não vou me curvar ou abaixar para me igualar a estes, sendo que já o fiz em duas ocasiões, acho que agora chega. Meu próximo artigo, sem dúvida alguma, estará relacionado diretamente ao crescimento da nossa terra, ou seja, com toda certeza essas pessoas não farão parte dele.
A sonhada mudança na política de nossa cidade, necessita da conscientização daqueles que estão envolvidos no processo. Alguns menos favorecidos em decorrência da falta de experiência são presas fáceis na teia armada por outros que, alijados do poder político, ou, o que para eles é ainda pior, das benesses deste, pois, se é isso que pensam de todos, é porque assim agem. Esses passam os dias somente no pobre e mesquinho intuito da perseguição.
Nossa cidade não comporta mais o pensamento de que a oposição tem que ser perversa e que a situação tem que ser capacho. Que uma parte do funcionalismo público municipal deve trabalhar 4 anos e "folgar" outros 4, senão é considerado traíra, como se trabalhássemos e recebêssemos de partidos e não do povo. Passos é muito maior que nós, que estamos aqui de passagem. Quantas vezes vimos pessoas jurarem amor eterno e pouco tempo depois irem em busca de novos horizontes, outros ares. Isso não significa que o beijo no escudo do time tenha sido falso, foi tão somente, como dizia o poeta, "eterno enquanto durou" e que assim seja, mas que seja intenso e verdadeiro.
Quero aqui deixar a todo "parquet" passense minha admiração, sabedor que nem as agressões e nem as bajulações irão decliná-los da retidão e conduta já conhecida e reconhecida pela nossa população. Ao terminar, fica minha sugestão a todos que assistam ao filme "A Grande Ilusão" e não percam o programa da TVE "Observatório da Imprensa". Um abraço e até a próxima se Deus quiser.

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